domingo, 12 de maio de 2013

CAPÍTULO 55 MARATONA



A noite não saiu como eu havia esperado. Joe não me beijou nem nada disso, mas não tinha sido um prejuízo total. Aqueles momentos foram preciosos, íntimos demais para simples amigos. Era como se eu tivesse conseguido finalmente perfurar sua armadura e, através dessa pequena rachadura, algo magico nos conectasse. Senti uma vontade louca de contar tudo a ele. Tudo mesmo. Meus sonhos, meus medos, meus problemas, o que Clóvis havia dito sobre sua carreira, minhas suspeitas em relação a Hector, minhas neuras sobre meus peitos pequenos, as conversas com o vovô enquanto eu dormia... Sentia que ser honesta com ele era o melhor caminho para chegar ao coração.
Mas e se ele não entendesse? E se me odiasse por, ainda que indiretamente ter melado sua promoção e colocado em risco sua carreira?
Apressada, me levantei da cama, decidida a arriscar o pouco que tinha conseguido para tentar algo mais profundo, mais solido e, quem sabe, extraordinário. Eu não aguentava mais viver daquele jeito, como se me equilibrasse no fio de uma navalha.
Encontrei Joe sentado ao balcão da cozinha, com uma pilha de envelopes na mão.
- Bom dia, Bela Adormecida. Dormiu bem? - ele perguntou, com um sorriso enorme.
Quase desisti.
Quase.
- Bom dia. Eu preciso falar com você.
- Temos tempo. Por que não senta e toma o café da manhã comigo? - ele puxou o banco para que me sentasse ao seu lado.
Sentei-me quicando no banco alto. Minha coragem começava a fraquejar.
Joe me passou uma xicara de café fumegante e pão integral. Seu dedo esbarrou na geleia de framboesa. Ele levou o dedo à boca e lambeu, me deixando - por aproximadamente dez segundos - em êxtase. Meu Deus, como meu marido era sexy!
Respirei fundo e tentei começar.
- Joe, eu queria falar com você sobre um assunto muito chato.
- Tudo bem... Ei, olha! – ele exclamou, me mostrando um grande envelope Conglomerado Lovato. - O Hector me convidou para a festa anual do conglomerado! Isso nunca aconteceu antes. Será que significa alguma coisa?
- Pode ser. O Hector conhece você e o seu trabalho. – Ou talvez queira avaliar mais de perto nosso relacionamento. _ mas voltando ao assun...
- Diz aqui que a minha esposa deve estar presente – ele sorriu, sedutor. Como se precisasse se esforçar para me seduzir – você me concede essa honra? É no sábado.
- Hã... Tudo bem.
- Os diretores de todas as empresas do Conglomerado Lovato vão estar presentes. É um pouco intimidador, mas é tradição.
- Eu sei, já estivesse em muitas festas iguais a essa. Na verdade acho que em todas. – Vovô sempre me arrastava com ele, desde pequena. Achava que não havia mal algum em ter uma pirralha correndo de um lado para o outro, melecando com glacê os caros vestidos das mulheres.
- Ah, claro – de repente seu bom humor se foi e seu rosto se tornou duro – Às vezes esqueço que você é herdeira de tudo aquilo.
- Eu só fui a todas as festas porque o vovô era dono de tudo, não eu. Nunca fui convidada realmente. Nem mesmo para a desse ano.
Sua expressão se suavizou um pouco.
- Bom, estou te convidando. Claro, se você não tiver vergonha de aparecer diante de toda aquela gente acompanhada por um plebeu – apontou.
Demorei um segundo a mais que o necessário para entender. Joe estava nos separando por classe social. Por isso minha voz saiu tão esganiçada quando resmunguei:
-Hein?
- Você é da elite. Os jornais te chamavam de princesa do conglomerado até pouco tempo atrás – ele voltou os olhos para seu café.
- É, eles também gostam de usar o termo garota-problema, e recentemente fui rebaixada a gata borralheira. Eu não sou da elite coisa nenhuma! Nunca fui – falei, nervosa.
- Em breve você vai ter tudo de volta e tudo que era do seu avô e vai assumir o lugar dele – Joe comentou, com a voz distante.
- E isso é ruim? – inquiri.
- Não. Claro que não – ele suspirou pesadamente. – Você merece tudo que a vida pode oferecer de melhor, Demetria.
- Eu não tenho culpa por ter nascido rica, Joe – murmurei.
- Eu sei. O que você estava falando antes? – ele mudou de assunto, visivelmente perturbado. – Sobre o que você queria falar comigo?
- Hã... Eu... ééé... – Fala! Fala logo! Acaba com isso de uma vez por todas? – Eu... O que você acha de irmos ao teatro um dia desses?
Oh, Deus! Por favor, não permita que mais uma questão me atrapalhe! Por favor, rezei. Não podia haver mais isso entre nós. Não essa coisa estupida de classes sociais diferentes. Além disso, eu agora era tão pobre quanto ele. Na verdade, muito mais. E Joe não era pobre de verdade, só não era montado na grana, por assim dizer. E contar para ele que eu contribuía para sua condição social permanecesse como estava não ajudaria em nada, certo?
- Acho ótimo. Você escolhe a peça. Confesso que não tenho ideia do que está em cartaz.
Assenti mordendo o lábio, detestando enganá-lo, o que era o novo para mim. Mentir já fazia parte de quem eu era, mas com Joe algo havia mudado.
-Vou... – e apontei com o polegar para meu quarto.
- Eu espero – ele sorriu, mas era um sorriso triste. 
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então meninas pausa para almoço como já disse vou almoçar na casa de um tio meu, vou ver minha mãe dar um beijo e um abraço nela e o presente também e depois volto pra postar o resto da maratona e vamos ver uma Demetria cheia de truques pra cima de Joe e o coitado fugindo. 

6 comentários:

  1. aaa poosta mais capitulo, ta lindo demais essa maratona :33

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  2. lindo como sempre, posta logo o proximo por favor, beijos
    C. Shay

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  3. Posta mais. Tá muito boa essa historia

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  4. Ta perfeito
    Sua história é incrivel, você é uma ótima escritora.
    Posta logo
    Beijos

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  5. Posta mais. Tá muito boa essa historia

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