Para minha frustração e a
de Joe, aparentemente, nossa saída à francesa naufragou. Hector estava no palco
discursando e, quando me viu atravessando o salão, apontou para mim, dizendo ao
microfone quem eu era. Um holofote quase me cegou. Joe enrijeceu ao meu lado.
Não tivemos alternativa a não ser voltar para nossa mesa e sorrir.
Joe entrelaçou os dedos aos
meus e tive que me contorcer para aplaudir Hector quando ele terminou o
discurso, recheado de historias divertidas partilhadas por vovô e ele.
Peguei minha taça de vinho
e tomei um gole, então notei Joe observando nossas mãos entrelaçadas.
- Que foi? – perguntei.
Ele levantou os olhos e me
encarou por um tempo interminável Eles brilhavam tanto que era difícil me
desligar do caleidoscópio que as luzes produziam em suas íris.
- Eu estava pensando se
isso é mesmo real – e pressionou levemente meus dedos emaranhados aos seus.
- Espero que seja –
murmurei.
Varias emoções cruzaram meu
rosto, uma explosão intensa de cores e sentimentos. Ele me estudou por um longo
tempo antes de inclinar e tocar levemente meu nariz com seus lábios. Uma
corrente elétrica percorreu meu corpo. Era como se o restante do mundo tivesse
se tornado apenas luzes e cores e sons distantes. Eu só via Joe, sentia Joe,
desejava-o.
- Aonde você vai? –
perguntei quando ele se levantou.
-Volto em três minutos –
ele sorriu, mas parecia haver ansiedade em seus olhos.
Esperei, observando o salão,
os rostos conhecidos, a orquestra belamente acomodada na lateral do salão
imponente. Vovô estaria rindo se estivesse ali. E eu tinha que admitir que meu
avô sabia das coisas. Minha aproximação com Joe acontecia por ter ouvido seu
conselho. Vô Marcus era fodástico!
Uma mão quente e macia
tocou meu ombro.
- Você voltou! – exclamei
extasiada quando vi Joe.
Ele sorriu, surpreso.
- Pra
onde eu iria?
Fugir como sempre?
- Não sei – dei de ombros -
só achei que... Esquece.
- Dança comigo? – ele
perguntou, esticado a mão para que eu a pegasse.
Aceitei imediatamente, e
ele me guiou para a grande pista de dança.
- Pensei que fazer você
dançar fosse exigir demais – comentei, me lembrando de sua cara apavorada na
danceteria quando tentei tirá-lo para dançar.
- Depende muito do tipo de
dança – ele enlaçou minha cintura, colando-me a ele.
Poucos casais se arriscavam
na pista, mas não me importei. Eu não fazia idéia de que musica estava tocando.
Meu coração batia tão alto e meus pensamentos estavam tão agitados que podia
estar rolando o maior hip-hop e eu nem notaria, continuaria a balançar
suavemente nos braços de Joe. Ele me segurava com uma delicadeza determinada,
uma das mãos firme em minha cintura, a outra aninhando minha mão sobre meu
peito, o rosto tocando o meu, deslizando o nariz em minha bochecha, meus
cabelos, inspirando profundamente. Seu braço se apertou em meu corpo e tive que
me concentrar para me manter de pé. Nossos olhos se encontravam, e um
entendimento estranho e ao mesmo tempo real tão natural ocorreu naquele
instante. Ele não disse nada, mas ambos sabíamos que chegara a hora de partir.
Voltamos para a mesa apenas
para apanhar minha bolsa. Nós nos despedimos de alguns conhecidos e deixamos o
grande salão para adentrar a luxuosa recepção que levava a saída do hotel. Em
momento algum Joe soltou minha mão ou desviou os olhos. No entanto, em vez de
seguirmos em frente, ele me guiou em direção ao balcão da recepção.
- Mas... – tentei
perguntar, porém me calei quando o recepcionista entregou a Joe um cartão
grande e sorriu conspiratoriamente. A chave de um quarto.
- Quer subir? – Ele
perguntou. Havia muitas emoções em meu rosto, a mais evidente delas era a
incerteza.
“Quer subir”? Duas
palavras. Apenas duas palavras fizeram meu mundo entrar em colapso. Comecei a
suar. Eu tinha plena certeza do que queria, tanta que me doía fisicamente, mas
não pude deixar de ficar nervosa.
- Tudo bem – engoli em
seco.
Ele
assentiu, os olhos ejetando fogo.
Entramos no elevador de mãos
dadas. Instantaneamente me senti tímida, como se fosse a primeira vez que iria
para a cama com um homem. Joe também parecia nervoso, o que não ajudou muito.
Graças ao ascensorista, que decidiu puxar conversa sobre o tempo bom daquela
noite, o temível silêncio se dissipou. Assim que descemos no andar certo, Joe
procurou o numero do quarto, aparentando impaciência.
- Fica aqui – pediu quando
encontrou o quarto no longo corredor acarpetado.
Obedeci enquanto ele
introduzia o cartão na fechadura e abria a porta. Com os olhos presos aos meus,
ele se aproximou, passou um braço por meus joelhos, o outro pela cintura e me
içou com facilidade. Carregando-me com desenvoltura, Joe entrou no quarto,
fechou a porta com um pontapé – o que achei tremendamente excitante – se seguiu
em frente na antessala iluminada apenas por arandelas. Arfei quando vi o
quarto, e especial a cama gigante e o lençol imaculadamente branco forrado de
rubras pétalas de rosa. Um balde de gelo abrigava uma garrafa de champanhe.
Frutas o rodeavam. Velas acesas em diversas superfícies davam ao quarto um
clima de intimidade e romantismo.
- Uau!
-Eu sei que não é bem isso
que você deve ter imaginado para sua noite de núpcias, principalmente
considerando o atraso...
Sacudi a cabeça.
- É ainda melhor! –
exclamei. – Como... como você... quando...?
- Eu tenho meus contatos –
ele disse e me colocou gentilmente sobre a cama.
Com elegância, Joe alcançou
a garrafa de champanhe e a abriu, serviu duas taças e me entregou uma. Havia
enormes buquês de rosas vermelhas nas mesas de cabeceira. Engoli em seco quando
ele se sentou ao meu lado e a cama cedeu um pouco sob seu peso. Minhas mãos
suaram, eu estremecia a cada respiração sua. Era ridículo estar tão nervosa,
depois de tudo que eu tentara para chegar até aquele momento. Virei minha
bebida de uma vez.
- Esta com medo? – Indagou
Joe.
- Hã... um pouco –
confessei.
- Porque não tem certeza do
que quer? – Sua testa vincou.
- Na verdade, estou
esperando que você saia correndo a qualquer momento.
- Não
vou a lugar nenhum. Não desta vez – ele murmurou, solene.
- Que droga! Então isso é
um sonho, não é? Nada disso está realmente acontecendo. Vou acordar daqui a
pouco, ofegante, excitada e sozinha, não vou?
Ele pegou minha taça vazia
e a colocou no chão acarpetado. Com os olhos cristalinos capturando os meus,
Joe tocou meu rosto. Sua mão deslizou por meu pescoço, meu braço, até alcançar
minha mão suada. Ele a levou aos lábios antes de pousá-la sobre o peito, sobre
seu coração.
- Pode sentir isso? – e
pressionou ainda mais minha mão de encontro ao seu coração.
As batidas eram fortes,
rápidas, quase furiosas.
- Sinto.
- E isso? – ele levou minha
mão de volta aos lábios, e desta vez depositou um beijo demorado em minha
palma.
Estremeci, assentindo.
Ainda me encarando, com
tanta intensidade que eu era capaz de jurar que o calor que sapecava minha pele
vinha dele, Joe murmurou:
Também estou com
dificuldades para acreditar, apesar de tudo parecer real pra mim. – E se
inclinou para me beijar. – Mas, se você também acha que isso é real, então ou
está mesmo acontecendo ou estamos partilhando o mesmo sonho.
Meu coração retumbou dentro do peito
quando seus braços me prenderam com urgência.
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Meninas desculpem a hora, mais eu não tava conseguindo entrar no blog, mais tá aí mais um pra vocês não foi o HOT...ainda, mas..... será no próximo, como é narrado pela Demi vai ser do jeito dela algumas fantasias ao narrar e bem romantico e não tão safado mais bem fofo.
Adorei:)
ResponderExcluiradoro,posta logo o hot e mais capitulos :)
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