- O Hector me procurou hoje
de manhã. Você pode imaginar como esse material chegou às minhas mãos?
Limitei-me a encarar as
páginas amassadas.
- Há mais evidências – ele
tirou algumas folhas de sulfite de sua pasta e as jogou sobre a mesa. Uma
rápida olhada nos papéis e quase caí para trás. Minhas conversas com Joe pelo
MSN haviam sido impressas. Todas elas, incluindo o suposto pedido de casamento.
Não!
- C-como você conseguiu
isso?
- O Hector tem seus meios –
ele fez um movimento depreciativo com a mão.
Quem teria ajudado Hector
com aquilo?, me perguntei. Quem queria que Joe e eu nos afastássemos? Quem
teria acessado aquilo? Meu computador tinha senh...
- Aquela vadia! – Dessa vez
eu jogaria Blanda pela janela! Ah, se eu jogaria!
- Fiquei decepcionado –
continuou Clóvis, me ignorando. – Decepcionado e triste. Eu pedi tanto que você
confiasse em mim, que eu ouvisse, mas você não me deu ouvidos.
- Vocês não têm como provar
nada – rebati, engolindo em seco. – Nós consumamos o nosso casamento. Tudo é
legitimo agora. Somos um casal de verdade.
- É
mesmo? E quem vai acreditar nisso depois que o Hector expuser a fraude? E,
acredite, ele tem provas. Qualquer juiz vai entender o que você e o Joe fizeram
como um ato de má-fé, e jamais vai acreditar que vocês consumaram o casamento,
ainda que isso seja verdade.
- É verdade! A gente se
ama, Clóvis! Eu juro!
- Sinto muito, mas duvido
que alguém acredite nisso. Eu mesmo não consigo acreditar. Você fez tudo
errado, Demetria. Deixou tudo exposto, pronto e fácil de ser encontrado. Seu
telefone consta no anúncio, ainda que seu nome não. Mas o mais impressionante
foi você ter cometido o erro primário de pagar o jornal usando seu cartão de
crédito – ele sacudiu a cabeça, parecendo arrasado. – Eu lhe disse que o Hector
é implacável.
- Por que você me chamou
aqui? – perguntei entre dentes, tentando fazer com que minha voz não tremesse
de novo. Eu reconhecia quando estava ferrada. Não havia como argumentar.
- O Hector quer abrir um
processo contra você e o Joe. Consegui persuadi-lo a esperar um pouco mais, até
que eu conversasse com você. Ele está furioso, falou até em demitir o Joe.
Fechei os olhos, para não
permitir que caíssem as lágrimas que os queimavam.
- Usando as palavras dele:
“Demitir o Joe com uma excelente carta de recomendação, que vai fazer com que
ele nunca mais consiga emprego em lugar nenhum desse país”.
Abri os olhos.
- Ele não pode fazer isso.
- Pode, Demetria. Pode e
vai fazer! A menos que você me ajude.
- Como assim?
Ele exalou longamente.
- Consegui convencer o
Hector a não entrar com a ação antes de falar com você. Ele concordou em
esquecer o ocorrido se você acabar com a farsa.
- Não posso fazer isso – minha
voz falhou. – Eu amo o Joe, Clóvis. Não posso abandonar meu marido agora.
Ele me observou atentamente
e soltou uma exclamação.
- Isso
complica tudo, Demetria. Mas, se isso é verdade, se você realmente ama o Joe,
pense no que é melhor para ele. Como ele vai cuidar do irmão se não tiver o
emprego?
Meus olhos quase saltaram
das órbitas.
- Sim, Demetria, eu sei que
o irmão caçula depende do Joe.
- Não permita que façam
nada contra o Joe – me ouvi dizendo. – Por favor!
Clóvis se levantou
lentamente e me rodeou, até pousar uma mão gorducha em meu ombro. Senti um
calafrio quando ele me tocou.
- É por isso que estou
aqui. Se afaste do Joe, para o bem dele. Peça o divórcio e acabe de vez com
esse casamento de fachada. Assim você ainda terá a chance de recuperar sua
herança algum dia, Demetria. Garanto que o Hector não vai fazer nada contra o
Joe enquanto eu for o curador da sua herança.
- Por que o Hector me odeia
tanto? – cobri o rosto com as mãos. – Qual é o problema dele? Eu não ia
destituir ele do cargo de presidente, Clóvis. Quando eu assumisse a herança, ia
deixar tudo como está!
- Você acha que é por isso?
Que o Hector está tão empenhado em te desmascarar apenas para não perder a
presidência?
- E o que mais pode ser? É
a única explicação lógica que vejo. Ele não pode estar preocupado com o meu
bem-estar, não é?
Clóvis franziu a testa.
- Isso é muito grave,
Demetria. Se o Hector está fazendo tudo isso apenas para continuar à frente do
conglomerado, é porque esconde algo.
Um sinal de alerta se
acendeu em minha cabeça.
- O que você disse? – me
virei na cadeira.
As sobrancelhas de Clóvis
se tornaram uma só.
- Foi só uma suspeita que
me ocorreu agora. Acho que... Não posso acusar ninguém sem ter provas. Preciso
investigar melhor antes de levantar falso testemunho. O Hector é meu amigo,
afinal. Mas, se ele está agindo de forma ilícita, é meu dever detê-lo. Para
isso, vou precisar de tempo. Se for esse o caso, se o Hector tem algo a esconder,
talvez eu possa encontrar uma forma de afastá-lo por um tempo, mas você vai ter
que me ajudar.
-
Como?
Ele suspirou.
- Fazendo o que o Hector
quer que você faça. Você tem muito a perder. O Joe tem tudo a perder. Posso
contar com você? Vamos finalmente trabalhar juntos?
Afundei na cadeira. Não
pude conter as lágrimas, que caíram numa torrente desenfreada. Analisei as
possibilidades à minha frente. Eu não conseguia pensar em nada, raciocinar
direito. Não queria compactuar com Hector, mas não podia permitir que Joe
perdesse o emprego que ajudava toda sua família. Amaldiçoei-me por não ter
notado as verdadeiras intenções de Hector logo de cara.
- S-sim – chorei. – Vou me
afastar do Joe.
- Boa menina – ele
murmurou, juntando suas coisas – Vou falar com o Hector agora mesmo. Não se
preocupe mais com ele. Vou cuidar de tudo pra você.
Eu não conseguia mais ficar
ali. Precisava respirar, precisava... de Joe. Recompondo-me da melhor maneira
que pude, decidi procurar por ele aos tropeções. Vovô insistira para que eu
contasse a ele sobre a confusão do jantar do Comex, e isso realmente ajudara.
Talvez essa situação fosse parecida. Talvez Joe soubesse o que fazer, me
ajudasse a pensar em algo. Entretanto, não o encontrei no setor nove.
- O Joe foi até a sala da copiadora
– Liam me disse. – Aqueles australianos estão acabando com nossos nervos! Não
param de pedir cópias de tudo. Ei, você está bem?
- Estou. Obrigada, Liam. Só
preciso falar com ele.
Segui pelo corredor com os olhos inchados,
sem realmente me dar conta dos olhares curiosos ao meu redor. A porta da sala
claustrofóbica estava fechada. Entrei sem bater, esperando que Joe estivesse
ali e eu pudesse despejar tudo. Agradeci quando abri a porta e o vi, mas, um
segundo depois, me senti como se estivesse ruindo. Ele estava acompanhado. Na
verdade, estava muito ocupado, segurando Blanda pelos ombros. As mãos dela
lutavam com os botões de sua camisa, a boca lambuzada de batom estava afundada
em seu pescoço. Joe a segurava com força, não consegui entender se para
afastá-la ou trazê-la para perto. Quando finalmente me viu, seus olhos
assumiram um tom mais escuro.
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oiii estou dando sinal de vida e não me afoguei e nem tava no hospital gente, quando perguntaram isso no comentário quase morri de rir, simplesmente cheguei cansada da praia e fui pra casa da minha mãe e como era final de campeonato aqui no ceará não queria ficar só então acabei de chegar em casa, bom falta 23 capítulos para o fim e vai ter muito drama agora, e não vai ter mais maratona pra dar tempo aprontar a outra e agora em relações as postagens dia segunda e quarta só vou poder postar durante a noite quando eu estiver na faculdade já que vou começar a trabalhar amanhã em outro local e é horario diferente os outros dias vou postar normalmente ok é só isso.
Agora que a desgraça vai começar ? Adorei o cap :)
ResponderExcluirAaaaaaaaa nãooooooooo quero mais caps. Maratonaaaaaaaa buaaaaaaaaa
ResponderExcluirClóvis vadio. Vai atrapalhar td.
Joe filho da mãe o que tá fazendo com a vadia blanda? Tô sentindo cheiro de armação....
Postaaa maissss pleaseee
Postaaa maissss pleaseee
ResponderExcluirEu to quase etrando nessa fic pra matar o Hector, bjs da lena
ResponderExcluirAi ai ja ve que tem muita agua pra rolar ainda!
ResponderExcluirEu quero Jemi =)
ResponderExcluirJoe larga essa Blanda vai kkk
ResponderExcluirHector seu malvadoooo buah buah
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