- O que foi que eu falei
sobre essa historia de morar junto, rapaz? O que eu te disse sobre tratar uma
mulher de forma tão desrespeitosa, Joseph? – Ele esbravejou.
- Me dá isso aqui – Denise
pegou minha lata de cerveja. – vou pegar refrigerante para você, querida.
- Ah, dona Denise, não é
necess... – tentei manter minha cerveja, a única coisa que parecia não ter
surtado ainda.
- Claro que é necessário.
Bebida alcoólica não faz bem para o bebê. Ah, Demetria que noticia maravilhosa.
- Mas eu não...
- Caraca, Joe! Acho bom
você não pisar na bola com a Demetria, ou vai se ver comigo! – Ameaçou Justin.
– E não estou brincando dessa vez.
Joe exalou ruidosamente.
- Muito bem, pessoal. Vocês
vão ouvir o que tenho a dizer, ou vão continuar fazendo suposições? – falou
ficando em pé, tentando acompanhar o vai e vem do pai. Todos o ignoraram.
Levantei também, sem saber
o que fazer.
- O que foi que eu disse,
Denise? Eu falei que ele ia acabar colocando a Demetria numa posição ruim. O
que a família dela vai pensar? Que foi essa educação e os princípios que
ensinamos a esse moleque?
- Querido, acalme-se um
pouco – pediu ela. – Toda essa agitação vai fazer mal para Demetria, ela não deve
se exaltar. Não faz bem para o bebê – e espalmou a mão em minha barriga, de
forma protetora.
- Dona Denise, eu não
estou... – e me afastei dela, constrangida.
- Pois ela não vai ter
motivos para se exaltar, porque o seu filho vai agir como homem! – Paul parou e
encarou Joe. – Eu vou dizer o que você vai fazer agora, meu rapaz – ele apontou
um dedo autoritário para o filho. – Você vai procurar a família dela, pedi-la
em casamento, se desculpar por ter colocado o carro na frente dos bois e dar
seu nome a essa menina e à criança que ela carrega no ventre.
- Oh, Meu Deus! Um netinho!
– Denise saltitou.
- Isso
pode ser legal – conjeturou Justin. – Principalmente se for um menino. Posso
ensinar a ele tudo que sei. Videogame, bolinha de gude, carrinho de rolimã...
Uh, ele vai adorar a minha coleção de carrinhos de ferro...
- A Demetria não tem
família, pai – explicou Joe, abrindo os braços, suspirando exasperado. – Os
pais dela morreram quando ela era pequena, e o avô morreu há pouco mais de dois
meses. Mas ela não está Gr...
Isso fez com que Paul
realmente se enfurecesse.
- E você se aproveitou dela
sabendo de tudo isso?!
- Se bem que se for uma
menina também pode ser legal – continuou Justin, com ar sonhador. – Quer dizer,
nem toda menina gosta só de boneca. Talvez ela se amarre em carrinhos também.
Eu podia construir uma casinha pras bonecas dela, com garagem e tal. Posso
pintar de rosa se ela gostar, mas preferia pintar de azul, pros carrinhos não
se sentirem muito afeminados. E depois, quando ela crescer, vou poder ameaçar
tudo que é moleque que chegar perto dela... Hum... acho que eu prefiro que seja
menina.
Respirei fundo.
- Não estou grávida.
Ninguém me deu ouvidos.
- Você se aproveitou de uma
menina desamparada, Joseph Jonas? – esbravejou Paul. – Que tipo de homem você
se tornou?
- Não estou grávida! – eu
disse mais alto.
- Seu pai tem razão, Joe.
Você não devia ter feito isso. A Demetria é uma moça adorável. Ela não merecia
ser tratada assim.
- EU NÃO ESTOU GRAVIDA! -
gritei.
Um silêncio fúnebre se
instalou na sala. Todas as cabeças se voltaram em minha direção. Justin me
olhava duvidoso, Paul não parecia acreditar, Joe estava aliviado por finalmente
terem me ouvido, e Denise...
Denise estava à beira das
lágrimas.
- Você não está grávida? –
sussurrou ela.
- Não.
- E por que vocês fizeram a
gente acreditar que estava? – Quis saber Justin irritado.
Joe se colocou ao meu lado,
me abraçando pela cintura.
- Nunca dissemos que a
Demetria estava grávida. Vocês é que deduziram isso. Erroneamente – ele frisou.
- Mas... vocês não vão ter
um bebê? – insistiu a mãe.
- Não, mãe. Não vamos.
- Mas... Mas... – ela
piscou algumas vezes, atônita. Senti uma fisgada no coração por desapontá-la,
ainda que um bebê estivesse longe de minha lista de desejos. Na verdade, nem
estava na lista.
- Então o que você queria
nos dizer, filho? Quis saber Paul, com a testa franzida.
Joe inspirou profundamente
antes de soltar:
- A Demetria e eu nos
casamos.
Paul prendeu a respiração.
- Vocês vão se casar?
- Não, pai – disse Joe,
lentamente. Ergueu a mão esquerda e exibiu a larga aliança. – Nós já nos
casamos. Foi cerca de um mês atrás.
E, se eu achei que nada
poderia ser pior que a confusão de poucos minutos antes, quando eles pensavam
que eu estava grávida e Joe era um irresponsável, era porque não conhecia muito
bem aquela família.
O rosto de Paul se tornou
duro como o de um cadáver. Denise soltou um horrorizado “Oh!”, e Justin... era
Justin.
- Vocês já O QUÊ?! – gritou
o garoto.
- Já nos casamos – confirmou
Joe.
Denise, atordoada, precisou
da ajuda de Paul para se sentar. Justin proferia uma infinidade de palavrões,
todos eles direcionados a Joe.
- Eu não acredito nisso! –
ele resmungava. – Por que vocês não contaram pra gente? Por que a gente não foi
convidado? Você tem vergonha da sua família, Joe é isso?
- Não
– Joe respondeu, um tanto sem jeito. – É que... O que aconteceu... Na verdade
nós...
Era difícil vê-lo lutando
para encontrar as palavras certas, para não magoar ainda mais sua família,
pessoas boas que haviam me acolhido em sua casa, em sua vida.
E que mereciam saber toda a
verdade.
- Justin, a culpa é toda
minha – comecei, retorcendo os dedos nervosamente. – eu coloquei um anúncio no
jornal procurando um marido, oferecendo recompensa, porque o meu avô tinha
morrido e minha herança ficou vinculada à existência de um cônjuge. Então,
quando Joe me procurou e fechamos nosso acordo de casamento, não tinha nada de
romântico envolvido. Por isso vocês não foram informados. Fizemos tudo para que
parecesse verdadeiro, para que o cuidador da minha herança acreditasse. Mas foi
só isso. Uma cerimônia simples no cartório. A gente nem se suportava na época.
Tudo não passou de um acordo comercial para que eu pudesse retomar a minha...
- Espera um instante,
mocinha! Você está dizendo que comprou os serviços do meu filho como amante? –
Interrompeu Paul, o rosto assumindo um tom arroxeado. O fato de eu não ser sua
filha não o impediu de me lançar um olhar tão reprovador que me fez encolher e
me esconder parcialmente atrás do ombro de Joe. Paul me lembrava muito vô
Marcus quando estava furioso.
- Pai, por favor – grunhiu
Joe. – Não é nada disso. Vamos sentar e explicou tudo com calma.
A quietude que invadiu a
sala, exceto pela voz contida – porém um pouco ansiosa – de Joe, era
assustadora. Eu me peguei olhando para o chão diversas vezes, envergonhada
enquanto ouvia tudo: o anúncio, o casamento de fachada, a herança, mentiras e
mais mentiras. Vez ou outra Joe acariciava meu braço, meu ombro, meu joelho,
depois que me sentei ao seu lado. A família Jonas ouvia tudo num silencio de
morte, nem uma única pergunta foi feita ate que Joe terminasse seu relato.
- Por isso que eu não
contei pra vocês sobre o nosso casamento – ele resmungou, olhando fixo para as
próprias mãos. – Eu conheço vocês e sabia que iam se apaixonar pela Demetria
assim que botassem os olhos nela, como de fato aconteceu. Não queria que
sofressem quando nosso acordo terminasse e ela saísse da nossa vida. Mas as
coisas saíram de controle e... Ainda não consigo acreditar na sorte que eu tive
– ele sacudiu a cabeça, sorrindo um pouco. – Descobri que ela correspondia aos
meus sentimentos, por isso decidimos contar tudo pra vocês. Nosso casamento
ficou de um jeito diferente, admito, mas posso garantir que hoje é um casamento
de verdade. Em... Todos os aspectos.
Ele parou de falar e
entrelaçou os dedos aos meus, apertando-os. Nós nos encaramos por um momento e
esperamos pela reação da família de Joe. E esperamos. E... Esperamos. Os Jonas
se entreolhavam
como
se fizessem algum tipo de comunicação silenciosa. Como um júri decidindo se
mandava ou não o acusado para a cadeira elétrica. Ou acusados, como era o caso.
Por fim, Denise e Paul se
colocaram de pé. Joe e eu também ainda que um pouco inseguros. Justin se
aproximou.
E a reação deles mais uma
vez me surpreendeu.
- Ah, pobre menina! –
Denise exclamou, me abraçou ternamente. – Imagino como estava sofrendo, como
estava desesperada para tomar uma atitude dessas.
- E ser obrigada a casar
com o Joe. Com o Joe! – resmungou Justin. – Ela devia mesmo estar desesperada.
- Tão jovem e completamente
sozinha... – Paul acariciou meus cabelos. – Sinto muito pela sua perda.
- Mas você não está mais
sozinha – Denise me soltou e olhou dentro dos meus olhos, com tanta intensidade
que quase me fez chorar. – Você tem o Joe e a todos nós. Somos sua família
agora.
- O-obrigada, dona Denise –
consegui dizer com a voz embargada.
Ela sorriu, depois se
recompôs, alisando o avental.
- Bom, o que estamos esperando?
Vamos comer antes que o jantar esfrie.
O falatório simultâneo
recomeçou. O jantar prosseguiu como se nada tivesse acontecido, com exceção de
Justin, que permaneceu o tempo todo carrancudo e não falou com Joe. Eu me senti
como se realmente fizesse parte daquilo tudo. Gostava do barulho, das risadas,
das brincadeiras à mesa. Era como se eu me encaixasse ali também.
Já era tarde quando pegamos
a estrada. Eu estava cansada, mas extremamente feliz.
- Acho que foi tudo bem...
– comentei, encostando a cabeça no banco do carro.
- Humm... Fácil pra você
falar – zombou Joe. – Você acaba de ganhar um pai, uma mãe e um irmão caçula
ciumento. Eu ainda estou sob julgamento. – Ele soltou uma das mãos do volante e
alcançou a minha, plantando um beijo demorado em minha palma. – Mas estou
aliviado. Pelo menos as mentiras acabaram. Finalmente vamos ter um pouco de
paz.
Só que Joe estava errado.
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Não sei vocês mais acho esse um dos capítulos mais engraçados, essa família é super legal. Vamos comentar pra mais um?
aaaaa pooosta maais capitulos, pleeease, xo
ResponderExcluirMuito engraçado e perfeito *--*
ResponderExcluirPostaaaa!!!!
Awn't sabia que não ia nos deixar na mão!! Posta amore!!!
ResponderExcluirPosta logoooo!
ResponderExcluirMais 2 por favor???
ResponderExcluirPosta!!!
Postaaaaaa!!!!!!!
ResponderExcluirLindo de mais!!!
ResponderExcluirPosta mais alguns??
Bjos
By:Mary Pires