terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 46 MARATONA E DIVULGAÇÃO


Nossa, faz mesmo muito tempo que eu não recebo uma mensagem dessas.

Isso é meio que um código nosso, ou era. Harry é um cara sempre muito confiante em si e nas suas habilidades, mas às vezes ele tem problemas e incertezas como qualquer um, e normalmente o lugar que ele vai para tentar clarear a cabeça e resolver esses problemas, é o campo de futebol da faculdade.

Quando namorávamos, e antes disso também, quando ele realmente estava confuso ou com algum problema que o estava incomodando muito, ele me mandava uma mensagem parecida com essa. Quando eu a recebia sabia que era coisa séria, porque Harry não é o tipo de cara que normalmente expõe suas fraquezas, então eu sempre ia correndo até ele.

Mas agora a questão é; Devo ir atrás dele? Quer dizer, se ele me enviou essa mensagem a essa hora, algo deve estar mesmo o incomodando, e se eu realmente estou voltando a ser sua amiga, eu deveria ir, não é mesmo? Afinal, é para isso que os amigos servem, ajudar uns aos outros.

Decido ir, talvez ele esteja mesmo precisando de alguém para conversar.

Quando chego à porta tenho a visão desagradável de Camila, vestindo apenas um robe transparente, parada em nossa pequena sala de TV.

— Nossa, já vai sair de novo? — Ela pergunta com aquela voz debochada dela.

— Não vejo como isso possa ser da sua conta.

— Você nunca recolhe as suas garras, não é mesmo?

— Com você por perto, não mesmo. Nunca se sabe quando vai dar o bote. — Digo e abro a porta, quando ela entende o que eu quis dizer - que eu a chamei de cobra - começa a me dizer algo, mas eu bato a porta e não a escuto.

“Deus do céu, como foi que ela e eu fomos amigas por dois anos antes disso?”

Quando estou na metade do caminho, e estremeço por causa de uma brisa gelada, percebo que eu não troquei de rouba. Estou vestida com a rouba com a qual fui jantar com Joseph. Calça jeans skinning preta, uma blusa de seda fina e ankle boots preta.

Quando chego ao campo, logo localizo Harry, além de ser porque não há mais ninguém aqui, ele sempre se senta no mesmo lugar. Na parte de cima da arquibancada, bem no meio do campo.

Aproximo-me dele, está com os braços apoiados no joelho e o queixo apoiado nas mãos, sua expressão é pensativa, concentrada, como se ele estivesse assistindo a um jogo que só ele vê.

— Oi. — Digo me sentando ao seu lado. Ele me olha e parece um pouco surpreso, mas um sorriso contido surge em seus lábios.

— Oi. Obrigado por vir, não tinha certeza.

— É isso que amigos fazem, não é? — Pergunto e aperto seu ombro.

— É. É sim. — Ele responde de uma forma triste, voltando seu olhar para o campo iluminado pelos fortes holofotes.

— Então, o que é que está te incomodando?

— Sabe o próximo jogo, de sexta? — Ele pergunta ainda encarando o campo.

— Sei sim.

— Então, Steve Tischy vai estar aqui. Você acredita que ele vai assistir o jogo? — Ele pergunta se virando para mim, eu o olho com confusão.

— Você sabe quem ele é, certo? — Sorrio timidamente e balanço a cabeça.

— Meu Deus, garota. — Ele diz fingindo estar exasperado e eu rio.

— Hey, não sou eu a viciada em futebol aqui. — Defendo-me.

— Ele é o presidente do New York Giants.

— Ah meu Deus, Harry, ele está vindo para dar uma de olheiro? — Pergunto empolgada.

— Não, não na verdade. Mas ele vai assistir o jogo, e quem sabe se alguém jogasse bem o suficiente para chamar a atenção...

— Você é o capitão do time, ele vai acabar notando você.

— Eu sei.

— Imagina se ele se interessasse por você, muitos jogadores famosos foram descobertos assim, não é? Em jogos de colégio e faculdade.

— Sim. — Ele diz apenas.

— Você está nervoso, é isso? — Pergunto e ele balança a cabeça.

— É isso mesmo o que você quer, jogar futebol profissionalmente?

— É o que eu mais quero. — Ele responde me encarando seriamente.

— Então arrase no jogo de sexta.

Ele ri parecendo desanimado.

— Não é tão fácil assim, Demi.

— Claro que é. É só você jogar como sempre, você é muito bom Harry. — Chego mais perto dele, nossas coxas se encostam, coloco minha mão em sua perna e lhe dou um apertão. — Eu confio em você, na sua habilidade, na sua capacidade. Você não é o capitão à toa, você é o jogador que mais faz gols nesse time.

— É touchdown, linda. — Ele diz com um sorriso divertido no rosto.

— Tanto faz. Gols ou touchdowns, não importa, você faz muito deles e é isso que esses caras querem, não é?. — Ele ri e segura minha mão que está em sua perna.

— Estou com medo. Não é que eu ache que eu não jogo bem, mas tenho medo de não jogar bem o suficiente para me tornar profissional.

— Você joga, Harry. Aliás, eu não sei como você não foi contratado ainda. Esse idiotas não sabem o bom jogador que estão perdendo.

Ele me olha com as expressões parecendo mais tranquilas, acho que falar sobre isso o ajudou. Seus olhos viajam pelo meu corpo e brilham com admiração.

— Você está muito linda. Alguma ocasião especial? — Ele quer saber.

— Não, nada demais, só sai para jantar. — Tento parecer casual para que ele não pergunte mais nada sobre o assunto. Ele balança a cabeça levemente e parece querer dizer algo, mas permanece em silêncio um momento.

— Desculpe se eu atrapalhei alguma coisa. — Ele diz por fim.

— Eu tinha acabado de chegar quando você enviou a mensagem, está tudo bem.

— Obrigado por vir até aqui e ficar escutando minhas besteiras. — Ele aperta minha mão levemente.

— Não é nenhuma besteira. E não se preocupe, é normal ficar nervoso.

— Os Giants sempre foram meu sonho.

— É mesmo? — Ele balança a cabeça como resposta.

— Eu sei que você vai conseguir, mas se por um acaso não for dessa vez, não desanime. Essa é a primeira oportunidade de várias que você terá para mostrar seu talento, tenho certeza.

— Você acha mesmo?

— Acho.

— Você vai assistir ao jogo sexta? Por favor, você sabe que a sua presença me dá sorte.

— Tudo bem, eu estarei aqui sexta, torcendo por você. — Digo com um sorriso amigo.

— Obrigado, isso é importante para mim.

— Não há de quê.

— Sei que eu não mereço sua amizade e seu apoio, não depois do que eu fiz com você. — Ele diz abaixando a cabeça envergonhado.

Quando ele a levanta novamente e me encara, seus olhos brilham cheios de lágrimas não derramadas.

— Eu sinto...Tanto. — Sua voz falha e uma lágrima rebelde escapa e escorre por sua bochecha. Sinto meu coração se apertando. Ele entrelaça os dedos da nossa mão que ainda está junta repousada em sua perna.

— Ter perdido você será o grande arrependimento da minha vida. — Ele diz, agora mais lágrimas caindo de seus olhos.

Harry... — Minha voz sai fraca, quase um sussurro. Sinto um desconforto enorme do estômago e um aperto na garganta. — Eu já te perdoei, estamos voltando a ser amigos, vamos simplesmente tentar esquecer isso, ok?

— Não dá. Como esquecer toda a dor que eu te causei? Como esquecer que eu te perdi? Eu ainda te amo, Demetria, e é muito doloroso. — Sua voz falha de novo, e mais lágrimas são derramadas, sinto meus olhos ficarem marejados.

— E sabe o que é o pior? A culpa é toda minha. Não tem ninguém a quem culpar, a não ser eu mesmo. Eu não sei por que eu fiz aquilo, eu nem a desejava...

Harry, por favor, não. — Peço, sinto uma lágrima escorrendo por meu rosto e rapidamente a limpo. Eu não o amo mais, mas as feridas ainda não estão cicatrizadas completamente, e elas ainda podem doer. Doer não por mim, mas pela Demetria que já foi muito apaixonada por ele.

— Por favor, eu preciso falar...Eu não a desejava, Demi, eu juro.

— Então, por quê? — Sinto mais uma lágrima escapando.

Ele me olha, o verde dos seus olhos mais claros por causa das lágrimas.

— Eu não sei. Talvez porque eu seja o cara mais idiota do mundo? Eu estava com a garota mais especial que eu conheço e a magoei sem nem ao menos saber o porquê eu fiz isso.

Harry, você já tinha... — Paro e respiro fundo, essa dúvida me atormenta desde o primeiro momento. — Você já tinha me traído antes disso? — Consigo ouvir o medo em minha própria voz.

A princípio ele não me responde e nem olha em meus olhos, quando ele vira o rosto e nossos olhos se encontram ele começa a chorar.

— Sinto muito, eu realmente sinto.

Sinto uma dor horrível, como se além dele fazer novas feridas em meu coração, ele tivesse acabado de reabrir aquelas que estavam cicatrizando.

Escuto um gemido e percebo que saiu da minha garganta. Harry chora mais ainda.

— Quantas vezes? — Pergunto num sussurro.

— Duas. Com Camila e a outra, com uma garota numa festa de comemoração depois do jogo.

— Mas eu fui com você em todas as festas. — Digo horrorizada me afastando dele.

— Eu sei. — Ele me encara visivelmente com dor no olhar.

— Ah meu Deus. — Digo me levantando e colocando uma mão no peito. Acho que não consigo mais respirar.

— Meu Deus, você fodeu uma garota qualquer enquanto a sua namorada estava a poucos metros de você? Qual é o seu problema? — Pergunto gritando, minha visão nublada pelas incessantes lágrimas que escorrem por meu rosto.

— Perdão, por favor, me perdoa. — Ele diz, seu corpo chacoalhando com o choro forte.

Não consigo acreditar nisso, sinto que vou vomitar a qualquer segundo. Sinto tanto nojo, tanta raiva, tanta magoa que chega a me deixar desnorteada, dou alguns passos cambaleando para trás.

Sinto uma dor tão excruciante que apenas respirar é difícil, parece que o ar se recusa a entrar em meus pulmões.

— Me perdoa, mas eu precisava te contar tudo, se nós vamos ser amigos eu tinha que...

— Nós não vamos ser amigos, não depois disso! — Grito para ele com raiva e vejo-o se encolhendo.

— Não, por favor. Eu sei que eu não mereço, mas não consigo viver sem ter você por perto.

— Então você vai ter que aprender. — Digo e me viro, e saio correndo.

— Não, Demetria, por favor espere. — Ele corre atrás de mim e me alcança, sua mão se fecha em meu braço e ele me puxa, me virando para si. Suas mãos seguram firmemente meus braços e não consigo me soltar.

— Me solta, eu não quero... — Minha frase é interrompida por seus lábios. Ele aperta meu corpo contra o seu e sua língua consegue invadir minha boca. Seu beijo é desesperado, ansioso, rude.

Com algum esforço consigo empurra-lo, dou um passo para trás e estico o braço, impedindo que se aproxime novamente.

— Não. — É tudo o que digo, e então me viro e corro para longe dali.

Entro no apartamento correndo e me tranco em meu quarto. Jogo-me na cama e trago meus joelhos até meu peito, abraçando minhas pernas, querendo me encolher o máximo possível.

E fico assim até os soluços e os tremores cessarem.


voltei!!!
Não vai ter maratona pois já estamos na metade e estou extremamente ocupada desde que voltei do carnaval então vou tentar postar diariamente se vocês comentarem bastante.


DIVULGANDO:
Por trás da cena

Jemi - Beatiful Bastard

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 45 MARATONA


Demetria

Tenho que subir as escadas até meu apartamento me apoiando nas paredes.

O que foi aquilo que acabou de acontecer? Aquele beijo...

Por um momento parecia que, bem, parecia que ele estava querendo me dizer alguma coisa, parecia que havia sentimento ali. Foi tão intenso e cheio de paixão que eu ainda sinto minhas pernas fracas.

Quase parecia que ele gostava de mim, depois daquele beijo eu até poderia acreditar nisso, se não fosse pelo fato que é do Joseph Jonas que estamos falando. Ele simplesmente não é assim, como Sunny fez muita questão de ressaltar. Falando nela, Sunny vai me matar quando descobrir que eu e Joseph voltamos com o nosso...Lance.

Abro a porta e entro no apartamento escuro, encosto-me à porta fechada e traço com os dedos o sorriso bobo que se forma em meus lábios.

Pode até ter sido coisa da minha cabeça, mas o beijo foi bom de qualquer forma. Acho que eu seria a mulher mais feliz do mundo se o Joseph realmente tivesse me beijado com algo a mais, se ele estivesse começando a desenvolver sentimentos por mim.

Mas que porcaria, porque ele tem que ser tão viciante? Eu sei que para evitar me machucar em um futuro muito próximo, quando ele me der um pé na bunda, eu mesma tinha que parar com isso agora, mas eu não consigo. Sei que pode parecer degradante, mas eu preciso

aproveitar o que ele me dá e pelo tempo que ele quiser, não consigo simplesmente me afastar agora só porque é o certo a se fazer.

Se eu soubesse que ia acabar me apaixonante justo por ele, não teria aceitado a proposta que ele me fez alguns meses atrás. Mas agora é tarde demais, eu estou tão apaixonado por Joseph como eu nunca estive antes. Nem mesmo com Harry, que eu tenho certeza ter sido o cara pelo qual eu mais me apaixonei antes de Joseph. Mas agora, o que eu sentia por Harry parece brincadeira de criança, se comparado com o que estou sentindo por Joseph.

Vou até meu quarto e tranco a porta, vou até a mesa de madeira e ligo meu computador. Respondo alguns e-mails e dou uma olhada em algumas promoções que eu recebi. Nada que me interesse, a não ser por um e-mail especifico de uma loja de noivas.

Eu sou uma das damas de honra de Selena, juntamente com Sunny, Miley – a melhor amiga da minha prima – e Taylor, outra amiga de Selena. E como é o nosso dever ajudar em tudo que tem relação a esse casamento e garantir que tudo seja perfeito, desde que ela me fez o convite para ser sua madrinha eu estou de olho em tudo que envolve casamentos; Buffets, floriculturas, spas, lojas de noiva, loja de tecidos, decoradores, ofertas de passagem aérea para a lua de mel, etc.

Cadastrei meu e-mail em pelo menos trinta e dois sites diferentes para receber ofertas e novidades.

E esse e-mail que eu recebi de uma loja de Austin especializada em vestidos de noiva me deixou bem empolgada, eles receberam alguns modelos novos e eu tenho certeza que isso vai animar Selena.

O casamento é em mais ou menos um mês, e tudo já está pronto ou quase pronto. Como Nick estava desesperado para se casar logo, o gênio marcou a data para apenas dois meses depois da formatura de Selena, é claro que como não é ele quem está tendo de organizar tudo, para ele apenas dois meses soou um tempo muito razoável.

Eu, Sunny, mamãe, Denise, Taylor, Mandy e Selena temos feito o que podemos para organizar esse casamento a tempo, até Miley e Mandy, que moram em outro estado tem ajudado como podem, fazendo telefonemas e mandando os convites eletrônicos por e-mail. O fato de tanto o noivo como a noiva quererem algo simples, também é de grande ajuda.

Conseguimos organizar um casamento lindo e do jeito que Selena queria em muito pouco tempo, agora só falta alguns pequenos ajustes, mas o essencial já está pronto. Quer dizer, menos uma coisa, e justamente uma das mais importantes.

O vestido de noiva da Selena.

A coitadinha está quase arrancando os cabelos por ainda não ter achado o vestido perfeito. Ela ficou louca porque alguém tinha dito para ela que todo o casamento gira em torno do vestido de noiva, e como ela não achou o dela ainda...Bem, tivemos que mudar um pouquinho as coisas, pois se esperássemos achar o vestido perfeito para depois encomendar as flores e a decoração para ficarem em harmonia com o vestido, Selena se casaria daqui há seis meses, não um.

Todas as madrinhas estão empenhadíssimas em ajuda-la a encontrar “o vestido”, aquele que no momento em que ela se olhar no espelho vestida com, lágrimas de genuína felicidade transbordarão de seus olhos e sinos começarão a tocar. Ou é pelo menos isso que esperamos.

Não adianta encaminhar o e-mail para Selena, em Wills Point dificilmente as pessoas lidam com computadores, tablets ou qualquer coisa mais tecnológica do que um celular e uma TV.

Então anoto o endereço da loja e o telefone, amanhã mesmo irei falar com Selena sobre isso.

Escuto o familiar barulho que meu celular faz quando recebo uma mensagem e vou checar para ver quem pode ser à uma hora dessas.

Olho a tela e vejo que é uma mensagem de Harry. Quando abro-a, leio:

Harry: Campo de futebol. Preciso de você, por favor.

CAPÍTULO 44 MARATONA


Joseph
— Esse lugar é muito chique. — Demetria comenta observando o ambiente.
— Você merece. — Digo dando-lhe um sorriso nervoso. “Isso e o que mais você quiser”.
— Se eu soubesse que veríamos a um lugar como esse, teria me vestido melhor. — Ela diz com um sorriso tímido.
— Não sei do que você está falando. Você está linda, como sempre. — Digo e vejo suas bochechas corarem um pouco. Depois de tudo que já fizemos juntos, era de se esperar que ela não sentisse mais vergonha, e o fato de ela ainda corar quando eu a elogio me fascina.
Estou tão nervoso, sinto praticamente todas as partes do meu corpo suando. Demetria e eu estamos em um encontro - mas ela não sabe disso - e eu nunca estive em um antes, ela acha que foi só um convite para jantar, mas para mim é a chance de mostrar como eu me sinto através das minhas atitudes. Eu não faço a mínima ideia de como contar para ela como eu me sinto, então resolvi tentar mostrar. Acho que ela já deve ter percebido que dos últimos dias para cá, eu venho a tratando diferente. Eu realmente espero que ela tenha notado a diferença.
Se ela percebesse o que eu sinto sem tem que me fazer falar seria uma maravilha, porque só de pensar em me declarar para ela, sinto uma dor no estômago e minha garganta se fechando.
Quando levanto a mão para pegar a taça de vinho, percebo vergonhosamente que ela está tremendo um pouco, pego a taça rapidamente para que ela não veja o tremor e na minha pressa, ao trazer a taça em direção à boca, eu a bato no meu prato, provocando um alto barulho agudo e fazendo com que alguns casais nas mesas mais próximas virem o pescoço para me encarar.
Joseph, está tudo bem com você? — Ela pergunta me olhando analisadoramente.
— Sim, sim está tudo ótimo. Porque a pergunta?
— Sei lá, você parece um pouco...Nervoso. Está tudo bem mesmo?
— Não, bobagem, porque eu estaria nervoso? — Faço uma pergunta retórica e sorrio nervosamente. — Garçom. — Chamo-o ansioso para mudar de assunto.
“Merda! Se controle, Joseph.”
 
— Estamos prontos para fazer o pedido.
— Sim, senhor.
Fazemos nossos pedidos. Eu escolho a plancha de grelhados do mar com aspargos frescos, cogumelos e batatinhas na manteiga de limão com alho crocante, e uma salada caprese. Demetria pede ravióli de queijo gruyére com picadinho de mignon e cogumelos paris, e uma salada pomodori. Para sobremesa pedimos uma Tarte Tartin caramelizada de maçã com sorvete de baunilha para dois.
— Então, como está o trabalho? — Demetria pergunta depois que o garçom se afasta da nossa mesa.
— Está indo muito bem. — “Tirando o fato de eu ter cometido erros horrendos porque não parava de pensar em você”.
— E aquela proposta da qual você havia me falado, ocorreu tudo bem? — Ela pergunta parecendo genuinamente interessada e eu me surpreendo dela ainda se lembrar sobre isso.
— Ah sim, a proposta da Thompson Reuters. Foi melhor do que eu esperava.
— Sabia que você ia conseguir. — Ela me diz dando um sorriso orgulhoso. — Você assinou o contrato, então?
— Ainda não. Carlson Thompson, o dono da Thompson Reuters, é quem tem que assinar o contrato. Ele me pediu para adiar o fechamento da nossa parceria até que ele voltasse da Bélgica. Vou me encontrar com ele essa semana.
— Isso é ótimo, Joseph. Deve ser maravilhoso conseguir ser bem sucedido fazendo aquilo que se gosta.
— De fato, é sim. Tenho certeza que você será a melhor aluna graduada em História da Arte que a UTD jamais viu, então você vai ver por si mesma o quão gratificante é. Aposto que você vai trabalhar em vários museus ao redor do mundo e vai ser a profissional mais solicitada. — Ela começa a rir antes mesmo de eu terminar de falar.
— Está bem... — Ela diz revirando os olhos.
— Não, é verdade. Você sempre se dedica com afinco a tudo o que faz, além do mais, pela quantidade de noites que você me trocou pelos livros, é melhor que você seja boa mesmo. — Digo dando-lhe um sorriso malicioso e me sentindo relaxado pela primeira vez na noite.
— Ah é, se não você vai fazer o que? — Ela pergunta rindo.
— Se não vou ter que te castigar. Quem sabe, talvez amarra-la na cama e lhe dar alguns tapas. — Digo mudando o tom de voz, dizendo as palavras provocantes em um tom mais baixo e grave, de um modo sensual, e olhando-a maliciosamente.
Seus olhos adquirem um brilho faminto, seus lábios se separam e sua respiração fica difícil, como se o ar de repente tivesse se tornado mais denso.
Olhamos um nos olhos do outro, e nesse momento sinto que nos conectamos de alguma forma, fico em transe, hipnotizado por suas duas belas esmeraldas. Sinto meu desejo por ela aumentando, me deixando com um calor infernal e uma vontade enlouquecedora de lhe arrancar a roupa.
— Aqui está, senhor...Senhora. — A mágica do momento é quebrada quando o garçom traz nossos pratos, ele reabastece nossos copos com vinho e nos deixa a sós.
— Bom apetite.
— Obrigado. — Demetria e eu dizemos ao mesmo tempo.
Durante o jantar, eu fui me permitindo me sentir mais a vontade, mas a chama inicial do nervosismo ainda estava presente. É como se depois do que eu descobri, eu tivesse perdido completamente a capacidade de simplesmente ficar perto de Demetria, agora que eu sei que eu gosto dela, me sinto nervoso e desesperado para provar algo, eu só não sei o que exatamente.
Quando estamos comendo a sobremesa Demetria tenta disfarçar um bocejo, mas percebo pelos seus olhos cansados que está na hora de ir.
Pago a conta e seguimos lado a lado e em silêncio para o estacionamento.
Ela caminha tão perto de mim, seu corpo quase se encostando ao meu. Meu olhar se concentra na sua mão pendendo livremente ao lado do corpo, e então sutilmente eu entrelaço nossos dedos. Minha atitude inocente parece assusta-la, ela afasta a mão e me olha com um olhar indecifrável.
— O que você está fazendo?
— Nada. — Respondo constrangido com a rejeição.
Eu sou bom o suficiente para dar-lhe orgasmos, mas aparentemente não para segurar sua mão em público, percebo com tristeza.
Só queria toca-la. Toca-la sem que isso necessariamente leve-nos a fazer sexo, queria apenas poder sentir seu calor, beija-la na frente de todos e dizer a todos que estamos juntos.
Mas não estamos. Não do jeito que eu gostaria.
Ótimo, a parte do sofrimento de se estar apaixonado já começou, quando a parte boa vai vir? Será que eu finalmente comecei a sentir algo por alguém, apenas para não ser correspondido?
Isso seria uma bela de uma sacanagem do universo.
Quando estaciono em frente ao dormitório de Demetria, um desânimo enorme se infiltra em mim.
— Não tem mesmo como você passar a noite comigo hoje? — Pergunto numa última tentativa patética de salvar minha noite.
— Sinto muito.
— Tudo bem. — Não está tudo bem, não. — A gente se vê amanhã, então.
— Certo, até amanhã. — Ela abre a porta e faz menção de sair, mas para quando sente minha mão em seu ombro.
Deslizo minha mão para seu pescoço e a puxo para um beijo. Tento transmitir todos os meus sentimentos por ela nesse beijo; Paixão, carinho, necessidade...Espero que ela sinta.
— Boa noite, Little Nips. — Sussurro, nossos lábios ainda se encostando.
— Boa noite, Joseph. — Ela diz com a voz rouca. Percebo com felicidade que ela parece sim, afetada pelo nosso beijo.
Observo ela sair do carro e subir os degraus de pedra do prédio. Antes de passar pela porta se vira e me olha por um segundo. Não sorri ou acena, apenas me olha com uma tristeza que me pega desprevenido e me angustia.
Mas então ela entra no prédio e me deixa encarando a porta com a testa franzida.
“O que será que a está incomodando?”

CAPÍTULO 43 HOT BAUNILHA


Joseph

Alguns dias depois...

Joseph, o que está errado com você, cara? — Will diz entrando em minha sala sem nem ao menos bater. Levanto o olhar dos papeis que estava lendo e vejo ele se aproximando com uma carraca na cara e uma pasta na mão.

— O que você quer, Will? Estou trabalhando.

— Que bom que você está fazendo isso agora, porque quando você estava revisando isso aqui... — Ele diz jogando a pasta que segurava em cima da minha mesa. — Você podia estar fazendo muitas coisas, menos trabalhando.

— Do que você está falando?

— Estou falando dos números da Global Networks. — Abro a pasta e me deparo com os papeis que eu revisei ontem.

— Eu dei uma olhada nisso ontem, o que tem de errado?

— Ah não é nada demais, só praticamente toda a tabela da página 23.

— Isso é impossível, aquela estagiária montou a tabela e eu conferi, estava tudo certo.

— Não, Joseph, não está tudo certo. Tem alguns números errados e os que estão certos foram colocados nas sessões erradas. Você deveria ter percebido o erro quando você supostamente “conferiu” os papeis.

— Ei, calma, ok. Não estou gostando nada do seu tom de voz. Foi um erro, acontece.

— Me desculpe se eu estou nervoso, mas erros como esse não podem acontecer, Joseph. Você liberou os papeis para serem enviados para o vice-presidente da Global Networks e eles estavam piores do que se uma criança de 8 anos os tivesse feito. Você já imaginou se eu não tivesse decidido dar uma última olhada rápida? Eles teriam papeis assinados por você e com os dados completamente errados. Acabei de salvar a sua bunda, de nada.

Encaro a tabela da página 23 e não acredito. O cretino do Will está certo, os erros são absurdos.

— Esse é o mesmo documento que eu examinei ontem? — Pergunto cético, sem acreditar que eu deixei passar tantos erros.

— É sim, veja ali embaixo, é a sua assinatura.

— Não acredito, isso está horrível. Ainda bem que você percebeu esses erros antes de enviar os papeis.

— Pois é, já imaginou o problema que isso geraria? Agora o que me preocupa muito mais que esses papeis, são os que você me entregou da Asian Systems.

— O que tem eles?

— O gráfico que foi anexado estava desatualizado.

— Não é possível, eu conferi aqueles papeis duas vezes na segunda.

— Pois eu estou te falando, o gráfico estava errado.

— Mas que merda. — Me xingo mentalmente por ter sido tão estupido e ter cometido erros tão primários. Eu não cheguei até aqui à toa, eu sempre fui muito bom no que eu faço e levo meu trabalho muito a sério.

— Agora eu te pergunto, como isso foi acontecer? Dois erros monumentais na mesma semana. — Ele me questiona com as mãos na cintura.

— Eu não sei, eu...Achei que tinha feito tudo certo. Que droga. — Fecho os olhos e apoio as mãos no rosto, como se estivesse rezando. E talvez eu devesse mesmo, talvez eu devesse pedir a minha concentração e a minha sanidade de volta, porque nos últimos dias sinto que estou perdendo ambos.

— Talvez se você esteja com algum problema, seja melhor pedir uma licença ou algo do tipo. — Will comenta.

— Não, não há necessidade para tanto. É só que estou tendo uma semana um pouco difícil, só isso.

— Tudo bem, eu entendo, todos temos problemas. Mas você não pode deixar isso afetar seu trabalho, principalmente porque você tem muita responsabilidade nessa empresa. Não quero pegar no seu pé, apenas estou te dando um toque como amigo.

— Sim, eu sei, Você tem razão. Isso não vai mais acontecer, eu prometo. — Digo me levantando e colocando meu paletó.

— Vai sair? Onde você vai?

— Vou resolver o problema que tem me distraído. — Respondo passando por ele e saindo do escritório.


 

Determinado a não desistir, volto para o carro para esperar que alguém apareça. Quase derrubei a porta do apartamento de Demetria de tanto esmurra-la, pelo visto nem ela e nem a colega de quarto estão em casa hoje.

A última notícia que eu tive diretamente de Demetria foi a mensagem solitária que ela me enviou dizendo que tinha resolvido o problema com Sunny. Depois disso parece que ela simplesmente sumiu do mapa.

Hoje é quinta- feira da semana seguinte, ou seja, dez dias sem Demetria.

Liguei, enviei inúmeras mensagens, vim procura-la em casa várias vezes em vários horários diferentes e ela nunca estava. É como se ela soubesse que eu tentaria contata-la de qualquer maneira e ela propositalmente estivesse se mantendo o máximo possível fora de casa.

Pelo menos hoje eu não tive o desprazer de encontrar com a sua colega, Camila.

Que mulher mais desagradável.

Mas dessa vez eu vou esperar até que ela volte para casa. Eu vou falar com ela e de hoje não passa.

Não posso mais permitir que essa situação continue, eu estou no limite entre a sanidade e a loucura, e essa merda está afetando meu trabalho. Não posso permitir que erros como aqueles aconteçam novamente, nunca.

Isso tudo é culpa de Demetria, dela e dessa teimosia irritante dela.

Mas hoje ela vai finalmente conseguir o que quer. Vou admitir que eu senti ciúmes dela com aquele babaca do Zac.

Depois de tanto lutar, depois de tanto nadar, vou morrer na praia. Mas se esse é o único jeito de ter aquela teimosa de volta, que assim seja.

Depois de tantos dias sem ela, honestamente, estou disposto a implorar para que ela volte para mim.

Eu cheguei a um certo ponto emocional, que realmente me deixou preocupado. Demetria sumiu, mas as poucas coisas que ela mantem no meu apartamento continuam lá. Algumas poucas peças de roubas, um calçado, alguns produtos de higiene, nada demais. Mas o suficiente para me lembrar constantemente dela, como se eu precisasse disso, como se eu precisasse de algo para me lembrar a falta que ela me faz.

Quatro dias atrás, creio eu, cheguei ao ápice do meu desespero. Fiz algo que eu nunca, mas nunca vou admitir para alguém.

Dormi abraçado com uma blusa de lã usada que ela deixou jogada em cima do sofá.

“Deus do céu, o que está acontecendo comigo?”

Eu ainda não acredito que eu fiz mesmo isso, e para piorar, eu tenho dormido com ela desde então. Não é a mesma coisa que ter a verdadeira Demetria, de carne e osso, comigo, mas ajudou um pouco.

A blusa ainda possuía o seu cheiro, uma mistura perfeita do seu perfume com o seu cheiro natural.

Uma fragrância divina e altamente viciante.

Mas acho que de tanto cheirar a blusa, seu cheiro foi sumindo, o que me fez procurar desesperadamente por outra peça de rouba usada que ela tenha deixado por lá. Mas foi em vão, tudo estava limpo e com cheiro de amaciante.

Todos esses dias torturantes sem sua risada, sem seu sorriso, sem sua voz, sem seus beijos e sem seu calor me fizeram pensar. Pensar muito.

Eu acho que eu, talvez, possa estar...Sentindo algo por ela.

Eu realmente não sei como lidar com isso, com esse bolo de sentimentos que reviram meu estômago e embolam minha garganta.

Eu estou com tanto, mas tanto medo. Eu nunca me apaixonei, como já é de conhecimento de todos há muito tempo, eu não tenho a experiência necessária para detectar em mim mesmo os sintomas de se estar apaixonado. Eu nem achei que isso seria possível de acontecer comigo, não depois de tanto tempo.

Eu não sei se isso que eu estou sentindo é paixão ou algum outro sentimento confuso. E eu estou muito assustado, porque seja o que for, é forte demais e eu não estou conseguindo administra-lo muito bem.

Estou torcendo com todas as minhas forças para que não tenha acontecido, que eu não tenha finalmente me apaixonado. Porque se isso for verdade, eu vou sofrer como nunca antes em toda a minha vida.

Demetria não gosta de mim dessa forma. Eu ainda acho que ela gosta do Harry, na verdade, no fundo eu tenho certeza que ela ainda tem sentimentos por ele.

Ela pode até me enxergar como um homem, pode sentir tesão por mim e gostar do nosso tempo juntos, mas ela nunca vai me ver como eu a vejo. Ela nunca vai sentir a minha falta como eu sinto a dela. Porque ela é capaz de se apaixonar e se desapaixonar, como qualquer outra pessoa normal.

Eu não. Essa é a primeira vez em trinta anos, trinta logos anos, que eu sinto algo assim e eu não tenho certeza se poderia sentir novamente por outra pessoa.

Dormir com ela escondido é uma coisa, agora assumir para todos que eu posso estar sentindo algo a mais por ela é outra totalmente diferente.

A família dela não aprovaria, a minha não aprovaria e Ian me mataria. Sem falar no aspecto merecedor.

O fato é simples e claro como água. Eu não sou merecedor de possuir o coração de alguém como Demetria. Ela é perfeita, inexperiente porém apaixonada, doce e possuidora de uma beleza angelical.

E eu sou sujo, já estive com tantas mulheres e fiz tantas coisas com elas que muitos, se soubessem de tudo, teriam nojo de ficar perto de mim.

Eu não fui forte o suficiente para ficar longe dela, porque se eu tivesse pelo menos um pingo de força, autocontrole e dignidade, não teria nem tocado nela para começo de conversa. Não teria sujado seu corpo deixando que ela se deitasse com alguém tão “usado” como eu, mas a carne é fraca e eu não pude resistir, mas isso ainda tem concerto, é só ela achar um cara digno.

Agora, eu seria capaz de deixar ela me levar para dentro do seu coração e assim se sujar de uma vez por todas com a minha bagagem de vida?

A resposta desanimadora é sim, eu sou covarde e egoísta o suficiente para permitir isso.

Por favor, que Deus queira que eu esteja apenas confuso e não apaixonado, e que Demetria seja esperta e não sinta nada por mim.

As horas passam e eu espero. Eu e meus pensamentos.

Sei que estão me esperando no escritório, mas não posso sair daqui sem uma solução para minha angustia.

Decidi que por hora, vou manter em segredo a minha descoberta, sobre a minha possível paixão por Demetria, e vou apenas lhe dizer sobre meu ciúmes. Afinal, uma confissão é o suficiente por agora.

Perdido em meus pensamentos quase não percebo quando Demetria vai caminhando pacificamente até seu dormitório. Observo-a distraidamente entrar no prédio e sumir de vista.

Meu coração acelera devido a sua breve visão e a ansiedade toma conta de mim.

Saio do carro e caminho até o prédio. A porta tem um sistema de segurança de código, mas é tão fácil entrar que é como se não tivesse.

É só esperar alguém chegar ou sair, nenhum morador se importa de deixar uma pessoa claramente que não tem o código e nem estuda aqui entrar. Dou sorte e no momento que chego à porta, tem duas meninas saindo.

Seguro a porta antes que se feche e entro, subo os degraus enquanto repasso tudo o que quero dizer em minha cabeça. Quando paro em frente a sua porta, sinto um nervoso, e se ela não quiser mais esse lance de amigos com beneficios? O que eu vou fazer, roubar mais roupas usadas?

“Nossa, você é doente, Joseph.”

Bato na porta e espero, desabotoo o paletó, os botões da manga e o colarinho, na tentativa de conseguir respirar mais facilmente e ficar mais confortável. Bato novamente e espero.

Quando escuto o barulho da chave na fechadura, apoio um braço no batente da porta e respiro fundo. A porta se abre e pela primeira vez em dez dias vejo-a novamente.

“Deus, ela ficou mais linda nesses últimos dias! Como isso é possível?”

Demetria me olha assustada e começa a fechar a porta, eu estico a mão e a seguro, impedindo que se feche na minha cara.

— Espere, por favor, apenas me escute.

Ela abre a porta e se apoia nela, me olhando intensamente. Olho no fundo dos seus olhos e deixo as palavras emboladas pela pressa saírem como uma enxurrada de minha boca.

— Você tinha razão. Eu admito, eu estava com ciúmes de você. — Uma tristeza súbita aparece em seus olhos, me deixando confuso. Mas não era isso que ela queria, que eu admitisse que ela estava certa? De qualquer forma, continuo:

— Eu não tive intenção de te insultar sugerindo que você e aquele cara estavam dormindo juntos, eu sei que você não dormiria comigo e também com ele, mas eu estava cego pela raiva. Fiquei com medo porque quando eu vi você com ele, foi como um lembrete. Um lembrete de que a qualquer minuto você pode encontrar alguém e se apaixonar, e então me deixar. Não que estejamos juntos, eu sei, mas é que eu não estou pronto para não ter você na minha cama, para deixar você ir, ainda não. Por favor, me perdoe por ser tão idiota. Eu agi e falei coisas guiado pela raiva, pelo ciúmes e pelo medo. Será que podemos, por favor, voltar a ter o nosso...Lance?

Ela permanece em silêncio, pensando. Mas porque a demora? Será que ela não quer mais saber de mim?

Vejo em seus olhos uma grande indecisão, ela está ponderando, se decidindo, isso quer dizer que ela não tem certeza e que sua resposta pode ser um ‘não’.

“O que eu farei se ela disser não?”

— Tudo bem. — Sua voz sai tão baixa e fraca que penso ter escuta mal. — Podemos voltar para o nosso...Lance.

Um sorriso enorme, maior do que o Texas, surge sem que eu possa impedi-lo, dou um passo para frente quebrando a distância que nos separa e agarro Demetria, envolvendo seu corpo com meu braço e cobrindo sua boca com a minha.

“Deus, como eu senti falta disso”.

Com a outra mão seguro seu pescoço e aprofundo o beijo. Quando ela geme, acho que vou me desfazer ali mesmo. Não vou aguentar muito mais.

Entro no apartamento sem me separar dela e com um chute fecho a porta. Abandono sua boca com relutância e desço até seu pescoço, sinto seu perfume e a aperto mais contra meu corpo.

“Mil vezes melhor do que cheirar a maldita blusa”.

Beijo seu pescoço e deposito leves mordidas por sua pele clara, Demetria geme e suas mãos vão até minhas costas, me aranhando sobre a grossa camada de roupa.

Chupo o lóbulo da sua orelha e volto a atacar sua boca, sua mão viaja até meus cabelos e ela os puxa, me deixando louco.

Em um movimento rápido a levanto e a carrego, ela envolve as pernas na minha cintura e eu sigo em direção ao seu quarto. Chegando lá, a deito na cama e tiro o paletó e a camisa, junto novamente nossos corpos e recomeço o ataque voraz a sua boca. Beijo-a quase com violência, tentando matar a saudades acumulada de dias num único instante.

Pego a barra de sua blusa e a puxo, nossas bocas se separam apenas para eu poder tirar e arremessar aquele pedaço de pano idiota para bem longe.

Preciso dela, preciso agora, mais do que qualquer coisa, preciso senti-la, preciso do seu calor. Levo minha mão até o botão de sua calça e desabotoo-o, tiro a calça e também a jogo para longe.

Começo a acaricia-la por cima do tecido fino da calcinha, me pegando de surpresa e me deixando confuso, ela para meus movimentos colocando sua mão sobre a minha.

— O que foi, algo errado? — Pergunto sem fôlego, preocupado que ela tenha mudado de ideia.

— Quero fazer isso diferente. — Ela diz também com dificuldade para respirar.

— Como?

— Devagar. — Ela sussurra.

— Baby, não acho que eu consiga ir deva... — Num movimento rápido ela sai de baixo de mim, me virando e invertendo a posição. Agora estou deitando de costas e ela está em cima de mim, sua bunda se esfregando na minha ereção.

Demetria. — Suspiro seu nome.

— Shhh apenas aproveite. Quero te mostrar algo, então fique quietinho. — Ela sussurra, seus lábios roçando levemente os meus.

— Tudo bem. — Concordo com o coração quase saltando pela boca. Ela encosta seus lábios nos meus, dando-me um beijo suave.

Sua língua morna acaricia meu lábio inferior, minhas mãos viajam lentamente por suas curvas.

“Isso é o paraíso, definitivamente o paraíso”.

Seus beijos viajam pelo meu maxilar até meu pescoço, sinto que posso explodir a qualquer segundo. Quero dizer para ela ir rápido porque não sei mais quanto tempo vou aguentar, mas ela quer fazer isso devagar, e se é isso que ela quer é isso que ela terá, mesmo me custando muito para não pressiona-la embaixo de mim e me enterrar rápido e forte dentro dela.

Suas delicadas mãos vão até minha calça e roçam minha ereção, sinto meu pau pulsar.

Isso é uma tortura, mas ao mesmo tempo uma delicia.

Ela desabotoa a calça e eu levanto o quadril para ajuda-la, ela puxa a calça com a boxer junto e minha ereção salta livre, dura como uma pedra.

Ela tira meus sapatos, minhas meias e joga minha calça junto com as outras roupas no chão. Ela fica parada em pé ao lado da cama observando meu corpo com um olhar faminto.

Quando ela leva as mãos até as costas tenho a impressão que meu coração para uma batida, quando seu sutiã cai no chão, revelando seus seios perfeitos, sinto meu autocontrole vacilar.

Ela engata os dedos na calcinha e a puxa para baixo, tenho que fechar os olhos por um momento, respirar fundo e tentar me acalmar. Mas é difícil, faz tantos dias.

Abro os olhos novamente quando sinto ela subindo em cima de mim, cada perna em um lado do meu corpo, ela senta no meu colo e se abaixa para me beijar.

— Linda, não aguento mais. — Digo num tom de suplica.

Quanto Demetria toma minha ereção nas mãos, tenho certeza que vou gozar ao menor movimento dos seus dedos.

Ela eleva o corpo e posiciona minha ereção na sua entrada, então lentamente, muito lentamente, vai descendo com o corpo.

Ela solta gemidos baixinhos enquanto a penetro como ela queria, devagar. Sinto suas paredes estreitas, molhadas e quentes me envolvendo e gemo.

Demetria sobe e desce lentamente, me provocando. Ela joga a cabeça para trás e segura os seios.

Joseph. — Suspira meu nome.

Como, como posso me controlar diante dessa visão? Ela parece uma deusa. A deusa da sensualidade, da feminilidade, da luxúria e da paixão.

Ela deita seu corpo sobre o meu, seus seios nus roçando minha pele e me beija intensamente. Acaricio suas costas suavemente enquanto ela me beija e me faz penetra-la.

Quando ela para de se mover assumo o controle. Levanto o quadril e abaixo-o, levanto e abaixo-o. Não consigo manter esse ritmo tão lento, então aumento um pouco a velocidade, mais ainda assim a penetro lentamente, quase dolorosamente.

À medida que nosso orgasmo vai se construindo, nossos gemidos ficam mais alto, nossos beijos mais desesperados e a nossa ligação mais rápida.

Quando sinto Demetria pulsar em volta de mim e seus gemidos se transformarem quase em gritos, seguro-a forte e a beijo. Meu orgasmo chegando enquanto ela ainda se recupera do seu, jorro minha libertação dentro dela enquanto gemo contra sua boca.

Quando nossos tremores cessam, ela repousa a cabeça em meu ombro, escondendo seu rosto na curva do meu pescoço. Escuto ela suspirar e sorrio.

Isso foi tão intenso, tão maravilhoso, tão perfeito. O melhor orgasmo da minha vida.

Enquanto acaricio a pele macia das curvas delicadas do corpo de Demetria, sinto uma paz invadir meu espirito, uma felicidade tranquila invadir meus pensamentos e meu corpo, sinto um sentimento mais forte do que sou capaz de compreender, invadir meu coração.

Sei que o fato de eu nunca ter sentido isso dificulta a identificação e a compreensão de um sentimento tão complexo e poderoso, mas de alguma forma agora eu sei, não me restam mais dúvidas.

Estou apaixonado por Demetria  Lovato. Completamente apaixonado.


Se quiserem ainda tem mais.