A viagem foi curta. Pouco
mais de quarenta minutos e Joe já parava o carro perto da varanda da casa de
seus pais. A casa era adorável, grande, rodeada atrás de arbustos de flores
coloridas que, na escuridão da noite, deixavam o lugar mais acolhedor. Joe
desligou o carro e permaneceu imóvel. Eu também.
- Você
está nervoso – acusei.
- Um pouco. A minha mãe...
Ela pode ficar um pouco chateada, quando souber que nos casamos e não avisamos.
Eu não queria ver ela triste.
- Ainda está em tempo de
desistir – alcancei a minha aliança e comecei a retirá-la.
Joe me impediu.
- Não. Vamos entrar e fazer
o que deve ser feito. Não quero que eles descubram sobre o nosso casamento por
outra pessoa. É uma sorte meus pais não acompanharem a coluna social dos
jornais, ou já teriam descoberto tudo, e da pior maneira possível.
Resignada, saí do carro, me
sentindo um pouco zonza e trêmula. Joe me ofereceu a mão, apertando a minha
fortemente. Ele não esperou alguém atender a porta, simplesmente entrou sem
bater, me arrastando com ele. O aroma de assado impregnava a sala de estar
espaçosa. Um barulho de metralhadora e gritos vinha de algum canto da casa.
Notei que os móveis haviam sido distribuídos de maneira a criar largos
corredores, e não havia tapetes no chão. Para facilitar a locomoção de Justin,
supus.
- Tem alguém em casa? – Joe
gritou.
Denise apareceu, com os
cabelos presos em um rabo de cavalo, um avental na cintura e os olhos
brilhantes ao me ver.
- Demetria! – Ela correu ao
meu encontro e meu deu um daqueles abraços de mãe. – Estou tão feliz que o Joe
finalmente trouxe você pra casa!
- Ah... Eu também. Fico
feliz em te ver novamente.
Paul apareceu em seguida
com uma toalha sobre os ombros, os cabelos molhados ainda pingando, a camisa
aberta até o umbigo pontudo.
- Aí estão vocês! – e
começou a abotoar a camisa. – Justin! Desliga essa porcaria. Seu irmão chegou.
A Demetria está aqui. Como vai, querida? - Ele quis saber, me dando um beijo
desajeitado no rosto.
- Muito bem, sr. Paul.
O barulho de tiros cessou e
pouco depois Justin surgiu, com um sorriso zombeteiro no rosto.
- Até que enfim vocês
chegaram. Pensei que você fosse dar o cano, Joe – ele disse, vindo em direção
ao irmão e dando um soco em sua perna. – E eu só desliguei o videogame por
causa de Demetria.
- Pelo
menos alguém conseguiu te obrigar, uma vez na vida – Joe revirou os olhos.
- Fico muito honrada,
Justin – eu disse rindo.
- Senta, Demetria – Denise
indicou o sofá com a mão. – O jantar está quase pronto.
- Vou pegar uma cervejinha.
Você prefere outra coisa, Demetria? Vinho talvez? – perguntou Paul.
- Cerveja está ótimo,
obrigada.
Sentei-me, um pouco rígida
demais, na ponta do sofá. Joe se colocou ao meu lado. Denise e Justin falavam
ao mesmo tempo, contando sobre os progressos, ainda que mínimos, na
fisioterapia, sobre as galinhas do vizinho, que haviam invadido a chácara e
destruído a horta de Denise, sobre o aumento no imposto da chácara. Paul voltou
com as bebidas, sentou na poltrona na nossa frente e sua mulher se empoleirou
ao seu lado, no braço do estofado. Justin rolou sua cadeira até ficar ao lado
do irmão. Eu não conseguia acompanhar a conversa. Todos falavam ao mesmo tempo
e todos se entendiam, riam e brincavam uns com os outros. Aquele parecia ser o
padrão daquela família. Sorri.
Eu já havia tomado mais de
meia lata da minha cerveja quando Joe aproveitou uma breve pausa na conversa
trivial e começou:
- Mãe, pai, Justin. A
Demetria e eu temos algo importante pra contar pra vocês. Nós... hã...
Prendi a respiração. A
família observou Joe, depois os três pares de olhos se voltaram para mim e de
volta para o filho e irmão mais velho. Engoli em seco e encarei Joe, que
parecia tentar encontrar as palavras certas para contar sobre o nosso casamento
às escondidas.
No entanto, não houve
tempo.
- Ai, minha Nossa Senhora!
Você engravidou a menina! – disse Paul, ficando em pé, o rosto assumindo um tom
avermelhado.
- Ah, Meu Deus! Vou ser avó?
- Por um momento, pensei que o rosto de Denise se partiria em dois, pelo
tamanho do sorriso que se espalhou ali.
- Puta que pariu! – Foi a
exclamação de Justin.
Joe tentou dizer:
- Pai, eu não... – ao mesmo
tempo em que eu comecei:
- Sr.
Paul não é nada...
Mas o pai de Joe, furioso demais, não nos
ouviu. Na verdade, ninguém mais nos ouvia.
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Ei desculpem mais Demi não tá grávida, mais foi legal ver a ansiedade de vocês ri muito com isso, eles são jovens e não é prioridade para o casal, e ainda não pensam em filhos e para o momento futuro isso seria trágico para ambos vão por mim.
aaai meu Deus, amando cada vez mais sua fic
ResponderExcluirAwwwwwwn lindo *---*
ResponderExcluirVc precisa postar mais um,vc não pode parar ai,vou morrer '---'
ResponderExcluirPosta mais um please???
ResponderExcluirPosta logooooo!
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