Joe pegou minha mala no
carro de Sel e a guardou no porta-malas de seu SUV preto, enquanto permaneci ao
lado de meus amigos. O pessoal do escritório deu no pé logo que o almoço no
restaurante italiano terminou.
- Tão linda, menina
Demetria. Igualzinha à sua mãe nessa idade – disse Mazé com lágrimas nos olhos.
– Até o mesmo brilho no olhar.
- Verdade? – perguntei, um
pouco emocionada.
Ela assentiu, sorrindo.
- Ninguém conseguia ficar
triste quando dona Diana estava por perto. Você herdou dela essa alegria, a
cabeça oca e o coração puro. – Ela me abraçou apertado, então se voltou para
Joe, segurou o rosto dele entre as mãos e comprimiu suas bochechas. – Cuide
dela e terá meu amor para sempre, rapaz. Se magoar essa menina... – seu aperto
se tornou mais forte.
Ele a olhou espantado, o
rosto prensado entre as mãos fortes de Mazé e assentiu rapidamente.
- Não vou magoar a Demetria
– conseguiu resmungar.
- Que bom... que bom... –
ela o soltou. – Agora preciso ir, porque aquela jabiraca topetuda já deve estar
enfiada na minha cozinha, fazendo o quê, só Deus sabe.
Eu ri e a abracei. Quando
Mazé se foi, Joe disse, massageando a mandíbula:
- Ela tem uma mão e tanto
Dei risada.
- Não foi uma ameaça de
verdade.
- Não foi o que pareceu.
- Relaxa, Joe. Ela gostou
de você. É só não ficar por perto quando ela estiver usando o cutelo e você vai
ficar bem.
Ele
assentiu, assustado, e tornei a rir.
- Demetria, venha nos
visitar sempre que quiser – Mandy disse ao me abraçar. – Por favor, não se
esqueça de ser feliz, querida. A vida já te maltratou bastante.
- Obrigada, Mandy. Você
também será bem-vinda quando quiser me visitar. – Ou eu achava que seria. Não
havia falado sobre isso com Joe. Não ainda.
Sel demorou mais para me
soltar.
- Estou com medo, Sel –
confessei, enterrando a cabeça em seu pescoço. Mesmo não tendo comentado com
ela os efeitos que Joe causava em mim ultimamente, já que nem eu mesma entendia
o que estava acontecendo comigo, ela sabia. Sel sempre sabia.
- Eu sei – ela sussurrou. –
E que beijo foi aquele? Deus do céu! Você tem tanta sorte!
- Deixa de ser boba. Eu não
quero ficar sozinha com ele – eu disse, amedrontada com o que aconteceria a
partir dali.
- Eu sei, Demi – ela
segurou meus ombros e sorriu. – Eu só estava tentando descontrair um pouco. Mas
acho que não é uma boa ideia eu passar a noite na sua casa. Pra todos os
efeitos, é a sua noite de núpcias. Poderia levantar suspeitas uma amiga passar
a noite com vocês, ou no mínimo seríamos chamados de pervertidos – ela sorriu.
– Você vai ter que ser corajosa. Eu te ligo mais tarde, tá?
- Tá.
Ela me deu um beijo
estalado no rosto e fiquei observando-a entrar no carro.
Quando ficamos sozinhos,
virei-me para Joe, que estava encostado no capô do carro, os braços cruzados
sobre o peito, me observando - veja só! – com o rosto amigável.
- Pronta para conhecer sua
nova casa? – ele sorriu, um pouco nervoso.
- Não. Mas acho que não tem
outro jeito.
Ele riu, abriu a porta do
carro para que eu entrasse e permaneceu calado durante todo o trajeto até o
prédio de classe média. Joe foi gentil e se ofereceu para levar minha bagagem
até o elevador. Assim que abriu a porta do apartamento, fez um gesto para que
eu seguisse na frente.
- Bem-vinda ao seu novo lar
– anunciou.
Entrei
um pouco acanhada. O apartamento era pequeno, mas acolhedor e organizado. As
paredes claras combinavam com os móveis de linhas retas e modernas. Uma pilha
de CDs desalinhados contrastava com o restante da sala, meticulosamente
arrumada.
- Bacana.
- Vou te mostrar o seu
quarto – ele disse, se enfiando no curto corredor, então abriu a porta do
cômodo minúsculo e praticamente vazio. – Eu não tive tempo de arrumar nada.
Imaginei que você mesma ia querer fazer isso. Meus pais dormem aqui quando vêm
me visitar por isso só tem a cama, a mesa de cabeceira e a cômoda. Mas pode
usar o meu guarda-roupa para pendurar vestidos ou qualquer coisa que quiser.
- Obrigada – eu disse meio
sem jeito.
Ele também parecia não
saber o que fazer.
- Aqui em frente é o meu
quarto, e o banheiro é ali – ele apontou para a porta no fim do corredor.
- Beleza.
Ele assentiu, deixando
minha mala sobre a cama. Entrei no quarto, um pouco apreensiva. Era tudo muito simples
e sem cor. Meio triste até. Joe havia colocado um pequeno vaso de narcisos
amarelos sobre a cômoda, na tentativa de trazer um toque de vida ao espaço, o
que achei fofo. Sentei-me no colchão – mole demais – e avaliei os poucos metros
mal decorados ao meu redor. Um contraste enorme com meu antigo quarto na
mansão, cheia de espaço, enfeites e cortinas diáfanas. Eu teria que dar um
jeito naquele lugar se quisesse me sentir em casa pelos próximos meses. Não era
ruim, só não se parecia com um lar ainda.
- Vou... vou te deixar
sozinha para se acomodar melhor – disse ele, encostado no batente, os braços
cruzados sobre o peito. – Estou na sala se precisar de alguma coisa – e saiu,
fechando a porta trás de si.
Com um suspiro, abri a mala
e comecei a arrumar minhas coisas na pequena cômoda da melhor forma possível.
Peguei o porta-retratos com a foto de minha família e o coloquei sobre o móvel,
ao lado de meus produtos de higiene. Em seguida, me atrevi a ir conhecer o
banheiro. Era pequeno, e tudo ali gritava testosterona, mas Joe tivera a
delicadeza de colocar um pequeno pote com sabonetes decorativos sobre a pia de
mármore negro. Ele realmente estava se esforçando.
Lembrei da carta do vô
Marcus, que Clóvis havia me dado, e corri para o quarto para abrir o envelope.
Havia duas cartas ali dentro, uma destinada a mim, outra ao meu marido. Abri a
primeira.
Minha
neta querida,
Você nãos sabe quanto
eu gostaria de estar presente neste dia tão especial. Imagino como você deve
estar feliz agora que encontrou o amor. Eu daria tudo para partilhar de sua
felicidade neste momento.
Engoli em seco.
Casamento é uma das
etapas mais importantes da vida, a construção de uma nova família. Que Deus
abençoe você e seu marido, e os filhos que terão. Espero que seu marido saiba que
acaba de ganhar na loteria, já que ganhou seu coração.
Sempre ouça o que ele
tem a dizer, querida, respeite-o e exija o mesmo. Um casamento nada mais é que
uma parceria, em que ambos decidem ser felizes, tendo um ao outro como
instrumento. Por favor, não o trate com mentiras. E não tente força-lo a fazer
todas as suas vontades, como você tende a exigir.
Eu não faço isso, não!
Você sabe que faz isso.
Não discuta comigo. Ninguém conhece você melhor que eu.
Eu não podia argumentar contra isso.
Agora vá ficar com seu
marido. Aproveite a lua de mel, mas não exagere na bebida.
Com amor, vovô.
P.S.: Tomei a liberdade
de endereçar uma carta ao seu marido. Entregue a ele, por favor. Não se
preocupe, quero apenas lhe dar as boas-vindas à família.
Encontrei
Joe na sala, a TV ligada, mas tive a impressão de que ele não prestava atenção
no jogo de basquete. Fiquei ali parada, completamente deslocada, sem saber o
que fazer. Ele se virou para me observar e me estudou por um segundo antes de
sorrir.
- Você está com cara de
quem acaba de entrar na sala do diretor – disse de modo gentil.
- Pra ser sincera, é
exatamente assim que eu me sinto.
- Esta é sua casa agora.
Talvez leve alguns dias para você se sentir à vontade, mas prometo fazer o
possível para te ajudar a se adaptar. – Fiquei surpresa com tanta
hospitalidade. Mas, por outro lado, parecia ser exatamente o tipo de coisa que
Joe diria. Ele ainda era uma incógnita para mim. – Por que você não se senta
pra gente conversar um pouco?
Pareceu uma boa ideia. Muito
melhor que ficar parada no meio da sala sem saber onde colocar as mãos. Ele
ainda vestia as roupas da cerimonia, porém sem o paletó. As mangas da camisa
haviam sido dobradas até os cotovelos. Joe ficava bem de terno, mas ainda
melhor naquele estilo mais casual. Menos intimidador, mais... acessível. Era
mais fácil falar com ele sem toda aquela armadura que ele costumava vestir.
- O vovô me deixou algumas
cartas, Joe – comecei, encarando o envelope nas minhas mãos. – Recebi uma na
L&L, a respeito do meu emprego. A que Clovis me entregou no cartório é
sobre nós dois, você e eu, quero dizer. – Estiquei em direção a ele a carta
endereçada a “marido de Demetria”. – Uma era para mim, e essa é pra você.
Ele pegou o envelope e o
analisou por um instante, depois o devolveu.
- Não é pra mim, Demetria.
É para o seu marido de verdade. Guarde e um dia entregue ao homem que você
realmente amar.
- Tudo bem. – Não pude negar que, naquele
instante, Joe me pareceu um homem ainda maior.
CAPÍTULO 25
- Gostou do quarto? – ele
quis saber.
- Gostei, é bem bacana.
Posso mudar algumas coisas?
Ele riu.
- Vejo que gostou muito.
Eu corei.
- É
que é meio sem cor. Parece triste e solitário – eu disse, encarando o tapete
grosso e macio sob meus pés. Exatamente como eu me sinto. – Talvez um pouco de
cor deixe o ambiente mais alegre.
- O quarto é seu. Mude o
que achar que deve para se sentir mais confortável. Se precisar da ajuda de um
marido forte para mudar os moveis de lugar, posso procurar um na lista
telefônica.
Eu ri, surpresa.
- Olha só! Você tem senso
de humor! – apontei.
- Claro que tenho. Só é
difícil usar quando você está por perto.
Eu estava prestes a
perguntar o que ele quis dizer com aquilo quando sua expressão mudou, voltando
à seriedade habitual.
- Como... – ele se sentou
mais ereto, deixando as mãos unidas sobre os joelhos. – Eu fiquei pensando
sobre o que aconteceu hoje e sobre o seu discurso depois que... hã... – ele se
remexeu no sofá, procurando uma posição confortável. Ou talvez procurasse um
assunto menos constrangedor.
- Como exatamente vamos
agir diante das pessoas?
- Não pensei nisso ainda.
Mas gostaria que me avisasse da próxima vez que decidir me beijar.
- Eu não pretendo te beijar
de novo – ele respondeu imediatamente.
- Ótimo! Assim cumprimos o
acordo à risca.
- Sim, mas... fiquei
pensando que não vamos parecer amantes – ele apontou. – As pessoas podem
estranhar, já que acabamos de casar.
- Humm... Bom... Tem razão.
- Pensei que, se a gente se
esforçar para manter a fachada, talvez as pessoas acreditem que o nosso
casamento é real, que estamos mesmo apaixonados. O que você acha de vez ou
outra almoçarmos juntos?
- Acho razoável. Talvez eu
deva sorrir pra você de vez em quando – sugeri, como quem não quer nada. Seria
bom se Joe pensasse que eu estava desempenhando um papel, não sorrindo
involuntariamente toda vez que olhava para ele. E por que isso estava
acontecendo afinal?
Ele assentiu.
- Vou fazer o mesmo. E
seria bom se nós dois não... hã...
- Se a
gente não trocasse desaforos em público? – ajudei.
- Isso – ele sorriu. – A
partir de hoje, e pelos próximos doze meses, você é minha mulher, e vou tentar
te tratar como tal. Pelo menos quando tiver gente por perto – ele fez uma
careta divertida.
Não me ofendi. Na verdade,
fiquei satisfeita.
- Obrigada por fazer isso,
Joe. Vou fazer o possível para você não se sentir nauseado quando pensar em
voltar pra casa.
- Pode ser que eu nem note
você por aqui – ele deu de ombros, encostando-se no estofado. – Se eu conseguir
minha promoção, vou ter tanto trabalho que provavelmente não vou ter tempo pra
perceber muita coisa. Minhas chances de ser promovido são grandes.
- Que bom. Espero que você
consiga o que quer – eu disse sinceramente.
Ele sorriu um pouco, depois
voltou a ficar sério.
- Eu sei que você vendeu
seu carro, e você já deixou bem claro o horror que sente pelo transporte
público. – Ele se remexeu no sofá, como se o assento estivesse repleto de
espinhos. Que estranho. – Também notei que você tem problema com horários.
Honestamente, pra mim tanto faz, mas fiquei pensando que talvez as pessoas
achem estranho se a gente não chegar juntos ao trabalho. Já que trabalhamos na
mesma empresa e moramos no mesmo apartamento.
- Essa é sua forma de me
oferecer carona, não é? – sorri.
- Se você estiver pronta na
hora certa – ele esclareceu, sorrindo torto.
Senti meu estomago se
revirar e contorcer, como se estivesse numa montanha-russa.
- Essa foi a coisa mais
incrível que você já me disse. Não vou me atrasar. Quer dizer, vou fazer o
possível para acordar na hora certa. Deus sabe como os ônibus me assustam! Por
incrível que pareça, você é menos assustador.
Ele riu.
- Isso foi um elogio?
- Não! – ri também.
A
conversa enveredou para trivialidades. Joe me mostrou onde ficavam alguns
utensílios e me alertou para não deixar coisas jogadas pelo chão, pois a
faxineira guardava tudo no lugar errado e levava semanas até que lembrasse onde
colocara cada objeto. Aprendi um pouco sobre ele naquele conversa. Ele fora
campeão estadual de nado de costas quando estava na faculdade – o que explicava
muita coisa, principalmente aquelas costas largas e bem definidas -, mas
decidira abandonar o esporte para ser estagiário na L&L. Ele ainda nadava
sempre que podia.
Joe me contou sobre seus
poucos amigos, seus pais, mas não tocou no assunto que, curiosamente, mais me
intrigava as mulheres de sua vida. Ele tinha alguém?
Ele falou, falou e falou,
mais do que eu imaginei que fosse capaz, e por diversas vezes tive que me
lembrar de parar de sorrir. Fiquei surpresa quando ele sugeriu pedir uma pizza
para o jantar e constatei que já era noite, pois mal vira o dia passar. Ele até
me deixou escolher o sabor, e descobri que ambos éramos fissurados por pizza de
calabresa. Conversamos um pouco mais enquanto comíamos, ainda sobre
trivialidades, ainda pisando em solo arenoso, testando, nos conhecendo.
- Eu lavo e você seca e
guarda – ele disse, retirando os pratos da mesa e levando-os até a pia.
- Não tem lava-louças? –
perguntei em pânico.
- Não.
- Por que não? – eu quis
saber. – Todo mundo tem lava-louças! Até a mãe da Sel tem.
- Nunca precisei – ele deu
de ombros. – Sempre morei sozinho. Não tem muita louça pra lavar.
- Mas... mas... eu não sei
onde guardar! - apontei aflita.
- Por isso mesmo você vai
secar e guardar – ele sorriu, divertido, com meu horror. – Vou te dizendo onde
cada coisa fica, assim você aprende, para o caso de decidir cozinhar alguma
coisa.
- Você realmente não me
conhece. Obrigada pela preocupação, mas dificilmente isso vai acontecer. Não
sei cozinhar. Não vou precisar de nada. Mas eu... eu te ajudo. Você foi legal
comigo hoje.
- Eu sou legal! – ele sorriu.
– Comprei algumas coisas para você. Nunca morei com uma garota antes então o
Liam me deu uma ajudinha.
- Quem?
- O Liam, do Comex – ele
disse, como se fizesse algum sentido. Percebendo que aquilo não significava
nada para mim, prosseguiu: - Aquele cara que derrubou vinho na Mazé no nosso
almoço de casamento.
- Ah,
o Liam. – o loiro,alto, trabalhava no mesmo setor que Joe e nunca falara comigo
até aquela manha, e mesmo assim seu “Parabéns, tomara que dure” não fora bem
uma conversa.
- Somos amigos há muito
tempo, desde a época da faculdade. Ele disse que as mulheres gostam de certas
coisas. Estão no armário e na geladeira. Se eu comprei errado, me avise.
- Hã... obrigada, Joe –
respondi, espantada com sua delicadeza. E me dei conta de que em aspecto algum
ele era o ogro que eu havia imaginado. Era educado, gentil e atencioso. Não
entendi o por quê, mas essa constatação me deixou com mais medo dele.
- Por falar nisso, agradeço
se você não mexer nos meus hidrotônicos. Costumo levar uma garrafa de manha
quando vou malhar. Se quiser posso comprar alguns pra você, só me diz que sabor
prefere.
Ah, então aquela montanha
de músculos era cultivada com algum esforço.
- Não gosto de hidrotônicos,
obrigada.
Terminamos com a louça
rapidamente. Joe voltou para a TV e aproveitei para tomar um banho. Vesti o
pijama – calça azul com nuvenzinhas brancas, regata branca lisa, pantufas de
patinhas de dinossauro – e fui direto para aquela cama mole demais para o meu
gosto.
Sel ligou assim que me
deitei.
- E aí? Estou interrompendo
alguma coisa? – perguntou sugestivamente.
- Deixa de ser boba.
- Uma garota pode sonhar –
ela suspirou. – Como foi?
- Foi... surpreendentemente
bom – admiti, encarando o teto branco.
- Bom? Quer dizer, bom
mesmo?
- Por incrível que pareça,
o Joe é bem bacana quando quer. – Ele era mesmo bacana! Como eu não tinha
percebido isso antes? – Ele me ofereceu carona para ir para o trabalho.
- Não acredito! O que você
disse?
- Agradeci e aceitei,
claro. – Embora devesse ter recusado. Joe e eu ficaríamos muito tempo juntos. E
isso parecia ruim de alguma forma.
- Ah... Sinto cheiro de
coisa boa vindo por aí. Mas você não parece muito animada com tudo isso.
- É
que... eu não sei, Sel. Parece que tem algo errado. Não sei dizer o que é.
- Humm... Talvez você
esteja se sentindo culpada por enganar seu avô.
- Talvez. – Mas, sendo
sincera, não era esse o problema, era?
- Amanhã eu passo aí pra
conhecer sua nova casa. Boa noite, Demi.
- Até amanhã, Sel.
Demorei um pouco para pegar
no sono. O colchão mole afundava e minhas costas doíam. Depois de me remexer
por mais de uma hora, finalmente adormeci, mas preferia ter me mantido acordada
a noite toda. Vovô voltou a assombrar meus sonhos. Estávamos no cartório, Joe
conversava animadamente com Sel, e vovô, no fundo da sala, me observava.
Caminhei lentamente até ele. Ele não sorria, seu rosto marcado pelo tempo
estava triste. Uma tristeza profunda, que fez meu coração doer.
- Que foi? O que está
errado?
Ele olhou para Joe por um
longo tempo, depois voltou os olhos castanhos para os meus.
- Você não gosta dele? –
perguntei insegura.
Ele não respondeu.
- Olha, vovô, eu não queria
fazer isso, tá legal? Mas o Clovis disse que eu ia para a cadeia se não pagasse
os meus cartões, e tive até que vender o meu cupê, e você mais do que ninguém
sabe como eu amo aquele carro... e... e as coisas estão meio fora do meu
controle e você morreu. Então não tem o direito de me julgar.
Ele suspirou.
- Vai partir seu coração –
disse, com um pesar que me causou calafrios.
- O Joe? Não. Eu juro que
não. Ele é um cara bacana, mas eu nem gosto dele. E ele não gosta de mim desse
jeito. Ele meio que me tolera e é só até tudo se resolver – expliquei apressada.
Ele me mostrou um sorriso
triste.
- Vai doer além do que você pode suportar.
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Vocês foram tão boazinhas comentando que resolvi ser também e postei mais 2 como o prometido, Joe é fofo né gente, daqui pra frente vai ser meio confuso em relação ao casamento mais vai ser legal, quem tá gostando da história? já tá finalizada e já estou preparando a próxima, mais procura-se um marido é bem grande. Amanhã to pensando em fazer uma maratona pra vocês, o que acham só volto a trabalhar na terça e estou super feliz comentem e deixem suas opiniões sobre a maratona.... se quiserem o esquema vai ser assim 3 pela manhã e 4 durante a tarde, que tal, mais vou querer 2 comentários em cada capítulo então vocês que vão comandar velocidade das postagens até amanhã!
Adorei o cap, eu apoio a maratona
ResponderExcluirMuito feliz.
ResponderExcluirJoe é um mistério e gosto disso, mas é meio confuso ele, hora sorridente hora
Sério, faz rir e tbm amedronta. Compreendo O medo da Demi, é assustador caminhar em terreno desconhecido. Eu amo o Marcus já disse isso né... cara mesmo morto vive para a neta. Quem me dera que me avó surgisse em meus sonhos dando-me os conselhos que ela dava, mas ... (xótristeza)! Ebaaa! Maratona! Ainda bem qe tou de cama assim nao perco nada.
Vey,to amando a historia.....tha muito massa.......perfeita! Vc tem facebook? Se tiver me adciona:Lorena Roseno, preciso de ajuda para criar uma historia......tho com ideias,mas preciso montar...vii q vc tem talento......me add .
ResponderExcluirJá cá estou de plantão :)
ResponderExcluirEu acho que vc deve estar no Brazil certo. É que cá em Angola são 14h e 29 e meu comentário diz que são 6h até parece qe nem durmi por causa da maratona
ResponderExcluirta lindo demaais, to amaando demais <333
ResponderExcluirMaraatona \o
ta lindo u_u beeijos
O.o amaando demaais *-*
ResponderExcluirDemi vai ficar com o coração partido, nãão pode :(
ta muito lindo, amando essa história, maaratona!!
Pllease, faz maratooona, xo