domingo, 26 de maio de 2013

CAPÍTULO 88



– Alô?... Justin, não se preocupa com isso. Não tem mais por que ficar irritado. A Demetria e eu nos separamos esta manhã. Sim, estou falando sério. – Ele afastou o telefone da orelha. – Não posso discutir sobre isso agora – e desligou. – Agora... – ele deu um passo em minha direção, e me afastei automaticamente – me conta o que está acontecendo, Demetria. E nem tenta dizer que não está acontecendo nada. Não mente pra mim.
– Ah, quer dizer que agora você está interessado em me ouvir! Não acha um pouco tarde pra isso, camarada?
– Não – ele disse simplesmente e continuou avançando em minha direção, me obrigando a recuar, de modo que acabei presa contra a parede.
Ele bloqueou minha passagem com seu corpo enorme e apoiou uma mão em cada lado de minha cabeça, para se assegurar de que eu não iria a lugar algum. Seu olhar era predatório, mas sua voz se tornou suplicante quando ele voltou a falar. – Eu vou te ouvir. Seja lá o que for, vou tentar entender. Aceito qualquer desculpa, qualquer explicação, por mais esfarrapada que seja, pode acreditar. Agora fale, antes que eu enlouqueça.
E era exatamente isso que demonstravam seus olhos. Aquilo me desarmou completamente, além de me deixar confusa com a súbita mudança de comportamento. Horas antes, ele havia ignorado meus apelos para que me escutasse apenas para eu assinar o divórcio, e agora se propunha a ouvir o que eu tinha a dizer? O que ele pretendia, me enlouquecer?
Suspirei, sacudindo a cabeça.
– Eu não quero te causar problemas, Joe. Se pegarem a gente aqui, estamos encrencados, você sabe disso – tentei mudar de assunto e me desvencilhar da gaiola que seus braços formavam, mas não consegui.
– Me conta! – ele suplicou. A intensidade que emanava dele me fez estremecer.
– Tudo bem. Quer saber o que está acontecendo? O grande problema é que eu te amo demais, seu grande idiota. Muito mais do que deveria. E isso nos deixou em uma situação complicada – dei um soco em seu peito rijo. Ele nem ao menos sentiu. – Não tenho certeza de nada ainda, por isso não tenho o que contar. O
que você precisa saber agora é que eu tenho um plano pra consertar tudo isso e que eu vou precisar de ajuda.
– Que tipo de plano? Que tipo de ajuda?
Com medo de que ele não concordasse com o que eu pretendia fazer – e eu tinha absoluta certeza de que ele não concordaria –, contei apenas o necessário.
– Preciso que você distraia o Hector e o Clóvis hoje à noite. Um jantar, uma reunião, um jogo de sinuca, karaokê, qualquer coisa que mantenha os dois ocupados.
– E por quê? – seus olhos se estreitaram.
– Porque preciso de umas duas horas para tirar a limpo uma suspeita. Depois disso, prometo que vou pra casa... pra sua casa e explico tudo com calma. Isto é, se você estiver disposto a me ouvir dessa vez.
– Demetria... – ele sacudiu a cabeça. Havia mais que reprovação em sua voz. Havia raiva, rancor, dor, medo, e mais alguma coisa. Era como se ele não soubesse o que sentir.
– É pegar ou largar – murmurei.
– Esse seu plano vai te colocar em problemas?
– Não – menti, feliz por minha voz não ter tremido. – Você vai me ajudar?
– Eu prometi que não ia te abandonar, não prometi? – uma de suas mãos escorregou pela parede e alcançou minha cintura.
– Prometeu, mas assinou o divórcio, então fica difícil acreditar.
Ele se aproximou mais, seu corpo se colando ao meu de forma pecaminosa.
– Apenas dei o que você me pediu. Talvez esse seja o problema – ele inclinou a cabeça para deslizar a ponta do nariz em meu pescoço. – Agora me fala sobre o seu projeto.
– Q-que projeto? – perguntei, fechando os olhos enquanto os arrepios se espalhavam por toda a extensão do meu corpo.
– Sua ideia de fidelização de clientes, lembra? – Não, eu não lembrava. Como poderia, com ele mordiscando o lóbulo da minha orelha daquela maneira? – Para não deixar a L&L virar um grande atacado de cosméticos... – ele murmurou em minha pele.
– Ah... Não é um projeto. Na verdade, nem é ideia minha... Algumas marcas de projetos já fazem algo parecido no exterior. É... hã... – Ele continuava deslizando os lábios em meu pescoço.
O que eu estava falando mesmo?
– Estou ouvindo. – Agora, as duas mãos estavam em minha cintura. Seu quadril pressionava o meu de modo gentil, mas definitivamente voraz. – Continua. Quero ouvir sua ideia.
Ah, certo!
– Humm... A gente podia fazer algo como... hã...
– Sim?
– A c-cada dez embalagens vazias de um mesmo produto apresentadas nas lojas autorizadas, a consumidora trocaria por um produto novo ou algo do tipo. Acho q-que todo mundo ia sair ganhando. A consumidora ganha vantagens e se sente especial, o meio ambiente ganha com a reciclagem e a empresa... humm...
– Ganha a fidelidade do cliente – ele ergueu a cabeça para me encarar. – Sua ideia é fantástica, Demetria! – Seus olhos brilhavam tanto que precisei desviar os meus. – Você é fantástica.
– Ah, imagina... – sorri timidamente. – É só algo que vi em algum lugar... Agora tira as mãos de mim. Você não é mais meu marido. – Mas não consegui fazer com que meus dedos se soltassem do tecido de sua camisa.
– Não consigo. – Suas pupilas estavam dilatadas, seu peito descia e subia rápido, arfante. Eu sabia o que viria a seguir.
Ele encaixou uma das mãos em meu queixo e, ágil como um raio, cobriu minha boca com a sua. Um beijo febril. Urgente. Senti uma descarga elétrica perpassar meu corpo. Era se como toda aquela tensão que eu sentira naquelas quase trinta horas longe dele explodisse em forma de desejo. Seu aperto férreo se intensificou, deixando claro que ele sentia o mesmo.
Ele me tirou do chão, literalmente, içando-me pelos quadris. Esbarramos na mesa abarrotada de papel sulfite, fazendo uma bagunça danada, mas acho que ele não notou. Joe estava em toda parte. Eu o sentia em cada centímetro do meu corpo. E de repente lá estava eu novamente, com o traseiro sobre a tampa da copiadora, mas dessa vez Joe estava ali comigo, o que tornava muito mais divertido.
– Meu Deus, como senti sua falta! – ele murmurou em meus lábios, e aquilo fez meu mundo se encaixar outra vez.
A porta da sala se abriu abruptamente.
Blanda grunhiu, e seu rosto assumiu um tom de roxo.
Droga!
Meu plano para aquela noite tinha que dar certo, ou eu estaria realmente enrascada. Certamente, Blanda pretendia relatar a Hector ou a Clóvis o que acabara de ver. E eles provavelmente não apreciariam as notícias que aquela siliconada cabeluda tinha a dar.
Soltei-me de Joe imediatamente, pulando da copiadora, me afastando alguns passos, tentando recuperar o fôlego.
– Ora, ora – ela comeu asperamente. – O que temos aqui?
– O que fazemos ou deixamos de fazer não é da sua conta, Blanda – Joe silvou.
– Tem certeza? – mas a pergunta foi dirigida a mim.
Dei dois passos em sua direção, cerrando os punhos.
– Blanda, acho melhor você ficar fora disso. Você realmente não sabe onde está se metendo – pressionei as têmporas, subitamente latejantes.
– Você é que não sabe com quem se meteu.
– Escuta aqui, garota – cuspi entre dentes. – Você não faz ideia de quanto estou me controlando pra não quebrar o seu nariz em dois ou três pedaços. Ainda tenho aquela cena que você armou com Joe aqui mesmo, na sala treze para acertar com você, mas não vou fazer isso porque, por mais que me irrite ver esse seu sorriso cínico, eu tenho pena de você.
Ela gargalhou.
– Pena? É você que vai ser digna de pena quando eu contar para uma certa pessoa o que acabei de ver.
Filha da mãe!
– Pena, sim. Você é uma mulher bonita, e é uma lástima que seja tão pouco inteligente. Tentar chantagear o Joe foi uma estupidez sem tamanho Blanda. Se você conhecesse ele, saberia que ele é uma dessas pessoas raras que não se deixam intimidar. E se prestar ao papel de informante de um figurão só pra afastar o Joe de mim... bom, só prova que você não tem cérebro. Sim, vou sentir pena quando você tiver que prestar contas com a justiça – dei um passo em sua direção, e ela recuou um pouco. – Porque eu vou fazer tudo que puder para colocar na cadeia quem andou tramando contra o Vô Marcus, e isso inclui seus comparsas.
Seu sorriso cínico vacilou por um segundo.
– Vai – continuei. – Corre e conta tudo o que viu. Se afunda ainda mais na sujeira. Prometo que te visito aos domingos e levo um maço de cigarros.
– Pode ter certeza que vou contar – ela retrucou, mas sua voz tremeu um pouco. Sem dizer mais nada, ela me deu as costas e saiu apressada.
Esperei ganhar um pouco mais de tempo com meu blefe. Eu precisava que Clóvis e Hector continuassem pensando que tinham tudo sobre controle.
Quando me virei, Joe me observava, ligeiramente envergonhado.
– Desculpa – murmurou. – Eu não pretendia...
– Não se desculpa por ter me beijado, Joe. Por favor, não faz isso – implorei.
Ele assentiu, meio sem jeito.
– Me explica uma coisa – pediu. – A Blanda e quem estão juntos? E em quê?
– Depois – murmurei. – Não quero você metido nessa sujeira e preciso de provas para que acreditem em mim. Só faz o que eu pedi, tá? Sem a sua ajuda, não vou conseguir provar nada.
– Você não precisa da ajuda de ninguém. Você é Demetria Devonne Lovato. Não precisa de ajuda nem de sorte. Você faz o seu destino.
Meu coração palpitou, ansioso, quando ele se inclinou em minha direção. Fechei os olhos e esperei pelo beijo, ansiei pelo toque de seus lábios nos meus mais uma vez. Entretanto, sua boca tocou minha testa, se demorando um instante, então ele inspirou profundamente antes de se afastar. Quando abri os olhos, frustrada e surpresa, Joe já fechara a porta atrás de si. 
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oi meninas, ta aí mais um fui ao hospital de novo, mais estou bem melhor, só um pouco "verde" mais bem graças a Deus, bom meu motivo para passar duas manhãs me entupindo de remédios na veia e injeções é que eu tenho um pequeno problema e sempre quando estou desgastada tenho sequências de desmaios, enjoos, tontura minha pressão cai e fico fraquinha, e estou um pouco anêmica e esse ano está bem puxado pra mim e acabo não me alimentando direito e  nem dormindo bem, o engraçado é que o pessoal pensa logo em gravidez o que graças ao meu bom senso é uma realidade beemmm longe de ser verdade sou muito nova pra isso, agora to aqui deitada com uma miniatura de gente deitada comigo me vigiando a mando do pai dele para não me levantar da cama, se der posto mais um hoje. comentem!         

2 comentários:

  1. se cuida, descansa, só posta mais se realmente estiver melhor... beeeijos

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  2. anwwww, queee lindo. Melhoras pra ti, ainda bem que teu namorado colocou um guarda pra não deixar você sair da cama kkkkk, pooosta loogo, se puder é claro, beeijos

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