– Alô?... Justin, não se
preocupa com isso. Não tem mais por que ficar irritado. A Demetria e eu nos
separamos esta manhã. Sim, estou falando sério. – Ele afastou o telefone da
orelha. – Não posso discutir sobre isso agora – e desligou. – Agora... – ele
deu um passo em minha direção, e me afastei automaticamente – me conta o que
está acontecendo, Demetria. E nem tenta dizer que não está acontecendo nada.
Não mente pra mim.
– Ah, quer dizer que agora
você está interessado em me ouvir! Não acha um pouco tarde pra isso, camarada?
– Não – ele disse
simplesmente e continuou avançando em minha direção, me obrigando a recuar, de
modo que acabei presa contra a parede.
Ele bloqueou minha passagem
com seu corpo enorme e apoiou uma mão em cada lado de minha cabeça, para se
assegurar de que eu não iria a lugar algum. Seu olhar era predatório, mas sua
voz se tornou suplicante quando ele voltou a falar. – Eu vou te ouvir. Seja lá
o que for, vou tentar entender. Aceito qualquer desculpa, qualquer explicação,
por mais esfarrapada que seja, pode acreditar. Agora fale, antes que eu
enlouqueça.
E era exatamente isso que
demonstravam seus olhos. Aquilo me desarmou completamente, além de me deixar
confusa com a súbita mudança de comportamento. Horas antes, ele havia ignorado
meus apelos para que me escutasse apenas para eu assinar o divórcio, e agora se
propunha a ouvir o que eu tinha a dizer? O que ele pretendia, me enlouquecer?
Suspirei, sacudindo a
cabeça.
– Eu não quero te causar
problemas, Joe. Se pegarem a gente aqui, estamos encrencados, você sabe disso –
tentei mudar de assunto e me desvencilhar da gaiola que seus braços formavam,
mas não consegui.
– Me conta! – ele suplicou.
A intensidade que emanava dele me fez estremecer.
– Tudo bem. Quer saber o
que está acontecendo? O grande problema é que eu te amo demais, seu grande
idiota. Muito mais do que deveria. E isso nos deixou em uma situação complicada
– dei um soco em seu peito rijo. Ele nem ao menos sentiu. – Não tenho certeza
de nada ainda, por isso não tenho o que contar. O
que
você precisa saber agora é que eu tenho um plano pra consertar tudo isso e que
eu vou precisar de ajuda.
– Que tipo de plano? Que
tipo de ajuda?
Com medo de que ele não
concordasse com o que eu pretendia fazer – e eu tinha absoluta certeza de que
ele não concordaria –, contei apenas o necessário.
– Preciso que você distraia
o Hector e o Clóvis hoje à noite. Um jantar, uma reunião, um jogo de sinuca,
karaokê, qualquer coisa que mantenha os dois ocupados.
– E por quê? – seus olhos
se estreitaram.
– Porque preciso de umas
duas horas para tirar a limpo uma suspeita. Depois disso, prometo que vou pra
casa... pra sua casa e explico tudo com calma. Isto é, se você estiver disposto
a me ouvir dessa vez.
– Demetria... – ele sacudiu
a cabeça. Havia mais que reprovação em sua voz. Havia raiva, rancor, dor, medo,
e mais alguma coisa. Era como se ele não soubesse o que sentir.
– É pegar ou largar –
murmurei.
– Esse seu plano vai te
colocar em problemas?
– Não – menti, feliz por
minha voz não ter tremido. – Você vai me ajudar?
– Eu prometi que não ia te
abandonar, não prometi? – uma de suas mãos escorregou pela parede e alcançou
minha cintura.
– Prometeu, mas assinou o
divórcio, então fica difícil acreditar.
Ele se aproximou mais, seu
corpo se colando ao meu de forma pecaminosa.
– Apenas dei o que você me
pediu. Talvez esse seja o problema – ele inclinou a cabeça para deslizar a
ponta do nariz em meu pescoço. – Agora me fala sobre o seu projeto.
– Q-que projeto? –
perguntei, fechando os olhos enquanto os arrepios se espalhavam por toda a
extensão do meu corpo.
– Sua ideia de fidelização
de clientes, lembra? – Não, eu não lembrava. Como poderia, com ele mordiscando
o lóbulo da minha orelha daquela maneira? – Para não deixar a L&L virar um
grande atacado de cosméticos... – ele murmurou em minha pele.
–
Ah... Não é um projeto. Na verdade, nem é ideia minha... Algumas marcas de
projetos já fazem algo parecido no exterior. É... hã... – Ele continuava
deslizando os lábios em meu pescoço.
O que eu estava falando
mesmo?
– Estou ouvindo. – Agora,
as duas mãos estavam em minha cintura. Seu quadril pressionava o meu de modo
gentil, mas definitivamente voraz. – Continua. Quero ouvir sua ideia.
Ah, certo!
– Humm... A gente podia
fazer algo como... hã...
– Sim?
– A c-cada dez embalagens
vazias de um mesmo produto apresentadas nas lojas autorizadas, a consumidora
trocaria por um produto novo ou algo do tipo. Acho q-que todo mundo ia sair
ganhando. A consumidora ganha vantagens e se sente especial, o meio ambiente
ganha com a reciclagem e a empresa... humm...
– Ganha a fidelidade do
cliente – ele ergueu a cabeça para me encarar. – Sua ideia é fantástica,
Demetria! – Seus olhos brilhavam tanto que precisei desviar os meus. – Você é
fantástica.
– Ah, imagina... – sorri
timidamente. – É só algo que vi em algum lugar... Agora tira as mãos de mim.
Você não é mais meu marido. – Mas não consegui fazer com que meus dedos se
soltassem do tecido de sua camisa.
– Não consigo. – Suas
pupilas estavam dilatadas, seu peito descia e subia rápido, arfante. Eu sabia o
que viria a seguir.
Ele encaixou uma das mãos
em meu queixo e, ágil como um raio, cobriu minha boca com a sua. Um beijo
febril. Urgente. Senti uma descarga elétrica perpassar meu corpo. Era se como
toda aquela tensão que eu sentira naquelas quase trinta horas longe dele
explodisse em forma de desejo. Seu aperto férreo se intensificou, deixando
claro que ele sentia o mesmo.
Ele me tirou do chão,
literalmente, içando-me pelos quadris. Esbarramos na mesa abarrotada de papel
sulfite, fazendo uma bagunça danada, mas acho que ele não notou. Joe estava em
toda parte. Eu o sentia em cada centímetro do meu corpo. E de repente lá estava
eu novamente, com o traseiro sobre a tampa da copiadora, mas dessa vez Joe
estava ali comigo, o que tornava muito mais divertido.
– Meu
Deus, como senti sua falta! – ele murmurou em meus lábios, e aquilo fez meu
mundo se encaixar outra vez.
A porta da sala se abriu
abruptamente.
Blanda grunhiu, e seu rosto
assumiu um tom de roxo.
Droga!
Meu plano para aquela noite
tinha que dar certo, ou eu estaria realmente enrascada. Certamente, Blanda
pretendia relatar a Hector ou a Clóvis o que acabara de ver. E eles
provavelmente não apreciariam as notícias que aquela siliconada cabeluda tinha
a dar.
Soltei-me de Joe
imediatamente, pulando da copiadora, me afastando alguns passos, tentando
recuperar o fôlego.
– Ora, ora – ela comeu
asperamente. – O que temos aqui?
– O que fazemos ou deixamos
de fazer não é da sua conta, Blanda – Joe silvou.
– Tem certeza? – mas a
pergunta foi dirigida a mim.
Dei dois passos em sua
direção, cerrando os punhos.
– Blanda, acho melhor você
ficar fora disso. Você realmente não sabe onde está se metendo – pressionei as
têmporas, subitamente latejantes.
– Você é que não sabe com
quem se meteu.
– Escuta aqui, garota – cuspi
entre dentes. – Você não faz ideia de quanto estou me controlando pra não
quebrar o seu nariz em dois ou três pedaços. Ainda tenho aquela cena que você
armou com Joe aqui mesmo, na sala treze para acertar com você, mas não vou
fazer isso porque, por mais que me irrite ver esse seu sorriso cínico, eu tenho
pena de você.
Ela gargalhou.
– Pena? É você que vai ser
digna de pena quando eu contar para uma certa pessoa o que acabei de ver.
Filha da mãe!
– Pena, sim. Você é uma
mulher bonita, e é uma lástima que seja tão pouco inteligente. Tentar
chantagear o Joe foi uma estupidez sem tamanho Blanda. Se você conhecesse ele,
saberia que ele é uma dessas pessoas raras que não se deixam intimidar. E se
prestar ao papel de informante de um figurão só pra afastar o Joe de mim...
bom, só prova que você não tem cérebro. Sim, vou sentir pena quando você tiver
que prestar contas com a justiça – dei um passo em sua direção, e ela recuou um
pouco. – Porque eu vou fazer tudo que puder para colocar na cadeia quem andou
tramando contra o Vô Marcus, e isso inclui seus comparsas.
Seu sorriso cínico vacilou
por um segundo.
– Vai – continuei. – Corre
e conta tudo o que viu. Se afunda ainda mais na sujeira. Prometo que te visito
aos domingos e levo um maço de cigarros.
– Pode ter certeza que vou
contar – ela retrucou, mas sua voz tremeu um pouco. Sem dizer mais nada, ela me
deu as costas e saiu apressada.
Esperei ganhar um pouco
mais de tempo com meu blefe. Eu precisava que Clóvis e Hector continuassem
pensando que tinham tudo sobre controle.
Quando me virei, Joe me
observava, ligeiramente envergonhado.
– Desculpa – murmurou. – Eu
não pretendia...
– Não se desculpa por ter
me beijado, Joe. Por favor, não faz isso – implorei.
Ele assentiu, meio sem
jeito.
– Me explica uma coisa –
pediu. – A Blanda e quem estão juntos? E em quê?
– Depois – murmurei. – Não
quero você metido nessa sujeira e preciso de provas para que acreditem em mim.
Só faz o que eu pedi, tá? Sem a sua ajuda, não vou conseguir provar nada.
– Você não precisa da ajuda
de ninguém. Você é Demetria Devonne Lovato. Não precisa de ajuda nem de sorte.
Você faz o seu destino.
Meu coração palpitou, ansioso, quando ele
se inclinou em minha direção. Fechei os olhos e esperei pelo beijo, ansiei pelo
toque de seus lábios nos meus mais uma vez. Entretanto, sua boca tocou minha
testa, se demorando um instante, então ele inspirou profundamente antes de se
afastar. Quando abri os olhos, frustrada e surpresa, Joe já fechara a porta
atrás de si.
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oi meninas, ta aí mais um fui ao hospital de novo, mais estou bem melhor, só um pouco "verde" mais bem graças a Deus, bom meu motivo para passar duas manhãs me entupindo de remédios na veia e injeções é que eu tenho um pequeno problema e sempre quando estou desgastada tenho sequências de desmaios, enjoos, tontura minha pressão cai e fico fraquinha, e estou um pouco anêmica e esse ano está bem puxado pra mim e acabo não me alimentando direito e nem dormindo bem, o engraçado é que o pessoal pensa logo em gravidez o que graças ao meu bom senso é uma realidade beemmm longe de ser verdade sou muito nova pra isso, agora to aqui deitada com uma miniatura de gente deitada comigo me vigiando a mando do pai dele para não me levantar da cama, se der posto mais um hoje. comentem!
se cuida, descansa, só posta mais se realmente estiver melhor... beeeijos
ResponderExcluiranwwww, queee lindo. Melhoras pra ti, ainda bem que teu namorado colocou um guarda pra não deixar você sair da cama kkkkk, pooosta loogo, se puder é claro, beeijos
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