terça-feira, 19 de maio de 2015

CAPÍTULO 71

Nina
Não consigo ficar parada por mais do que poucos segundos. Ando de um canto para o outro remexendo as mãos nervosamente.
Já são onze horas e Ian ainda não voltou para casa. Estou tão preocupada, ele saiu tão transtornado depois da discussão com Demetria, tenho medo que ele acabe fazendo alguma besteira.
Dizem que só nos lembramos de Deus nos maus momentos de nossa vida, que ninguém se lembra de agradecer as coisas boas e só querem saber de reclamar e pedir. É verdade, infelizmente. Nunca fui uma pessoa muito religiosa, mas nos últimos dias, depois de ter recebido aquela noticia da minha médica, comecei a rezar todas as noites.
Sento-me no sofá e junto minhas mãos, começo a rezar para que Ian esteja bem, e que volte para mim são e salvo.
Perto da meia noite, escuto um barulho na fechadura e logo depois a porta sendo aberta. Levanto-me e vou confrontar Ian, nos encontramos na porta da sala, ele para na minha frente e me olha parecendo surpreso.
— O que você está fazendo acordada? — Ele pergunta e eu sinto o bafo de bebida.
— Estava te esperando. Você andou bebendo?
— Talvez. — Ele responde passando por mim.
Fecho os olhos e respiro fundo. Essas últimas semanas tem sido tão difíceis, grande parte por minha culpa, se eu tivesse sido honesta desde o começo, mas simplesmente não tive coragem.
— Onde você estava, Ian? — Viro-me para ele. Ele para de andar e me olha com a testa franzida.               
— Você se importa?
— É claro que eu me importo, você é meu marido.
— Achei que você ficaria feliz se eu ficasse fora por mais tempo, assim quem sabe, você até poderia trazer seu amante para cá e se divertir um pouco.
Abro a boca para respondê-lo, mas consigo me conter a tempo. É preferível não dizer nada, já que negar não é suficiente para ele, e nossas brigas sempre começam assim.
Não posso culpa-lo por criar diversos cenários para justificar minhas mentiras, mas magoa demais saber que ele pensa que eu ter um amante é uma possibilidade.
Eu o amo mais que minha própria vida, depois que o conheci nenhum outro homem sequer teve espaço em minha mente e em meu coração. Ian é todo o meu mundo, e ele tem me destruído com todas as desconfianças e palavras duras.
— Foi o que eu pensei. Agora se você me dá licença, estou exausto.
— Você estava com outra? — Pergunto com a voz trêmula de medo.
Seria razoável deduzir que já que Ian acha que eu tenho um amante, que ele poderia fazer o mesmo para se vingar.
— Porque, só você tem o direito de se divertir? Você trair os votos que fizemos no dia em que nos casamos está tudo bem, mas se eu quiser fazer o mesmo, não posso, é isso?
— Você...Você estava com outra mulher, sim ou não? — Minha voz fica presa na garganta, sinto meu estômago se embrulhando e o medo crescendo dentro de mim.
Se Ian tiver beijado outra, dormido com outra mulher, eu juro que posso morrer de tristeza.
Ele me olha apenas por um momento, mas que para mim pareceu uma eternidade.
— Não, eu não estava com outra mulher. Ao contrário de você, eu ainda sou fiel ao nosso casamento.
— Pare, por favor, pare com isso. Eu já disse mil vezes que eu nunca te trai, me machuca tanto que você pense isso de mim.
— E o que você queria que eu pensasse, hum? Você tem ficado tardes inteiras fora e mentido sobre onde estava, tem agido estranha, tem me afastado, não me quer mais por perto.
— Eu sei, mas eu não tenho um amante, eu juro. Não é sobre isso que se trata tudo.
— Então sobre o que é? Diga-me, se você não tem um amante, qual o motivo de tudo isso?
Abro a boca mas as palavras não veem, é tão difícil juntar a coragem necessária. E se ele não me quiser mais depois que eu lhe contar a verdade? Eu quero contar, mas não consigo.
— Quer saber, esquece. Vou pegar minhas coisas e dormir no sofá. — Ele diz e se vira. Cada passo que ele dá para mais longe de mim, mais eu sinto que nosso casamento está indo por um caminho sem volta. Sinto que estamos ficando cada vez mais distantes, rumando para a separação que eu sei que no fundo nenhum de nós quer.
“Você pode impedir isso, Nina, apenas conte. Conte de uma vez...Ande, conte logo. Conte! Não seja covarde, conte!”
— Eu tenho um tumor. — As palavras jorram por entre meus lábios. Ian congela no lugar, sinto meus olhos ficarem embaçados pelas lágrimas não derramadas.
— No útero...Eu tenho um tumor no útero. Está em um estado muito avançado, não tem outra alternativa se não a cirurgia. Minha médica disse que como demorei em ser diagnosticada, é possível que o tumor tenha me tornado...Tenha me tornado infértil. Quando eu mentia sobre onde eu estava, era porque eu estava no médico, ou em algum outro lugar, chorando. — Digo sem mais conseguir segurar as lágrimas.
Ian continua parado, olho ansiosamente suas costas, esperando sua reação. Mas ele não diz nada e sai. Apenas vai embora.
Nesse momento sinto algo dentro de mim se quebrando, talvez seja meu coração, já que ele está doendo muito.
Minhas pernas fraquejam e eu tenho que ir me sentar no sofá. Sinto como se algo tivesse apertando meu peito, tornando a respiração difícil. Escondo o rosto nas mãos e choro violentamente, fazendo todo o meu corpo tremer.
Sinto o peso esmagador da solidão, sinto frio, muito frio. Até que braços quentes me envolvem, reconfortantemente.
Não preciso olhar para saber que é Ian, então permaneço com o rosto enterrado nas palmas de minhas mãos.
Ele me puxa para si e me abraça com força, sinto toda a rigidez dos seus músculos e o calor familiar de seu corpo.
— Me perdoa. — Ele sussurra. Levanto a cabeça e olho em seus olhos. Seu rosto está coberto por lágrimas.
— Me perdoa, meu amor, por favor. — Ele esconde o rosto em meu pescoço e chora ruidosamente.
— Por favor, me diga que isso não vai te tirar de mim. Me diga que você vai ficar bem. Por favor.
— Eu vou ficar bem. — Digo levando minha mão até seus cabelos e acariciando-os.
— Não quero te perder. — Sua voz sai abafada pelo meu pescoço.
— Você não vai. — Tento me controlar e parar de chorar, mas é difícil.
— Sinto muito, me perdoe por ter sido um idiota, por ter sido um péssimo marido. Eu sinto tanto. — Seu corpo treme e eu o abraço forte.
— Me perdoe por não poder te dar um filho, acredite, é o que eu mais queria. — Sussurro para ele.
— Não me peça perdão, você não tem por que.
— Tenho sim. Eu sei que o quanto você quer um filho, e eu não posso te dar, eu não posso fazer de você o homem mais feliz do mundo, porque eu não sou fértil.
— Eu já sou o homem mais feliz do mundo. — Ele diz e me beija. Não é um beijo apaixonado e cheio de desejo, e sim carinhoso e completo de adoração e amor. Aquece meu coração.
— Você é maravilhosa, eu te amo tanto e você me faz muito feliz. Sinto muito por não ter percebido que algo tão sério estava acontecendo, sinto muito por ter pensado o pior de você, sinto muito por todas as palavras duras que eu disse e a maneira fria que eu te tratei. Espero que um dia você possa me perdoar.
— Eu já te perdoei, meu amor. Eu te amo tanto, que mesmo você machucando meu coração, ele ainda quer ser seu.
Nina, você é minha vida, não sei o que eu faria sem você, por isso eu agi como um idiota. A ideia de você estar com outro, de você amar outro...Me matava lentamente todos os dias. Sei que eu deveria ter confiado em você, mas...Eu sou um idiota, o maior dos idiotas e não mereço alguém como você.
— Eu te amo, Ian. Por favor, me beije.
Ele atende ao meu pedido e mais uma vez junta seus lábios com os meus. Sua língua invade minha boca e acaricia a minha, me fazendo gemer. Ian me puxa para seu colo e eu vou de bom grado. Nos beijamos com toda a força do nosso amor.
— Vai dar tudo certo, você vai ver. — Ele diz quando nossos lábios se desgrudam. — Você vai fazer essa cirurgia e eu estarei lá ao seu lado. Você vai voltar a ficar saudável e nunca, nunca vai me deixar. — Ele me aperta em seus braços e eu me aconchego nele.
— Estou com medo. — Admito.
— Tudo bem. Tudo bem ter medo, mas você é uma mulher forte, tenho certeza que vai passar por isso.
— Mas e se esse tumor realmente tiver me deixado com problemas e eu nunca poder ter um filho?
— Então adotaremos um. — Ele diz limpando as lágrimas do meu rosto.
— Você faria isso?
— Mas é claro, eu sou capaz de fazer qualquer coisa se você estiver ao meu lado. E tenho certeza que seriamos tão felizes com essa criança
como se ela fosse realmente nossa, e eu a amaria como se ela tivesse nascido daqui. — Ele diz espalmando a mão em minha barriga.
Sinto meus olhos se encherem de água de novo, mas dessa vez de alívio e amor.
“Eu amo tanto esse homem, meu Deus.”
— Seja o que for que aconteça, enfrentaremos isso juntos.
— Juntos. — Repito.
— Será que você pode me perdoar por ter sido um idiota completo e me dar outra chance?
— É claro, meu amor. — Digo e depois o beijo.
Ele me segura firme e então se levanta do sofá, me carregando em seus braços.
— O que você está fazendo? — Pergunto quando ele começa a andar comigo no colo.
— Vou te levar para o quarto e vou fazer amor com você à noite inteira.— Ele diz sem tirar os olhos dos meus.
— Te amo, sabia? — Encosto minha cabeça em seu peito e digo com um pequeno sorriso nos lábios.

— Eu também te amo, muito. Vou te mostrar o quanto.

WHOWWW , TRISTE !!!
COMENTEM!!!

CAPÍTULO 70

Joseph
Finalmente em casa. Sei que passei apenas algumas poucas horas no hospital, mas foi suficiente para me deixar angustiado e louco para voltar para o conforto do meu apartamento.
Quando finalmente tive alta, papai e Demetria me acompanharam até em casa, logo mamãe também se juntou a nós. Os três ficaram me fazendo companhia por várias horas, até que foram embora, pouco tempo atrás.
Agora estou sozinho, anestesiado pelos comprimidos para dor que o médico me receitou. Gostaria que papai e mamãe não tivessem se demorado muito, queria ficar a sós com Demetria, temos tanto para conversar. Quero saber melhor sobre como ela está se sentindo com relação a como o nosso relacionamento foi revelado, e confesso que queria que ela fosse a minha enfermeira. Adoro quando ela se preocupa comigo, quando cuida de mim.
Até poderia ter pedido para que ela dormisse aqui, mas não quero forçar a barra, tenho certeza que mesmo aprovando nosso namoro, Eddie vai querer conversar com a filha, assim como provavelmente Diana.
Espero que Ian esteja mais calmo e não pegue pesado com Demetria.
Sei que mesmo Ian achando que eu estava errado nessa situação toda, ele não deveria ter me agredido, mas não consigo ficar com raiva dele. A verdade é que eu me sinto culpado pelo modo como as coisas entre eu e Demetria começaram.
Eu sei que ela é uma mulher adulta, capaz de tomar as próprias decisões, mas se a situação fosse ao contrário, não importa quantos anos minha irmã tivesse, eu ficaria muito puto se o meu melhor amigo estivesse tendo uma amizade colorida com ela. E depois de tudo que eu já disse e fiz na presença de Ian todos esses anos, eu entendo seu receio de deixar sua irmã namorar comigo.
Mas a parte em que ele gritou para quem quisesse ouvir que eu estava me aproveitando dela, magoou. Ele é meu melhor amigo, ele deveria saber que eu nunca seria capaz de dizer para Demetria que eu a amo apenas para dormir com ela. Isso está anos-luz além do que eu seria capaz de fazer.
Tenho muito medo que Ian não entenda e não aceite o meu relacionamento com Demetria. Tenho medo que ele a influencie contra mim, afinal, eu sei o quanto ela ama o irmão e o quanto sua opinião é importante para ela. Também tenho medo de perder a amizade dele, muito medo.
Espero não precisar chegar ao ponto de ter que escolher ou um ou outro. Claro que eu escolherei Demetria, mas sem Ian, para sempre vou ter um vazio em meu peito.
Eu o conheço há tanto tempo, uma vida inteira. Mesmo na memória mais antiga, dos meus mais tenros anos, Ian era uma figura sempre presente.
Como tínhamos a mesma idade, éramos vizinhos e os únicos meninos em um raio de vários quilômetros, o forte laço que criamos logo no começo de nossas vidas era algo inevitável.
Nós sempre tivemos personalidades contrastantes, mas que se completavam. Contávamos tudo um para o outro.
Eu dormia em sua casa e ele na minha, às vezes acampávamos, sempre perto da casa, porque tínhamos medo de ir muito para longe nos limites escuros e silenciosos da fazenda. Claro que nenhum dos dois admitia ter medo de acampar no escuro.
Quando chegou certa idade, começamos a conversar sobre meninas, beijos e amassos e mais tarde sobre sexo.
Falávamos sobre tudo, contávamos tudo, estávamos sempre juntos. A iminência do fim de tudo isso, é desoladora.
Mas se tem algo que me consola, é que no final vai valer a pena. É tudo por ela. Minha princesa, minha linda, meu amor. Minha.
Demetria
Sei que tem algo errado assim que abro a porta de casa. É como se eu pudesse sentir a mudança no ar, ficando mais denso, mais pesado.
Fecho a porta cuidadosamente, escutando atentamente para tentar discernir as vozes vindas da sala.
Uma é de Sunny, outra de papai, mamãe também está presente e alguém usando um tom severo...Ian. Agora reconheço sua voz.
Caminho em direção à sala e encontro todos com caras sérias. Eles param de falar assim que eu chego, vejo que Nina também está presente, mas sem participar da discussão.
— Onde você estava? — Ian se vira para mim e pergunta, colocando as mãos na cintura.
Não gosto do seu tom autoritário, então levanto a cabeça, encaro-o nos olhos e digo com confiança.
— Estava com Joseph.
— Como assim estava com Joseph? Eu disse que você nunca mais veria aquele cara. — Ele diz elevando a voz.
— Sua recomendação foi devidamente anotada, mas eu escolhi ignora-la e continuar vendo meu namorado. — Digo cruzando os braços e com um sorriso de escárnio nos lábios.
— Não acredito nisso. Aquele desgraçado conseguiu mesmo fazer sua cabeça, não é?
— Ian... — Digo tentando apelar para a razão. — Você conhece Joseph a sua vida toda, você sabe que ele nunca seria capaz de me enganar. Ele é o seu melhor amigo, acha mesmo que ele faria algo tão cruel comigo?
— Uma coisa certa você disse, eu o conheço a minha vida inteira. E eu sei que suas raízes estão fundas demais nesse estilo de vida, para ele larga-lo agora.
— As pessoas mudam. — Digo começando a perder a paciência.
— Sim, as pessoas mudam. — Ele grita, me fazendo dar um pulo com sua mudança súbita de tom. — Quando elas entram na vida adulta, quando elas estão no começo dos seus vinte e poucos anos, quando elas têm que crescer e começar a agir como gente grande. Elas não mudam aos 30 anos, Demetria. Ele não mudou até agora, não vai ser depois de ter vivido metade da sua vida que ele mudará.
— Isso é besteira. Todos tem o direito de mudar.
— Ok, ele mudou. — Ele balança as mãos no ar. — Vamos imaginar que ele tenha mesmo mudado. Você acha mesmo que ele vai conseguir fugir de anos e anos de hábito? Não importa o quanto ele queira mudar , isso se ele realmente quiser mudar,  no final, ele vai acabar agindo segundo as vontades do seu pau, como ele sempre fez.
Ian! — Papai repreende Ian com uma voz autoritária.
— Ela tem que saber como as coisas são, pai. Por mais feia que a verdade seja, ela precisa ser dita. É melhor ela saber agora, quando ainda dá tempo dela sair disso tudo sem se magoar, do que depois, quando ele fizer alguma merda com ela.
— Controle as palavras, filho. — Papai adverte.
— Você pode até conhecer o Joseph há anos, mas você só conhece o velho Joseph. O novo, o apaixonado, carinhoso e que me ama, você não conhece.
Demetria...Minha irmã. Eu te amo com todas as minhas forças, eu não posso deixar você se meter em algo em que você claramente vai sair devastada. Tudo o que eu faço é para o seu bem.
— Foi para o meu bem que você espancou o seu melhor amigo?
— Ele não é mais o meu melhor amigo.
— Eu deveria nunca mais falar com você depois do que você fez com Joseph. Mas eu te amo demais para fazer isso. Mas o meu amor por você não é maior do que o que eu sinto por Joseph, e mesmo me doendo muito não ter o seu apoio, eu não vou me afastar dele.
— Meu Deus, como você é teimosa. — Ele se aproxima e esbraveja em meu rosto. Fico desconcertada com suas mudanças bruscas de humor.
— E você arrogante, não quer admitir que está errado.
— Isso porque eu não estou errado.
— Seu melhor amigo e sua irmã estão apaixonados, e você não consegue aceitar isso. Fica querendo arrumar desculpas e pretextos para nos separar.
— O que eu estou fazendo é para o seu próprio bem, eu sou seu irmão mais velho e tenho que cuidar de você.
— Eu não sou mais uma criança, você não precisa cuidar de mim.
— Aparentemente eu preciso sim, já que você está agindo pior que uma criança. Você está sendo mimada e burra.— A essa altura já estamos gritando um com o outro.
Abro a boca, surpresa por suas palavras. Sinto a raiva crescendo cada vez mais dentro de mim.
— Não se atreva a me chamar de mimada e burra... — Grito dando de dedo em seu peito. — E não venha descontar as frustrações do seu casamento no meu relacionamento. Você não é feliz com Nina e não quer que ninguém mais seja, não é de admirar que ela não te queira mais.
Nessa hora várias coisas simultâneas acontecem. Papai se levanta de onde estava sentado e grita meu nome, Sunny e mamãe levam à mão a boca em surpresa, Nina arregala os olhos e parece envergonhada, e Ian dá um passo para trás e me olha tão chocado como se eu tivesse acabado de lhe dar um tapa. E eu me arrependo das palavras cruéis, tenho vontade de retirar o que eu disse, mas é tarde demais.
— Já chega, essa discussão já foi longe demais. — Papai diz olhando para Ian e eu. — Demetria, o que acontece no casamento do seu irmão só diz respeito a ele e Nina, e ninguém aqui tem o direito de se meter. — Nesse momento lanço um olhar para Sunny, ela me olha e sei que também está pensando sobre o fato de termos seguido Nina. Ainda temos que falar com ela e contarmos que sabemos que tem algo muito errado acontecendo, provavelmente com sua saúde, isso eu ainda não sei ao certo.
— E Ian, você está certo sobre ser o irmão mais velho e ter que cuidar das meninas. Mas existem certos momentos em que temos que saber quando recuar, e esse é um deles. Eu fui pessoalmente conversar com Joseph hoje de manhã, ele me disse como se sente com relação a sua irmã, eu acreditei nele e na verdade dos seus sentimentos. Demetria tem a minha permissão para namorar Joseph, não que ela precisasse de qualquer maneira, sua irmã já é uma mulher adulta.
— O que? — Ian olha para papai como se tivesse acabado de lhe nascer uma segunda cabeça. — Você vai permitir que ela continue com aquele cara, você está louco?
— Ian, tenha mais respeito com seu pai. — É a vez de mamãe entrar na briga.
— Não posso acreditar que você vai deixar isso acontecer. — Ian diz incrédulo olhando para papai.
— Mesmo que eu quisesse fazer algo, não tenho mais completa autoridade sobre a vida dos meus filhos, vocês já são todos adultos.
— Mas...
— Sem mas, filho. Joseph merece uma chance, eles merecem uma chance de nos provar que estamos errados e que se amam. Espero que você não interfira mais no relacionamento da sua irmã. — Papai diz firmemente e eu lhe dou um leve sorriso.

Ian olha para todos na sala, procurando por apoio, mas ninguém – nem mesmo Nina – se manifesta em seu socorro. Então ele sai da sala furioso e sem dizer mais nenhuma palavra, segundos depois escutamos a porta da frente batendo com força, e mais alguns segundos depois, o barulho de sua caminhonete arrancando violentamente.

Estamos chegando na reta final...  

CAPÍTULO 69

Demetria
Droga. Foi tão difícil conseguir dormir ontem, e quando eu finalmente o fiz, já era muito tarde. Como resultado acabei dormindo demais, preciso me apressar se eu quiser chegar a Dallas antes do horário de visita do hospital acabar. Escutei eles conversando ontem que Joseph estava bem, mas passaria a noite em observação.
Arrumo-me apressadamente, pego minha bolsa e as chaves do carro e saio correndo escada a baixo.
— Filha? — Paro bruscamente quando ouço a voz de mamãe.
— Filha, o café está na mesa, venha comer... — Ela para de falar quando me vê parada perto da porta.
— Onde você vai?
— Estou indo para o hospital, preciso ver ele, mãe.
— Seu pai disse que não queria você perto dele até os dois conversarem.  
— Papai não está aqui agora.
— Tem razão, ele está a caminho do hospital agora mesmo. — Ela diz colocando as mãos na cintura.
— O que?
— Ele saiu faz meia hora.
— Porque vocês não me avisaram para eu ir junto?
— Você não ouviu o que eu disse? Seu pai não quer você perto do Joseph até ele saber quais são as intenções dele com você.
— Ah meu Deus. — Digo esfregando a testa. — Isso é ridículo. Eu tenho que ir ver como ele está. — Giro a maçaneta da porta.
Demetria, espere.
— O que foi, mamãe? — Pergunto me virando para ela.
— Como...Como isso foi acontecer? Quero dizer, você e o Joseph? Isso é tão estranho e...
— Olha mãezinha, eu sei, e eu vou explicar tudo mais tarde, ok? Agora eu preciso mesmo ir. — Vou até ela e lhe dou um beijo na bochecha, então saio correndo até o carro. Preciso chegar logo naquele hospital e impedir que papai estrague tudo com Joseph.
— Oi, bom dia. Gostaria de saber em qual quarto Joseph Jonas está. — Digo para a moça atrás do balcão.
— Só um minuto... — Ela digita algo no computar e então diz: — Quarto 633. O horário de visita acaba em dez minutos.
— Tudo bem, obrigada. — Digo e vou apressadamente procurar o quarto de Joseph.
Passo pelo quarto 625, 626, 627 e tão distraída procurando o número certo que estou, só vejo papai pouco antes de me esbarrar com ele.
Demetria, o que você está fazendo aqui? Eu não tinha dito que...
— Você viu ele? Como ele está? — Pergunto preocupada.
— Ele está bem, um pouco dolorido, mas bem.
— Preciso vê-lo. O que vocês conversaram? Você não estragou tudo, não é papai?
— Calma, menina. Joseph e eu conversamos, e eu acredito que ele goste mesmo de você.
— Sério? — Pergunto com um sorriso se formando em meus lábios.
— Sim, não vou ser contra vocês ficarem juntos, mas vou ficar de olhe nele, hein? E se ele fizer alguma coisa para você que eu não gostar...
— Ah papai. — Não deixo que termine de falar, pois me jogo em seus braços e lhe dou um abraço apertado. — Isso significa muito para mim, obrigada.
— Só quero que você seja feliz, minha princesa. — Ele diz acariciando meus cabelos.
Estou tão feliz que poderia explodir. Estava com tanto medo que a conversa entre papai e Joseph fosse mal e que ele quisesse me proibir de namorar Joseph, claro que isso não me impediria, mas assim as coisas vão ser bem mais fáceis. Ter o apoio dele me faz sentir mais leve, mais tranquila e menos culpada.
— Vou vê-lo, o horário de visitas já está acabando. — Digo me desvencilhando de seus braços.
— Tudo bem, vá.
— Até logo, e obrigada de novo, por entender. — Viro-me e vou até o bendito quarto 633.
Abro a porta devagar, sem fazer barulho. Joseph está deitado na cama, olhando para a janela.
— Posso entrar? — Assim que ouve minha voz, ele se vira rapidamente e abre um sorriso largo.
— Meu amor. — Tento sorrir, mas a visão do seu rosto machucado faz com que o sorriso fique preso nos lábios e meu coração fique pesado, dolorido.
Joseph. — Sussurro seu nome. Caminho até a cama e fico ao seu lado.
— Meu amor, que bom que você está aqui. Acabei de falar com seu pai, e ele...
— Eu sei. Encontrei com ele no corredor, ele me disse. — Digo tentando lhe dar um sorriso reconfortante.
— E o meu pai também entendeu, ele disse que vai nos apoiar.
— Isso é maravilhoso, meu amor. — Digo segurando sua mão.
— Acho que não foi tão ruim quanto havíamos imaginado, quer dizer, com Ian foi. Mas nossos pais, acho que eles estão reagindo melhor do que esperávamos. — Ele diz sorrindo animadamente, mas não consigo retribuir o sorriso, não quando ele está deitado em uma cama de hospital todo machucado por minha culpa.
— O que foi, amor? Você não está feliz? — Ele pergunta.
— Ah meu amor, é claro que eu estou feliz. Ter o apoio de papai significa muito, mas...Você está aí, todo machucado. Não acredito que Ian tenha ti batido dessa maneira. — Sinto meus olhos começarem a se encherem de água.
— Ei, não fique assim. Nós dois sabíamos que ele não reagiria bem.
— Eu sei, mas eu achei que ele fosse gritar, ficar bravo, até te dar um soco. Não imaginei que ele te mandaria para o hospital.
— Está tudo bem, eu estou bem.
— Está mesmo? Você não parece muito bem, não está doendo? — Pergunto acariciando de leve seu rosto.
— Dói só um pouco, mas estou bem, juro.
— Sinto muito. — Uma lágrima traidora escorre por minha bochecha.
— Sabe o que você pode fazer para eu me sentir melhor? — Ele pergunta.
— O que?
— Primeiro, pare de chorar. — Ele estica o braço e limpa minha bochecha. — E segundo, você pode me dar um beijo. — Não consigo evitar e sorrio. Inclino-me sobre ele e deposito um beijo carinhoso em seus lábios.
Quando faço menção em me afastar, sua mão vai até meu pescoço e me mantém no lugar. Seus lábios são tão macios, reconfortantes e familiares. Permito-me perder a noção de tudo que não seja Joseph, por isso me assusto quando escuto alguém limpando a garganta atrás de nós.
Afasto-me num pulo e me viro, dando de cara com um Paul muito desconcertado.
— Desculpe, não queria interromper, mas trouxe sua comida, filho. — Ele diz levantando uma caixa de padaria e uma caneca do que, pelo cheiro, presumo ser café.
— Tudo bem, pai.
— Oi, Demetria. — Paul me cumprimenta com um sorriso tímido.
— Oi, Paul. — Digo também um pouco envergonhada. Ele se aproxima e entrega a comida a Joseph.
— Sinto muito, filho, mas vou ter que ir, o horário de visita já acabou e logo vão aparecer para nos tirar daqui.
— Tenho que ir também. — Digo.
— Claro, tudo bem. Daqui uma hora eu devo ter alta, você vai voltar comigo até meu apartamento, não é? — Ele dirige sua pergunta para mim.
— É claro, meu amor. — Respondo.
— Ótimo.
— Até logo. — Me despeço.
— Hey, e o meu beijo? — Olho para ele e depois para Paul, sem graça. Tudo bem, isso ainda é um pouco estranho.
Dou um beijo de despedida em Joseph, e então eu e Paul seguimos para fora do quarto. Caminhamos lado a lado pelo corredor branco e largo. Olho-o de canto e vejo um pequeno sorriso nos lábios de Paul.
— Feliz? — Pergunto.

— Muito. Em 29 anos nunca vi aquele brilho nos olhos do meu menino. O jeito que vocês se olham...Me lembra muito de mim e Denise. — Sorrio com suas palavras. Se ao menos Ian conseguisse ver o que parece que todos estão conseguindo. 

COMENTEM QUE TALVEZ AINDA POSTE OUTRO HOJE.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

CAPÍTULO 68

O segredo de Nina
Joseph
Desvio meu olhar da janela do hospital quando escuto uma batida na porta. A cabeça de papai aparece e ele entra, fechando a porta atrás de si.
— Que bom que já está acordado, filho.
— É meio impossível dormir muito por aqui. Enfermeiras entrando e saindo, barulhos no corredor, pessoas gemendo. Isso aqui é assustador.
— Você estará em casa antes do almoço. — Papai diz vindo se sentar na beirada da minha cama.
— Não entendo porque tive que passar a noite aqui. Eu deveria estar em casa trabalhando, tenho coisas importantes para resolver para segunda.
— Você acha mesmo que estaria em condições de trabalhar hoje? Sei que você adora seu emprego, mas vai ter que pegar leve pelos próximos dias.
— Queria estar em casa. — Reclamo.
— Você ouviu o que o médico disse ontem. Você não tem nada sério, mas ele queria que você passasse à noite para ter certeza que não sofreu nenhum trauma nessa cabeça dura. — Ele diz batendo de leve na minha cabeça.
— Como está se sentindo hoje, filho?
— Melhor, mas ainda com dor. E por causa desse maldito olho inchado, só consigo enxergar parcialmente. Eu não devo estar nada bonito, não é?
Ele segura meu queixo e vira meu rosto, analisando meus machucados.
— Realmente, ele não pegou leve com você. Mas nada que não esteja melhor daqui a alguns dias.
— Acho que vou ter que trabalhar em casa, então.
Passam-se alguns minutos sem que digamos nada, papai está inquieto, eu o conheço e sei que tem algo que ele quer me dizer. Deixo que tome o seu tempo, porque eu já faço uma boa ideia sobre o que ele vai querer falar.
— Filho, eu não falei nada ontem porque sua mãe estava aqui, mas eu gostaria de te fazer uma pergunta.
— Pode perguntar, acho que já sei sobre o que é.
— Aquela tarde que você me procurou para perguntar sobre mim e sua mãe...Naquela tarde quando você admitiu estar apaixonado. O amor impossível que você disse que estava vivendo, era com Demetria, não é?
— Era sim, era ela. Entende agora o porquê eu não podia falar nada? Era complicado, ainda é.
— Coloca complicado nisso. — Ele diz esfregando o queixo. — Se eu me lembro bem, você havia dito que o relacionamento de vocês começou com...Bem, com sexo casual.
— Sim, foi assim que tudo começou.
— Então você estava transando com a irmã do seu melhor amigo, sem intenção nenhuma de levar aquilo a sério. — Isso não foi uma pergunta e o seu tom desaprovador não me passou despercebido.
— Você falando assim até soa como algo ruim. — Digo desviando meu olhar com vergonha.
— Mas é, Joseph. Você se apaixonar por ela não, mas o modo como começou...Como você vai explicar como tudo começou para Eddie, para Ian? Você cometeu um erro em se deixar levar, filho, e agora você...
— Eu não vou me afastar dela, se é isso que você vai dizer. — Digo ferozmente. Não importa se ele, mamãe ou qualquer um me pedir para me afastar, dizer que isso é o certo a se fazer, eu não vou deixar Demetria.
— Calma, eu não ia dizer isso. Eu só ia dizer que você terá que enfrentar as consequências de um mau começo.
— Eu vou enfrentar qualquer coisa por ela. — Digo seriamente olhando-o nos olhos. Papai franze a testa e me olha com aquele seu olhar analisador.
— Você realmente gosta dela, não é? Quero dizer, realmente gosta dela.
— Eu a amo mais que qualquer coisa, pai. Ela se tornou tudo para mim, tudo. Todo o meu mundo.
— Eu posso ver em seus olhos, que você está sendo sincero.
— Por favor, não me diga que eu devo me afastar dela.
— Eu nunca diria isso, meu filho. Não depois de claramente ver que você a ama. Eu sei que você está sendo sincero com relação aos seus sentimentos e eu vou apoia-lo.
Uma onda de alívio enorme percorre meu corpo, tranquilizando pelo menos um pouco minha alma.
— Que bom que você acredita. Estava com medo que você fosse ficar cético como Ian.
— Eu não. Acredito em você, filho, e sua mãe também.
— É mesmo?
— Sim, eu e ela conversamos sobre isso. Ela sabe que você não seria capaz de fazer o que Ian disse, e ela viu como Demetria reagiu ontem. Ela estava desesperada, defendendo você ferozmente das acusações do irmão. Claramente vocês se amam. — Um largo sorriso se forma em meus lábios ao ouvir suas palavras.
— Nos amamos mesmo, pai. Muito. Ela me faz tão feliz que acho que vou explodir.
— Eu não poderia estar mais feliz por você. E sua mãe, está radiante com a ideia de você finalmente ter se apaixonado. Contudo, peço que você tenha cuidado, filho. Os  Lovato são nossos amigos há anos, e Demetria é uma menina muito especial, cuide bem dela.
— Eu vou, pai. Preferiria morrer a magoa-la.
— Você sabe que vai ter que ter uma conversa com a família dela, não é? E Ian...Realmente não sei como as coisas vão ser com ele, mas você tem que estar preparado para a possibilidade de ter que escolher entre seu melhor amigo e a garota que você ama. Acha que pode fazer essa escolha?
— Eu já fiz. Eu amo Ian como um irmão, não guardo nenhuma magoa pelo que aconteceu ontem e gostaria muito que pudéssemos acertar tudo, mas se ele dificultar as coisas, é ela quem eu vou escolher. E ele não vai me impedir de ficar com a mulher que eu amo. Ninguém vai. — Papai sorri e vejo que me olha com algo muito parecido com orgulho.
— Fico feliz que você esteja tão decidido a correr atrás da sua felicidade, meu filho. É só isso que sua mãe e eu queremos, que você seja feliz.
— Obrigado, pai. Isso significa muito para mim. — Digo segurando sua mão.
— Bem, você está com fome? Quer que eu compre algo para você comer? — Ele oferece mudando de assunto.
— Ah, por favor. Estou faminto e a comida daqui é horrível.
Granny’s?
— Não se esqueça das rosquinhas. — Digo e ele ri.
— Tudo bem, não vou esquecer. — Ele diz indo em direção à porta.
Quando ele sai e fecha a porta, fico repassando em minha cabeça nossa breve conversa. Meu pai é incrível mesmo, o melhor de todos. Ele sempre esteve disposto a me apoiar, mas sabia ser duro também, quando necessário. Mas sempre foi muito carinhoso, e saber que mais uma vez ele está ao meu lado, principalmente por se tratar de um assunto tão importante, significa o mundo para mim.
Alguns minutos depois, quando alguém bate a porta, me pergunto se papai teria sido tão rápido assim em me conseguir meu café da manhã. Mas quando a porta se abre, é Eddie  Lovato quem entra.
— Posso entrar, Joseph?
— Claro, por favor.
Um pouco hesitante ele se aproxima da minha cama, faz uma careta quando vê meu rosto machucado de perto.
— Como você está?
— Bem, só com alguns hematomas. — Digo apontando para meu rosto.
— Sinto muito, por Ianter feito isso com você. Mas não posso dizer que se eu estivesse no lugar dele, teria feito diferente. — Ele diz e eu o olho surpreso. — Bem, você deve entender, ela e minha filha, é irmã dele, faríamos qualquer coisa para protegê-la.
— Eu entendo isso, Eddie.
— É por isso que eu vim aqui, Joseph. Eu preciso saber quais são as suas intenções com a minha filha. Preciso ouvir de você, o que é que está acontecendo.
— Eu posso garantir, minhas intenções com Demetria são as melhores possíveis...Ela não veio com o senhor? Queria vê-la.
— Não. Eu gostaria que vocês não se vissem até eu ter essa conversa com você. Ela é minha filha, Joseph, preciso saber o que você está fazendo com ela. — Posso ver o medo por Demetria estampado em seu rosto, o desespero em sua voz.
Meu Deus, será que aos olhos dele eu sou um destruidor de coração que não pensaria duas vezes em magoar sua filha? Por favor, ele me conhece a vida toda, eu entendo que esteja preocupado, mas magoa ver que eu tenho tão pouco crédito com pessoas que eu considerava amigas.
Mesmo ainda sentindo um pouco de dor na área das costelas, me sento na cama, para olha-lo do mesmo nível.
— Pois eu vou te falar o que está acontecendo então, senhor. Como você já deve muito bem ter consciência, sua filha é linda, engraçada, inteligente, simpática e tem um coração maravilhoso. Acontece que eu me apaixonei perdidamente por ela. Eu carrego em meu coração mais amor por ela do que sou capaz de suportar. Eu a amo com todas as minhas forças, e nunca, jamais, seria capaz de engana-la e magoa-la. Eu entendo o seu medo e o do Ian, afinal eu nunca fiz questão de esconder o meu desinteresse em ter um relacionamento sério, mas eu juro Eddie, que isso mudou. Eu amo sua filha, e só quero ela.
Termino de falar e espero pela reação de Eddie, mas ele simplesmente fica parado, me olhando, e não diz nada.
— Você...Você realmente está falando sério. — Ele diz em um sussurro para ele mesmo, parece incrédulo.
— Eu amo Demetria, Eddie. E significaria muito para mim, e para ela também eu sei, se você nos apoiasse. — Ele passa a mão pelos cabelos e vai até a janela.
— Nunca imaginei que vocês dois...Ela é uma criança, e você é tão mais velho.
— Eddie, eu sei que você quer acreditar que ela vai ser para sempre a sua garotinha, mas Demetria não é mais uma criança. Ela tem 20 anos.
— É que...Eu não quero que ela se machuque. Quando você tiver uma filha, você vai entender.
— Eu te prometo, eu nunca vou fazer algo que possa magoar Demetria. — Ele permanece em silêncio por alguns instantes, sempre encarando a paisagem lá fora e nunca os meus olhos. Então ele finalmente solta um suspiro e se vira em minha direção.
— Acho que não a nada que eu possa fazer, não é? Como você mesmo disse, ela não é mais uma criança e eu não posso impedi-la de ficar com quem ela quiser. Você pareceu muito sincero sobre gostar dela, e pelo que eu pude perceber, ela também gosta muito de você. Vou ser franco com você Joseph, não estou completamente confortável com vocês dois juntos como um casal, mas vou te dar o meu voto de confiança. Não vou ser contra o relacionamento de vocês, e pelo pouco que eu conversei com Diana ontem, acredito que depois que eu lhe contar o que você me disse hoje, ela também não vai ficar contra.
— Muito obrigado, Eddie. Eu...
— Mas vou te dizer uma coisa...Magoe a minha filha com esse seu estilo de vida liberal, e eu vou chutar a sua bunda com tanta força que você vai parar em Oklahoma. — Ele diz com aspereza.
— Eu não vou. Mas se isso acontecesse, eu teria o maior prazer em deixar você chutar minha bunda, senhor.

— Ótimo, acho que estamos conversados então. 

TÁ AÍ...
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