domingo, 12 de maio de 2013

CAPÍTULO 50 MARATONA




Joe me levou a um barzinho superbacana. Havia pouca gente naquele início de noite de segunda-feira, o que achei ótimo. O ambiente era acolhedor, com mesas de madeira e bancos estofados. Havia uma infinidade de plantas na decoração, e a meia-luz e a música ambiente deixavam tudo com um ar mais íntimo. Joe pediu chope e uma porção de polenta frita. Eu adorei. Comida de boteco sempre fez minha cabeça. Cerca de uma hora depois, já havia uma pilha considerável de discos de papelão em nossa mesa. Joe ficava muito falante quando bebia.
- Onde você aprendeu aquela manobra? A Blanda parecia sentir muita dor – comentou calmamente.
- Quando se viaja sozinha e sem destino, é importante saber uma ou duas coisinhas, caso apareça algum engraçadinho.
Ele sorriu.
- Você conheceu muitos lugares, imagino.
- Muitos. Eu me sentia livre dessa forma, como se nada me prendesse, mas era apenas... um jeito de me colocar à prova. Uma espécie de desafio, eu acho. Eu morria de saudades e sempre acabava voltando para casa depois de dois meses.
- Saudades do seu avô ou tinha alguém que te prendesse? – ele não me encarava, mas senti o interesse real em seu tom de voz.
- Do meu avô, claro. Ninguém nunca me prendeu. Eu nunca quis ficar em algum lugar por alguém que não fosse o vô Marcus. – Até agora.
- Como é isso? Ser livre? – Ele tomou um gole de sua bebida.
- É... como se não existisse corpo, apenas alma. Permanecer num lugar por determinado período, depois seguir em frente sem criar raízes... Então me ocorreu que isso não era liberdade. Era falta de algo. Algo que eu procurara e não havia encontrado em nenhum lugar do planeta. Algo precioso que eu encontrava em Joe, toda vez que ele sorria para mim.
- Parece bom – ele sorriu.
- Na verdade, não. Perdi um tempo precioso que poderia ter passado ao lado do vô Marcus.
Senti uma onda de calor quebrar sobre mim quando ele tocou minha mão e a apertou gentilmente.
- Você ainda sente muita falta dele, não é?
Assenti.
- Ele era tudo o que eu tinha. Toda minha família. Claro que um pouco de grana seria bom, não vou mentir, não tenho gostado muito dessa condição de... privações. Mas é dele que sinto falta realmente. Era ele que eu queria de volta.
Ele me encarou fixamente, os olhos quentes e moles.
- Acho que você ainda não aceitou a morte do seu avô. Parece que ainda espera que ele volte – comentou.
Joe não podia ter acertado mais. Eu esperava a próxima visita de vovô em meus sonhos como uma criança espera a chegada da noite de Natal.
- Você tem razão. Eu espero por ele. Sempre vou esperar. Não sei bem como viver sem ele.
- Mas vai ter que aprender – ele comentou, com os olhos nos meus. – Um dia desses.
Não respondi, desviei o olhar e brinquei, com a mão livre, com o descanso de copo de papelão.
- E eu queria que você soubesse que, quando isso acontecer, estarei aqui – ele continuou. – Não precisa se sentir sozinha, se não quiser. Você entende o que eu quero dizer, Demetria?
Olhei para ele, para as esmeraldas brilhantes que quase me cegavam.
- Acho que sim – murmurei.
- Entende mesmo? – Joe insistiu, com tanta intensidade que fiquei tonta.
- Hã... Eu achava que sim, mas agora fiquei na dúvida.
Ele encaixou ambas as mãos em meu queixo, como fizera naquela tarde no escritório, mas ali não havia ninguém para nos interromper. Inclinou levemente a cabeça e se aproximou sem pressa. Seus lábios roçaram a minha bochecha, depois deslizaram por meu pescoço, me fazendo estremecer, até alcançarem minha orelha. Eu arfava alto demais, todas as células do meu corpo vibravam, os arrepios eram incessantes. Eu queria tanto que ele me beijasse....
- Eu fiz uma promessa no dia em que nos casamos, Demetria. – Ele passeou as mãos por minha clavícula. Elas eram tão grandes, eu me sentia tão pequena e protegida sob elas... – Uma promessa que não posso quebrar, ainda que eu queira desesperadamente fazer isso.
Virei o rosto levemente, até que meu nariz encontrou a ponta do seu. Nossos olhares se prenderam, e havia tanto calor em seus olhos que senti como se estivesse derretendo.
- Me beija logo, Joe – sussurrei.
- Demetria... – ele gemeu e então me beijou.
Na boca.
De língua.
Assim que seus lábios finalmente me tocaram, agressivos e macios, uma explosão de cores, luzes e calor me inundou. Senti como se realmente flutuasse, e a única coisa que me mantinha presa no chão eram seus braços ao meu redor. Eu não estava esperando aquele tipo de beijo. Não que eu fosse reclamar, longe disso – eu estava extasiada com a maneira possessiva e urgente como ele explorava a minha boca, os dedos se enroscando selvagemente em meus cabelos, como se ele tivesse medo de que eu fosse fugir. Como eu poderia?
Tive minhas suspeitas confirmadas; os lábios de Joe eram mesmo muito macios, muito mais do que eu me lembrava , contudo eram vorazes, faziam perguntas, exigiam respostas, me apresentavam uma miríade de novas sensações. Era como se eu estivesse sendo tocada por um homem pela primeira vez. Era terno e ao mesmo tempo feroz, e eu não queria que acabasse. Seus dedos me acariciavam suavemente, e sua língua ágil, macia, úmida, me levava à beira de um precipício, e a queda parecia ser tão prazerosa quanto assustadora. E tudo o que eu queria naquele momento era mergulhar no desconhecido.
- Senhores – chamou alguém. O garçom. – Esse tipo de comportamento não é adequado.
Joe me soltou – cedo, muito cedo – e se desvencilhou das minhas mãos.
- Desculpa – disse ele, enquanto minha cabeça ainda girava. – Não vai se repetir.
O homem baixinho nos avaliou por um momento, parecendo não acreditar que eu partilhasse da promessa de bom comportamento – com toda razão, eu não partilhava mesmo -por isso me lançou um olhar de advertência antes de se afastar.
- Eu não devia ter feito isso – Joe murmurou, correndo a mão pelos cabelos escuros.
- Devia – objetei, ainda sem fôlego. – Devia sim.
- Não, Demetria. Eu não devia. Não posso me aproveitar de você desse jeito. Você está fragilizada e eu... – ele sacudiu a cabeça atormentado. – Desculpa. Você é linda e eu agi sem pensar.
- Adorei te ver agindo sem pensar. Você devia fazer isso com mais frequência.
Mas ele não pareceu me ouvir.
- Temos um acordo que exclui qualquer tipo de contato físico. Você nunca quis isso. Eu me excedi. Sou um cretino!
- Acho que você não entendeu, Joe. Tudo mudou...
- Nada mudou – ele me interrompeu. – Acho melhor irmos pra casa. Parece que beber ao seu lado não é uma boa ideia. - Ele chamou o garçom e pediu a conta.
Ah, ele não ia escapar assim tão fácil...
- Joe, acho que você não compreendeu o que eu sinto.
Ele fechou os olhos e suspirou, exaurido. Quando os abriu novamente, estavam aflitos.
- Vamos fingir que isso nunca aconteceu, está bem? – mas ele não me olhava nos olhos. Estava fugindo! Oh, Deus! – Eu devia ter me controlado. Você está tão fragilizada, tem tanta coisa acontecendo, vindo de todos os lados... É imperdoável me aproveitar da sua fraqueza. Eu me deixei levar pelo momento. Não vai acontecer outra vez.
- Mas eu adorei! E quero que você se aprov...
- Por favor, Demetria – ele suplicou, perturbado. – Não torne as coisas mais difíceis. Já é difícil o bastante me controlar sem você me incentivar. Vamos deixar as coisas como estão.
Olhei para ele chocada. Não porque ele se recusava a me beijar outra vez – bom, por isso também -, mas porque queria me beijar e achava que não devia. Ele sentia algo por mim! Algo que ele tentava controlar. Algo que o fizera me tocar daquele jeito, segurar minha mão e me beijar daquela forma escandalosamente quente e urgente, e depois evitar me encarar.
Era algo que eu queria conhecer mais a fundo. Algo que, quem sabe, precisasse de um pequeno empurrão para vir à tona. E eu estava mais que disposta a empurrar. 
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bom primeiro de hoje, comentem pra mim postar mais, agora vou tomar café da manhã, morrendo de fome!  

4 comentários:

  1. posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta posta

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  2. omgggggggggggggggggg adoreiiiii , posta um hot hjjjj pf, pf pf pf pf pf , quero mt qe eles se entendam!!! posta maisssss

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  3. LINDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! acoordei e vim direto ver se vc tinha postado....super anciosa,ta muito perfeita essa historia!!!!!! POSTA LOGO!!!!!!!!!

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