sábado, 11 de maio de 2013

CAPÍTULO 41 MARATONA


A cálida ternura que eu senti por ele ganhou proporções gigantescas naquele momento, até que se tornou insuportável e achei que eu fosse explodir em um milhão de cores. O nó na garganta e o tremor em meu corpo me fizeram juntar as mãos firmemente sobre o colo, para que eu não o abraçasse e enterrasse a cabeça em seu pescoço, como queria desesperadamente fazer. Naquele instante, tudo o que eu queria era ficar naquele carro, conversando com Joe até o fim dos meus dias, sem me importar se tinha um emprego medíocre. Sem me importar se teria que ir e vir de ônibus todos os dias. Contanto que ele estivesse comigo, tudo bem pra mim.
Eu queria Joe por perto. Muito perto. E não apenas por mais alguns meses, como nosso acordo previa. Eu queria que ele fosse feliz, por isso me incomodara tanto a atitude de Clóvis. Eu queria ver Joe sorrir e iluminar meu dia com aquela luz quente que emanava de seus olhos. Queria poder lhe dar a segurança que ele me dava. Esperava poder retribuir todas as mínimas coisas que ele fizera por mim desde que tínhamos nos conhecido. Ansiava por fazer com que ele sentisse as coisas maravilhosas que despertava em mim toda vez que me olhava ou sorria. E, ah, eu desejava tocá-lo. Desesperadamente. Desejava correr as mãos por seu peito, sentir seu coração batendo acelerado sob minha palma, ouvir meu nome em seus lábios. Desejava-o de muitas maneiras. De todas as maneiras...
Oh, Deus! Selena estava certa!
Eu o amava! Desesperadamente! Estava completamente apaixonada por meu marido.
Que merda!
Essa constatação me deixou em pânico. Eu me remexi no banco do carro, roí as unhas, sem conseguir ver nada à minha frente. Eu amava Joe. Droga! Droga! Droga!
Quando isso tinha acontecido? Como eu havia permitido que acontecesse? Tudo bem, eu já admitira que Joe era lindo e um bocado atraente, mas sentir atração por alguém é muito diferente de amá-lo. Muito
diferente. Absurdamente diferente! Quer dizer, ele não havia tentado me seduzir nem nada disso, não dera nenhum sinal de que tinha interesse por mim. Nosso relacionamento era profissional - bom, quase sempre - e, apesar de Joe ser um cara completamente diferente do que eu havia imaginado, isso ainda não era razão para amá-lo. Mas, droga, eu o amava! E provavelmente há certo tempo, só não me dera conta disso até aquele momento.
- Não fica assim, Demetria. Estou bem com tudo isso.
- Ãrrã - murmurei, roendo a ponta do dedo, sem me atrever a olhar para Joe.
Assim que entramos em casa, ele quis comemorar sua não promoção com o que restara de cerveja. Eu o acompanhei, ainda tentando analisar meus sentimentos, mas era impossível, porque Joe era devastadoramente sexy e embaralhava meus pensamentos a cada sorriso que me dirigia. E descobri que, quando se excedia na bebida, ele ficava muito mais comunicativo e sorridente. E, mesmo naquele estado de embriaguez, era inteligente, bem-humorado, educado, ria de si mesmo o tempo todo e era muito atraente. Em outras palavras, eu estava totalmente de quatro por ele e não conseguia pensar em mais nada a não ser nele. Argh!
Quando a cerveja acabou - para meu eterno alívio -, me despedi cordialmente e me tranquei no quarto. Precisava fica sozinha, precisava entender o que estava acontecendo comigo e de algum modo tentar afogar aqueles sentimentos, embora suspeitasse de que já não havia essa possibilidade.
Por um tempo, me limitei a ir e vir aos tropeções - Joe não fora o único a ficar ligeiramente bêbado - no pouco espaço existente entre a cômoda e a cama. Depois chutei os sapatos para longe e me joguei no colchão, ainda com a roupa que usara no jantar. Fechei os olhos, encostando a cabeça na cabeceira da cama.
Como eu poderia ter me apaixonado por Joe? Como? Como pude ser tão idiota? E que chance eu tinha de conquista-lo agora que causara - ou causaria - sua ruína profissional?
- Você não teve culpa - disse uma voz familiar. Uma voz de que eu sentia muita falta. Terrivelmente.
Abri os olhos. Foi quando o vi sentado ali, na minha cama.
- Vovô! Gritei, pulando para abraça-lo. Enterrei o rosto em seu pescoço e inspirei profundamente. Seu cheiro estava diferente, mais adocicado, lembrando flores, mas não me importei. Então me dei conta de que ele não podia estar ali.
- Você está aqui falando comigo? - olhei em volta e meu quarto parecia absolutamente normal.
- Estou - ele sorriu.
- Por quê? Eu morri? - Não me lembrava de ter morrido, mas sei lá, nunca se sabe.
Ele gargalhou alto. E o som daquela risada tão amada fez meu tremor diminuir um pouco.
- Você não morreu, Demetria. Estou aqui porque você pediu minha ajuda. Eu jamais deixaria de atender um pedido seu.
- Mas... mas... vovô - engoli em seco -, você meio que está... hã... morto. Não pode estar aqui, ainda que eu esteja imensamente feliz em te ver.
- Meu corpo está morto. Minha alma, não - ele apontou. – Você nunca prestou atenção nas aulas de religião?
- Senti uma falta danada das suas broncas. - Eu estava mesmo falando com vovô ou havia enlouquecido? Eu não sabia se era fruto da minha imaginação, um presente do meu subconsciente para preencher a lacuna deixada por sua morte ou um sonho, daqueles bem realistas. Fosse o que fosse, eu estava mais que feliz em vê-lo naquele momento. - Sinto sua falta todo santo dia. Ando me sentindo tão sozinha e ... sem rumo.
- Eu sei - ele sorriu, acariciando minha cabeça. Do mesmo jeito que eu sentira mais cedo, no banheiro do Le Jacques. - Por isso estou aqui. Aconteceram coisas desagradáveis essa noite, não foi?
Revirei os olhos, entrelaçando meus dedos aos seus. Não eram tão quentes como eu me lembrava.
- Nem me fale! O Clóvis ferrou com a promoção do Joe porque eles se desentenderam uns dias atrás. Ele pensa que o Joe é uma pessoa ruim por ter casado comigo... Diz que está preocupado comigo. Aí ele faz uma coisa dessas! Ele adorou o que fez hoje. Eu vi nos olhos dele. Ele adorou ver o Joe cair. Vou matar aquele filho da p...
- Demetria, isso não é jeito de se expressar - vovô me interrompeu. - Eu gastei uma pequena fortuna com a sua educação. Use-a – seu rosto ficou sério.
-Você disse que estava aqui para amparar... – apontei.
- Por que você não conversa com o Joe sobre o que está te afligindo? Conte a ele tudo que o Clóvis lhe disse hoje. Isso deve ajudar.
- O quê? Não! Isso é... totalmente o oposto de ajudar! É justamente o que eu não quero que aconteça. Contar ao Joe que ele não foi promovido por minha culpa vai estragar... hã... meus planos. Não tem nada
mais útil do que dizer a verdade aí no além? Você não pode, sei lá, fazer o Clóvis agir como você quer, ou quem sabe possuir o cara pra desfazer a confusão?
Foi a vez dele de revirar os olhos.
- Você é impossível – riu. Naquele instante eu estava absolutamente feliz.
- Você está bem? – perguntei. – Está gostando desse... outro plano?
Ele assentiu.
- Mas estarei por perto enquanto você precisar de mim.
- Eu sempre vou precisar de você – rebati, sentindo o coração se aquietar.
- Nem sempre, querida. Você vai crescer um dia.
O alarme do rádio-relógio no quarto de Joe tocou. Dei um pulo na cama, abrindo os olhos, desorientada. Olhei em volta, procurando por meu avô, mas ele não estava ali. O sol já entrava pela fresta da janela. Esfreguei os olhos, tentando entender.
Um sonho. Fora apenas mais um sonho. No entanto, nunca me parecera tão real. 
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Bom dia! então ta aí o primeiro da maratona desse fim de semana,separei 10 capítulos pra hoje, já sabem as regras 2 comentários o postarei o próximo, se não der tempo postar todos hoje continua amanhã que tem mais 10, bom só vou postar o próximo ás 13:00 horas to fazendo uma faxina no meu quarto então até logo e comentem!

3 comentários:

  1. Arrazouuuuuuuuuu, mt lindo ameii, posta maiiis, quando vai rolar um hot,jemi hein ... Kkkkkk jemi lindos

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  2. Lindoooos, posta logo por favor, adoro o seu blog, ele e incrivel

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