domingo, 5 de maio de 2013

CAPÍTULO 36 BÔNUS


- Vai, conta tudo. E é melhor caprichar nos detalhes tórridos se quer mesmo que eu perdoe sua mancada – exigiu Sel assim que Joe se afastou do shopping Center, indo à procura de um tênis novo de corrida. Ele havia se oferecido para me levar às compras depois do expediente, já que eu lançara sobre ele o dramalhão eu-ônibus-pesadelo. Joe achava divertido meu pavor do transporte coletivo. Eu desconfiava que ele não conhecia o maravilhoso sistema de transporte público suíço.
- Não tem muito que contar...- eu disse a ela.
-Ãrrã. O Joe me fala que vocês estão juntos no mesmo quarto, depois de um jantar megarromântico, e hoje você aparece aqui, com esse sorriso besta na cara e seu marido super-hot a tiracolo, como se não fosse nada de mais. Conta logo e não me obrigue a usar a força.
- Os pais dele jantaram com a gente, Sel. Como pode ter sido romântico?
- Você pediu! – ela disse, os olhos se tornando maiores e mais brilhantes, a boca ligeiramente trêmula, os ombros caídos. Suaves gemidos de dor profunda ecoavam em seu peito.
- Tá bom! – revirei os olhos enquanto subíamos pela escala rolante. – Pode para com o drama! O Joe preparou o jantar e me apresentou pra família dele como sua Demetria, seja lá o que isso quer dizer. Conversamos até tarde. Só isso. Eu e ele almoçamos juntos hoje e depois ele se ofereceu para me trazer ao shopping, pois precisava comprar uma gravata para jantar de manhã com a diretoria e um tênis de corrida. Os pais dele já foram pra casa. Pelo que entendi, eles vivem numa chácara a poucos quilômetros daqui e vieram até a cidade levar o Justin para fazer alguns exames. Ele sofreu um acidente há pouco tempo. Gostei muito deles, são pessoas superbacanas. Como eu disse, não foi nada romântico.
- Ai, Demi. Assim você estraga todos os meus sonhos! Quero saber da primeira noite. Como foi? Não rolou nada, nadinha? Um roçar de mãos, um olhar diferente, uma mão boba na madrugada, nadica mesmo?
- Não. Quer dizer...- desviei os olhos dela – a gente conversou um pouco no escuro, depois o Joe dormiu e no meio da noite meio que me abraçou e sussurrou meu nome uma vez. Ainda estava me abraçando hoje de manhã. Fingi que estava dormindo quando ele acordou. Ele não tocou no assunto, nem eu.
Eu acordara estranhamente mais cedo que de costume naquela manhã. Talvez fosse pelo calor que me envolvia. Era delicioso demais para permanecer inconsciente. Joe ainda estava com o braço em minha cintura, me segurando possessivamente contra seu corpo. Coloquei minha mão sobre a dele, aconchegando-me mais. Logo em seguida, ele despertou. Eu soube que ele havia acordado pela tensão que dominou seu corpo e pela...hã...movimentação rígida e pulsante contra meu quadril. Mantive os olhos fechados quando ele gentilmente tentou puxar o braço. Segurei-o mais firme, impedindo que se afastasse, e inspirei profundamente. Ele esperou alguns segundos antes de puxar a mão outra vez, com muito cuidado para não me despertar. Mas, ao descer da cama, bateu em alguma coisa e praguejou baixo.
Abri os olhas, fingindo que acabara de acordar.
- Joe?
- Desculpa, Demetria. Eu tropecei na minha maleta. Bom dia – disse ele, pegando roupas limpas no guarda-roupa.
- Bom dia – me estiquei toda e bocejei. – Caramba, sua cama é ótima! Nunca dormi tão bem.
- É um ótimo colchão – sua voz não tinha entonação alguma.
- Eu não te chutei nem nada, certo? Tenho o sono um pouco agitado. Pelo menos é o que a Sel diz – cutuquei, esperando ver algum tipo de reação e me decepcionando instantaneamente.
- Mesmo? Nem notei que você estava na cama. Dormi feito uma pedra.
Ele jamais confessaria que dormimos abraçados quase a noite toda. E não havia por que pressioná-lo. Nosso relacionamento era estritamente profissional.
Sel suspirou, me tirando do devaneio. Seus olhos brilharam.
- Uh! É disso que eu to falando, garota! – disse, satisfeita com a pequena intimidade que eu havia tido com meu marido. Um sorriso enorme coloria seu rosto.
Revirei os olhos.
- Sel eu já passei da adolescência faz um certo tempo.
- Eu não me importo. O que mais? Ele usou o que pra dormir? Como foi o abraço?
- Short, regata, conchinha. Só isso.
- Ah, meu Deus! Como assim, conchinha?
- Ele estava inconsciente. Deixa isso pra lá – me queixei, saindo da escada rolante e seguindo em frente.
Ela estreitou os olhos.
- Você está escondendo alguma coisa.
Suspirei. Por que Selena tinha que me conhecer tão bem?
- Tudo bem. Ele passou o dia me mandando piadinhas pelo MSN – comentei, deslizando o dedo por uma das vitrines sem realmente vê-la.
- Que tipo de piada?
- Daquelas bem bobinhas – eu disse, sem encará-la.
- E você gostou! – ela comentou satisfeita.
Soltei os ombros, desanimada, e encontrei seus olhos sorridentes.
- O que está acontecendo comigo?
- Ah, meu Deus! Ah, meu Deus! – ela pulou no lugar.
- Eu sei! Mas eu não estou apaixonada! O Joe só é muito mais legal do que eu podia imaginar. O que sinto por ele é...só atração – confessei.
- É vamos encarar os fatos, eu seria louca se não me sentisse atraída por um cara como ele. O Joe é tudo aquilo e...Não me olha com essa cara, Sel! Nem começa!
- Eu disse alguma coisa? Você me ouviu dizendo alguma coisa? Eu não disse nada – ela ficou séria, com o olhar inocente – demais -, e deu de ombros.
- Vamos comprar logo essa porcaria de cortina!- resmunguei, totalmente ciente de que ela não acreditava em nada do que eu dissera. Pelo menos em relação ao que eu senti por Joe.
Rodamos todas as lojas de artigos para casa em busca da cortina perfeita. Quando a encontrei, não pude comprar. Minha grana estava quase no fim e tinha que durar mais duas semanas, quando sairia o próximo pagamento. Acabei levando uma mais simples, de tecido diáfano branco, até que bonitinha, e com preço muito mais acessível. Aproveitei e comprei um roupão, só para garantis que Joe não me visse mais uma vez andando pelo apartamento embrulhada numa toalha.
Encontramos Joe na praça de alimentação e escolhemos fast-food, embora ele não parecesse muito entusiasmado com a comida. Acabei rindo quando ele fez uma careta para meu cheeseburger triplo pingando gordura. Sel nos estudava atentamente, e Joe, percebendo isso, não parava de sorrir, divertido com a situação. Ela me chutou por debaixo da mesa. Revirei os olhos e terminei meu Milk shake. Eu parecia a única adulta ali...
Já era tarde e estávamos indo para o estacionamento quando vi de relance um vestido numa vitrine que parecia sussurrar meu nome. Aproximei-me do vidro com que hipnotizada pela beleza da peça. Era lindo. O vestido perfeito para jantar com Joe e a diretoria na sexta. Eu estava cogitando a hipótese de entrar na loja quando encontrei a plaqueta com o preço.
- Uau! O vestido preto, fechado na frente, mas com um decote generoso nas costas, custava três vezes mais que meu salário miserável. Em outros tempos, eu acharia um verdadeiro pecado custar tão pouco, mas, dadas as circunstâncias, era um assalto.
Selly entendeu errado.
- Lindo, Demi! Prova pra ver como fica – incitou ela.
- Nem pensar. Olha o preço! Não posso pagar.
- Ah, é. Às vezes esqueço que agora você é tão dura quanto eu. Minha amiga não é mais a princesa de antes. Virou gata borralheira, como eu. – Desapontada, ela se arrastou pelo assoalho liso.
Passei o braço por seu ombro e a afastei da loja. Joe apenas nos observava.
- E no momento essa gata borralheira aqui precisa encontrar uma abóbora mágica para se livrar dos ônibus malvados – eu disse e ela riu um pouco. – E é só um vestido. – Um vestido perfeito, que talvez fizesse Joe me olhar com outros olhos se... eu realmente quisesse isso.
- Mas é a sua cara! – ela resmungou.
- Eu não teria onde usar. Não vou mais a lugares bacanas nem a festas badaladas. Ia ser cruel condenar esse lindo vestido à minha vida nada social de agora.
Ela suspirou pesadamente.
- É, ia mesmo – concordou triste. – Quer esticar? Tem uma nova danceteria que é bem barata.
- Humm... Tudo bem. Eu preciso sair um pouco mesmo. Tô ficando cinza enfiada naquele escritório. – E, voltando-me para Joe, eu disse: - Quer ir?
- Pode ser... – ele concordou, meio inquieto.
- Você quer ir com a gente? Numa danceteria? De verdade? – perguntei, chocada.
Ele deu de ombros.
- Também preciso sair um pouco. Se você não se importar que eu vá...
- Não, tudo bem. Vai ser ótimo te ver no meu mundo – sorri. 
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Gente diz aí se não sou boazinha, resolvi postar um capítulo bônus pra vocês , só porque hoje estou muuuuuuuuito feliz, dia 8 vou completar 2 anos de namoro e meu amado vai me levar para o show do Paul McCartney no dia 9, que particularmente adoro, e agora vou ter que me superar no meu presente, mais agora falando do capítulo o que acham que irá acontecer na danceteria hein? será que Joe vai ficar com Demi? será que Joe vai trair a Demi? será que Joe vai brigar com alguém? dêem seus palpites. Até amanhã!

3 comentários:

  1. Capitulo extra URRUUU vc deveria ir a mais shows com seu namorado

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  2. O.o o que será que vai acontecer?! Anww ameei o capitulo bônus, poosta logo, xo

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  3. Parabéns antes demais pelos 2 anos não é fácil, eu sei fiz o meu no mês de março.
    Tou meio tristonha pensei que o 35 seria o ultimo :(
    Mas adorei a noite dos dois... Mto mais que sel

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