sexta-feira, 31 de maio de 2013

CAPÍTULO 94



Por um momento eu achei que tivesse presa num pesadelo. Tudo aconteceu tão rápido e de repente desacelerou, como em câmera lenta. Até a bala que vinha na direção da minha cabeça se movia lentamente. Fiquei esperando o tal filme da minha vida começar, louca pra relembrar os momentos felizes, mas o que vi se desenrolar à minha frente foi muito mais assustador do que todas as piores memórias juntas.
Antes que eu pudesse piscar, um ombro largo bloqueou minha visão e mãos fortes agarraram meus braços, seu peso me fez perder o equilíbrio e seguir em direção ao piso frio de mármore. Ouvi o som aterrorizante de carne e músculos sendo dilacerados pelo projetil. Escutei o gemido de dor. Então encontrei aqueles olhos verdes me observando, espantados.
- Não! – tentei gritar, mas estava sem ar. Na queda, seu peso me fez perder o fôlego.
O corpo de Joe ficou mole sobre o meu. Tentei empurrá-lo para o lado, para que eu pudesse acudi-lo, mas não consegui. Ele piscava muito, tentava não gemer. Eu não conseguia ver onde a bala o atingira.
O mundo voltou a girar, veloz e assustador. Alguém caiu. Telma. Sel se abaixou atrás do sofá, e Hector, ignorando a idade e o bom-senso, estava lutando com Clóvis, tentando desarmá-lo. Os seguranças se entreolhavam sem saber o que fazer.
Joe começou a se mover, tentando sentar, a mão pressionada sobre o ombro esquerdo, os olhos presos no embate entre Clóvis e Hector. Antes que ele decidisse se levantar e tentar salvar o mundo, procurei qualquer coisa que pudesse usar como arma para atingir Clóvis, que acabara de empurrar Hector com violência, derrubando-o ruidosamente. Hector gemeu.
- Você não devia ter me desafiado! – gruniu Clóvis, subitamente à minha frente.
- Joe, não! – gritei, mas não fui rápida o bastante.
Joe se lançou sobre Clóvis, desajeitado, e acabou acertando um soco naquela cara redonda. Clóvis balançou, e Joe usou o peso do próprio corpo para derrubá-lo. O punho de Joe encontrou o nariz de Clóvis uma, duas, muitas vezes. Clóvis era menor, porém mais pesado e, em sua insanidade, forte como um mamute. Eles trocavam socos e chutes, e eu não conseguia me meter entre os dois, com medo de que Joe se ferisse ainda mais. Em algum momento, avistei a arma ali no meio. Era como naqueles filmes em que o bandido e o mocinho se engalfinham, e em seguida haveria um tiro. Um dos dois estaria morto. Eu não podia permitir que isso acontecesse.
- Chamem a polícia! – ordenei aos dois seguranças abobalhados. Eles se entreolharam novamente e, depois de um minuto de hesitação, um deles deixou a sala. O outro observava a luta, sem saber em quem deveria atirar.
- Faz alguma coisa! – gritei para ele, que assentiu e correu em direção a Hector.
- Ela... não... vai... ficar... com meu dinheiro – grunhiu Clóvis, conseguindo se colocar sobre Joe e envolvendo seu pescoço com uma das mãos gordas, enquanto a outra alcançava a arma, que caíra no chão por um microssegundo.
Tomando impulso, voei sobre Clóvis, derrubando-o meio de lado. Acertei-o como pude, no estomago, no queixo, na orelha, nas costelas. Ele tentou apontar a arma para mim, mas mãos grandes e fortes o impediram. Joe se esforçava para desarmar Clóvis enquanto eu tentava nocauteá-lo. Os ossos de minha mão estalaram, mas eu não senti a dor. Numa última tentativa, Clóvis conseguiu enviar o joelho entre minhas costelas e eu caí, sem fôlego.
Joe hesitou ao me ver arfando em busca de ar, e Clóvis se aproveitou, atingindo-o no nariz, deixando-o atordoado o suficiente para se livrar de suas mãos. Clóvis se colocou de pé, meio torto, trôpego, ensanguentado, os olhos injetados presos aos meus. Então seus lábios se curvaram para cima, num sorriso diabólico. Ele ergueu o braço lentamente, apontando o cano do revólver para mim.
Fechei os olhos e esperei que tudo acabasse.
Um baque surdo e um gemido me fizeram abrir os olhos. Clóvis estava caindo, os olhos revirando nas órbitas. Joe estava em pé bem atrás dele, arfante, ferido. O vaso de prata - pesado e maciço - pendeu de sua mão e caiu a seus pés. Clóvis desabou, mole, soltando a arma, os olhos fechados, a boca entreaberta. Joe chutou o revolver para longe antes de entregar os pontos e se deixar afundar no chão. Corri para ele, desabalada.
- Joe, fala comigo! – pedi, me agachando a seu lado, tocando seu ombro e encharcando minhas mãos de sangue. Observei-as por um momento onírico, tomada pelo mais absoluto horror. – Ah, Deus, não!
- Shhh... – ele gemeu com a voz engasgada. – Estou... bem. Não se pre...ocupe.
- Não fique aí parado como um idiota! Chame ajuda! – ouvi Hector dizer. Talvez ele se dirigisse ao segurança, eu não conseguia desgrudar os olhos de todo aquele sangue. Meu coração batia num ritmo alucinante, doía, sangrava. Joe sangrava. E era minha prioridade.
- Ah, não! Você, não! – chorei, saindo do torpor, quando percebi que ele pretendia se sentar. Eu o empurrei o mais gentilmente que pude de volta para o chão, estendo as pernas embaixo de sua cabeça na tentativa de deixa-lo o mais confortável possível, quando vislumbrei a enorme ferida em suas costas, no meio do ombro. – Não!
- Estou bem... Não chora – ele ofegou, num esforço hercúleo para soar menos agonizante. Seus olhos estavam fixos nos meus. Seu rosto estava coberto de sangue. Sangue dele, de Clóvis, eu não fazia ideia.
- Por favor, não morre! – implorei
Ele sorriu brevemente.
- Não vou morrer. Prometo. – Mas uma poça de sangue se formava no mármore branco.
- Ah, meu Deus! O Clóvis matou o Joe! O Clóvis matou o Joe! – ouvi Sel gritar histericamente.
- O Joe está ferido, mas está consciente – Hector tentou acalmá-la.- Ele vai ficar bem. Acalme-se, querida, você só está tendo uma noite ruim – e tentou se endireitar.
Tentei mudar de posição para que Joe ficasse mais confortável, se é que isso era possível, mas ele me interpretou mal.
- Fica comigo - pediu, com a voz mais controlada.
Lágrimas turvavam minha visão. Eu assenti freneticamente.
- Fico. Pra sempre.
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Tá ai gente, o Joe se jogou, levou tiro  e salvou Demi, agora será que vai ficar tudo bem com ele? ele perdeu muito sangue nesse ato heroico, eu disse que ia ter sangue, num disse? e eu tive muita vontade de fazer um fim para esse traste mais não convém então... ontem quando cheguei em casa depois do aniversário de minha irmã que abri meu e-mail e vi seus comentários quase morri de rir, vocês ficaram ansiosas? acho que vou fazer isso mais vezes kkkk, assim vocês comentam mais e não sou má apenas uma jogada esperta para mais comentários ;)     
não esqueçam comentem, quem sabe tenha mais 1 hoje, posso ser boa também se quiserem.  

quinta-feira, 30 de maio de 2013

CAPÍTULO 93



- Amado! Você fez isso? – Telma gemeu.
Clóvis a ignorou. Seus olhos nunca deixavam meu rosto, assim como fazem as serpentes diante de suas presas.
- Por que você fez tudo isso, Clóvis? O meu avô sempre te considerou um amigo leal. Por que trair o vô Marcus desse jeito? – indaguei estupidamente. Eu já sabia a resposta. Claro que sabia.
Ele deu de ombros.
- Dinheiro, poder, status, chame do que quiser.
Era sórdido demais. Sujo até para um advogado. Meu avô havia confiado cegamente naquele homem. Como ele se atrevia a traí-lo? Como ousava tentar roubar o amigo de tantos anos? Uma mancha vermelha e densa obstruiu minha visão, e senti que ela só se dissiparia depois que eu tivesse o pescoço de Clóvis preso entre o chão e meu pé.
- Clóvis, pelo amor de Deus! O que foi que você fez? – gritou Hector.
- Nada, meu amigo. Não fiz nada que não achasse correto – ele sorriu alucinado. Naquele instante, parecia o demônio em pessoa. – Agora me entregue o documento, Demetria.
- Você está falando da cópia do último testamento do meu avô. Onde ele deixou tudo que tinha para a única neta, no caso eu, sem curador ou qualquer outra porcaria do gênero? E que, obviamente, tem data posterior àquele testamento fajuto que você manipulou?
- Estou ficando sem paciência, menina!
- Você induziu o meu avô a assinar o documento que te beneficiava, não foi? Só que o seu plano deu errado, porque o vô Marcus recuperou o bom senso e redigiu um novo. Imagino que foi fácil pra você se confundir e registrar o documento que mais te favorecia. Acontece que você sempre soube que o meu avô guardava copias dos documentos importantes aqui em casa, não é mesmo? Você sabia que podia ser desmascarado.
Ele sorriu.
- Você quer a verdade? Tudo bem – deu de ombros e se aproximou um pouco. – O seu avô ficou furioso quando você foi presa em Amsterdã. Eu não menti sobre isso. E sim, eu o convenci a criar o testamento perfeito. Ele te incluía, mas de certa forma te mantinha em segundo plano. Você e o dinheiro sobre o meu comando - ele deu mais um passo à frente, e um pequeno sorriso cínico e brincou em seus lábios. – Veja bem, seu eu manipulasse um documento em que Marcus deixava seus bens diretamente em meu nome, seria difícil não levantar suspeitas. Por isso sugeri a ele que o melhor para você, para garantir o seu futuro, seria alguém tomar conta do seu patrimônio até que você se casasse. Eu fui brilhante! Mas, depois de todo o suplicio que foi convencer seu avô a assinar o testamento, no dia seguinte ele pediu para descartar o documento. Aquele velhote sempre foi um bundão quando o assunto era você. – Cerrei os punhos, pronta para avançar sobre ele, mas então me lembrei dos dois ônibus estacionados na porta da frente com suas armas carregadas e me contive. – Uma menina mimada e patética, que não sabe fazer nada na vida além de gastar dinheiro. Você nunca deu valor ao que tinha. Você não merece a vida que seu avô te deu.
- Eu sempre dei valor ao que realmente importava! Você não sabe disso porque tem um vidro de veneno no lugar do coração, mas o meu avô sabia. O dinheiro nunca foi importante pra mim. Meu avô foi. Meu avô é!
- Ele era um babaca sentimental e jamais faria qualquer coisa contra você, por pior que se comportasse. Minha sorte foi Marcus confiar tanto em mim... Foi fácil demais enganá-lo – ele sacudiu a cabeça – faz semanas que estou procurando a porcaria e você encontra numa única noite...
- Pra você ver como você é otário – resmunguei, trincando os dentes. – E é melhor ir se acostumando, Clóvis. Na cadeia tem muita gente esperta como eu. Acredite, eu já estive lá algumas vezes. Pode apostar que eu vou garantir que você fique preso até começar a crescer pelo nos meus dentes.
- Quero dar uma olhada nesse documento, Demetria – pediu Hector.
- NÂO SE META! – Clóvis gritou, enfurecido, desvairado, completamente fora de si. – Depois de tudo que eu aguentei, depois de anos puxando o saco daquele velho, não vou permitir que essa pirralha fique com o que é meu de direito. Eu trabalhei, dei meu sangue, dediquei anos da minha vida àquele velhote. Ela não vai ficar com o que é meu. Ninguém vai ficar com o que é meu.
Hector, que vinha ao meu encontro, congelou no lugar, atônito perante o desvario evidente no tom do advogado. Então a fúria tomou o lugar do espanto e achei que ele partiria para cima de Clóvis, se Sel não tivesse percebido o que ele pretendia e agido rápido. Hector era bem mais velho que Clóvis, quase da idade de meu avó, não podia trocar socos por aí, ainda que eu quisesse muito ver aquele canalha apanhando. Minha amiga correu para o lado dele, detendo-o e puxando-o um pouco mais para trás, em direção à sala de jantar, enquanto Joe me alcançava.
- Vamos sair daqui. Agora! – Joe frisou.
- Como? – Os dois seguranças ainda bloqueavam a saída, de arma em punho, embora agora estivessem apontadas para o chão.
Clóvis sorriu, triunfante,
- Ninguém sai até que ordene. Me dê o maldito documento, Demetria. Agora! – rosnou.
Levantei os olhos para Joe, que tinha o queixo trincado, a veia em sua têmpora saltada e pulsante, e me desvencilhei de suas mãos.
- Tudo bem, Clóvis - dei de ombros, pegando os papeis em meu bolso e esticando o braço. Ele estava a três metros de distância, no entanto, assim que deu um passo em minha direção, decidi acabar com quilo de uma vez. – Mas sabe, não vai adiantar muito. Eu já fotografei o documento e enviei as fotos para o e-mail da diretoria da L&L. É bem provável que você seja questionado amanh...
- Menina idiota! – E então ele fez o que eu jamais pensei que seria capaz de fazer.
Clóvis sacou uma arma e puxou o gatilho. 
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Que bom que comentaram, tava louca pra postar esse hoje pra deixar vocês curiosas com o que vai acontecer deem seus palpites. O Clóvis tá louco.  

CAPÍTULO 92



- Que documento? – perguntei, inocente.
Clóvis sorriu. Era um sorriso cínico, quase louco. Eu me perguntei por que não vira isso a tempo e de repente me dei conta de que aquela maldade, aquele veneno que corria de sua íris sempre estivera lá, e era isso que me fazia odiá-lo, mesmo quando tentei gostar dele.
- Ora, não se faça de boba, Demetria – disse ele.
- Não sei do que você está falando. – Vai Demetria, pensa! Mas eu não conseguia pensar em nada. Estava apavorada com a ideia de que algum dos meus amigos pudesse ir para a cadeia assim que ele decidisse chamar a polícia. Além disso, eu não tinha certeza se os seguranças que serviram meu avô por tantos anos atirariam em mim, ou em Hector que sempre fora presença cativa na mansão, e não estava disposta a descobrir. Não quando Sel estava ali, dura feito pedra, assim como Joe, perplexo, os olhos cristalinos irradiando surpresa, medo e raiva. Não pude dizer qual das emoções o dominava naquele momento, mas seria capaz de apostar tudo no medo. Medo por mim.
- Não tem necessidade disso terminar mal, querida – Clóvis ameaçou numa voz gentil. – Eu só quero o documento.
Respirei fundo, tentando me acalmar e, sem ter um a ideia melhor, decidi agir de improviso.
- Como você se sente, Clóvis, sabendo que traiu, enganou e manipulou um amigo de anos, um homem idoso e doente? Um homem que confiou em você durante toda uma vida - eu disse. Minha voz tremeu um pouco, mas eu sentia algo se avolumando dentro de mim, e não era medo dessa vez. Algo na expressão do advogado me fez refletir sobre o conteúdo do testamento do vovô. O ultimo testamento do vô Marcus. Aquele que eu tinha em mão naquele momento. Aquele em que ninguém jamais chegara a por as mãos naquele momento. Aquele em que ninguém jamais chegara a por os olhos. Se ele não pôde fazer nada a tempo, eu podia. Eu faria. – Você consegue dormir sabendo disso tudo?
- Não sei do que você está falando – ele resmungou, fitando Hector de canto de canto de olho.
- Ah, não – objetei. – Vamos deixar tudo bem claro aqui. Você me fez acreditar que era o Hector que tinha descoberto do meu casamento arranjado com o Joe. Você me fez odiar o Hector por me obrigar a magoar o meu marido, pois se eu não fizesse isso o Joe seria demitido e teria a carreira arruinada. – De canto de olho, vi o Joe cerrar os punhos. – Mas foi você, Clóvis. O Hector nunca soube da existência do testamento até meu avô morrer, nem soube que o meu casamento era uma farsa. Foi pra você que a Blanda entregou as minhas conversas com o Joe no MSN. Foi você que manipulou o meu avô para que eu fosse excluída do testamento, para que tudo ficasse nas suas mãos e ao mesmo tempo você pudesse ficar de olho em mim, já que seria o curador da minha herança. Foi você que cavou até encontrar o jornal com meu anúncio, minha fatura do cartão de crédito, tudo! E eu burra, acreditei em você mesmo quando os meus instintos gritavam que tinha alguma coisa errada. Você não quer que eu receba a herança. Nunca quis. Você quer ficar com o dinheiro. Foi você. Sempre foi você, seu pilantra!
Assim que Inês começara a me contar, dois dias antes sobre a discussão entre Hector e Clóvis a respeito do testamento, na sala da presidência da L&L, eu soube que havia algo de muito errado naquela história.
Quando ela terminou o relato, eu já não tinha dúvidas. Lembrei-me de tudo que ocorrera, das conversas com Clóvis e das poucas vezes em que me encontrara com Hector. Ele sempre fora seco, mas esse era um traço da sua personalidade, não uma falha. Já Clóvis tentara me bajular de todas as maneiras possíveis, e o pior, conseguira me enganar. Lembrei-me de cada detalhe, do dia em que ele passara a morar na mansão, tendo acesso, assim, aos documentos particulares de meu avô, de todas as conversas que havíamos tido, de como ele sempre tentara passar a impressão de que era o bom-moço e que Hector era um crápula. Eu sentia que alguma coisa estava errada, que algo não se encaixava, mas não ouvi meus instintos. Quando Clóvis começou a me pressionar a respeito do meu casamento, cheguei a acreditar que ele estivesse realmente preocupado comigo, mas era apenas uma encenação, um truque bem enredado que o deixava como inocente e Hector o grande vilão.
Eu fora tão manipulada que me envergonhava de lembrar. Meu sangue começou a ferver. 
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Então tá aí mais um a pedidos de vocês, e se comentarem posso postar mais 1 hoje, bom vocês são mais novas do que eu como já  imaginava, e quero uma opinião super importante a próxima história é bem HOT em algumas partes quero saber se vocês se importam sobre isso se sim vou dar um jeito se não ela é  acima de tudo dramática e romântica, até logo.       

CAPÍTULO 91




Pensa! Pensa! Pensa! Comandei a mim mesma. Quem quer que fosse atrás daquela porta, certamente não ficaria muito satisfeito em encontrar duas intrusas na mansão. E eu tinha a irritante sensação de saber exatamente quem estava ali. Pensei na possibilidade de uma fuga pela janela, mas era impossível. Todas as janelas na mansão – com exceção daquela da despensa – eram em estilo francês, cheias de ferragens decorativas que impediam a passagem, como grades de proteção. A única saída era pela porta da frente. Droga!
- Eu já disse que não é necessário, Clovis. – Ouvia a voz de Hector, alta e ressonante, me fez pular. – Podemos resolver isso amanhã.
- Vou pedir para a cozinheira preparar um cafezinho. Volto num minuto, amados. – Telma falou.
- Preciso lhe mostrar o relatório que recebi de Abu Dhabi – respondeu a voz entediada de Clóvis. – Você não pode enviar o Joe para o outro lado do mundo sem que ele veja os relatórios. Na verdade, acho essa viagem um desperdício de tempo e dinheiro. Está no meu escritório. Só vai levar um minuto.
Quase voei porta afora para estrangulá-lo quando o ouvi se referir ao escritório de vô Marcus como seu. Quase. Eu tinha problemas maiores naquele momento. Clóvis estava prestes a entrar no escritório e nos flagrar, e eu tinha certeza de que ele saberia exatamente o que estávamos fazendo ali.
Hector começou a argumentar, tentando convencer Clóvis a tratar aquele assunto em outro momento, me dando um pouco mais de tempo. Num rompante desesperado alcancei meu celular e comecei a fotografar os documentos, tentando captar o melhor ângulo com pouca luminosidade que a lanterna fornecia, enquanto ainda ouvia os dois discutindo o assunto.
Onde diabos estava Joe? Me perguntei apavorada.
Tirei várias fotografias e agradeci por Clóvis ter mantido o mesmo servidor e a rede wi-fi que vovô usava. Digitei o e-mail da diretoria da L&L e apertei enviar. A mensagem ficou pesada, e a lentidão da conexão wi-fi começou a me deixar nervosa. Mais nervosa, devo dizer. Levou séculos para que o aparelho cumprisse sua função e enviasse todas as fotos, mas por fim acabou concluindo a operação com sucesso. Dobrei os documentos com pressa e enfiei no bolso fundo do meu jeans, enquanto Sel se mantinha imóvel como um cadáver. Agarrei a mão dela e nos posicionamos ao lado da porta. Meu coração estava na boca. Clóvis ficaria louco se nos visse ali. Quanto exatamente, eu não fazia ideia. Louco o bastante para, digamos chamar a policia? Eu não estava muito a fim de descobrir.
Assim que a maçaneta girou, parei de respirar, cerrei o punho e esperei que Telma não tivesse mudado de ideia e seguido o marido. Quando a pequena fresta de luz invadiu a biblioteca, só pude ver a mão branca e rechonchuda procurando o interruptor. Aproveitei minha chance. Esperei Clóvis enfiar a cabeça pela porta, afastei o braço e acertei a cara dele com tanta força que quase perdi o equilíbrio. Ele caiu gemendo, as luzes ainda estavam apagadas. Peguei a mão de Sel, que assistia a tudo de olhos arregalados, pulei Clóvis e, na pressa de fugir, por pouco não atropelei Hector. Ele ficou tenso. O alarme começou a tocar, alto e insistente.
- Droga! – resmunguei. Eu havia me esquecido do botão na biblioteca, que alertava a companhia de segurança, que por acaso também pertencia ao Conglomerado Lovato, em caso de problemas.
- Corre! – ouvi a voz grave e familiar do outro lado da sala.
Meu coração disparado quase entrou em colapso ao vê-lo ali, no meio daquela confusão.
- Joe! Por que você...
- Vai, vai, vai! – ele gritou, visivelmente preocupado, me empurrando em direção a saída.
Tentei alcançar a porta da frente, para assim escapar pelo portão. Tudo bem, eu tinha que admitir, não foi meu plano mais brilhante, mas naquela hora, com aquele zumbido irritante do alarme e a surpresa de ver Joe ali, foi tudo que me ocorreu.
Dois seguranças parrudos, da largura de um ônibus, entraram pela porta da sala de arma em punho.
- Merda! – resmunguei, derrapando sobre o mármore branco, tentando parar.
Olhei para Sel, tão pálida quanto eu devia estar. Joe também parecia assustado. Hector estava de pé, o rosto ligeiramente pálido, e Clóvis cambaleou pela sala, a mão cobrindo o nariz, que jorrava sangue graças a meu soco.
- Meu Deus, amado, o que está acontecendo? – miou Telma, segurando uma bandeja com xícaras, o açucareiro e o bule de prata.
- Não sei, querida – ele desistiu de deter o fluxo que escorria por seu rosto e se endireitou. Naquele instante, vendo os olhos de Clóvis assumirem uma raiva homicida, tudo se encaixou. Eu quis chutar minha bunda por ter sido tão cega, tão burra.
Ele sabia o que eu estava fazendo ali. Claro que sabia.
- Essa casa ainda é minha. Posso entrar aqui a hora que me der na telha - eu disse, avaliando a possibilidade de golpear um dos seguranças e fugir. Só que ambos eram enormes e estavam armados. Eu não iria longe. E não podia deixar Sel, Hector e Joe para trás.
- E por que precisou entrar assim, sorrateiramente? – Telma exigiu saber.
- O Clóvis sabe por quê – retruquei.
- Estou perdida, amada. Por que não nos sentamos e ouvimos tudo com calma! – sugeriu Telma, colocando a bandeja sobre a mesa de centro.
Olhei para Joe e tive a impressão de que ele estava preocupado. E furioso também, por eu ter mentido sobre os riscos de meu plano. Droga!
- Obrigada, Telma, mas temos que ir – eu disse, tentando parecer mais calma do que realmente estava.
- Ninguém sai até que eu permita – Clóvis anunciou. Os seguranças estufaram o peito, tentando parecer ainda maiores, e se posicionaram em frente à porta. – Acho melhor você e eu conversarmos sobre isso a sós, Demetria - ele sugeriu.
- Não fico um único minuto a sós com um pilantra como você – sorri.
Isso lhe causou uma reação. E não me pareceu boa.
- Me dê o documento – ele exigiu numa voz cortante.
E ali estava minha confirmação. Ali estava Clóvis assinando seu atestado de culpa. Mas, se ele pensava que eu entregaria o testamento que acabara de encontrar, se achara que sairia ileso daquela história, era porque não me conhecia bem o suficiente. 
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Bom dia! acordei um pouco mais tarde hoje pois é feriado adoro isso gente, então agora a história toda vai desenrolar e as coisas vão ficar bem tensas e feias, vocês querem saber em que trabalho e quantos anos tenho, tem certeza disso? ta bom eu comecei a trabalhar cedo, com 16 anos como estagiária no parque aquático Beach Park, já ouviram falar? trabalhai lá até uns 20 dias atrás lá eu trabalhava com marketing, mais devido a falta de tempo devido a carga horária que eles exigiam preferi sair, mas já tinha uma proposta melhor na qual tinha pelo menos finais de semana e feriados de folga e ganhando u pouco mais e claro aceitei que é onde trabalho agora já está com 9 dias que é numa editora onde fazemos os livros das escolas públicas e particulares daqui do ceará e de alguns outros estados, e agora tenho que fazer essas duas viagens para fechar acordo para fornecer livros para lá também, ou seja trabalho na área comercial da editora,como vai ser minha primeira vez vou acompanhada pela gerente comercial e um vendedor, ainda estou na faculdade e termino próximo ano daqui a 3 semestres e estou me especializando em comércio(faço administração) agora quanto minha idade, poxa vou ter que falar.... tenho 19 anos vou completar 20 no dia 11 de agosto desse ano, saí da casa dos meus pais vai fazer  1 ano dia 3 de julho, acho que já é informação demais, então é isso.               

quarta-feira, 29 de maio de 2013

CAPÍTULO 90



Começamos vasculhando o quarto do vovô, tomando cuidado pra não bagunçar muito e não levantar suspeitas de que alguém estivera ali. Eu tinha a impressão de que dessa vez vô Marcus escondera seja lá o que fosse de modo que eu pudesse encontrar algum dia, já que não era de mim que ele estava escondendo. Vasculhamos todo o quarto — nas gavetas, atrás da cabeceira da cama, dentro do armário do banheiro — e nada.
— No seu quarto? — Sel sugeriu quando revistei o último esconderijo: embaixo do colchão.
— É meu próximo palpite.
Telma tivera o bom-senso de não mudar a decoração do meu quarto, mas, apesar de minha determinação em olhar cada possível refúgio, não encontrei nada ali que pudesse ser útil.
— Muito bem, sr. Marcus. Dessa vez você se superou — resmunguei.
Vasculhamos cada um dos doze quartos do andar de cima e nada de suspeito ou improvável apareceu.
— Ele deve ter escondido em algum lugar novo — Sel disse.
— É. Parece que dessa vez ele me venceu. Suas estratégias finalmente se provaram efic... — Então me lembrei das poucas vezes em que vovô falara comigo depois de morto, das citações fora de hora de Sun Tzu. Sempre o mesmo livro. “A arte da guerra pode conter respostas que você tanto procura.” — Ah, que burra! Na biblioteca, Sel. Está na biblioteca!
Corremos escada abaixo — meio na ponta dos pés para não fazer barulho, só para garantir — e, assim que entramos na biblioteca, ignorei as mudanças feitas por Clóvis e Telma, me dedicando a vasculhar as muitas lombadas de livros, procurando por Sun Tzu. Puxei o volume, apressada, e o sacudi sobre a mesa na esperança de que algo caísse ali de dentro. Frustrada quando isso não aconteceu, folheei as páginas, tentando ler alguma coisa, uma anotação talvez, ou quem sabe uma sequência de números de um código secreto, mas não havia nada.
— Droga! Eu tinha certeza que era isso — exclamei, frustrada.
— Talvez seja outro livro.
— Não, Sel. Tinha que ser este. — Joguei o livro sobre a mesa, que caiu com um baque surdo. — Não sei mais onde procurar.
Deixei-me cair na cadeira giratória e suspirei, exausta. Sel também estava frustrada, passou os braços em meus ombros e os apertou gentilmente.
— Ei, não vamos desanimar — ela disse. — Já chegamos até aqui, não é mesmo?
— Tá bom — suspirei. Peguei o livro para devolvê-lo ao lugar, mas estava escuro demais e eu mal via a prateleira. — Sel, você pode virar a lanterna, por favor?
— Ah, desculpa. Me distraí com esse negócio do seu avô — ela segurou a bolinha do pêndulo de Newton que vô Marcus mantinha sobre sua mesa, uma das únicas coisas de meu avô que restara naquele ambiente, impedindo que continuasse seu movimento insano.
Sel correu a luz verde pela parede de livros até encontrar o buraco destinado a A arte da guerra. No entanto, quando a luz tocou o vão deixado pelo volume, no fundo da estante, através da fenda estreita, algo brilhou, refletindo luz, me deixando cega por alguns segundos. Intrigada, enfiei a mão na fresta e toquei um objeto frio e cilíndrico. Fechei os dedos ao redor dele e o puxei com ansiedade, mas esbarrei em alguns livros, e quatro ou cinco caíram ao chão. Olhei para o cilindro metálico.
Um porta charuto.
Com os dedos trêmulos, girei a tampa e pude ver algumas folhas de papel branco que se embolavam ali dentro. Instantaneamente eu soube que era aquilo. Puxei o rolo de papéis e os desenrolei. Sel se moveu rapidamente, apontando a lanterna para as páginas para que pudéssemos ler juntas. Mal pude acreditar no que tinha em mãos.
— Te peguei, cretino! — sorri.
— O que é... — ela correu os olhos pelo documento. — Ah, meu D...
Tapei a boca de Sel ao mesmo tempo em que a luz da sala de estar acendeu. Alguém estava ali, a apenas uma porta de distância. 
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Boa tarde meninas! fiquei bem feliz com seus comentários, bom quanto as dicas que deixei do ultimo capítulo vai sim ter briga, vai sim ter sangue, choro, polícia, prisão, quanto morte vontade não faltou de "matar" certa pessoa  mais não vou colocar isso não se preocupem, bom gente estou bem melhor ainda não fiquei boa, mas melhor, como mudei de trabalho meus horários também mudaram  o que dificulta que fique boa logo mais logo me acostumo e pronto fica tudo beleza e uma notícia que recebi hoje é que vou viajar dia 5 de junho para São Paulo a trabalho ( odeio avião, morro de medo) e dia 15 vou para Manaus, e já estou me preparando psicologicamente para isso então estou um pouco mais apetada com tempo já que tenho que preparar toda a papelada para as reuniões e propostas que vou fazer e ainda adiantar algumas coisas da faculdade para não me prejudicar com isso tudo me atormentando não postar nos dias 5,6,7,15,16,e 17 desse mês pois não terei tempo nem de respirar nesses dias, amanhã é feriado e aniversário da minha irmã mais velha( 24 anos) e como sempre deixei pra comprar o presente de ultima hora, queria fazer uma maratona para terminar logo essa fic mais não vai dar posto 2 pelo menos já que também vou visitar minha melhor amiga/irmã que ta grávida e vou ser a madrinha então é isso meninas comentem!            

terça-feira, 28 de maio de 2013

CAPÍTULO 89



— Tem certeza que essa calça não me deixa gorda? Estou me sentindo imensa. — Sel reclamou, tocando seu moletom cinza pela enézima vez.
— Selena, esquece a maldita calça, tá? Você está linda. Qualquer garota morreria para ter o corpo como o seu. Agora, foco! A casa parece vazia, não parece? — eu disse, colada à parede alta coberta de trepadeiras nos fundos da mansão. Foi por aquele muro que muitas vezes fugi para alguma festa quando vovô me deixava de castigo. O muro ali era um pouco mais baixo que em outros pontos, e do lado de dentro havia uma pequena irregularidade no terreno que permitia uma garota de estatura média, como eu, escalar sem grandes dificuldades.
- Como é que a gente entra? Não me diz que vamos ter que pular o muro — Sel resmungou.
— Então não digo. — Na ponta dos pés, espiei o gramado dos fundos, escuro e silencioso. Tudo bem até ali. — Tenta não se machucar. Me segue e, pelo amor de Deus, não faz barulho.
— Ei! Eu sou perita em escalada na academia — ela colocou as mãos no quadril. — Meu instrutor até me elogiou.
— Ótimo. Bora!
Enrosquei os dedos nas plantas, procurando por um pequeno defeito no muro antigo, um meio buraco onde a ponta do meu tênis se encaixasse perfeitamente. Mostrei a Sel como fazer e comecei a subir. Não foi difícil. Ela pousou ao meu lado quase ao mesmo instante que toquei o solo. Por um momento me arrepiei ao ver a casa escura na noite sem lua, tão triste que parecia assombrada.
— Por aqui — sibilei, avançando meio agachada até alcançar a parede da despensa, a única maneira de passarmos pelo quintal sem ser flagradas pelas câmeras de segurança, que eu duvidada que alguém tivesse desativado. Forcei o trinco da janela com cuidado e o gancho defeituoso e amigo ainda estava ali, como eu o deixara. Deslizei para dentro e ajudei Sel.
— Tá tudo escuro! — ela murmurou.
- O que você queria? — Tirei do bolso a lanterna que tínhamos pegado emprestada no porta-luvas do carro da mãe dela. A luz, ligeiramente esverdeada, não iluminava muita coisa.
Tudo parecia quieto. Aparentemente, Inês havia conseguido esvaziar a mansão, como eu pedira, e se livrar de Telma. Eu ligara para Mazé e, sem dar maiores explicações, pedira que saísse naquela noite e tirasse os empregados da casa. Sendo a mulher astuta que era, ela não insistiria no assunto e fizera exatamente o que eu tinha pedido. Cheguei a cogitar a hipótese de pedir a ela que me ajudasse a invadir a mansão, mas eu não podia envolver a mulher que fora muitas vezes minha terceira mãe — porque vô Marcus sempre fora a segunda — num plano como aquele, que tinha grandes chances de acabar na sala de uma delegacia.
Peguei a mão da minha melhor amiga e tomando cuidado pra não fazer barulho, deixamos a despensa para adentrar a cozinha.
— O que estamos procurando? — Sussurrou Sel.
— Não sei ainda.
Ela estancou.
— Como é? — perguntou mais alto do que deveria.
— Shhh!
— Como assim, não sabe, Demi?
- Vou saber quando encontrar — sussurrei. — Vamos subir, quero começar pelo quarto do vovô.
Ela resmungou baixinho algumas vezes, mas se deixou arrastar pela escada dos fundos. Entramos no quarto que era de vovô e fechamos a porta. Suspirei aliviada, para logo em seguida bufar.
— Vou matar a Telma! — grunhi ao ver as mudanças no quarto, sóbrio até poucas semanas antes. Agora mais parecia que uma ala carnavalesca havia se instalado no local.
— Certo. Depois você pensa nisso. Agora me diz como eu vou te ajudar a encontrar alguma coisa que nem você sabe o que é — Sel resmungou.
— Segurando a lanterna e ficando de boca fechada — silvei.
— Não tem ninguém aqui, Demi. Graças a Deus. Já imaginou se alguém me visse usando essa calça horrorosa?
Revirei os olhos.
— Esquece essa calça, por favor! E não temos como ter certeza que a casa está vazia. A Inês ligou pra Telma convidando ela pra jantar. Depois eu liguei pra Mazé, que me garantiu que ia fazer o possível pra dispensar os empregados, mas nunca se sabe. Além disso, eu acho que tenho uma pista... Bom, a Inês me contou umas coisas, e lembrei que o vovô sempre guardava cópias de documentos importantes em locais inusitados aqui em casa. Tudo que ele considerava importante, fosse uma cópia de contrato ou algum cartão de Natal que eu fazia pra ele, ele escondia. E era mega difícil encontrar. Uma vez dei a ele um daqueles cartões feitos com cola glitter e macarrão. Mas depois mudei de ideia e achei que macarrão não era uma boa representação para a barba do Papai Noel. Pedi o cartão de volta mas o vovô se recusou a me devolver. Disse que tinha adorado — revirei os olhos. — Você conhecia o meu avô. Levei duas semanas pra encontrar o cartão. Estava dentro do frigobar.
— Você tá falando sério, não tá? — Mesmo na penumbra, senti sua testa franzir.
- Estou.
— E vamos procurar essa coisa que não sabemos o que é nesses lugares, né?
- Exatamente — afirmei.
— A noite vai ser longa... — ela suspirou.
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oi , desculpa não ter postado ontem, mas realmente não deu, então Demi e Selena entraram na casa agora vamos ver no que isso vai dar tenho algumas opções: 1- prisão 2- uma briga 3-morte. O que vocês acham. Bom espero realmente que comentem já que no anterior teve pouquíssimos comentários.     

domingo, 26 de maio de 2013

CAPÍTULO 88



– Alô?... Justin, não se preocupa com isso. Não tem mais por que ficar irritado. A Demetria e eu nos separamos esta manhã. Sim, estou falando sério. – Ele afastou o telefone da orelha. – Não posso discutir sobre isso agora – e desligou. – Agora... – ele deu um passo em minha direção, e me afastei automaticamente – me conta o que está acontecendo, Demetria. E nem tenta dizer que não está acontecendo nada. Não mente pra mim.
– Ah, quer dizer que agora você está interessado em me ouvir! Não acha um pouco tarde pra isso, camarada?
– Não – ele disse simplesmente e continuou avançando em minha direção, me obrigando a recuar, de modo que acabei presa contra a parede.
Ele bloqueou minha passagem com seu corpo enorme e apoiou uma mão em cada lado de minha cabeça, para se assegurar de que eu não iria a lugar algum. Seu olhar era predatório, mas sua voz se tornou suplicante quando ele voltou a falar. – Eu vou te ouvir. Seja lá o que for, vou tentar entender. Aceito qualquer desculpa, qualquer explicação, por mais esfarrapada que seja, pode acreditar. Agora fale, antes que eu enlouqueça.
E era exatamente isso que demonstravam seus olhos. Aquilo me desarmou completamente, além de me deixar confusa com a súbita mudança de comportamento. Horas antes, ele havia ignorado meus apelos para que me escutasse apenas para eu assinar o divórcio, e agora se propunha a ouvir o que eu tinha a dizer? O que ele pretendia, me enlouquecer?
Suspirei, sacudindo a cabeça.
– Eu não quero te causar problemas, Joe. Se pegarem a gente aqui, estamos encrencados, você sabe disso – tentei mudar de assunto e me desvencilhar da gaiola que seus braços formavam, mas não consegui.
– Me conta! – ele suplicou. A intensidade que emanava dele me fez estremecer.
– Tudo bem. Quer saber o que está acontecendo? O grande problema é que eu te amo demais, seu grande idiota. Muito mais do que deveria. E isso nos deixou em uma situação complicada – dei um soco em seu peito rijo. Ele nem ao menos sentiu. – Não tenho certeza de nada ainda, por isso não tenho o que contar. O
que você precisa saber agora é que eu tenho um plano pra consertar tudo isso e que eu vou precisar de ajuda.
– Que tipo de plano? Que tipo de ajuda?
Com medo de que ele não concordasse com o que eu pretendia fazer – e eu tinha absoluta certeza de que ele não concordaria –, contei apenas o necessário.
– Preciso que você distraia o Hector e o Clóvis hoje à noite. Um jantar, uma reunião, um jogo de sinuca, karaokê, qualquer coisa que mantenha os dois ocupados.
– E por quê? – seus olhos se estreitaram.
– Porque preciso de umas duas horas para tirar a limpo uma suspeita. Depois disso, prometo que vou pra casa... pra sua casa e explico tudo com calma. Isto é, se você estiver disposto a me ouvir dessa vez.
– Demetria... – ele sacudiu a cabeça. Havia mais que reprovação em sua voz. Havia raiva, rancor, dor, medo, e mais alguma coisa. Era como se ele não soubesse o que sentir.
– É pegar ou largar – murmurei.
– Esse seu plano vai te colocar em problemas?
– Não – menti, feliz por minha voz não ter tremido. – Você vai me ajudar?
– Eu prometi que não ia te abandonar, não prometi? – uma de suas mãos escorregou pela parede e alcançou minha cintura.
– Prometeu, mas assinou o divórcio, então fica difícil acreditar.
Ele se aproximou mais, seu corpo se colando ao meu de forma pecaminosa.
– Apenas dei o que você me pediu. Talvez esse seja o problema – ele inclinou a cabeça para deslizar a ponta do nariz em meu pescoço. – Agora me fala sobre o seu projeto.
– Q-que projeto? – perguntei, fechando os olhos enquanto os arrepios se espalhavam por toda a extensão do meu corpo.
– Sua ideia de fidelização de clientes, lembra? – Não, eu não lembrava. Como poderia, com ele mordiscando o lóbulo da minha orelha daquela maneira? – Para não deixar a L&L virar um grande atacado de cosméticos... – ele murmurou em minha pele.
– Ah... Não é um projeto. Na verdade, nem é ideia minha... Algumas marcas de projetos já fazem algo parecido no exterior. É... hã... – Ele continuava deslizando os lábios em meu pescoço.
O que eu estava falando mesmo?
– Estou ouvindo. – Agora, as duas mãos estavam em minha cintura. Seu quadril pressionava o meu de modo gentil, mas definitivamente voraz. – Continua. Quero ouvir sua ideia.
Ah, certo!
– Humm... A gente podia fazer algo como... hã...
– Sim?
– A c-cada dez embalagens vazias de um mesmo produto apresentadas nas lojas autorizadas, a consumidora trocaria por um produto novo ou algo do tipo. Acho q-que todo mundo ia sair ganhando. A consumidora ganha vantagens e se sente especial, o meio ambiente ganha com a reciclagem e a empresa... humm...
– Ganha a fidelidade do cliente – ele ergueu a cabeça para me encarar. – Sua ideia é fantástica, Demetria! – Seus olhos brilhavam tanto que precisei desviar os meus. – Você é fantástica.
– Ah, imagina... – sorri timidamente. – É só algo que vi em algum lugar... Agora tira as mãos de mim. Você não é mais meu marido. – Mas não consegui fazer com que meus dedos se soltassem do tecido de sua camisa.
– Não consigo. – Suas pupilas estavam dilatadas, seu peito descia e subia rápido, arfante. Eu sabia o que viria a seguir.
Ele encaixou uma das mãos em meu queixo e, ágil como um raio, cobriu minha boca com a sua. Um beijo febril. Urgente. Senti uma descarga elétrica perpassar meu corpo. Era se como toda aquela tensão que eu sentira naquelas quase trinta horas longe dele explodisse em forma de desejo. Seu aperto férreo se intensificou, deixando claro que ele sentia o mesmo.
Ele me tirou do chão, literalmente, içando-me pelos quadris. Esbarramos na mesa abarrotada de papel sulfite, fazendo uma bagunça danada, mas acho que ele não notou. Joe estava em toda parte. Eu o sentia em cada centímetro do meu corpo. E de repente lá estava eu novamente, com o traseiro sobre a tampa da copiadora, mas dessa vez Joe estava ali comigo, o que tornava muito mais divertido.
– Meu Deus, como senti sua falta! – ele murmurou em meus lábios, e aquilo fez meu mundo se encaixar outra vez.
A porta da sala se abriu abruptamente.
Blanda grunhiu, e seu rosto assumiu um tom de roxo.
Droga!
Meu plano para aquela noite tinha que dar certo, ou eu estaria realmente enrascada. Certamente, Blanda pretendia relatar a Hector ou a Clóvis o que acabara de ver. E eles provavelmente não apreciariam as notícias que aquela siliconada cabeluda tinha a dar.
Soltei-me de Joe imediatamente, pulando da copiadora, me afastando alguns passos, tentando recuperar o fôlego.
– Ora, ora – ela comeu asperamente. – O que temos aqui?
– O que fazemos ou deixamos de fazer não é da sua conta, Blanda – Joe silvou.
– Tem certeza? – mas a pergunta foi dirigida a mim.
Dei dois passos em sua direção, cerrando os punhos.
– Blanda, acho melhor você ficar fora disso. Você realmente não sabe onde está se metendo – pressionei as têmporas, subitamente latejantes.
– Você é que não sabe com quem se meteu.
– Escuta aqui, garota – cuspi entre dentes. – Você não faz ideia de quanto estou me controlando pra não quebrar o seu nariz em dois ou três pedaços. Ainda tenho aquela cena que você armou com Joe aqui mesmo, na sala treze para acertar com você, mas não vou fazer isso porque, por mais que me irrite ver esse seu sorriso cínico, eu tenho pena de você.
Ela gargalhou.
– Pena? É você que vai ser digna de pena quando eu contar para uma certa pessoa o que acabei de ver.
Filha da mãe!
– Pena, sim. Você é uma mulher bonita, e é uma lástima que seja tão pouco inteligente. Tentar chantagear o Joe foi uma estupidez sem tamanho Blanda. Se você conhecesse ele, saberia que ele é uma dessas pessoas raras que não se deixam intimidar. E se prestar ao papel de informante de um figurão só pra afastar o Joe de mim... bom, só prova que você não tem cérebro. Sim, vou sentir pena quando você tiver que prestar contas com a justiça – dei um passo em sua direção, e ela recuou um pouco. – Porque eu vou fazer tudo que puder para colocar na cadeia quem andou tramando contra o Vô Marcus, e isso inclui seus comparsas.
Seu sorriso cínico vacilou por um segundo.
– Vai – continuei. – Corre e conta tudo o que viu. Se afunda ainda mais na sujeira. Prometo que te visito aos domingos e levo um maço de cigarros.
– Pode ter certeza que vou contar – ela retrucou, mas sua voz tremeu um pouco. Sem dizer mais nada, ela me deu as costas e saiu apressada.
Esperei ganhar um pouco mais de tempo com meu blefe. Eu precisava que Clóvis e Hector continuassem pensando que tinham tudo sobre controle.
Quando me virei, Joe me observava, ligeiramente envergonhado.
– Desculpa – murmurou. – Eu não pretendia...
– Não se desculpa por ter me beijado, Joe. Por favor, não faz isso – implorei.
Ele assentiu, meio sem jeito.
– Me explica uma coisa – pediu. – A Blanda e quem estão juntos? E em quê?
– Depois – murmurei. – Não quero você metido nessa sujeira e preciso de provas para que acreditem em mim. Só faz o que eu pedi, tá? Sem a sua ajuda, não vou conseguir provar nada.
– Você não precisa da ajuda de ninguém. Você é Demetria Devonne Lovato. Não precisa de ajuda nem de sorte. Você faz o seu destino.
Meu coração palpitou, ansioso, quando ele se inclinou em minha direção. Fechei os olhos e esperei pelo beijo, ansiei pelo toque de seus lábios nos meus mais uma vez. Entretanto, sua boca tocou minha testa, se demorando um instante, então ele inspirou profundamente antes de se afastar. Quando abri os olhos, frustrada e surpresa, Joe já fechara a porta atrás de si. 
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oi meninas, ta aí mais um fui ao hospital de novo, mais estou bem melhor, só um pouco "verde" mais bem graças a Deus, bom meu motivo para passar duas manhãs me entupindo de remédios na veia e injeções é que eu tenho um pequeno problema e sempre quando estou desgastada tenho sequências de desmaios, enjoos, tontura minha pressão cai e fico fraquinha, e estou um pouco anêmica e esse ano está bem puxado pra mim e acabo não me alimentando direito e  nem dormindo bem, o engraçado é que o pessoal pensa logo em gravidez o que graças ao meu bom senso é uma realidade beemmm longe de ser verdade sou muito nova pra isso, agora to aqui deitada com uma miniatura de gente deitada comigo me vigiando a mando do pai dele para não me levantar da cama, se der posto mais um hoje. comentem!