Agora, uma impaciência sensual corria por seu corpo. Não entendia o comportamento dela. Sabia apenas que queria levá-la para a cama de novo. A agonia do desejo por ela havia se acumulado durante aquela semana atribulada de reuniões e viagens.
— Eu falei que não queria que me ligasse — falou Demi com as mãos fechadas, tensa.
Os olhos escuros de Joseph desceram lentamente, esmiuçando com cuidado a boca rosada e carnuda de Demi.
A pele clara corou e Demi baixou os cílios espessos para disfarçar os olhos que denunciavam seu desejo.
— O que aconteceu entre nós foi um erro.
— Que bobagem, glikia mou — disse Joseph, insolente. O tom de voz refletia a convicção tão instintiva quanto sua incapacidade de aceitar recusas.
A confiança arrogante dele irritou Demi.
— Foi uma bobagem minha!
Joseph ergueu as sobrancelhas espessas e escuras.
— Por acaso tem namorado?
— Não! Se namorasse, jamais teria me comportado daquele jeito.
— Não teria tanta certeza disso. As mulheres sempre são infiéis quando encontram um partido melhor — provocou Joseph, cínico.
A raiva a descontrolou e ela quase o atacou.
— Só se for as mulheres que você conhece. Eu não sou assim.
— Talvez. Foi por isso que me deu o prazer e a honra de ser o seu primeiro homem?
Aquela constatação a deixou em estado de choque. Ainda mais da forma como fora dita. Era quase uma humilhação. A atitude petulante dele só fazia aumentar o arrependimento de Demi em ter se entregado com tanto ímpeto e se exposto daquele jeito.
— Não quero falar sobre isso. Posso garantir que não é orgulho para nenhuma mulher ter relações com um homem tão insensível como você!
Joseph já estava acostumado a que lhe chamassem de insensível, mas apenas sutilmente ou sussurrado ao ouvido. E sempre que uma mulher ficava triste, ele a satisfazia com sexo pleno e tudo ficava bem. Era a primeira vez que questionava suas habilidades de amante inveterado.
— Está brava comigo porque não liguei para você? — murmurou ele. — Sou muito ocupado, e não devo desculpas por isso.
A entonação que ele usou soou como uma provocação para Demi, que já estava bastante exasperada. Cada sílaba tocava-lhe os nervos. Os olhos verde-esmeralda brilharam intensamente e as bochechas coraram ardentemente.
— Vejo que não está acostumado a pedir desculpas. Obviamente, as pessoas permitem que você seja grosseiro, agressivo e arrogante.
— Não esqueça do insensível — acrescentou Joseph Jonas, enquanto os olhos dourados e debochados a observavam com genuína surpresa. Nenhuma mulher jamais havia ousado criticá-lo ou insultá-lo daquela forma. Estava afrontado e não conseguia acreditar que ela realmente estivesse falando com ele com tanto desrespeito.
— Sim, isso também! — disse, ofegante, deixando que toda a raiva acumulada fosse liberada.
— De repente, você manda um de seus funcionários para me informar que tenho um almoço com você sem se importar se quero ou posso ir. Depois manda que venham me buscar. Tudo isso como se estivesse me fazendo um favor. Está tão acostumado a ter as mulheres aos seus pés que acha que sou igual?
Ele se aproximou de Demi com um movimento decidido e intimidador. Com uma das mãos ergueu seu queixo para que não pudesse desviar dele o olhar.
— Você fez por onde, glikia mou.
O aroma exótico do perfume dele inebriou Demi. Presa ao olhar fixo dele, surpreendeu-se com a sensação de prazer sexual em seu corpo. Os mamilos enrijeceram, pressionando o tecido do sutiã, deixando-a tensa e insegura.
— Eu...
— E o desejo que sente por mim ainda está presente em cada olhar que me dá, porque o sexo foi fantástico — falou Joseph enfaticamente.
A memória suscitou bruscamente a vívida imagem do corpo esbelto e forte de Joseph embalando-a, a dor da iniciação, que foi seguida por ondas de prazer. O que acontecera realmente havia sido fantástico. Porém, não era exatamente o que ela sonhara na infância, pensou, frustrada. Faltavam outros ingrediente, mais duradouros e plenos.
— E isso é tudo que quer, não é? Sexo e nada mais. Joseph tocou suavemente os grandes cachos de Demi e falou em voz baixa e firme:
— Quero você. Farei tudo o que for preciso para ter você.
Com grande esforço, Demi se desvencilhou, afastando-se, e respirou fundo. Mal conseguia disfarçar o tremor.
— Por quanto tempo?
Joseph fez uma longa pausa, refletindo como poderia responder a tal pergunta. Demi observava, admirada com a atitude sofisticada e tranquila dele. Era lindo, uma obra de arte masculina e forte. Era demais para ela. Como diria uma colega de trabalho: "Muita areia para o seu caminhãozinho." Já sabia que aquela história não teria futuro. Se a tratava assim agora que estava fortemente atraído por ela, imagine quando começasse a perder o interesse, quando ela deixasse de ser novidade. O orgulho e o bom senso finalmente voltaram à mente de Demi.
— Não daria certo... já começou mal — argumentou com segurança.
O cinismo iluminou os traços bronzeados e sensuais do rosto dele.
— E isso é um problema? Acha, mesmo, que vou pensar mal de você só porque mostrou que tem tanto furor e ímpeto sexual quanto eu?
Demi o olhou desconfiada.
— E não pensa? Quer dizer, você costuma tratar todas as mulheres assim?
Pego de surpresa, Joseph respondeu com um olhar sedutor, mas de nada serviu, pois ao ver as horas Demi ficou aflita.
— Não pode ser! Vou chegar atrasada ao trabalho!
— Trabalho? Você trabalha nos fins de semana também?
— Sim. — Pegando a bolsa e a jaqueta, Demi abriu a porta. — Tenho de ir — anunciou nervosa.
Joseph saiu e se virou para observá-la fechar a porta.
— Onde trabalha?
— Em um supermercado aqui perto.
Demi desceu as escadas em tempo recorde. E Joseph a seguiu.
— A que horas sai?
Já na rua, Demi avistou a limusine preta com janelas blindadas, e um homem bem vestido de óculos escuros esperando, atentamente. No instante em que Joseph saiu da portaria do prédio, dois outros homens do outro lado da rua ficaram em alerta. Joseph era protegido em todos os lugares aonde ia. Ele não vivia uma vida comum como os demais mortais.
— Demetria? Vai responder à minha pergunta? — perguntou Joseph secamente.
— Às seis horas. Mas por que quer saber? Homens como você não saem com garotas como eu!
Uma hora depois de chegar ao supermercado para trabalhar recebeu flores. Um buque glorioso de rosas amarelas e brancas. Nunca havia recebido flores, e a princípio achou que ocorrera um engano. Apenas quando viu o nome no envelope convenceu-se e leu o cartão.
"Escolhi as rosas pessoalmente. Nos vemos às seis horas, Joseph."
O riso inicial deu lugar a uma expressão de tristeza, logo após ler a mensagem. Apesar da tentação de ficar com ele, já tinha planos para aquela noite. Porém, ele era persistente, e ela adorava isso em um homem. Lembrou do gesto carinhoso que tivera para com sua irmã e que, apesar dos muitos defeitos, não era um homem ruim. Longe disso.
Será que ele tinha razão? Ela estava com raiva porque ele não havia ligado ou a procurado antes?
No entanto, a arrogância dele a irritava. E não conseguia esquecer da culpa que sentia por haver tido relações sexuais com ele de forma tão carnal e obscena. Além disso, Joseph não escondia o fato de que o interesse por ela era exclusivamente carnal. Um relacionamento não se mantinha sobre uma base tão frágil pelo menos não o tipo de relacionamento que ela queria. Então, por que permanecia tão interessada em Joseph? Por que as rosas haviam mexido tanto com ela?
Meia hora depois de chegar em casa, Joseph voltou a bater em sua porta.
— Nunca perguntei como você descobriu meu endereço — comentou Demi, inquieta com a presença desconcertante dele.
— Tudo tem seu preço. Toda informação pode estar disponível em troca de um favor ou de uma boa recompensa.
Para Demi, a afirmação era exemplo de um mundo e de um modo de pensar contrários aos seus princípios, o que a incomodava.
— Olha, mesmo que quisesse, não posso sair com você, hoje — avisou, tentando encerrar a conversa o mais rápido possível.
— Como assim? — indagou ele, semicerrando os olhos, desconfiado.
Ela não demonstrou que lamentava ou se arrependia ao explicar que já tinha prometido fazer companhia à vizinha idosa, que morava no andar de baixo. A filha, que ficava o dia inteiro com a senhora, contava com Demi para poder sair um pouco e se divertir.
— Que admirável, glikia mou. — Um sorriso de aprovação surgiu nos lábios de Joseph. — Mas, com certeza, vou achar alguém para substituir você.
— Não, não pode fazer isso. Não prometi sair com você hoje, e mesmo que quisesse, pois não quero, jamais desapontaria meus amigos, muito menos na última hora — rebateu Demi. — Quando prometo algo, cumpro. A sra. Evans ficaria muito desapontada se fosse deixada com um desconhecido. Você está sendo muito egoísta.
— Não me insulte de novo. Não vou tolerar isso! — Enfatizou o grego com um tom de voz frio e irritado.
Demi empalideceu e tentou se concentrar nas rosas que tinha arrumado em uma jarra de plástico. Suas emoções estavam desconexas e os olhos começaram a arder de repente.
— Somos como a água e o azeite.
— Na cama, somos como dinamite. Envergonhada, Demi ficou ruborizada e evitou olhar na direção dele.
— Você tem de ir agora. Preciso ir para a casa da sra. Evans.
— Por acaso isso é uma piada? Está testando meus limites? — perguntou Joseph, com arrogância. — Tenho de me ausentar de Londres amanhã bem cedo.
Relutantemente ela voltou a erguer a cabeça e encarou-o.
— Não é uma piada.
Com tranquilidade, Joseph acariciou o longo e cacheado cabelo ruivo dela, a mais teimosa e sensual mulher que conhecera.
O toque suave das pontas dos dedos dele a paralisou, de início, e em seguida a fez esquecer todas as razões por que não queria e não deveria ceder aos encantos dele.
Ele inclinou a cabeça e, involuntariamente, ela levou uma das mãos até o rosto dele, acariciando-o, subindo a mão até o cabelo preto e sedoso de Joseph. Era a provocação de que precisava para que ele entrasse em ação. Apossou-se dos lábios de Demi como uma tormenta de paixão e a colocou contra a parede com o corpo ágil e forte.
— E, então, o que é isso? — perguntou ele, provocando-a.
— Loucura — murmurou ela, enquanto ele levava as mãos até as nádegas exuberantes dela, agarrando-as e erguendo-as para que Demi se encaixasse nele. Colados um ao outro, ele foi até a cama e se sentou com ela entrelaçada na cintura.
— Quanto tempo temos? — perguntou ele, sôfrego. Ela se sentia completamente dominada por ele, sua voz, seu cheiro, seu toque. Era uma sensação incrivelmente sexy. O sutiã estava apertado sobre os peitos fartos e os mamilos, rígidos e sensíveis. Enquanto o corpo estava cada vez mais vacilante, o coração acelerava de ansiedade. Inclinou-se, descansando o rosto no ombro forte e quente dele e analisou freneticamente a loucura que estava fazendo. Tentava controlar os impulsos da carne.
Joseph a levaria para a cama de novo se permitisse. Estava realmente tão apaixonada por ele? Valia à pena se arriscar naquela aventura perigosa?
O embate de emoções a deixou perturbada, e com um movimento abrupto de negação afastou-se dele.
— Não podemos... não, absolutamente não. Precisamos nos conhecer melhor. Preciso de um tempo para não me arrepender depois. — A voz parecia falhar e soou hesitante.
Joseph levantou da cama, impaciente e perplexo, e foi para a janela. Estava excitado. Uma frustração incontrolável misturada à incredulidade o deixou rígido. Não estava acostumado a passar por situações como aquela. Não se lembrava da última vez que uma mulher o tinha rejeitado. A intensidade do desejo que sentia por Demi o enervava. Era ela quem dava as cartas, agora. Curiosamente, tal desafio o estimulou. Ela possuía princípios e um caráter forte. E ele gostava dessas qualidades.
Demi sentiu-se tonta e precisou apoiar-se na mesa para não perder o equilíbrio. Jamais havia se sentido assim antes. Ficou petrificada ao considerar uma possibilidade assustadora para o seu estado. Seria possível que estivesse grávida? Será que os sintomas apareceriam tão cedo? Infelizmente, levaria mais uma semana até que pudesse acabar com a dúvida inquietante.
— Estarei em Marrocos durante a semana. Tenho uma casa nas montanhas. Lá encontro a privacidade e a paz que mereço — falou Joseph calmamente. — Por que não vem e passa uns dias comigo?
— Marrocos? — Demi ficou aturdida com o convite.
— Disse que quer me conhecer melhor, glikia mou — ressaltou Joseph delicadamente. — Essa seria a oportunidade perfeita. — Ele deixou o cartão pessoal na mesa. — Aqui está o número do meu celular, caso queira entrar em contato.
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tá aí dois capítulos para vocês, acho que mais tarde posto outro, indo ao hospital agora retirar o gesso, e ainda e esse clima louco aqui no Ceará que mata qualquer um minha garganta tá ferrada, só isso e até mais.
Adorei o cap, a fic esta perfeita :)
ResponderExcluirlindo lindo, haha', pooor favor, poosta looogo <33 ta muito lindo, beeeiojs
ResponderExcluirO Grego podre de Rico vai gatinhar pela Inglesa rica de caractér.
ResponderExcluirJá disse qe amo essa história