AMOR SEM FIM CAPÍTULO 24

Demi cruzou os braços e cobriu os seios, receosa de que os mamilos estivessem sobressaindo sob o tecido da blusa. Ele a olhava sem cerimônia, sem qualquer pudor. O que mais mexia com ela era a própria reação de gostar tanto daquela sexualidade explosiva e franca de Joseph.

— Demi... — Ele foi até ela virando-a e a envolvendo no abrigo de seu corpo quente e viril. — Precisamos um do outro.

Com as palmas das mãos grandes e fortes, agarrou-a delicadamente pelos salientes glúteos e a puxou contra si, fazendo com que ela percebesse o tamanho de sua excitação. Ela sentiu um ardor sutil entre as coxas e um estremecimento.

— Não posso fazer isso... Não posso. É errado...

— Por que é errado, se vamos nos casar?

— Vamos o q-quê? — gaguejou ela, olhando-o boquiaberta.

— O que mais podemos fazer? E a decisão mais sensata. E é por isso que pode confiar em mim. Por isso fiquei tão furioso por você ter pensado em fugir novamente.

Demi não conseguia disfarçar a surpresa e a insegurança. Estava atenta a cada palavra que ele lhe dizia, mas, ainda assim, não acreditava que estivesse falando sério.

— Fugi porque me senti ameaçada. Não tenho dinheiro nem poder para brigar com você caso decida tirar meus filhos de mim.

— Theos mou... por que faria isso? Faz algum sentido para você? — Joseph inquiriu, exasperado. — Quero que meus filhos cresçam com a presença das figuras paterna e materna, em um ambiente seguro e estável.

Demi mordeu os lábios nervosamente e disse em seguida:

— Mas não é necessário que nos casemos.

— Claro que é. Quem vai ensinar a eles a falar grego? A conviver com a família Jonas? A lidar com a riqueza e o privilégio? Você não conseguiria cumprir esse desafio sem viver no meu mundo.

De repente, Demi compreendeu por que Ashley a tinha procurado. A bela loura conhecia Joseph suficientemente para adivinhar que ele pediria em casamento a mãe de seus filhos e, por isso, havia tentado bloquear tal possibilidade.

— Não sei o que dizer... — sussurrou ela, pois os pensamentos zumbiam em sua cabeça.

— Diga que sim... diga em grego. — Joseph a olhava com um sorriso carismático que fez o coração de Demi oscilar. — Ne é a palavra de que precisa.

— Mas você não pode se casar comigo — protestou ela.

— Por que não? Sua fertilidade devia estar no livro dos recordes, além disso, você é um espetáculo na cama, glikia mou — ressaltou Joseph sem hesitação.

— E isso basta para se casar com alguém?

E o resto, tão essencial em um relacionamento ?, pensou ela, confusa e irritada. E elementos como amor, fidelidade, comunicação? Livro dos recordes por fertilidade? Queria esbofeteá-lo! Uma relação tão superficial nunca seria suficiente para ela. Porém, se não aceitasse se casar com ele, Joseph poderia acabar se casando com Ashley, que estava, obviamente mais do que disponível e entusiasmada com a possibilidade.

A simples hipótese de Joseph acabar ficando com Ashley gerou uma onda gélida de medo pelo interior de Demi, pois sabia, agora, que Ashley faria qualquer coisa contra ela e seus filhos para reconquistá-lo. Estaria perdida, se casasse com ele ou não. Em nenhum dos casos, via a possibilidade de ser feliz.

Levou a ponta da língua aos lábios que estavam secos de apreensão.

— E se não aceitar? — ela arriscou.

Um silêncio explosivo reinou entre os dois como um rastilho de pólvora.                                              

Joseph estava imóvel, mas Demi podia sentir a irritação dele. Os cílios espessos e escuros protegiam os olhos com o brilho faiscante que sinalizava perigo.

— Se fosse você, não entraria nesse campo minado — respondeu arrastadamente, sem se alterar.

Ficou na dúvida se deveria contar a ele que ameaças eram desnecessárias, visto que ela já estava, praticamente apaixonada, pelo pavor que sentia ao pensar em ver Ashley entrando no altar em seu lugar. Amava Joseph e sabia que teria de fazer o que fosse melhor para os filhos que estavam por nascer. A atitude de Joseph a revoltava, mas acabaria encontrando um jeito de se fortalecer e aprender a se proteger e atacar, quando fosse necessário. Se ele era capaz de coagi-la a se casar, Demi refletiu acaloradamente, também teria que aceitar as consequências daquela atitude.

Joseph chegou à conclusão que havia escolhido  se casar com a única mulher no mundo que se sentaria, grávida de gêmeos, em uma mesa de centro e, calmamente, passaria uns dez minutos pensando se queria ou não ser uma Jonas. Não se orgulhava da ameaça que havia feito, porém estava convencido de que suas intenções eram as melhores e que, por isso seus métodos implacáveis se justificavam para obter os resultados desejados.

— Tudo bem, aceito me casar com você — informou-o Demi sem entusiasmo.

— Acha que tem problema se tomar uma taça de champanhe para comemorar? — Um sorriso triunfante coloriu a boca sensual de Joseph.

Os olhos de Demi brilharam.

— Não tenho motivo para comemorar.