CAPÍTULO 23

Uma tosse veio da porta e ela olhou para cima, ficando tensa. Joseph estava, parado ali, com nada além de uma calça, o primeiro botão aberto, os braços cruzados sobre o peito formidável. Demi ruborizou e, para seu desgosto, sua barriga tremeu com desejo renovado.

Ele arqueou uma sobrancelha.

― Nós não queremos uma repetição do que aconteceu, queremos?

― Não ― respondeu ela, evitando-lhe o olhar enquanto limpava o chão. ― Certamente não queremos.

Joseph estava ao seu lado num instante e colocou-a de pé com uma mão no seu braço.

― Eu estava falando sobre o vidro caindo, não sobre o que aconteceu depois.

Ela o encarou com toda força que foi capaz de reunir.

― E você sabe muito bem sobre o que eu estou falando. Ele gesticulou a cabeça na direção de onde eles tinham feito amor, ainda irritado por não tê-la encontrado em sua cama.

― Esse foi um exercício que provou quão facilmente você cairá na minha cama. Então, sim, Demetria... com esse tipo de química, haverá muitas repetições do que ocorreu há pouco, até que este desejo se esgote, é claro.

O fato de que ele tinha armado aquilo tão friamente provava com que facilidade ele a seduziria. Demi tentou desvencilhar o braço, mas Joseph o apertou mais ao avistar alguma coisa atrás dela e estender-se para pegar. Era a aliança de Demi.

Ele pegou-lhe a mão e colocou a anel em seu dedo. Inclinou-lhe o queixo, mas ela evitou fitá-lo.

― Eu não quero ver esta aliança fora de seu dedo novamente, Demetria.

― Sim, senhor ― zombou ela.

Joseph puxou-lhe a mão para mais perto.

― Para seu próprio bem, Demetria, faça o que eu digo. Isso tornará nossa convivência mais fácil. E, quando eu estiver pronto para deixá-la, quando você der à luz ao meu herdeiro, então poderá tirar esta aliança e jogar no mar, se quiser.

― Isso não acontecerá. Porque eu não vou abandonar meu bebê ― declarou ela tremendo, finalmente encarando os olhos frios de Joseph.

Ele arqueou uma sobrancelha incrédula.

― Não? Eu sei, por experiência própria, como é fácil para uma mulher abandonar sua família, então não acredito na ilusão do elo maternal. Você irá embora com o incentivo certo em seu bolso.

Aquelas palavras brutais a chocaram, pois confirmavam a total falta de confiança de Joseph nas pessoas. E sobre quem ele falava? Sobre a mãe? Não importava; ela não queria sentir nada em relação a ele.

― Acredite no que quiser, Joseph. Você verá quando a hora chegar.

Ela recolheu a mão e foi para a porta, jogando o pano de prato que ainda segurava dentro da pia quando passou. Virou-se para falar:

― Eu vou para cama. Sozinha.

― Você sabe onde me encontrar se acordar ardendo de desejo no meio da noite, Demetria.

Com um grito estrangulado que não podia mais conter, por reconhecer sua própria fraqueza, ela virou-se e correu para seu quarto, qualquer apetite por jantar tinha desaparecido há muito tempo.

Joseph apoiou as mãos sobre o balcão, onde pouco tempo aliás estivera extraindo um caco de vidro do pé de Demi. Onde eles tinham entrado em chamas por causa de um beijo. Praguejou por ter permitido que ela o incitasse a dizer o que ele lhe dissera. Tinha deixado transparecer muita coisa. Mas, confortou-se, Demi não teria ilusões agora sobre o futuro que ele contemplava.

Joseph olhou para cima, porém não viu nada. Sua provocação sobre ela acordar ardendo de desejo durante a noite era visível... porque ele já estava ardendo de desejo de tê-la sob si.

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Resolvi postar mais 1 capítulo hoje porque amanhã não poderei postar, porque amanhã tenho trabalho, curso, academia e faculdade e simplesmente não vai dar tempo, então pra compensar tá ai.