Joseph parou a poucos centímetros de
distância, encarando-a de modo duro e implacável.
― A história de um herdeiro Jonas já está por toda
imprensa aqui, e nos noticiários italianos. Será impossível negar sem criar um
tumulto ainda maior.
― E por que você iria querer negar? É verdade ― disse ela, sentindo-se protetora em relação ao seu
bebê. Precisava assumir responsabilidades por suas ações, e não poderia negar a
verdade de sua gravidez ali, na frente do pai da criança.
Joseph passou uma mão impaciente pelos
cabelos curtos.
― Você tem prova?
Uma pontada de dor a assolou, mas Demi
assentiu. Guardara a receita do médico, contendo a data provável do nascimento
do bebê, uma lista de alimentos para evitar, suplementos para tomar, a data de
sua primeira consulta do pré-natal. Ela pegou sua bolsa, colocou-a sobre a mesa
lascada e retirou o papel de dentro.
Com Demi de costas para ele por um
momento, Joseph olhou ao redor do apartamento pela primeira vez. Era...
chocante. Paredes manchadas indicavam terrível umidade. A janela com vista para
um beco escuro estava quebrada, as cortinas eram imundas. O motivo pelo qual
ela o procurara era evidente, e o fato de que ele lhe dera tal motivo doía.
Demi virou-se, estendendo-lhe um pedaço
de papel, o rosto pálido e sardento fazendo-a parecer vulnerável e
incrivelmente jovem.
Ele pegou o papel e estudou-o, vendo as
indicações de que ela estava realmente grávida. E as datas combinavam com a
noite deles em Londres. Ele poderia procurar o médico, comprovar a veracidade
daquele papel, mas sua intuição dizia-lhe que isso não era necessário. A
possibilidade muito real de que seria pai o estava entorpecendo.
Demi cruzou os braços.
― Viu? Então, a menos que eu tenha corrido diretamente
para cama de outro homem... o que não fiz, o bebê é seu.
― Você poderia ter mentido para o médico sobre datas.
Como posso ter certeza de que carrega meu bebê?
Assim que falou aquilo, Joseph sentiu um
efeito curioso de suas palavras. Uma emoção primitiva o envolveu: seu bebê; sua
semente. Uma declaração de sua própria masculinidade. E, mesmo antes que Demi
respondesse, ao ver a expressão ultrajada no rosto dela, ele acreditou que ela
estava carregando seu filho. Não sabia por que tinha tanta certeza, e isso o
irritou. Era do tipo que confiava apenas em fatos concretos. Mas, dessa vez, o
instinto era muito forte.
Demi tremeu de raiva.
― Essa pergunta nem mesmo é digna de uma resposta. Se
isso o consola, confesso que me arrependi amargamente de minha decisão de ir
confrontá-lo.
Ela continuou encarando-o, mas já podia
sentir sua raiva se transformando numa emoção muito mais vulnerável sob o olhar
fixo de Joseph.
― Eu apenas... vou ter um bebê como resultado do que
aconteceu... do que você fez.
Ele deu um passo à frente, parecendo
furioso.
― O que eu fiz? Havia dois de nós naquele quarto
naquela noite. Preciso lembrá-la que você foi embora, e depois se arrependeu e
voltou diretamente para os meus braços? De que eu não a forcei a nada?
Ele deu outro passo, e Demi se encolheu,
indo para perto da parede.
― Eu também preciso lembrá-la que usei proteção? E
vamos apenas dizer que não me recordo de qualquer... problema com o
preservativo.
Demi enrubesceu. Como saberia?
Certamente, não possuía a experiência dele nesse tipo de coisa.
― Tem certeza de que não houve um problema? Quero
dizer, como pode estar tão certo?
Tudo em Joseph reagiu ao apelo feito pela
voz rouca. E ao fato de que sentia uma forte necessidade que ela admitisse que
aquilo era uma grande piada. Que ela não tinha sido virgem. Que não fizera amor
com abandono natural que ele acreditara.
Joseph lembrou-se de que o prazer que
experimentara com Demi havia sido tão potente que, depois, ele nem mesmo
checara se o preservativo estava intacto; E agora, segurando a evidência num
pedaço de papel, tinha de admitir que não fora tão cuidadoso naquela noite. A
possibilidade de que podia ser pai era assustadora. Sua determinação de não ter
uma família nascera de um juramento feito muito tempo atrás. Até mesmo seu pai
não ousava exigir isso de Joseph, depois de tudo que acontecera na família
deles. Mas então, lembrou-se, seu pai estivera dependendo de Selena para
cumprir esse papel...
Até agora. E agora essa mulher, Demetria
Lovato... possuía alguma coisa contra a qual ele não conseguia lutar.
Ele deu uma risada sarcástica.
― Você nem sequer precisou me encontrar... eu vim até
você. Bastante conveniente, não acha?
Demi colocou-se atrás da poltrona,
agarrando o encosto.
― Eu só descobri que estava grávida uma semana atrás.
Então vi a reportagem no jornal, dizendo que você viria a Dublin.
Arrogância marcou as feições dele.
― Mas, sem dúvida, você teria me informado sobre minha
paternidade iminente mais cedo ou mais tarde?
Demi refletiu sobre aquilo. O que teria
feito se ele não tivesse ido a Dublin? Então um instinto profundo lhe deu a
resposta.
― Sim... eu teria lhe contado. Os olhos de Joseph
brilharam.
― É claro que teria.
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Já perceberam que tudo que a Demi fala Joseph leva pra um outro significado, o ódio é grande... será que é ódio mesmo? num sei não... vamos lá gente comentem mais estou postando porque prometi, mas se não comentarem não vou postar e logo vou sair, mas quero terminar a maratona, então comentem.
Posta logo!!
ResponderExcluirQuantos capítulos tem a maratona?
ameeei, aguardando o próximo, vou tomar banho mas já volto :P
ResponderExcluirNão sei é só ódio , eu acho que também já tem uma grande porcentagem de "amor" nisso tudo, amor que o Joe quer desesperadamente negar. Está óbvio que ele sofreu com os pais e não quer ter o mesmo destino, e evitar qualquer possibilidade de ter uma "familia" mas o destino não está do lado dele dessa vez!
ResponderExcluirpossssssssta logoooo
postaaaaaa
ResponderExcluirAdorei :))
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