A pele de Demi se arrepiou, mas ela
tentou ignorar a emoção intensa que sentiu na presença do homem. Também ignorou
o conselho de Rob. Não pretendia se perder numa noite de paixão com ninguém...
muito menos com um estranho. Especialmente uma noite após o funeral de seu
irmão, ainda mais especialmente quando nunca experimentara nenhum tipo de
paixão em seus 22 anos. Rob, apesar de toda a intuição que alegava ter, parecia
achar que Demi era tão liberal quanto ela fingia ser. Mas aquela era um fachada
para se auto preservar, que criara para evitar os comentários depreciativos de
Taylor, e também para evitar atenção indevida na boate.
Com todas as intenções de ir embora, ela
virou-se para descer do banco... mas, antes que se desse conta, tinha se virado
para onde o homem estava de pé ao bar. Sentindo-se absurdamente compelida,
olhou para cima e deparou-se com um anjo caído, que a encarava de volta. Com
olhos que pareciam verdes e dourados sob longos cílios pretos. E sobrancelhas
pretas. Maçãs do rosto altas. Uma boca que atraiu o olhar de Demi e o manteve
ali. Ela foi tomada pelo bizarro desejo de pressionar seus lábios contra aquela
boca, sentir seu gosto e textura. Algo que nunca quisera fazer com qualquer homem
antes... jamais.
Isso tudo aconteceu em segundos.
Juntamente com a percepção de que ele possuía ombros largos e devia ter mais de
1,80m. Pela postura arrogante, Demi soube que ele tinha o tipo de corpo que
faria Rob babar. Usava um sobretudo pesado, mas, por baixo, uma camisa aberta
no colarinho evidenciava a pele bronzeada e alguns pelos escuros.
Demi não podia compreender o calor que se
instalou em seu baixo-ventre, enquanto eles se entreolhavam pelo que pareceu
séculos. Ela arfou e sentiu tontura. E ainda estava sentada!
De algum lugar distante, veio uma voz:
― Senhor?
O homem esperou por um longo momento
antes de olhar para Rob. Demi sentiu como se tivesse sido suspensa no ar, e
agora estivesse voltando a Terra. Era uma estranha sensação. A voz dele era
baixa e profunda. E então Rob estava pondo outra dose de uísque na sua frente e
gesticulando para o homem com
uma expressão travessa nos olhos.
― Do cavalheiro.
Rob distanciou-se, assobiando, e Demi o
amaldiçoou silenciosamente enquanto começava a protestar:
― Oh, não... eu já estava indo embora...
― Por favor. Não vá embora por minha causa.
A voz profunda tinha um sotaque delicioso
e Demi não pôde evitar olhá-lo novamente. Desta vez, a sensação de calor que
experimentou se espalhou por todo seu corpo, e, quando ele sorriu, o salão
pareceu girar. Ela decidiu permanecer sentada por mais um momento.
― Eu... ― começou, de modo
pateticamente ineficaz.
Ele tirou casaco e sobretudo, revelando a
camisa de seda branca, e o corpo que Demi suspeitara existir estava agora muito
evidente. Sentou-se no banco ao seu lado, efetivamente prendendo-a, tornando
sua tentativa de escapar desconcertante. Ela estava lutando uma batalha
perdida, e sabia disso. Ali, em meros segundos, aquele completo estranho tinha
despertado seu corpo adormecido por 22 anos e Demi parecia não conseguir se
mover ou formar uma sentença coerente.
― Bem... certo, então. Beberei o drinque que você me
trouxe ― murmurou ela, e
acomodou-se melhor no banco, esperando colocar alguma distância entre os dois.
Ele angulou o corpo na sua direção e Demi
pegou o copo, com a intenção de beber num único gole antes que se dissolvesse
de vez. Mas então ele falou novamente, atrofiando seu cérebro.
― Qual é o seu nome?
Ainda segurando o copo, ela o fitou.
― Demetria. Demetria Lovato.
Ele a estudou por um longo momento, os
olhos enigmáticos.
― Demetria...
Ela enrubesceu perante o jeito como ele
pronunciou seu nome, quase como um termo carinhoso.
― Demetria ―
repetiu ela, mas sem aquele sotaque que ele usara, e que tivera o poder de
fazer sua pele se arrepiar.
O que estava lhe acontecendo? Seria o
choque dos últimos dias? As palavras sugestivas de Rob? Seu sofrimento? Pois,
embora não pudesse dizer que amava seu irmão, ou até mesmo que gostava dele ― não depois que anos de abuso tinham destruído tais
emoções ―, não seria
humana se não tivesse lamentado que agora perdera sua família inteira. Todavia,
sofria mais por Selena, a namorada de seu irmão, que também morrera no
acidente.
O homem arqueou uma sobrancelha preta.
― De onde você é?
― Irlanda. Estou indo embora para lá amanhã. Moro aqui
desde que tinha 16 anos, mas voltarei para casa agora.
Demi sabia que estava tagarelando, mas
ele a olhava com tanta intensidade que a enervava, causando-lhe sensações que
ela nunca experimentara antes.
Ele ergueu o copo.
― Um brinde ao recomeço. Nem todos são afortunados o
bastante para recomeçar a vida.
Demi ouviu a irritação na voz do homem,
mas ele estava sorrindo e aquilo a confundiu. Ela bateu o copo no dele e o
tinido produzido pareceu restaurar um pouco de sua sanidade. Deu um pequeno
gole em seu drinque e sentiu-se cedendo à inevitabilidade daquela conversa,
daquele homem.
― E você? Qual é o seu nome e de onde você é? ― Ele levou um longo momento para responder, como se
estivesse considerando alguma coisa, deixando-a nervosa. Finalmente falou:
― Eu sou da Itália... Joe. Prazer em conhecê-la.
A menção do nome do país a perturbou
momentaneamente. Selena era da Itália: Sardenha. Ela forçou-se a respirar. Era
apenas uma coincidência, mas uma dolorosa. Ele estendeu uma mão, com dedos
longos de aparência forte e capaz. Relutantemente, Demetria estendeu a sua,
muito menor, mais branca, e sensível.
Uma mão grande envolveu a sua, os dedos
descansando sobre as batidas frenéticas do interior de seu pulso.
Impotente contra a onda de sensação que o
toque lhe causou, Demi podia jurar que suas pupilas haviam se dilatado naquele
momento. Joe parecia similarmente capturado por alguma emoção. Uma expressão
dura cruzou o rosto bonito antes de desaparecer, quando ele sorriu novamente,
fazendo-a acreditar que ela imaginara aquilo. Seu sorriso era lento, sexy e
devastador.
Oh, Deus.
Demi finalmente recolheu a mão e
colocou-a debaixo da perna, dizendo a si mesma que não estava tremendo. De
repente, precisava de espaço daquela intensidade. Desceu do banco, seu corpo
roçando o dele por um momento e esquentando sua pele.
― Com licença, eu preciso ir ao toalete. Sobre pernas
trêmulas, ela se apressou em direção à boate cheia; a música, antes abafada
pelas grossas cortinas de veludo, agora alta demais. Demi entrou no banheiro e
fechou a porta com alívio, descansando as mãos sobre os azulejos frios. Olhou
para seu reflexo, meneando a cabeça. A distância do homem estava fazendo pouco
para acalmar sua pulsação ou amenizar o rubor em seu rosto. A imagem de Joe
estava perturbadoramente viva nos olhos de sua mente.
Por que isso estava lhe acontecendo?
Justamente nessa noite? Ela não tinha nada de especial. Cabelos loiros na
altura dos ombros e lisos, olhos castanhos, pele branca, branca demais.. Um
corpo desengonçado. Nenhuma maquiagem. Era isso que via no espelho. Uma
estranha euforia a pegou de surpresa. Iria finalmente para casa no dia
seguinte, para longe de Londres, onde nunca se sentira em casa. O fato de que
aquela boate e seus funcionários pareciam um lar desde que ela deixara Dublin
após a morte de seus pais dizia tudo.
Mas, então, a terrível memória do
acidente voltou para assombrá-la. Toda cor foi drenada de seu rosto quando uma
imagem vivida da noite chuvosa e do carro vindo na direção deles passou em sua
cabeça como um filme de horror, juntamente com sua incapacidade de impedir
aquilo, de gritar a tempo de avisar Taylor. E, mesmo se tivesse gritado... Demi
segurou-se no balcão da pia, enquanto uma dor profunda a consumia.
Ela olhou para baixo. Como podia ter se
esquecido, mesmo por um segundo, dos eventos catastróficos de poucos dias
atrás? O acidente fora tão grave que os paramédicos haviam declarado que era um
milagre que ela tivesse sobrevivido.
Joe. Seu coração parou e recomeçou a
bater. Ele a fizera esquecer-se do horror por um breve momento. Demi olhou para
seu reflexo novamente, ignorando o brilho intenso em seus olhos. Não duvidava
que ele tivesse ido embora quando ela retornasse. Conhecia bem o tipo de Joe.
Ele não esperaria por alguém como ela. Os homens que frequentavam aquela boate
eram, na maioria, homens ambiciosos da cidade, que podiam pedir o champanhe
mais caro e conseguir as mulheres mais lindas.
Todavia, Joe não tinha dado essa
impressão. Parecia sofisticado demais para isso. Sem dúvida, era rico ― Demi podia reconhecer isso de longe ―, e o mero pensamento a fez estremecer. Conhecera
milionários suficientes para uma vida inteira, tendo passado a desprezar o
poder que eles exerciam, o estilo de vida que almejavam. Contemplou pedir que
um dos funcionários pegasse sua bolsa, para evitar vê-lo novamente, mas então
reprimiu o medo tolo. Lidaria com a situação, se Joe ainda estivesse lá ou
não...
Ao entrar na seção VIP, todavia, todos os pensamentos recentes de Demi
desapareceram.
Ele tinha ido embora.
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Oi vim dar tchau! acho que vou vomitar meu coração, já mencionei meu pavor á avião, pois é, teve algumas mudanças de planos em relação a minha viagem e irei ao Rio de Janeiro semana que vem e não irei mais a Manaus, então vou ficar fora uns dias até significativos mais vai ser rápido prometo que assim que voltar posto para vocês, então não entendi porque da duvida mais Taylor é homem e irmão mais velho,ou pior castigo da Demi, bom estejam preparadas para derramar muitas lágrimas porque o negócio vai ser tenso!
ontem derramei muitas, mais por motivos que não irei dizer para evitar mais julgamentos que já recebi nos últimos 2 anos, apenas não julguem ninguém pelos erros do passado por que somos humanos e estamos dispostos a errar, mais Graças que vou passar esses dias foras e não farei besteiras, comentem!
Adorei :)
ResponderExcluirpoosta loogo, assim que puder :)
ResponderExcluirAawn vc vai pra minha terra kkkkkkkk vc vai adorar o rio, ass: iza morais
ResponderExcluirAmeiiiii
ResponderExcluirAchei incrível o final da outra fic, ficou lindo
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Beijos
galera novo jemi http://jemilovetoyou.blogspot.com.br/2013/06/sinopese.html
ResponderExcluirTá demais o capitulo posta mais assim que possivel. Boa sorte com a viagem. Odeio altura se eu for em um avião acho que só amarrada
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