quinta-feira, 13 de junho de 2013

CAPÍTULO 10

Dois meses depois, Dublin

Demi tentou não parecer suplicante. Mas estava desesperada. O homem de meia-idade do outro lado da mesa tirou os óculos.
Lamento, mas você não tem a experiência que estou procurando. Descobrirá que muitas firmas sentirão o mesmo.
Demi sabia que estava lutando uma batalha perdida, então pegou sua bolsa e levantou-se.
Obrigada, senhor O'Brien, e apreciei seus comentários. Eu só lhe peço que pense em mim se surgir alguma vaga que não requeira experiência.
Ele apertou a mão que ela ofereceu.
É claro, querida. Manteremos seu currículo arquivado. Com centenas de outros, sem dúvida, pensou Demi. Era a mesma história em todo lugar. Uma recessão global levava todos a dispensarem funcionários supérfluos. Aquele era o pior momento para ser inexperiente e tentar procurar emprego. Todavia, quando ela saiu no glorioso dia de primavera, soube que se sentia feliz por estar longe de Londres. Longe do que acontecera lá.
Demi atravessou a rua, e praguejou por, inconscientemente, ter tomado aquela direção. Pois agora estava diante do restaurante que acabara de abrir numa das ruas mais movimentadas de Dublin. Valentini's. Apenas mais um da famosa rede mundial de restaurantes verde, branco e vermelho, que vendiam não somente refeições maravilhosas, como tudo mais, desde iguarias italianas até utensílios domésticos. O que eles ofereciam era uma fatia da vida italiana, uma promessa de alegria e um modo de vida relaxante.
A grande ironia era que, não tendo ideia na época de quem era o irmão de Selena, todavia sabendo que Selena tinha alguma conexão com a família, o Café Valentini's em Londres tornara-se um refúgio para Demi. Ela havia passado horas lá no seu tempo livre, estudando ou lendo, fazendo um cappuccino durar o máximo possível, saboreando a rara solidão. E, agora, ali estava um daqueles Cafés em Dublin, com sua fachada esplendorosa. Joseph Jonas obviamente não estava sofrendo os efeitos da crise na economia global. Mas ela teve de reconhecer que aquela era apenas uma cruel coincidência, uma vez que, sem dúvida, os planos dele para abrir uma filial em Dublin tinham sido feitos muitos meses antes.
Demi passou rapidamente pelo Café, uma onda de náusea a assolando. Sentira náuseas todas as manhãs pelo último mês. Finalmente, tinha ido ao médico na semana anterior, e confirmado seu pior medo. Estava grávida. Em algum nível, sabia que ainda estava em choque, incapaz de acreditar nisso. Nem mesmo contemplara ainda o que queria fazer em termos de contatar Joseph .
Atravessou a rua, subitamente sentindo-se muito perto das lágrimas. O mais importante agora era arranjar um emprego. Do jeito que estava, mal tinha dinheiro para pagar mais um mês do aluguel do seu estúdio decadente, e menos ainda para trazer um bebê ao mundo. Lutando contra o pânico, entrou numa banca para comprar alguns jornais, ignorando o fato de que o dinheiro em sua bolsa estava acabando.
Um pouco depois, desceu do ônibus e andou em direção ao seu apartamento. Na metade do caminho, o céu se abriu e, em segundos, ela estava ensopada. Um casal passou correndo e rindo, a mulher abrigando-se sob o casaco do namorado. Demi sentiu como se alguma coisa muito preciosa tivesse se rompido em seu interior para sempre. Inocência e otimismo. Por um breve momento antes que Joseph Jonas jogasse sua bomba, ela experimentara felicidade pela primeira vez em anos.
Demi abriu a porta suspirando. Ele lhe roubara suas frágeis esperanças e sonhos, e ela o odiava com uma intensidade assustadora.
No banheiro, despiu-se. Exausta demais, deixou as roupas molhadas onde estavam e vestiu um roupão velho. Olhou seu reflexo no espelho. Estava abatida, havia círculos escuros sob seus olhos, e seus cabelos pretos, normalmente brilhantes, agora estavam opacos e sem vida. ;
Suas mãos foram para a barriga. Ela olhou para baixo, lágrimas inundando-lhe os olhos. Depois que Taylor  morrera, Demi pensara que estaria livre para recomeçar... para viver sua própria vida. Entretanto, o destino lhe trouxera mais problemas. Olhando para cima, enxugou as lágrimas. Precisava comer. Cuidar de si mesma. Achar um emprego. De alguma maneira, tinha de sustentar ao bebê e a si mesma. Ainda se surpreendia com o sentimento de amor e proteção que experimentara por aquele pequeno ser assim que descobrira a gravidez, apesar das circunstâncias. Havia uma emoção profunda ligada a isso, também, mas Demi não queria analisá-la. Ela foi esquentar a sopa do dia anterior. Quando se sentou, notou a carta sobre a mesa... uma carta que abrira naquela manhã. Pânico ameaçou voltar, roubando-lhe o apetite. A ameaça contida naquele pedaço de papel a fez tremer. Demi forçou-se a comer; depois, acomodou-se para olhar os jornais. Circulou vagas de emprego e listou-as em ordem, de modo que no dia seguinte pudesse levar seu currículo nas empresas.
Uma hora depois, abriu o último jornal. Não esperava encontrar muita coisa, então virou as páginas, bocejando. Estava cansada. Mas, então, sentou-se ereta, como se uma carga de adrenalina tivesse acabado de ser injetada em suas veias. Seu coração disparou, enquanto ela olhava para uma fotografia de Joseph Jonas ao lado de outro homem. Ele sorria, e a imagem em branco e preto apenas acentuava as lindas feições masculinas. Aquele maxilar esculpido.
Ele parecia feliz. Sofisticado. Despreocupado.
Demi levou uma mão à barriga. Que direito ele tinha de parecer tão feliz, enquanto ela estava lá, beirando à pobreza, grávida de um bebê dele, depois que Joseph  decidira brincar de Deus com sua vida? Ela fechou os olhos, dor a inundando. Mesmo agora, o conhecimento dos métodos de seu irmão a horrorizava... quão longe ele teria ido, e como Selena fora enganada. Porque, como Demi bem sabia, a única pessoa que seu irmão tinha amado era ele mesmo.
Ela leu o artigo que acompanhava a foto no jornal. Ele compareceria a um evento em Dublin naquela noite, para celebrar o lançamento de seu novo restaurante. Demi teria imaginado que Joseph  fizera aquilo de propósito, apenas para lhe enviar outro aviso, mas sabia que isso era irracional. Tudo não passava de uma cruel coincidência.
Ela leu o artigo novamente... mais devagar desta vez. Durante o evento, ele anunciaria uma fusão com um conhecido empresário irlandês, Nicholas Cameron, que cuidaria das franquias das lojas de departamento Valentini's ao redor do país.
Com Joseph Jonas tão perto, era como se ele a estivesse ridicularizando novamente. Ela sabia que tinha de fazer alguma coisa enquanto ele estivesse lá. Afinal, ele era responsável pela vida crescendo em sua barriga, e alguma coisa visceral estava compelindo-a a confrontá-lo.

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Bom não iria postar outro hoje, mas como talvez amanhã não poderei postar resolvi postar esse, e não postei logo porque estava dormindo e acordei a pouco tempo, quanto a maratona vou pensar com carinho no sábado dou a resposta, e essa história vai ser um pouquinho maior que AMOR SEM FIM, acho que uns 12 capítulos a mais, comentem!   

9 comentários:

  1. ameeeei ... perfeito

    tadinhaaa da Demi .. ela ñ merecia isso tudo :(

    pooosta logoo kkk faz maratona sim ? !!!

    bjss

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  2. aêeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MARATONAAAAAAAAAAA........oba .......tá sei q vc vai pensar mas pense com carinho guria bjs

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  3. já tô chorando horrores só com esse capitulo, imagina com o restante da história, vou chorar mares.
    Posta maissss.

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  4. posta maaaaaaaaaaaaaaisssssssss

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  5. Poosta loogo, ta lindo e triste demais essa história, beeijos

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  6. Sério, eu to morrendo aqui, posta...

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  7. Amei.
    Posta logo ^ ^
    E sobre a maratona pensa com muito muito muito carinho =':'=

    Beijos

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