Dois meses depois, Dublin
Demi tentou não parecer suplicante. Mas estava
desesperada. O homem de meia-idade do outro lado da mesa tirou os óculos.
― Lamento, mas você não tem a experiência que estou
procurando. Descobrirá que muitas firmas sentirão o mesmo.
Demi sabia que estava lutando uma batalha
perdida, então pegou sua bolsa e levantou-se.
― Obrigada, senhor O'Brien, e apreciei seus
comentários. Eu só lhe peço que pense em mim se surgir alguma vaga que não
requeira experiência.
Ele apertou a mão que ela ofereceu.
― É claro, querida. Manteremos seu currículo
arquivado. Com centenas de outros, sem dúvida, pensou Demi. Era a mesma
história em todo lugar. Uma recessão global levava todos a dispensarem
funcionários supérfluos. Aquele era o pior momento para ser inexperiente e
tentar procurar emprego. Todavia, quando ela saiu no glorioso dia de primavera,
soube que se sentia feliz por estar longe de Londres. Longe do que acontecera
lá.
Demi atravessou a rua, e praguejou por,
inconscientemente, ter tomado aquela direção. Pois agora estava diante do
restaurante que acabara de abrir numa das ruas mais movimentadas de Dublin.
Valentini's. Apenas mais um da famosa rede mundial de restaurantes verde,
branco e vermelho, que vendiam não somente refeições maravilhosas, como tudo
mais, desde iguarias italianas até utensílios domésticos. O que eles ofereciam
era uma fatia da vida italiana, uma promessa de alegria e um modo de vida
relaxante.
A grande ironia era que, não tendo ideia
na época de quem era o irmão de Selena, todavia sabendo que Selena tinha alguma
conexão com a família, o Café Valentini's em Londres tornara-se um refúgio para
Demi. Ela havia passado horas lá no seu tempo livre, estudando ou lendo,
fazendo um cappuccino durar o máximo possível, saboreando a rara solidão. E,
agora, ali estava um daqueles Cafés em Dublin, com sua fachada esplendorosa. Joseph
Jonas obviamente não estava sofrendo os efeitos da crise na economia global.
Mas ela teve de reconhecer que aquela era apenas uma cruel coincidência, uma
vez que, sem dúvida, os planos dele para abrir uma filial em Dublin tinham sido
feitos muitos meses antes.
Demi passou rapidamente pelo Café, uma onda
de náusea a assolando. Sentira náuseas todas as manhãs pelo último mês.
Finalmente, tinha ido ao médico na semana anterior, e confirmado seu pior medo.
Estava grávida. Em algum nível, sabia que ainda estava em choque, incapaz de
acreditar nisso. Nem mesmo contemplara ainda o que queria fazer em termos de
contatar Joseph .
Atravessou a rua, subitamente sentindo-se
muito perto das lágrimas. O mais importante agora era arranjar um emprego. Do
jeito que estava, mal tinha dinheiro para pagar mais um mês do aluguel do seu
estúdio decadente, e menos ainda para trazer um bebê ao mundo. Lutando contra o
pânico, entrou numa banca para comprar alguns jornais, ignorando o fato de que
o dinheiro em sua bolsa estava acabando.
Um pouco depois, desceu do ônibus e andou
em direção ao seu apartamento. Na metade do caminho, o céu se abriu e, em
segundos, ela estava ensopada. Um casal passou correndo e rindo, a mulher
abrigando-se sob o casaco do namorado. Demi sentiu como se alguma coisa muito
preciosa tivesse se rompido em seu interior para sempre. Inocência e otimismo.
Por um breve momento antes que Joseph Jonas jogasse sua bomba, ela
experimentara felicidade pela primeira vez em anos.
Demi abriu a porta suspirando. Ele lhe roubara
suas frágeis esperanças e sonhos, e ela o odiava com uma intensidade
assustadora.
No banheiro, despiu-se. Exausta demais,
deixou as roupas molhadas onde estavam e vestiu um roupão velho. Olhou seu reflexo
no espelho. Estava abatida, havia círculos escuros sob seus olhos, e seus
cabelos pretos, normalmente brilhantes, agora estavam opacos e sem vida. ;
Suas mãos foram para a barriga. Ela olhou
para baixo, lágrimas inundando-lhe os olhos. Depois que Taylor morrera, Demi pensara que estaria livre para recomeçar...
para viver sua própria vida. Entretanto, o destino lhe trouxera mais problemas.
Olhando para cima, enxugou as lágrimas. Precisava comer. Cuidar de si mesma.
Achar um emprego. De alguma maneira, tinha de sustentar ao bebê e a si mesma.
Ainda se surpreendia com o sentimento de amor e proteção que experimentara por
aquele pequeno ser assim que descobrira a gravidez, apesar das circunstâncias.
Havia uma emoção profunda ligada a isso, também, mas Demi não queria
analisá-la. Ela foi esquentar a sopa do dia anterior. Quando se sentou, notou a
carta sobre a mesa... uma carta que abrira naquela manhã. Pânico ameaçou
voltar, roubando-lhe o apetite. A ameaça contida naquele pedaço de papel a fez
tremer. Demi forçou-se a comer; depois, acomodou-se para olhar os jornais.
Circulou vagas de emprego e listou-as em ordem, de modo que no dia seguinte
pudesse levar seu currículo nas empresas.
Uma hora depois, abriu o último jornal.
Não esperava encontrar muita coisa, então virou as páginas, bocejando. Estava
cansada. Mas, então, sentou-se ereta, como se uma carga de adrenalina tivesse
acabado de ser injetada em suas veias. Seu coração disparou, enquanto ela
olhava para uma fotografia de Joseph Jonas ao lado de outro homem. Ele sorria,
e a imagem em branco e preto apenas acentuava as lindas feições masculinas.
Aquele maxilar esculpido.
Ele parecia feliz. Sofisticado.
Despreocupado.
Demi levou uma mão à barriga. Que direito
ele tinha de parecer tão feliz, enquanto ela estava lá, beirando à pobreza,
grávida de um bebê dele, depois que Joseph decidira brincar de Deus com sua vida? Ela
fechou os olhos, dor a inundando. Mesmo agora, o conhecimento dos métodos de
seu irmão a horrorizava... quão longe ele teria ido, e como Selena fora
enganada. Porque, como Demi bem sabia, a única pessoa que seu irmão tinha amado
era ele mesmo.
Ela leu o artigo que acompanhava a foto
no jornal. Ele compareceria a um evento em Dublin naquela noite, para celebrar
o lançamento de seu novo restaurante. Demi teria imaginado que Joseph fizera aquilo de propósito, apenas para lhe
enviar outro aviso, mas sabia que isso era irracional. Tudo não passava de uma
cruel coincidência.
Ela leu o artigo novamente... mais
devagar desta vez. Durante o evento, ele anunciaria uma fusão com um conhecido
empresário irlandês, Nicholas Cameron, que cuidaria das franquias das lojas de
departamento Valentini's ao redor do país.
Com Joseph Jonas tão perto, era como se
ele a estivesse ridicularizando novamente. Ela sabia que tinha de fazer alguma
coisa enquanto ele estivesse lá. Afinal, ele era responsável pela vida
crescendo em sua barriga, e alguma coisa visceral estava compelindo-a a
confrontá-lo.
----------------------------------------------------------------------------------------
Bom não iria postar outro hoje, mas como talvez amanhã não poderei postar resolvi postar esse, e não postei logo porque estava dormindo e acordei a pouco tempo, quanto a maratona vou pensar com carinho no sábado dou a resposta, e essa história vai ser um pouquinho maior que AMOR SEM FIM, acho que uns 12 capítulos a mais, comentem!
Adorei :))
ResponderExcluirameeeei ... perfeito
ResponderExcluirtadinhaaa da Demi .. ela ñ merecia isso tudo :(
pooosta logoo kkk faz maratona sim ? !!!
bjss
aêeeeeeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! MARATONAAAAAAAAAAA........oba .......tá sei q vc vai pensar mas pense com carinho guria bjs
ResponderExcluirjá tô chorando horrores só com esse capitulo, imagina com o restante da história, vou chorar mares.
ResponderExcluirPosta maissss.
posta maaaaaaaaaaaaaaisssssssss
ResponderExcluirPoosta loogo, ta lindo e triste demais essa história, beeijos
ResponderExcluirSério, eu to morrendo aqui, posta...
ResponderExcluirAmei.
ResponderExcluirPosta logo ^ ^
E sobre a maratona pensa com muito muito muito carinho =':'=
Beijos
Posta logo, OMG
ResponderExcluir