- Tudo que eu preciso saber
é se você ainda me quer. Não sei se é tarde demais. Espero que não seja, porque
você não faz ideia de como tem sido a minha vida nessas últimas horas longe de
você. Parece que eu fui esmagado por um tanque de guerra, só que continuo vivo,
respirando. E isso antes de ser baleado! Eu prometo que nunca mais vou te
interromper, sempre vou te ouvir e vou te amar tanto que você vai se sentir sufocada
em algum momento... e... – ele estudou meu rosto, engolindo em seco. – Ainda
vou te falar que muito antes que você decida me fazer calar a boca ou te perdi
pra sempre?
Eu o observei por um tempo.
O rosto tenso, os ombros curvados, os lábios comprimidos numa linha fina.
Desesperado. Assustado como jamais o tinha visto.
- Diz alguma coisa, por
favor – ele pediu depois de um tempo.
- O que... – clareei a
garganta. – O que exatamente significa “uma longa e prazerosa vida de
servidão”? – eu quis saber, erguendo o panfleto.
Seus olhos se fecharam, ele
suspirou e sorriu. Depois voltou a me encarar e esticou o braço bom. Alcancei
sua mão e me deixei ser puxada para a cama, me sentando ao seu lado.
- Você sabe. Café da manhã
na cama, massagens nos pés quando estiverem cansados, lavar a louça do jantar,
sexo selvagem às segundas, quartas e sextas – ele acariciou meu rosto com a
ponta dos dedos. – Terças, quintas e sábados serão destinadas a fazer amor. O
domingo fica por sua conta. Ah, e carona para o trabalho. Serviço de ida e
volta, claro.
Franzi a testa.
- Tem certeza disso, Joe?
Você trabalha na L&L e logo vou ser dona de tudo aquilo, então eu meio que
vou ser... hã... sua chefe.
- Transar com a chefe é a
fantasia de muitos homens, caso você não saiba – ele sorriu, e era mesmo um
sorriso feliz. Ele não estava fingindo nem atuando. Ele realmente não se
importava!
Soltando a minha mão e
colocando o peito forte a centímetros do meu nariz, ele enlaçou minha cintura,
e em momento algum seus olhos deixara os meus, m aquecendo e emitindo pequenas
vibrações até o centro dos meus ossos.
- Diz
que me aceita de volta, Demetria. Diz que ainda me quer e que vai passar o
resto dos seus dias me atormentando.
Como dizer não a uma
proposta dessas?
- Me beija logo, seu id...
– ele não esperou que eu concluísse. Antes que eu pudesse piscar, sua boca
cobriu a minha e a explosão de cores aconteceu.
Joe me beijava com fúria,
com desespero, com paixão. Segurei-me em seus ombros na intenção de me
aproximar ainda mais, e ele gemeu. No entanto, era o gemido errado.
- Oh, Deus. Desculpa!
Desculpa! Desculpa! – me soltei dele. – Esqueci do seu machucado.
- Que machucado? – Ele me
alcançou, enlaçando minha cintura novamente. – Volta aqui que ainda não
terminei de falar com você. – E o segundo assalto foi ainda mais intenso. E foi
ali, sentados naquela cama hospitalar, que realmente nos acertamos. Naquele
beijo lascivo e sôfrego, Joe e eu resolvemos todos os nossos problemas, todas
as nossas dúvidas. Ele se expressava maravilhosamente bem quando me beijava.
- Eu te amo, Demetria – ele
colou a testa na minha e sorriu. – Amo tanto que não consigo respirar quando
você está longe. Nunca mais vou sair do seu lado, eu juro.
- E eu nunca mais vou dizer
a verdade. – Ele levantou a cabeça e estreitou os olhos. – Pela metade, quero
dizer.
Ele sorriu.
- Vai dar certo. Confia em
mim. Estar do seu lado é como estar no meio de um furacão, não dá pra saber o
que vai acertar minha cabeça a seguir. É uma loucura. Não tem como dar errado.
Eu ri.
- É um jeito diferente de
ver as coisas. E até que não é tão ruim assim viver com você. Quer dizer, fora
a sua mania de organização e o fato e acordar com as galinhas mesmo nos fins de
semana e... você sabe... ficar tomando tiros para me salvar, até que é bem
bacana dividir a vida com você.
- Peraí, peraí! Acho que
isso foi um elogio... – ele sorriu, esperançoso.
- Talvez – eu disse, mas
sorri também. – E pode tirar esse sorrisinho besta da cara que elogios são
apenas para ocasiões especiais.
Ele riu, me empurrando para
fora da cama antes que eu pudesse protestar.
Protestei
mesmo assim.
- O que você está fazendo?
Volta pra cama agora! – ordenei quando ele se colocou de pé com um pouco de
dificuldade.
- Vamos fazer as coisas do
jeito certo dessa vez - ele gemeu um pouco, balançando o corpo enorme,
visivelmente tonto.
- Exatamente! Vamos fazer
as coisas do jeito certo. Você vai ficar deitadinho nessa cama até o médico
dizer que pode levantar – apoie a mão em seu peito e tentei forçá-lo a voltar
para a cama, mas foi inútil.
Assim que Joe recobrou o
equilíbrio, agarrou o suporte do soro e, usando-o como muleta, se arrastou até
a mesinha, num canto da parede. O camisolão hospitalar mal chegava ao meio das coxas,
e a abertura nas costa deixou toda sua coluna e parte do traseiro à mostra. Eu
me perguntei se era muito errado deixar meus olhos se demorarem ali, como quem
não quer nada. Decidi que sim, era errado, afinal ele estava ferido então me
obriguei a desviar os olhos e prestar atenção no que aquele maluco pretendia
fazer.
Joe alcançou a garrafa de
água mineral e a abriu. Em seguida, com certa dificuldade, puxou o lacre, um
anel azul cheio de pontas no interior. Voltou a passos lentos até ficar de
frente para mim e... oh, meu Deus!... se agachou sobre um joelho, tomando minha
mão na sua.
- Joe, não precisa...
- Eu quero. – Ele olhou
profundamente em meus olhos, seu rosto estava sério e ligeiramente corado. –
Sei que isso é estranho, porque fomos casados até ontem de manhã e... eu estou
nervoso e não tenho um anel de verdade pra te oferecer, mas assim que for
liberado vou arrumar um, então seja paciente comigo, por favor - e sorriu um
pouco. – Eu... eu nunca quis me casar. Talvez um dia lá na frente, quando todos
os meus sonhos fossem concretizados, mas não agora. Meus amigos casados sempre
diziam: “É isso aí, Joe! Fuja enquanto puder”. Mas então eu conheci você e foi
o que bastou pra tudo perder o sentido. Ninguém me fez ou faz feliz como você,
Demetria. Nunca me senti assim antes. Uns cinco minutos depois de te conhecer,
percebi que quero passar todos os meus dias ao seu lado. Quero envelhecer com
você, quero ter filhos com você. Pelo menos três! Dois meninos parrudos, pra me
ajudar a tomar contada menina se ela for tão linda quanto a mãe. Então,
Demetria Devonne Lovato, você quer se casar comigo... – ele me mostrou um
sorriso torto – de novo?
A porta se abriu.
- Que diabos aconteceu pra
você lev... Caraca! – gritou Justin, Denise e Paul logo atrás dele, paralisaram
os olhos arregalados. – Vocês vão se casar de novo?
- Não
sei, Justin. Ela não me respondeu ainda – disse Joe, sem desviar os olhos dos
meus.
- Ah! – o garoto sorriu
largamente. – Demetria, não quero te apressar, mas responde logo, por favor. A
visão da bunda branca peluda do meu irmão não é nada agradável.
- Não é peluda – objetei.
Voltei a olhar para Joe, para as esmeraldas translúcidas que me capturavam e me
mantinham sob sua luz quente e ofuscante. – Você quer mesmo construir uma
família comigo? – sussurrei, e uma lágrima escorreu por meu rosto, mas não me
importei.
- É tudo que eu quero – ele
murmurou de volta.
- Eu também quero. Uma
família grande e barulhenta – sorri, um sorriso que parecia que nunca mais
deixaria meus lábios.
- Isso é um sim, Demetria?
- Sim, Joe. É um enorme
sim!
Ele se move como uma
avalanche. Maciço, preciso implacável. E me tomou em seu braço bom. Com
cuidado, deslizou o anel azul da garrafa de plástico por meu dedo anelar –
ficou enorme! – e me beijou. Um beijo intenso, porem repleto de ternura e
alívio.
Ouvi gritos ao nosso redor
e só por isso permiti que os lábios de Joe deixassem os meus.
- Bem-vinda à família – me
disse Denise. – Outra vez!
Muitos braços nos rodearam
e a cabeça de Justin surgiu por debaixo do cotovelo de Joe.
- É isso aí, grandão. Você
levou o prêmio. A garota disse sim!
- Disse – Joe concordou, acariciando a
cabeça do irmão, sorrindo, mas olhando fixamente para o meu rosto. – Ela
finalmente me disse sim.
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Finalmente ela disse SIM, esse Joe é um fofo gente, e Justin não podia faltar nesse momento não é?.
Lindoo... Menina voce adora fazer os outros chorar o que foi esse pedido de casamento.... Lindooo
ResponderExcluirAI MDS FJHDJDJSHD SOCORRO POSTA MAIS MEU DEUS DO CEU EU TO CHORANDO AQui, CADE O CHAO???? Jdjshjdbsh bjs, lena
ResponderExcluirRessaca é a pior coisa do mundo, hahahaha eu parei de beber hahaha tu disse que nao ia ser romantico, meu essa é a coisa mais fofa que eu ja li
ResponderExcluirGENTE, COMENTEEM MAIS, EU PRECISO LER!!! 4 cometarios com o meu (sou uma leitora a muito tempo mas nunca tinha comentado)
ResponderExcluirPosta logo!!!!
ResponderExcluirse eu ja tava chorando no capitulo anterior, nesse nem sei o q dizer.
muito perfeito
PERFEEITO *_*
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