domingo, 2 de junho de 2013

CAPÍTULO 100 MARATONA FINAL



- Tudo que eu preciso saber é se você ainda me quer. Não sei se é tarde demais. Espero que não seja, porque você não faz ideia de como tem sido a minha vida nessas últimas horas longe de você. Parece que eu fui esmagado por um tanque de guerra, só que continuo vivo, respirando. E isso antes de ser baleado! Eu prometo que nunca mais vou te interromper, sempre vou te ouvir e vou te amar tanto que você vai se sentir sufocada em algum momento... e... – ele estudou meu rosto, engolindo em seco. – Ainda vou te falar que muito antes que você decida me fazer calar a boca ou te perdi pra sempre?
Eu o observei por um tempo. O rosto tenso, os ombros curvados, os lábios comprimidos numa linha fina. Desesperado. Assustado como jamais o tinha visto.
- Diz alguma coisa, por favor – ele pediu depois de um tempo.
- O que... – clareei a garganta. – O que exatamente significa “uma longa e prazerosa vida de servidão”? – eu quis saber, erguendo o panfleto.
Seus olhos se fecharam, ele suspirou e sorriu. Depois voltou a me encarar e esticou o braço bom. Alcancei sua mão e me deixei ser puxada para a cama, me sentando ao seu lado.
- Você sabe. Café da manhã na cama, massagens nos pés quando estiverem cansados, lavar a louça do jantar, sexo selvagem às segundas, quartas e sextas – ele acariciou meu rosto com a ponta dos dedos. – Terças, quintas e sábados serão destinadas a fazer amor. O domingo fica por sua conta. Ah, e carona para o trabalho. Serviço de ida e volta, claro.
Franzi a testa.
- Tem certeza disso, Joe? Você trabalha na L&L e logo vou ser dona de tudo aquilo, então eu meio que vou ser... hã... sua chefe.
- Transar com a chefe é a fantasia de muitos homens, caso você não saiba – ele sorriu, e era mesmo um sorriso feliz. Ele não estava fingindo nem atuando. Ele realmente não se importava!
Soltando a minha mão e colocando o peito forte a centímetros do meu nariz, ele enlaçou minha cintura, e em momento algum seus olhos deixara os meus, m aquecendo e emitindo pequenas vibrações até o centro dos meus ossos.
- Diz que me aceita de volta, Demetria. Diz que ainda me quer e que vai passar o resto dos seus dias me atormentando.
Como dizer não a uma proposta dessas?
- Me beija logo, seu id... – ele não esperou que eu concluísse. Antes que eu pudesse piscar, sua boca cobriu a minha e a explosão de cores aconteceu.
Joe me beijava com fúria, com desespero, com paixão. Segurei-me em seus ombros na intenção de me aproximar ainda mais, e ele gemeu. No entanto, era o gemido errado.
- Oh, Deus. Desculpa! Desculpa! Desculpa! – me soltei dele. – Esqueci do seu machucado.
- Que machucado? – Ele me alcançou, enlaçando minha cintura novamente. – Volta aqui que ainda não terminei de falar com você. – E o segundo assalto foi ainda mais intenso. E foi ali, sentados naquela cama hospitalar, que realmente nos acertamos. Naquele beijo lascivo e sôfrego, Joe e eu resolvemos todos os nossos problemas, todas as nossas dúvidas. Ele se expressava maravilhosamente bem quando me beijava.
- Eu te amo, Demetria – ele colou a testa na minha e sorriu. – Amo tanto que não consigo respirar quando você está longe. Nunca mais vou sair do seu lado, eu juro.
- E eu nunca mais vou dizer a verdade. – Ele levantou a cabeça e estreitou os olhos. – Pela metade, quero dizer.
Ele sorriu.
- Vai dar certo. Confia em mim. Estar do seu lado é como estar no meio de um furacão, não dá pra saber o que vai acertar minha cabeça a seguir. É uma loucura. Não tem como dar errado.
Eu ri.
- É um jeito diferente de ver as coisas. E até que não é tão ruim assim viver com você. Quer dizer, fora a sua mania de organização e o fato e acordar com as galinhas mesmo nos fins de semana e... você sabe... ficar tomando tiros para me salvar, até que é bem bacana dividir a vida com você.
- Peraí, peraí! Acho que isso foi um elogio... – ele sorriu, esperançoso.
- Talvez – eu disse, mas sorri também. – E pode tirar esse sorrisinho besta da cara que elogios são apenas para ocasiões especiais.
Ele riu, me empurrando para fora da cama antes que eu pudesse protestar.
Protestei mesmo assim.
- O que você está fazendo? Volta pra cama agora! – ordenei quando ele se colocou de pé com um pouco de dificuldade.
- Vamos fazer as coisas do jeito certo dessa vez - ele gemeu um pouco, balançando o corpo enorme, visivelmente tonto.
- Exatamente! Vamos fazer as coisas do jeito certo. Você vai ficar deitadinho nessa cama até o médico dizer que pode levantar – apoie a mão em seu peito e tentei forçá-lo a voltar para a cama, mas foi inútil.
Assim que Joe recobrou o equilíbrio, agarrou o suporte do soro e, usando-o como muleta, se arrastou até a mesinha, num canto da parede. O camisolão hospitalar mal chegava ao meio das coxas, e a abertura nas costa deixou toda sua coluna e parte do traseiro à mostra. Eu me perguntei se era muito errado deixar meus olhos se demorarem ali, como quem não quer nada. Decidi que sim, era errado, afinal ele estava ferido então me obriguei a desviar os olhos e prestar atenção no que aquele maluco pretendia fazer.
Joe alcançou a garrafa de água mineral e a abriu. Em seguida, com certa dificuldade, puxou o lacre, um anel azul cheio de pontas no interior. Voltou a passos lentos até ficar de frente para mim e... oh, meu Deus!... se agachou sobre um joelho, tomando minha mão na sua.
- Joe, não precisa...
- Eu quero. – Ele olhou profundamente em meus olhos, seu rosto estava sério e ligeiramente corado. – Sei que isso é estranho, porque fomos casados até ontem de manhã e... eu estou nervoso e não tenho um anel de verdade pra te oferecer, mas assim que for liberado vou arrumar um, então seja paciente comigo, por favor - e sorriu um pouco. – Eu... eu nunca quis me casar. Talvez um dia lá na frente, quando todos os meus sonhos fossem concretizados, mas não agora. Meus amigos casados sempre diziam: “É isso aí, Joe! Fuja enquanto puder”. Mas então eu conheci você e foi o que bastou pra tudo perder o sentido. Ninguém me fez ou faz feliz como você, Demetria. Nunca me senti assim antes. Uns cinco minutos depois de te conhecer, percebi que quero passar todos os meus dias ao seu lado. Quero envelhecer com você, quero ter filhos com você. Pelo menos três! Dois meninos parrudos, pra me ajudar a tomar contada menina se ela for tão linda quanto a mãe. Então, Demetria Devonne Lovato, você quer se casar comigo... – ele me mostrou um sorriso torto – de novo?
A porta se abriu.
- Que diabos aconteceu pra você lev... Caraca! – gritou Justin, Denise e Paul logo atrás dele, paralisaram os olhos arregalados. – Vocês vão se casar de novo?
- Não sei, Justin. Ela não me respondeu ainda – disse Joe, sem desviar os olhos dos meus.
- Ah! – o garoto sorriu largamente. – Demetria, não quero te apressar, mas responde logo, por favor. A visão da bunda branca peluda do meu irmão não é nada agradável.
- Não é peluda – objetei. Voltei a olhar para Joe, para as esmeraldas translúcidas que me capturavam e me mantinham sob sua luz quente e ofuscante. – Você quer mesmo construir uma família comigo? – sussurrei, e uma lágrima escorreu por meu rosto, mas não me importei.
- É tudo que eu quero – ele murmurou de volta.
- Eu também quero. Uma família grande e barulhenta – sorri, um sorriso que parecia que nunca mais deixaria meus lábios.
- Isso é um sim, Demetria?
- Sim, Joe. É um enorme sim!
Ele se move como uma avalanche. Maciço, preciso implacável. E me tomou em seu braço bom. Com cuidado, deslizou o anel azul da garrafa de plástico por meu dedo anelar – ficou enorme! – e me beijou. Um beijo intenso, porem repleto de ternura e alívio.
Ouvi gritos ao nosso redor e só por isso permiti que os lábios de Joe deixassem os meus.
- Bem-vinda à família – me disse Denise. – Outra vez!
Muitos braços nos rodearam e a cabeça de Justin surgiu por debaixo do cotovelo de Joe.
- É isso aí, grandão. Você levou o prêmio. A garota disse sim!
- Disse – Joe concordou, acariciando a cabeça do irmão, sorrindo, mas olhando fixamente para o meu rosto. – Ela finalmente me disse sim. 
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Finalmente ela disse SIM, esse Joe é um fofo gente, e Justin não podia faltar nesse momento não é?.  

6 comentários:

  1. Lindoo... Menina voce adora fazer os outros chorar o que foi esse pedido de casamento.... Lindooo

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  2. AI MDS FJHDJDJSHD SOCORRO POSTA MAIS MEU DEUS DO CEU EU TO CHORANDO AQui, CADE O CHAO???? Jdjshjdbsh bjs, lena

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  3. Ressaca é a pior coisa do mundo, hahahaha eu parei de beber hahaha tu disse que nao ia ser romantico, meu essa é a coisa mais fofa que eu ja li

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  4. GENTE, COMENTEEM MAIS, EU PRECISO LER!!! 4 cometarios com o meu (sou uma leitora a muito tempo mas nunca tinha comentado)

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  5. Posta logo!!!!
    se eu ja tava chorando no capitulo anterior, nesse nem sei o q dizer.
    muito perfeito

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