domingo, 2 de março de 2014

CAPÍTULO 54

Joseph jogou o cartão de Demi sobre a escrivaninha. Queria telefonar e dizer a ela que não podia recusar. Escolhera a candidata e precisava ver tudo até o fim. Queria vê-la. E ver Cody. E Graham. Passara tempo demais pensando em cada um deles desde que haviam partido, mas especialmente em Demi. Sua risada. Sua generosidade. Sua capacidade de abrir o coração mes­mo quando tinha tudo a perder. As sardas que nunca tivera a oportunidade de contar.
Balançou a cabeça e estendeu a mão para o último relatório financeiro da Jonas Ltda., e os números o encheram de satisfação. Estava prestes a atingir seu ob­jetivo. Mas o vazio continuou. E agora que talvez fosse tarde demais, compreendeu que o vazio que sentia era causado pelo amor por Demetria Lovato.
O relatório caiu. Amor. Jurara que não permitiria que aquilo o atingisse, e agora amava. O que, diabos, faria? Afastar Demi não funcionava. Pensava nela dormindo ou acordado. Pegou o relatório que a conversa de Elle lhe instigara a pedir. Elle lhe contara que Demi não con­seguiria um emprego enquanto não limpasse seu nome e que ela passara semanas procurando a professora que substituíra, porque achava que a mulher tivera um pro­blema semelhante com o mesmo pai de aluno.
Tinha sido quase impossível localizar a professora, mas Joseph contratava apenas o melhor detetive, e o homem a achara. Escondera-se quando descobrira que estava grávida como resultado do caso que tivera com o mes­mo homem que assediara Demi. Era um influente doa­dor da escola, contara ao investigador, e tentara obrigá-la a fazer um aborto. Sua única escolha, já que queria seu bebê, fora fugir e se esconder.
Demi não mentira. Mas Joseph já sabia disso. A hones­tidade dela não era o problema, e sim a própria covardia. Sua tentativa de se manter em segurança não funcionara. Mesmo quando tentara não se importar, se importara. Sua mente lhe dizia que precisava de tempo para superar a saudade que sentia dos três, mas o coração sabia que era tarde demais. Afastar Demi e os meninos provocara um ferimento impossível de sarar, assim como a dor de per­der seus pais e Kevin jamais desaparecera.
Recostou-se na poltrona. Tinha que fazer as coisas darem certo e, para isto, precisava superar seu medo de amar e ser abandonado. Não sabia por onde começar. Demi lhe diria que começasse por seu filho. Graham. Criar o menino como Hank o criara não era uma opção. Não queria ser um estranho para o filho, como Hank fora para ele. E não queria afastar Graham da mãe. Ash podia ter outra prioridade, mas ele sabia que amava o menino. Ash viajava muito. Talvez pudesse convencê-la a deixar Graham com ele quando saísse da cidade, o que acontecia algumas semanas por mês. Não era mui­to, mas era um começo. Queria o filho em sua vida e, depois, procuraria Demi e Cody.

Porque não podia mais continuar sozinho.

Tá aí o primeiro de hoje se comentarem como ontem termino rapidinho essa  história.

8 comentários: