Dezessete
Estar apaixonada era tudo o
que Sel havia sonhado que seria. Nos últimos
meses, ela e Nicholas haviam se transformado num casal de verdade.
Passavam a maior parte dos finais de semana juntos e o máximo de noites da semana possível. Ela
afinal o levara para conhecer
seus pais, e os dois ficaram encantados. Um bom rapaz católico irlandês, com uma ótima
carreira e senso de humor, que gostava de jogos de tabuleiro e de baralho. O
pai de Sel o chamou de “gente fina” e a mãe disse que ele era perfeito. “Definitivamente valeu a pena
esperar”, ela sussurrou para a filha no final do primeiro encontro.
De sua parte, Nicholas se encaixou no clã Gomez como se tivesse
nascido nele. Jamais iria admitir, mas Sel tinha certeza de que ele estava
gostando de pertencer a uma família novamente depois de tantos anos solitários.
Embora os dois não falassem sobre o futuro, aproveitavam cada instante do
presente.
Mas tudo isso estava prestes a mudar.
Ela estava deitada na cama, olhando fixamente para o teto. Ao seu lado, Nicholas dormia. Eram quatro da
manhã e ela já havia vomitado duas vezes. Não havia sentido em continuar
adiando o inevitável. Levantou lentamente as cobertas, cuidando para não
acordá-lo, e saiu da cama. De pés descalços, atravessou o tapete e entrou no banheiro
de Nicholas, fechando a porta atrás de si. Revirou suas coisas dentro da bolsa,
até encontrar o pacote que havia comprado no dia anterior. Então o abriu e
seguiu as instruções. Pouco menos de duas horas depois, tinha uma resposta:
cor-de-rosa, grávida.
Ficou olhando fixamente para o resultado. O primeiro pensamento ridículo
que teve foi que, para uma garota que sempre sonhara em ser mãe,
não fazia
sentido estar com tanta vontade de chorar. Nicholas não ficaria feliz com aquilo. Ele
não estava nem um pouco pronto para a paternidade. Nem tinha dito que a amava
ainda. Ela o amava tanto, e tudo estava sendo muito bom nos últimos meses. Ainda
assim, não conseguia deixar de pensar que era muito frágil aquele relacionamento
deles, que o equilíbrio era tênue. Um bebê poderia estragar tudo.
Sel escondeu o pacote e o resultado na bolsa – aquele objeto extraordinário
misturado aos fragmentos ordinários de sua vida – e tomou um banho demorado.
Quando já estava vestida e pronta para sair, o despertador começou a tocar. Ela
foi até a cama e sentou ao lado de Nicholas, acariciando seus cabelos enquanto
ele acordava.
Ele sorriu para ela e disse, sonolento:
– Oi.
Ela queria dizer simplesmente estou grávida , mas a confissão não saiu. Em
vez disso, disse:
– Preciso chegar cedo hoje. É a conta do Red Robin.
Ele pôs a mão na nuca de Sel e a puxou para beijá-la. Quando o
beijo
terminou, ela tentou se afastar suavemente.
– Eu te amo – sussurrou ela.
Ele a beijou de novo.
– Por isso eu sou o cara mais sortudo do mundo.
Sel se despediu como se fosse apenas mais uma das várias manhãs em
que os dois acordavam juntos e saíam para trabalhar. No trabalho, fechou a
porta de sua sala e ficou lá parada, tentando não chorar.
– Eu estou grávida – contou para as paredes cobertas de anúncios.
Se pelo menos conseguisse dizer isso a Nicholas… Ela deveria ser
capaz de
dizer qualquer coisa a ele. Não era assim que o amor deveria
funcionar? Deus sabia que ela o amava o suficiente, talvez mais do que isso. Não conseguia mais imaginar uma
vida sem ele. Ela amava a rotina dos dois. Os dois tomando café da manhã juntos
na cozinha da casa flutuante dele, de pé, lado a lado em frente à pia, ou
sentados na cama à noite, abraçados, vendo o comediante Arsenio Hall na TV.
Quando ele a beijava, fosse um beijo tranquilo de boa-noite ou um beijo
apaixonado do tipo vamos-começar-alguma-coisa, o coração dela sempre disparava.
Eles conversavam o tempo todo, sobre tudo e qualquer coisa. Até aquele dia, ela
teria garantido a qualquer um que não havia nada que não pudesse dizer a ele.
Durante a maior parte do dia, ela fez tudo no piloto automático,
mas, por
volta das quatro da tarde, sentiu que não ia suportar. Pegou o
telefone, discou o número conhecido e esperou impacientemente.
– Alô? – disse Demi.
– Sou eu. Estou em crise.
– Estarei aí em vinte minutos – disse Demi sem hesitar.
Pela primeira vez no dia todo, Sel sorriu. O fato de simplesmente
estar com Demi iria ajudar. Sempre ajudava. Quinze minutos mais tarde, ela
arrumou a mesa já organizada, pegou a bolsa e saiu da sala. Do lado de fora, o
sol era uma bola branca pálida num céu cinzento de inverno. Alguns poucos
turistas andavam de um lado para outro na praça Pioneer. Do outro lado da rua,
os sem-teto que moravam no parque Occidental estavam espalhados pelo piso de
pedra e os bancos de ferro, encolhidos embaixo de cobertores imundos e em
velhos sacos de dormir. Sel abotoou o casaco assim que Demi parou seu Corvette
conversível azul metálico novinho em folha. Como sempre, o carro fez Sel
balançar a cabeça e sorrir ao mesmo tempo. Era tão absolutamente… masculino e,
no entanto, era perfeito para Demi. A calça de lã e a blusa de seda da amiga
eram inclusive do mesmo azul do carro. Sel se dirigiu para o lado do carona e
entrou.
– Aonde você quer ir?
– Surpreenda-me – respondeu Sel.
– Pode deixar.
Rapidamente, elas se livraram do trânsito do centro, dispararam
pela ponte
West Seattle e chegaram a um restaurante na praia Alki. Naquele
dia de
inverno, o lugar estava vazio, e elas foram logo encaminhadas para
uma mesa
com vista para o canal.
– Graças a Deus que você ligou – disse Demi. – Esta semana foi um
inferno.
Tive que viajar para todos os buracos do estado. Na semana
passada, entrevistei um cara em Cheney que construiu um caminhão movido a
lenha. Não estou brincando. Ele tem um forno que é do tamanho de um
porta-aviões e que consome meia tonelada de lenha por semana. Eu mal conseguia
ver o maldito caminhão atrás da fumaça preta que ele soltava, e o homem queria
que eu fizesse uma matéria dizendo
que ele havia descoberto o combustível do futuro. Amanhã eu devo ir a Lynden filmar com uma galinha que
ganhou 32 primeiros lugares numa feira. Viva! Ah, e na semana passada…
– Estou grávida.
Demi ficou de queixo caído.
– Você está brincando comigo?
– Eu pareço estar brincando?
– Puta merda… – falou Demi, atirando-se para trás, parecendo
perplexa. –
Eu achei que você estivesse tomando pílula.
– E estou. E nunca deixei de tomar um dia sequer.
– Grávida. Nossa. O que o Nicholas disse?
– Eu não contei a ele ainda.
– O que você vai fazer?
A pergunta era pesada, levantava o fato de haver uma alternativa.
– Eu não sei – falou Sel, e olhou Demi nos olhos. – Mas sei o que
não vou
fazer.
Demi a encarou durante um longo tempo, sem dizer nada. Naqueles
olhos
escuros incrivelmente expressivos, Sel viu um desfile de emoções –descrença, medo,
tristeza, preocupação e, finalmente, amor.
– Você vai ser uma ótima mãe, Selly.
Sel sentiu as lágrimas começarem a rolar. Era o que ela queria.
Agora, aqui, pela primeira vez, ousava admitir isso para si mesma. Aquilo era o
que uma melhor amiga fazia: punha um espelho na nossa frente para nos mostrar nosso
coração.
– Ele nunca disse que me ama, Demi.
– Ah. Bem… você conhece o Nicholas.
Com isso, Sel sentiu o passado se colocar entre as duas. Ela sabia
que Demi
estava sentindo o mesmo, aquilo que as duas tentavam tanto
esquecer: o que as duas sabiam sobre Nicholas Ryan.
– Você é igual a ele – disse Sel, afinal. – Como ele vai se sentir quando souber?
– Preso.
Era exatamente o que Sel dissera a si mesma.
– Então o que eu faço?
– Você está perguntando para mim, a mulher que não consegue manter
um peixinho dourado vivo por mais de uma semana?
Demi riu de um jeito que pareceu ligeiramente amargo.
– Vá para casa e diga ao homem que você ama que ele vai ser pai.
– Você faz parecer tão fácil.
Demi estendeu o braço por cima da mesa e segurou a mão da amiga.
– Confie nele, Selly.
Sel sabia que era o melhor conselho que ela poderia receber.
– Obrigada.
– Agora vamos falar sobre as coisas importantes, como o nome. Você
não
precisa dar a ela o meu nome. Demetria é meio ruim. Não é de
estranhar que
minha mãe o tenha escolhido, mas meu nome do meio é Devonne. Esse
não é tão ruim…
O resto da tarde passou com uma conversa tranquila. As duas
evitaram falar
do bebê e focaram em coisas banais. Quando saíram do restaurante e
voltaram para a cidade, o desespero de Sel havia diminuído. Não havia
desaparecido, mas ter um plano de ação ajudava.
Quando Demi estacionou atrás da casa flutuante, Sel lhe deu um
abraço apertado e se despediu. Sozinha na casa de Nicholas, ela vestiu uma
calça de moletom e uma camiseta e foi para a sala esperar por ele.
Sentada lá, com os joelhos colados um ao outro (tarde demais para
aquilo) e
as mãos unidas, Sel ficou escutando os sons comuns daquela vida
com que havia se acostumado – o bater das ondas ao redor, os gritos das
gaivotas, o sempre presente ruído de algum barco a motor passando por perto.
Aquilo tudo nunca havia parecido tão frágil antes, ou tão
agridoce. Durante
toda a sua vida, Sel imaginara o amor como algo durável, uma
emoção que suportaria o desgaste da ação diária, mas agora ela via como aquela
percepção era perigosa. Ela tranquilizava a pessoa, fazendo-a se arriscar. Do
outro lado da sala, a fechadura foi destrancada e a porta se abriu. Nicholas sorriu
quando a viu.
– Oi. Eu liguei para você antes de sair do trabalho. Onde você
estava?
– Matei aula com a Demi.
– Happy hour, é?
Ele a puxou para seus braços e a beijou.
Ela se deixou desmanchar nos braços dele. Quando o abraçou,
percebeu que
não conseguia soltá-lo. Ela o apertou com tanta força que ele teve
que afastá-la.
– Selly? – disse ele, recuando o bastante para olhar para ela. – O
que aconteceu?
Ao longo da última hora, ela havia imaginado uma dúzia de formas diferentes
de contar a ele, de informá-lo da novidade, mas, agora, parada na frente dele, Sel
via que desperdício de tempo foram todos aqueles planos. Não se tratava de um
presente que pudesse ser embrulhado em papel bonito, e ela não era o tipo de
mulher que poderia ficar em silêncio.
– Eu estou grávida – disse ela, com a voz mais firme que
conseguiu.
Ele a encarou por uma eternidade, sem compreender.
– Você está o quê? Como isso aconteceu?
– Do jeito normal, estou segura disso.
Ele soltou um suspiro comprido e lento e afundou no sofá.
– Um bebê.
– Eu não queria que isso acontecesse – disse Sel, sentando-se ao
lado dele.
– Não quero que se sinta preso.
O sorriso que ele deu a ela foi o sorriso de um estranho, não o
sorriso que
ela amava, que enrugava os olhos dele e a fazia sorrir também.
– Você sabe quanto eu quero juntar minhas coisas e partir quando
estiver pronto. Ir atrás de uma história importante e me redimir. Isso tem
estado na minha cabeça há tanto tempo… desde que eu ferrei com tudo em El
Salvador.
Sel engoliu em seco e assentiu. Sentia os olhos ardendo, mas se
recusou a atrair atenção para suas lágrimas ao secá-las.
– Eu sei.
Ele estendeu o braço e tocou a barriga dela.
– Mas eu já não posso simplesmente ir embora, posso?
– Por causa do bebê?
– Porque eu te amo – disse ele apenas.
– Eu também te amo, mas não quero que…
Ele saiu do sofá, se posicionou sobre um joelho diante dela, e Sel
prendeu
a respiração.
– Selena Marie Gomez, quer se casar comigo?
Ela queria dizer sim, gritar sim, mas não ousou fazer isso. O medo
ainda
estava muito presente. Então, em vez disso, teve que dizer:
– Tem certeza, Nicholas?
E então, finalmente, ela o viu sorrir.
– Tenho certeza.
Sel havia aceitado o conselho de Demi – é claro – e optado pela
elegância
atemporal. Seu vestido de noiva era de seda marfim com um corpete bordado e um
decote saindo do ombro. Os cabelos, cuidadosamente clareados em três tons de
louro, foram presos num coque ao estilo Grace Kelly. O véu, quando ela o
baixava, flutuava sobre seu rosto e caía sobre os ombros como uma nuvem cintilante.
Pela primeira vez na vida, ela se sentiu bonita como uma estrela de cinema.
Parada diante de um espelho de corpo inteiro que exibia seu reflexo de conto de fadas, ela
olhou para Demi, que andava estranhamente quieta durante aqueles dias
grandiosos de cabelo e maquiagem. Usando o vestido tomara que caia rosa-claro
de dama de honra, ela parecia um tanto deslocada e agitada.
– Você parece estar se aprontando para um funeral ao invés de um casamento.
Demi olhou para ela, tentando fazer o sorriso parecer sincero, mas
as duas
eram amigas havia muito tempo para conseguirem enganar uma à
outra.
– Você tem certeza quanto a se casar? Quero dizer, tem certeza de
verdade? Não tem nenhum…
– Eu tenho certeza.
Demi pareceu não estar convencida. Mais do que isso, pareceu estar
com medo.
– Que bom – disse ela, mordendo o próprio lábio e assentindo de
modo
tenso. – Porque é para sempre.
– Sabe o que mais é para sempre?
– Fraldas sujas.
Sel estendeu a mão e segurou a de Demi e percebeu como a pele da
amiga
estava gelada. Como poderia convencê-la de que aquela era a
bifurcação no
caminho delas, a separação inevitável, mas não um abandono?
– Nós – disse ela, enfaticamente. – Nós seremos amigas apesar dos empregos,
filhos e casamentos – garantiu Sel, e sorriu. – Tenho certeza de que vou durar
mais do que os seus muitos maridos.
– Ah, que ótimo – Demi riu, dando um encontrão de ombro em Sel. – Você
acha que eu não vou conseguir ficar casada.
Sel se apoiou na amiga.
– Eu acho que você vai fazer o que bem entender, Demi. Você tem um
brilho. Eu, eu só quero o Nicholas. Eu o amo tanto que às vezes dói.
– Como você pode dizer que só quer o Nicholas? Você tem uma ótima carreira.
Um dia vai estar à frente daquela agência. Esta gravidez não vai tirar você do
caminho. Hoje em dia, as mulheres podem ter tudo.
Sel sorriu.
– Esta é você, Demi. E eu tenho tanto orgulho de você que não
aguento. Às
vezes, no supermercado, eu conto a pessoas totalmente estranhas
que sou sua amiga. Mas preciso que você tenha orgulho de mim também. Não
importa o que eu faça. Ou não faça.
– Você sempre vai poder contar comigo. Você sabe disso.
– Eu sei.
As duas se encararam e, naquele momento, vestidas como princesas e
paradas na frente de um espelho, elas tinham 14 anos de novo e estavam planejando
suas vidas.
Demi finalmente sorriu. Desta vez, de verdade.
– Quando você vai contar à sua mãe sobre o bebê?
– Depois que estiver casada – falou Sel, rindo. – Confesso a Deus,
mas não
à minha mãe até ser a Sra. Ryan.
Por um único e glorioso instante, o tempo simplesmente parou. As
duas eram DemieSel mais uma vez, duas meninas compartilhando segredos. Então a
porta se abriu.
– Está na hora – falou o pai de Sel. – A igreja está lotada. Demi,
é a sua
vez.
Demi deu a Sel um grande abraço, então saiu correndo do vestiário.
Sel olhou para o pai, que usava um smoking alugado, com os cabelos recém-cortados,
e sentiu uma onda de amor por ele. Do outro lado das portas, ouviram a música
começando a tocar.
– Você está linda – disse ele depois de um instante, com a voz
trêmula,
diferente do normal.
Sel foi até o pai e olhou para ele relembrando dezenas de
instantes num piscar de olhos. Ele lendo histórias na hora de dormir quando ela
era pequena, enfiando trocados no bolso de
sua calça quando ela era mais velha, cantando desafinado na igreja.
Ele tocou no queixo da filha e levantou o rosto dela. Foi quando Sel viu as lágrimas nos olhos dele.
– Você sempre vai ser a minha menininha, Selly. Não se esqueça disso.
– Eu jamais me esqueceria disso.
Dentro da nave, a música mudou para a marcha nupcial. Os dois se
deram os braços e entraram pela porta dupla da igreja. Um passo após o
outro, percorreram o corredor.
Nicholas estava parado no altar, esperando por ela. Quando segurou
sua mão e sorriu, ela sentiu aquele calor no peito novamente, a percepção
doce e intensa de que aquele era o homem para ela. Não importava o que mais lhe
acontecesse na vida, ela sabia que estava se casando com seu verdadeiro amor, e
isso fazia dela uma mulher de sorte.
Dali em diante, a noite assumiu as características nebulosas e
insubstanciais de um sonho. Os dois ficaram parados diante da fila de recepção, beijando amigos e parentes e recebendo seus desejos de felicidade. O futuro parecia completamente em aberto. Qualquer coisa era
possível. Sel achou que não conseguiria parar de sorrir ou chorar.
Quando a música começou – “Crazy for You”, da Madonna – Nicholas a encontrou no meio das pessoas e segurou sua mão.
– Oi, Sra. Ryan.
…touch me once and you’ll know it’s true…
Ela entrou no círculo formado pelos braços de Nicholas, adorando a
sensação de estar próxima a ele.
Ao redor dos dois, as pessoas abriram espaço para que os
recém-casados dançassem. Ela podia sentir todos observando, sorrindo, dizendo
como a música era romântica e como a noiva estava linda.
Foi o instante Cinderela-no-baile que Sel havia sonhado toda a sua
vida.
– Eu te amo – disse ela.
– É bom mesmo – sussurrou ele, dando-lhe um beijo suave.
Quando a canção terminou, as pessoas começaram a aplaudir. Taças
de champanhe foram erguidas junto com garrafas de cerveja e taças de coquetéis.
Depois os convidados brindaram “Aos Ryans!”.
Foi apenas perto do final da noite mágica que o sorriso de Sel deixou seu rosto pela
primeira vez. Ela estava no bar, pegando mais uma taça de champanhe e
conversando com sua tia Georgia quando aconteceu.
Mais tarde, ao longo dos anos que se seguiram, principalmente nos momentos
de dificuldade, ela se perguntaria
por que havia olhado exatamente naquele instante. Ou por que, com todas as
pessoas que estavam no salão, dançando, conversando e se divertindo, ela teve
que olhar exatamente naquele momento na direção de Nicholas, que estava parado
sozinho, tomando uma cerveja.
E olhando para Demi.
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