terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 46 MARATONA E DIVULGAÇÃO


Nossa, faz mesmo muito tempo que eu não recebo uma mensagem dessas.

Isso é meio que um código nosso, ou era. Harry é um cara sempre muito confiante em si e nas suas habilidades, mas às vezes ele tem problemas e incertezas como qualquer um, e normalmente o lugar que ele vai para tentar clarear a cabeça e resolver esses problemas, é o campo de futebol da faculdade.

Quando namorávamos, e antes disso também, quando ele realmente estava confuso ou com algum problema que o estava incomodando muito, ele me mandava uma mensagem parecida com essa. Quando eu a recebia sabia que era coisa séria, porque Harry não é o tipo de cara que normalmente expõe suas fraquezas, então eu sempre ia correndo até ele.

Mas agora a questão é; Devo ir atrás dele? Quer dizer, se ele me enviou essa mensagem a essa hora, algo deve estar mesmo o incomodando, e se eu realmente estou voltando a ser sua amiga, eu deveria ir, não é mesmo? Afinal, é para isso que os amigos servem, ajudar uns aos outros.

Decido ir, talvez ele esteja mesmo precisando de alguém para conversar.

Quando chego à porta tenho a visão desagradável de Camila, vestindo apenas um robe transparente, parada em nossa pequena sala de TV.

— Nossa, já vai sair de novo? — Ela pergunta com aquela voz debochada dela.

— Não vejo como isso possa ser da sua conta.

— Você nunca recolhe as suas garras, não é mesmo?

— Com você por perto, não mesmo. Nunca se sabe quando vai dar o bote. — Digo e abro a porta, quando ela entende o que eu quis dizer - que eu a chamei de cobra - começa a me dizer algo, mas eu bato a porta e não a escuto.

“Deus do céu, como foi que ela e eu fomos amigas por dois anos antes disso?”

Quando estou na metade do caminho, e estremeço por causa de uma brisa gelada, percebo que eu não troquei de rouba. Estou vestida com a rouba com a qual fui jantar com Joseph. Calça jeans skinning preta, uma blusa de seda fina e ankle boots preta.

Quando chego ao campo, logo localizo Harry, além de ser porque não há mais ninguém aqui, ele sempre se senta no mesmo lugar. Na parte de cima da arquibancada, bem no meio do campo.

Aproximo-me dele, está com os braços apoiados no joelho e o queixo apoiado nas mãos, sua expressão é pensativa, concentrada, como se ele estivesse assistindo a um jogo que só ele vê.

— Oi. — Digo me sentando ao seu lado. Ele me olha e parece um pouco surpreso, mas um sorriso contido surge em seus lábios.

— Oi. Obrigado por vir, não tinha certeza.

— É isso que amigos fazem, não é? — Pergunto e aperto seu ombro.

— É. É sim. — Ele responde de uma forma triste, voltando seu olhar para o campo iluminado pelos fortes holofotes.

— Então, o que é que está te incomodando?

— Sabe o próximo jogo, de sexta? — Ele pergunta ainda encarando o campo.

— Sei sim.

— Então, Steve Tischy vai estar aqui. Você acredita que ele vai assistir o jogo? — Ele pergunta se virando para mim, eu o olho com confusão.

— Você sabe quem ele é, certo? — Sorrio timidamente e balanço a cabeça.

— Meu Deus, garota. — Ele diz fingindo estar exasperado e eu rio.

— Hey, não sou eu a viciada em futebol aqui. — Defendo-me.

— Ele é o presidente do New York Giants.

— Ah meu Deus, Harry, ele está vindo para dar uma de olheiro? — Pergunto empolgada.

— Não, não na verdade. Mas ele vai assistir o jogo, e quem sabe se alguém jogasse bem o suficiente para chamar a atenção...

— Você é o capitão do time, ele vai acabar notando você.

— Eu sei.

— Imagina se ele se interessasse por você, muitos jogadores famosos foram descobertos assim, não é? Em jogos de colégio e faculdade.

— Sim. — Ele diz apenas.

— Você está nervoso, é isso? — Pergunto e ele balança a cabeça.

— É isso mesmo o que você quer, jogar futebol profissionalmente?

— É o que eu mais quero. — Ele responde me encarando seriamente.

— Então arrase no jogo de sexta.

Ele ri parecendo desanimado.

— Não é tão fácil assim, Demi.

— Claro que é. É só você jogar como sempre, você é muito bom Harry. — Chego mais perto dele, nossas coxas se encostam, coloco minha mão em sua perna e lhe dou um apertão. — Eu confio em você, na sua habilidade, na sua capacidade. Você não é o capitão à toa, você é o jogador que mais faz gols nesse time.

— É touchdown, linda. — Ele diz com um sorriso divertido no rosto.

— Tanto faz. Gols ou touchdowns, não importa, você faz muito deles e é isso que esses caras querem, não é?. — Ele ri e segura minha mão que está em sua perna.

— Estou com medo. Não é que eu ache que eu não jogo bem, mas tenho medo de não jogar bem o suficiente para me tornar profissional.

— Você joga, Harry. Aliás, eu não sei como você não foi contratado ainda. Esse idiotas não sabem o bom jogador que estão perdendo.

Ele me olha com as expressões parecendo mais tranquilas, acho que falar sobre isso o ajudou. Seus olhos viajam pelo meu corpo e brilham com admiração.

— Você está muito linda. Alguma ocasião especial? — Ele quer saber.

— Não, nada demais, só sai para jantar. — Tento parecer casual para que ele não pergunte mais nada sobre o assunto. Ele balança a cabeça levemente e parece querer dizer algo, mas permanece em silêncio um momento.

— Desculpe se eu atrapalhei alguma coisa. — Ele diz por fim.

— Eu tinha acabado de chegar quando você enviou a mensagem, está tudo bem.

— Obrigado por vir até aqui e ficar escutando minhas besteiras. — Ele aperta minha mão levemente.

— Não é nenhuma besteira. E não se preocupe, é normal ficar nervoso.

— Os Giants sempre foram meu sonho.

— É mesmo? — Ele balança a cabeça como resposta.

— Eu sei que você vai conseguir, mas se por um acaso não for dessa vez, não desanime. Essa é a primeira oportunidade de várias que você terá para mostrar seu talento, tenho certeza.

— Você acha mesmo?

— Acho.

— Você vai assistir ao jogo sexta? Por favor, você sabe que a sua presença me dá sorte.

— Tudo bem, eu estarei aqui sexta, torcendo por você. — Digo com um sorriso amigo.

— Obrigado, isso é importante para mim.

— Não há de quê.

— Sei que eu não mereço sua amizade e seu apoio, não depois do que eu fiz com você. — Ele diz abaixando a cabeça envergonhado.

Quando ele a levanta novamente e me encara, seus olhos brilham cheios de lágrimas não derramadas.

— Eu sinto...Tanto. — Sua voz falha e uma lágrima rebelde escapa e escorre por sua bochecha. Sinto meu coração se apertando. Ele entrelaça os dedos da nossa mão que ainda está junta repousada em sua perna.

— Ter perdido você será o grande arrependimento da minha vida. — Ele diz, agora mais lágrimas caindo de seus olhos.

Harry... — Minha voz sai fraca, quase um sussurro. Sinto um desconforto enorme do estômago e um aperto na garganta. — Eu já te perdoei, estamos voltando a ser amigos, vamos simplesmente tentar esquecer isso, ok?

— Não dá. Como esquecer toda a dor que eu te causei? Como esquecer que eu te perdi? Eu ainda te amo, Demetria, e é muito doloroso. — Sua voz falha de novo, e mais lágrimas são derramadas, sinto meus olhos ficarem marejados.

— E sabe o que é o pior? A culpa é toda minha. Não tem ninguém a quem culpar, a não ser eu mesmo. Eu não sei por que eu fiz aquilo, eu nem a desejava...

Harry, por favor, não. — Peço, sinto uma lágrima escorrendo por meu rosto e rapidamente a limpo. Eu não o amo mais, mas as feridas ainda não estão cicatrizadas completamente, e elas ainda podem doer. Doer não por mim, mas pela Demetria que já foi muito apaixonada por ele.

— Por favor, eu preciso falar...Eu não a desejava, Demi, eu juro.

— Então, por quê? — Sinto mais uma lágrima escapando.

Ele me olha, o verde dos seus olhos mais claros por causa das lágrimas.

— Eu não sei. Talvez porque eu seja o cara mais idiota do mundo? Eu estava com a garota mais especial que eu conheço e a magoei sem nem ao menos saber o porquê eu fiz isso.

Harry, você já tinha... — Paro e respiro fundo, essa dúvida me atormenta desde o primeiro momento. — Você já tinha me traído antes disso? — Consigo ouvir o medo em minha própria voz.

A princípio ele não me responde e nem olha em meus olhos, quando ele vira o rosto e nossos olhos se encontram ele começa a chorar.

— Sinto muito, eu realmente sinto.

Sinto uma dor horrível, como se além dele fazer novas feridas em meu coração, ele tivesse acabado de reabrir aquelas que estavam cicatrizando.

Escuto um gemido e percebo que saiu da minha garganta. Harry chora mais ainda.

— Quantas vezes? — Pergunto num sussurro.

— Duas. Com Camila e a outra, com uma garota numa festa de comemoração depois do jogo.

— Mas eu fui com você em todas as festas. — Digo horrorizada me afastando dele.

— Eu sei. — Ele me encara visivelmente com dor no olhar.

— Ah meu Deus. — Digo me levantando e colocando uma mão no peito. Acho que não consigo mais respirar.

— Meu Deus, você fodeu uma garota qualquer enquanto a sua namorada estava a poucos metros de você? Qual é o seu problema? — Pergunto gritando, minha visão nublada pelas incessantes lágrimas que escorrem por meu rosto.

— Perdão, por favor, me perdoa. — Ele diz, seu corpo chacoalhando com o choro forte.

Não consigo acreditar nisso, sinto que vou vomitar a qualquer segundo. Sinto tanto nojo, tanta raiva, tanta magoa que chega a me deixar desnorteada, dou alguns passos cambaleando para trás.

Sinto uma dor tão excruciante que apenas respirar é difícil, parece que o ar se recusa a entrar em meus pulmões.

— Me perdoa, mas eu precisava te contar tudo, se nós vamos ser amigos eu tinha que...

— Nós não vamos ser amigos, não depois disso! — Grito para ele com raiva e vejo-o se encolhendo.

— Não, por favor. Eu sei que eu não mereço, mas não consigo viver sem ter você por perto.

— Então você vai ter que aprender. — Digo e me viro, e saio correndo.

— Não, Demetria, por favor espere. — Ele corre atrás de mim e me alcança, sua mão se fecha em meu braço e ele me puxa, me virando para si. Suas mãos seguram firmemente meus braços e não consigo me soltar.

— Me solta, eu não quero... — Minha frase é interrompida por seus lábios. Ele aperta meu corpo contra o seu e sua língua consegue invadir minha boca. Seu beijo é desesperado, ansioso, rude.

Com algum esforço consigo empurra-lo, dou um passo para trás e estico o braço, impedindo que se aproxime novamente.

— Não. — É tudo o que digo, e então me viro e corro para longe dali.

Entro no apartamento correndo e me tranco em meu quarto. Jogo-me na cama e trago meus joelhos até meu peito, abraçando minhas pernas, querendo me encolher o máximo possível.

E fico assim até os soluços e os tremores cessarem.


voltei!!!
Não vai ter maratona pois já estamos na metade e estou extremamente ocupada desde que voltei do carnaval então vou tentar postar diariamente se vocês comentarem bastante.


DIVULGANDO:
Por trás da cena

Jemi - Beatiful Bastard

13 comentários:

  1. Eu amei o capítulo e eu preciso urgentemente de outro
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  2. Divulga o meu blogger,por favor?
    http://jemienelenaever.blogspot.com.br/

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  3. Necessito de mais capítulos! Estou amando essa fic!

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  4. Amiga, cadê vc?
    Eu vou morrer aquu , volta looogo

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  5. Posta mais n posso viver sem isso qro vr tdoooo to amando posta maisss logooo pfvr

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  6. Tem como você divulgar meu blog por favor? http://historiaslove.blogspot.com.br/ obrigada :D

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  7. Quero mais, mais, mais!!!
    está ótimo!! Posta logo.
    volta,volta
    beijos Lulli

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  8. Vc sumiu, oque aconteceu?????

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