quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

CAPÍTULO 24 MARATONA


CONTINUAÇÃO DO FLASH BACK DO JOE...

Pego uma cerveja na geladeira e caminho até o sofá, ligo a TV e deixo no canal de esportes. Ao me sentar uma dor incomoda atinge minhas costelas, levanto minha camisa e observo os hematomas.
Há alguns dias deixaram de ser roxos e agora estão meio amarelados.
Pois é, Ian cumpriu sua palavra. Obviamente ele não me matou, mas fez um belo de um estrago na minha cara e em algumas outras partes do meu corpo.
Uma semana depois do meu aniversário, Nina ainda não queria ver Ian nem pintado de ouro, então ele veio para cima de mim com toda a sua raiva e me deu uma bela de uma surra. Eu não revidei em nenhum momento, apenas fiquei deitado no chão deixando que ele me batesse.
Eu não poderia bater em Ian, nem mesmo para me defender, quando eu sabia que ele tinha razão em estar furioso comigo. Ver a dor nos olhos dele durante toda aquela semana e saber que era culpa minha, doeu mais do que seus golpes.
Ele e meu melhor amigo, e eu o amo. E mesmo agora, um mês depois de Nina terminar com ele, ele ainda anda por aí com aquele olhar triste nos olhos e aquela expressão desolada no rosto. Toda vez que eu olho para ele, tenho vontade de pedir que ele me bata de novo. Nunca imaginei que Ian ficaria assim com o termino de seu namoro, ele deve amar Nina de uma forma que eu nunca vou compreender.
Por sorte, ele não deixou de falar comigo. Claro que nossa amizade não está mais como antes, as coisas estão estranhas entre nós, mas pelo menos ele não olhou em meus olhos e disse que nunca mais queria falar comigo. Não sei se eu aguentaria isso, Ian e eu somos amigos desde antes de ambos sabermos falar direito, ele não é só um amigo, é meu irmão.
Espero com todo meu coração que ele consiga fazer Nina acreditar em sua inocência, porque do contrário, não tenho certeza que Ian vá algum dia me perdoar.
Numa noite algumas semanas atrás, quando eu não estava conseguindo dormir por causa das dores dos meus hematomas, eu fui até a cozinha buscar um analgésico, chegando lá ouvi o barulho da TV vindo da sala. Quando espiei pela porta, vi Ian sentado no sofá encarando a TV, mas sem realmente assistir o que estava passando, e com um engradado de cerveja como companhia. Seus olhos estavam vermelhos e inchados e ele parecia uma merda.
Aproximei-me meio hesitante e me sentei na poltrona longe do seu alcance, ele não olhou em minha direção. Ficamos sentados em silêncio por um tempo, logo ele começou a falar sobre aquele dia e eu apenas fiquei em silêncio, escutando-o.
Era a primeira vez que ele tomou a iniciativa de me contar o que aconteceu naquela noite.
Ele estava em seu quarto, a musica da minha festa chegando aos seus ouvidos mesmo com a porta fechada, impedindo-o de se concentrar em seus estudos para as prova finais.
Ele havia se esquecido de trancar a porta. Uma loira platinada com uma bunda enorme e um peito igualmente grande (eu já havia provado ambos um mês antes, eram deliciosos) chamada Candy entrou em seu quarto achando que era o banheiro, ou pelo menos foi isso que ela lhe disse. Ian indicou a verdadeira direção do banheiro, mas Candy apenas sorriu para ele e fechou a porta atrás de si.
“O que você está fazendo aqui sozinho, gato?” Ela lhe perguntou.
Ian disse que tentou dispensa-la sem ser rude, porque algo na postura dela fez um alarme soar em sua cabeça, ele sabia que ter ela em seu quarto não era algo bom, mas ela se mostrou muito interessada nele e não parecia que iria sair dali tão cedo.
Ian ficou desconfortável e só queria que ela fosse embora, não queria ser rude com ela desnecessariamente, mas estava praticamente expulsando-a do seu quarto.
Um gato como você não deveria estar sem companhia. Que tal se eu te distrair um pouco?” Nessa hora ele percebeu que claramente ela estava disposta a deitar na cama e abrir as pernas para ele, um cara totalmente desconhecido para ela. Ele se levantou e disse que tinha namorada.
“E daí? Ela não está aqui, não é? Será o nosso segredinho.” Ela se aproximou dele e acariciou seu peito, ele se afastou.
“Que foi, gato? Vem aqui, você pode ter o que quiser de mim.” Ela disse maliciosamente e segundo Ian, ele ficou enojado na hora.
“Não. Por favor, acho melhor você ir embora e procurar alguém que queira te dar o que você quer.” Ian foi firme, e ela riu.
“É tão fofo você ser fiel, mas nenhum homem é sempre fiel. Todos possuem um limite, qual é o seu?”
Ian ficou a encarando sem saber o que dizer, ela se aproximou mais e encostou seus peitos nele.
“Talvez esse seja o seu limite?”
Ela perguntou e surpreendendo Ian, agarrou a barra da sua blusa e tirou a camisa. E não é que a vadiazinha estava sem sutiã?!
Ela ficou lá com aquelas peitões a mostra e Ian estava chocado demais para dizer ou fazer algo. Ela o agarrou e jogou-o na cama, subindo em cima dele e atacando sua boca enquanto se esfregava nele.
Nesse exato momento Nina abriu a porta e viu ele “beijando” Candy, e anda por cima ela estava nua da cintura para cima.
É claro que ela achou que Ian sabia da festa e que estava a traindo com aquela loira que estava com ele na sua cama. E o fato de ela ter passado pela sala e pelo corredor e presenciado várias pessoas se
pegando e praticamente fazendo sexo na sua frente, só colaborou para que ela pensasse que Ian frequentemente estava a enganando e que nós sempre fazíamos festas orgásticas.
Nina saiu correndo de lá e Ian foi atrás, e as cenas seguintes foram as que eu acompanhei.
Durante todo esse mês que se passou, Ian vem tentando convencer Nina que ele não fez nada com Candy, e que foi ela que se jogou em cima dela. Mas como eles estavam no quarto dele, deitados na cama, às bocas coladas e ela estava praticamente nua, é claro que Nina não acreditou nele.
— Filho da puta! — Ian entra em nosso apartamento parecendo extremamente furioso e bate a porta com força.
Ele começa a andar de lá para cá passando as mãos pelos cabelos e murmurando xingamentos e ameaças. Por um momento tenho medo, mas então percebo que sua fúria não é dirigida para mim.
Ele parece tão transtornado e furioso que tenho medo perguntar o que aconteceu. Mas uma coisa é certa, se ele está tão afetado assim, o que quer que tenha acontecido tem a ver com Nina.
— Eu vou matar aquele filho da puta, eu juro que vou mata-lo. Se ele pensa que vai ficar com ela, está muito enganado. Ela é minha, se ele encostar nela eu vou acabar com ele...Quem ele pensa que é? Se fazendo de prestativo, carregando a mochila dela... — Ele resmunga para si mesmo, solta um grunhido de raiva e dá um soco com força na parede, quando ele soca a parede com toda sua força de novo eu me levanto.
— Ei cara, calma, você vai se machucar. O que aconteceu? — Pergunto com cautela. Ele se vira e me olha como se só agora tivesse percebido minha presença.
— Aquele filho de uma puta aconteceu. — Ele diz descontrolado.
— Que filho da puta? — Pergunto confuso.
— O filho da puta do Ryan Johnson. — Ele diz o nome fazendo uma careta de nojo.
— Quem é esse?
— Esse é o moleque que está afim da minha Nina. Ele sempre gostou dela, quando eu a conheci eles estavam tendo um lance, mas ela acabou ficando comigo, só que esse filho da puta do Ryan sempre gostou dela. Eles são colegas e ela sempre me disse que eles eram só amigos, mas eu sei muito bem que ele quer algo mais.
— E o que esse cara fez para te deixar nesse estado?
— Eu fui até o colégio da Nina, queria tentar falar com ela de novo, faze-la acreditar em mim. Fiquei dentro da minha caminhonete esperando ela sair, acontece que quando ela estava saindo para ir embora, ela não estava sozinha. O Ryan “Filho da puta” Johnson a estava acompanhando, carregando a mochila dela e falando alguma coisa que fez ela rir. Ele a levou até o seu carro e ela entrou, você acredita nisso? — Ele me contava o que havia acontecido quase gritando, continuava andando de lá para cá, não conseguindo ficar quieto. Parecendo pronto para saltar no pescoço da pessoa mais próxima – infelizmente para mim, essa pessoa sou eu – e estrangula-la com as próprias mãos.
— É claro que eu os segui, e sabe aonde o desgraçado levou ela? No cinema...Você acredita que esse idiota levou a minha Nina no cinema? E ela foi com ele de bom grado, estava sorrindo para ele e os dois estavam andando juntinhos. E eles foram assistir a um filme romântico, a porra de um filme romântico.
Caralho, isso é foda. O que será que eu devo dizer para ele? Não faço a mínima ideia, nunca estive nessa situação antes. Nunca senti ciúmes em toda a minha vida, de ninguém. Nem mesmo da minha mãe quando meus irmãozinhos, Miley e Nick, chegaram e ela deu toda a atenção para eles. Completamente desconheço esse sentimento, então não sei como ajudar meu amigo.
— E eu não falei a pior parte. Eu fui falar com a Lucy, a melhor amiga da Nina, para perguntar o que está rolando entre a Nina e esse cara. Ela estava tão furiosa comigo quanto à própria Nina, ela quase me bateu por achar que eu tinha traído a amiga dela. E jogou na minha cara que a Nina vai ao baile de formatura com o Ryan. Ele a convidou semana passada e ela aceitou, Lucy disse até que elas saíram procurar por vestidos e que Nina estava animada...Eu é que ia levar ela ao baile. Ela tinha que estar animada procurando vestido para ficar bonita para mim, e não para ele. — Ele grita e dá mais um soco na parede.
— Calma, Ian. Você precisa se acalmar ou vai acabar derrubando o apartamento. — Digo.
— Me acalmar? E como você acha que eu vou conseguir fazer isso? Me diga, como? — Ele se vira para mim e me olha com seus olhos injetados de raiva. Recuo um passo, não é uma boa ideia faze-lo redirecionar sua raiva para mim, ainda estou me recuperando da última vez que isso aconteceu.
— Cara, não fique com raiva de mim, eu só estou tentando te ajudar. — Digo erguendo ambas as mãos em sinal de paz.
— Humpf! Você já fez mais que o suficiente. — Suas palavras são frias como gelo. Ian senta-se no sofá e esconde o rosto nas mãos, ao fazer isso observo que os nós de seus dedos estão bem machucados.
— Não acredito que a perdi. — Seu tom glacial parece ter ido embora, agora está mais para um tom de derrota.
— Você não a perdeu, Ian. Nina te ama, sei que vocês vão acertar tudo logo. — Digo tentando anima-lo.
— Mas ela não acredita em mim, ela acha que eu e a estava traindo. Deus, e eu não posso nem ficar magoado por ela não acreditar em mim.
A cena que ela presenciou, aquela mulher com os seios nus se esfregando em mim...Droga, se a situação fosse ao contrário, eu também teria reagido como ela.
— Você vai conseguir provar que não fez nada. Ela tem que acreditar em você, meu Deus, se tem alguém incapaz de trair, esse alguém é você. É só olhar na sua cara para ver o quanto a Nina significa para você, não tem como acreditar que você faria uma coisa dessas. Isso está mais parecido com algo que eu faria.
— Nina acredita. Ela realmente acredita que eu a trai, ela não quis nem me deixar explicar, ela disse que uma imagem vale mais do que mil palavras.
— Talvez ela só precise de mais tempo. — Sugiro. Apesar que um mês já deveria ter sido tempo suficiente para ela esfriar a cabeça.
— Mais tempo? Mais tempo para que? Para ela ficar saindo com ele e se esquecer de mim? — Ele me olha desolado, sua voz agora não passa de um sussurro sem esperança.
— E o que você pretende fazer? Desistir dela e deixar aquele filho da puta ficar com a sua garota? Olha Ian, você sabe muito bem que esse negocio de se apaixonar não é comigo, mas se eu fosse apaixonado por alguém e estivesse na mesma situação que você, o inferno que eu ia desistir tão facilmente assim e deixar outro ficar com o que é meu. Você tem que lutar, cara.
— Eu não sei o que fazer, Joseph. Eu já tentei de tudo, mas ela não quer me ouvir. Parece que ela não pode nem me olhar, todas as vezes que eu fui tentar falar com ela, sua expressão se transformava em nojo. Você tem noção do que é isso, cara? A mulher que eu amo tem nojo de mim. — Suas últimas palavras quase não saem, lágrimas de tristeza escorrem pelo seu rosto.
Nesse momento, pela primeira vez, mesmo sabendo que Nina não é a culpada nessa história e eu sou, fico com raiva dela. Raiva dela por fazer meu melhor amigo, meu irmão, sofrer dessa forma. Tenho raiva de mim também, é claro, mas também tenho raiva dela e até desse tal de Ryan.
Ian solta um suspiro de fazer doer à alma e se levanta, caminhando com passos arrastados, segue em direção ao seu quarto.
— Ian? — Chamo-o.
— Hum?
— Você vai desistir?
Ele se vira em minha direção e me olha parecendo sem vida.
— Não, eu não vou. Eu só preciso pensar o que eu tenho que fazer para tê-la de volta, e eu farei...Qualquer coisa. — Ele diz e volta a caminhar em direção ao quarto.
Sento-me no sofá e tomo um gole da minha cerveja esquecida. Odeio ver Ian assim, tanto furioso como quando ele entrou aqui, como todo deprimido. Não sei de qual dos dois Ians eu tenho mais medo.
Sei que é um pensamento egoísta, mas ainda bem que isso nunca aconteceu comigo...Me apaixonar quero dizer. Não sei se eu aguentaria passar por isso que ele está passando.

Não aguentaria se alguém destruísse meu coração. É por isso que eu o mantenho muito bem guardado, e nunca o darei para ninguém. Ninguém. Nunca.

5 PARA O PRÓXIMO!!!

5 comentários:

  1. Agora faz sentido porque o Joe é assim sem compromisso, e tadinho do Ian, ele não mereceu sofrer tanto, mas o caso dele foi foda! Posta mais, tô ansiosa para saber o que vai acontecer com Jemi

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  2. Haaaaa, gente certeza q ela vai começar a sentir um ciumes doentio pela Demi,e tem q sentir mesmo , aquele q vai fazer ele chorar

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  3. Posta mais um pq isso ai ta muito bom para vc só postar dois por dia

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  4. Mais, mais , mais ,mais ,mais mais ,mais ,mais ,mais

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