— Demetria Lovato, me diga que
você não fez isso. — Sunny diz num tom baixo e moderado, mas muito ameaçador, depois
que ela para de tossir e limpa a bebida que ela derramou em si mesma quando
cuspiu.
Acho que fiz
bem em lhe contar o que eu fiz em um lugar público. Assim ela não pode pular no
meu pescoço, não com todas essas testemunhas.
— Foi mal, sis. Eu fiz. — Digo me encolhendo
na cadeira do restaurante enquanto ela me fuzila com os olhos.
— Não. Não posso acreditar que você fez isso. Me diga que você
não fez.
— Eu fiz, mas eu fiz pensando na sua felicidade.
— Você não tinha esse direito. — Sunny se descontrola por
um momento e grita. As pessoas nas mesas a nossa voltam nos olham com
repreensão. Sunny fecha os olhos,
aperta o nariz e respira fundo.
— Você não tinha o direito de se meter na minha vida dessa
forma.
— Mas Sunny...
— Sem essa de Sunny.
Não acredito que você foi tão intrometida, egoísta e agora eu te odeio Demetria.
— Não você não odeia. Eu sei que eu não devia ter me passado
por você, mas você não iria convida-lo para sair mesmo estando louca por ele,
eu só queria que você desse uma chance para esse sentimento.
— Não acredito que você me fez passar por idiota. Eu confiei em
você e você me traiu.
— Não, Sunny. Por
favor não fale assim.
Ela
permanece em silêncio encarando o prato. Dou-lhe o seu tempo e não falo nada.
— Qual foi a resposta dele? — Ela pergunta depois de alguns minutos, ainda encara o prato,
talvez com medo da resposta.
Abro um
sorriso enorme, é agora que ela vai me perdoar.
— Ele disse que sim. — Digo e ela imediatamente levanta o olhar e me encara com um
misto de surpresa e animação.
— Ele aceitou?
— Aceitou. E não foi só isso.
— Não? O que mais ele falou? Anda, me conta tudo. — Ela se remexe na
cadeira impacientemente.
— Ele disse que queria te chamar para sair desde o primeiro
dia, quando vocês se conheceram. Mas ele é tímido demais quando se trata de
garotas.
— Ah meu Deus. Ele queria me chamar para sair esse tempo todo? — Eu apenas balanço a
cabeça com empolgação.
— Mas e aí, o que aconteceu depois?
— Eu dei o número do seu celular, ele disse que iria ligar.
Ela caça o
celular desesperadamente dentro da bolsa e olha a tela.
— Não tem nenhuma chamada. — Ela diz decepcionada.
— Calma, Sunny. Eu
falei com ele ontem, logo ele vai ligar, você vai ver.
— Não acredito que eu vou sair com o Miguel. — Ela diz com um
olhar apaixonado e um sorriso involuntário surgindo no rosto. Mas logo ele some
e ela me encara seriamente.
— Mas eu ainda não te perdoei e estou furiosa com você, hein. — Ela diz me
apontando o dedo.
— Mas não me odeia mais, não é? — Pergunto com um
sorriso de vitória no rosto
— Odeio só um pouco. — Ela diz tentando esconder o sorriso que se forma em seus
lábios.
— Acho que eu posso conviver com isso. — Digo e ambas rimos.
Alguns dias
depois...
— O que você acha desse Selena?
— Pergunto lhe
mostrando um arranjo de flores. Ela caminha até mim e segura o arranjo na mão,
analisando-o.
— É lindo Demetria.
Uma boa opção.
Selena, Sunny, tia Denise, mamãe e eu estamos andando a manhã toda pelo centro de
Dallas e seus arredores para escolhermos as flores do casamento. Já estramos em
tantas floriculturas e eu já cheirei tantas flores, que meu nariz está vermelho
e coçando.
— Ah Selena, olha
esse arranjo de flores Calla. É lindo. — Tia Denise grita do outro lado da loja. Não
sei quem está mais empolgada com esse casamento; Tia Denise, mamãe ou Selena.
Poderia colocar nessa equação a tia Mandy, mas a mãe da Selena infelizmente não está participando de todo o processo já que
ela mora em outro estado.
Vamos até
tia Denise para ver as flores que a
deixaram tão animada. Mas eu fico mais afastada dela, me escondendo atrás de Sunny.
Não sei
explicar, mas não estou me sentindo confortável perto dela. O que é muito
estranho, já que ela é minha tia. Bom, não tia de verdade, tipo de sangue, mas
é de coração. Ela esteve presente em toda a minha infância e eu amo ela como
uma segunda mãe.
Mas toda vez
que ela se aproximou de mim hoje, que ela me olhou nos olhos, eu me senti
impelida a me afastar. É como se ela fosse capaz de enxergar através de mim e
pudesse descobrir meu segredo; Que eu estou dormindo com o filho dela.
Só o
pensamento das duas famílias descobrirem sobre o meu envolvimento casual com Joseph me deixa inquieta. Deus, seria
uma confusão enorme.
— Demetria? — A voz de mamãe me puxa de volta de onde quer que eu estava.
— Hum?
— Filha, onde você estava?
— Ah desculpa, estava distraída.
— Então, o que você acha dessas flores Calla? Perfeitas,
não? — Selena diz com um sorriso animado.
— Sim, sim, são lindas. Mas você não pretende que a decoração
toda seja feita com elas, não é?
— Por quê? Achei que você tinha gostado. — O sorriso de Selena se desmancha.
— Elas são lindas, prima. Mas encher o casamento com elas, não
sei não. — Digo fazendo uma careta.
— Você pode fazer o buquê das madrinhas e o seu com essas
flores, e a decoração com outro tipo de flor. — Sugiro e o sorriso
volta ao seu rosto. Denise e mamãe concordam
com a cabeça entusiasmadas.
— Sim, ótima ideia, filha. Selena,
ficaria lindo, querida. O seu buquê de Callas rosas ou roxas e o das
meninas laranja ou amarelo. Oh ficaria uma maravilha.
Todas soltam
gritinhos animados e batem palmas. Eu sorrio. Amo tanto a minha família.
Elas se
afastam e vão continuar sua caçada pela flor perfeita para os arranjos e a
decoração, eu fico para trás, olhando algumas flores que parecem esquecidas e
que não recebem atenção de ninguém. Elas com certeza não são apropriadas para
um casamento, mas são lindas.
— Hey sis. — Sunny para ao meu lado.
— Hey.
— Algum problema?
— Não, nenhum. Por quê?
— É só que parece que toda hora que eu olho para você, você
está divagando ou algo assim. Tem algo te preocupando?
— Não, na verdade não. Não é nada demais.
“Só não
consigo ficar perto da tia Denise
porque estou dormindo com o Joseph.”
Como eu
queria de fato dizer isso em voz alta. Contar para alguém sobre o Joseph e eu. Sei que o que nós temos não
é nada demais, mas eu estou sentindo uma necessidade enorme de desabafar com
alguém nos últimos dias.
Os últimos
dias...Não sei o que, mas sinto que algo dentro de mim vem mudando dos últimos
dias para cá.
Sinto-me
estranha quando estou com Joseph, e
me sinto mais estranha ainda quando não estou com ele.
Eu não
consigo parar de pensar nele, nas noites que passamos juntos, nas conversas que
tivemos, nos sorrisos que ele me deu, nos toques quase carinhosos que trocamos
durante o café da manhã.
É uma
sensação estranha, não sei o que pode ser. Quando estamos longe um do outro me
pego esperando ansiosamente nosso próximo encontro, e quando ele finalmente
chega, eu me esqueço de tudo e me entrego a essa descarga de sensações quase
místicas, tão incompreensíveis e únicas.
— Tem certeza que está tudo bem? Você sabe que pode sempre
contar comigo, não é?
— Sei sim.
— Não é aquele idiota traidor do Harry te incomodando de novo, não é? — Ela pergunta
agressivamente e eu rio.
— Não, ele não está me incomodando nem um pouco. Na verdade, a
gente tem conversando na faculdade nesses últimos dias, e tem sido bem legal.
Estamos retomando nossa amizade devagar.
— Então você decidiu perdoar mesmo ele, hein? É isso mesmo que
você quer, ser amiga do Harry de
novo? — Ela me pergunta e eu não a respondo por vários minutos.
— Acho que sim, não sei se isso é o certo a se fazer. Mas você
sabe que eu tenho um coração de manteiga, não é? Ele disse que quer pelo menos
ser meu amigo, já que a nossa relação de namorados está perdida para sempre.
— Você ainda sente algo por ele? — Ela pergunta.
Dou-lhe um olhar de aviso, não quero falar sobre meus sentimento pelo Harry agora.
— Porque se você ainda o ama, não sei se essa amizade é algo
bom para você. Nem para ele na verdade. Mas se você já o superou, bem, então eu
fico mais tranquila com essa reaproximação de vocês, porque sei que você não
corre o risco de se machucar.
— Eu ainda não tenho certeza quais são meus sentimentos por
ele. Mas eu não o amo mais, Sunny.
Ele me machucou demais, acho que a dor foi lentamente matando o amor que eu
sentia. Passei por vários estágios desde o dia que eu vi ele com ela.
Desespero, magoa, raiva, tristeza, raiva de novo, indecisão, mais magoa, até
que eu cheguei ao ponto que estou agora. Não sinto mais nada disso, eu estou
pronta para esquecer tudo e perdoa-lo de verdade, tentar recuperar um pouco do
que tínhamos como amigos. E eu sei que não o amo mais, mas ainda sinto algo por
ele. Entende? Isso soa tão confuso, eu sei...
— Não, acho que eu entendo sim. Acho que talvez essa
reaproximação de vocês sirva para te dar uma luz e te fazer perceber o que você
realmente sente por ele.
— Talvez...Então você acha que eu estou certa em permitir que
ele se reaproxime?
— Acho que sim, sis. Apesar de eu estar morrendo de
raiva dele e querer arrancar suas bolas pelo que ele fez...Acho que você tem
que resolver isso de uma vez por todas.
Sorrio para
minha irmã e abro os braços, chamando-a para um abraço.
— E pensar que sempre diziam que eu era a mais sensata, com a
cabeça no lugar. — Digo rindo.
— Hey, quem dizia isso? Eu sempre fui muito sensata. — Ela diz indignada e
eu rio. Acaricio seus cabelos e a abraço forte.
Sunny e eu sempre
tivemos uma ligação muito forte. Não sei se é pelo fato de sermos irmãs, gêmeas
ou simplesmente porque entendemos e apoiamos uma à outra.
Só sei que
eu a amo com todo meu coração, e quero sempre o melhor para ela, assim como sei
que ela quer o melhor para mim.
— Ah meu Deus, eu sou uma péssima irmã. Esqueci-me de te
perguntar como foram as coisas com o Wilmer ontem a noite. — Digo.
— Ah Demetria! Foi
in-crí-vel! — Ela diz com os olhinhos brilhando.
Ontem foi a
segunda vez que Wilmer marcou um encontro com ela em menos de uma semana, sem
falar que eles se viram todos os dias na faculdade nesses últimos dias.
— Ele é tão romântico, tão fofo, tão inteligente, tão bem
humorado, tão...Tão perfeito. — Ela sorri de orelha a orelha.
— Ele te beijou? — Sussurro para ninguém nos ouvir. Ela balança a cabeça e quase
posso ver os fogos de artificio enquanto ela comemora.
— Foi maravilhoso. Eu estava encostada no carro dele, estávamos
conversando. Eu estava falando nem me lembro mais sobre o que e ele
só ficava lá
me olhando com um sorriso bobo no rosto. Eu perguntei o que ele estava olhando
e ele disse “a mulher mais linda na qual eu já repousei meus olhos” e eu não
conseguia respirar, ele se aproximou e me puxou para si, ele ficou acariciando
meu rosto enquanto nos olhávamos profundamente nos olhos. Eu juro, Demetria, eu senti como se ele estivesse
olhando minha alma, nunca me senti daquela forma. Então ele me beijou, tão
lentamente e tão apaixonadamente que eu achei que iria morrer de felicidade. — Ela me conta
praticamente dando pulinhos de alegria e meu coração se enche e transborda de
amor e felicidade por ela.
— Sunny, estou tão feliz por você. Quando que ele vai lá em casa,
quando ele vai conhecer papai e mamãe?
— Não sei, nós não falamos sobre namoro, conhecer os pais nem
nada disso. Mas Wilmer é um cara das antigas, sei que ele não estaria dizendo e
fazendo essas coisas se não quisesse algo sério. Então logo vai acontecer.
— Sunny, isso é demais! Tenho certeza que papai e mamãe vão aprovar
ele.
— Você acha mesmo?
— Tenho certeza.
— Ah Demetria, estou
tão feliz, você não pode nem imaginar o quanto.
HAHAHA Vocês só deram palpites errados até agora, as coisas vão ser mais complicadas do que parecem ser....
Estou surtando..... continua logoo.....
ResponderExcluirkkkkkk ppsta maiss...
ResponderExcluirnao acaba a maratona nao :/
postaa :D
Posta maaaais
ResponderExcluirMeu deusas posta logo
ResponderExcluirPostaaaaa
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