Não acredito. Quando passa alguns dias
sem noticias dele e eu começo a pensar que ele esqueceu da minha existência,
boom, ele aparece de novo. Qual é a do Harry? Quer dizer, se ele me amasse
mesmo ele não teria feito o que fez, por que ele continua insistindo nisso, ele
não percebe que isso me faz mal? É inevitável, por mais que meus sentimentos
por ele agora não estejam nem perto do que eram antes, eu ainda sinto uma
tristeza por tudo o que aconteceu. Eu ainda não consegui bloquear totalmente os
momentos incríveis que tivemos juntos, assim como não consegui bloquear a
imagem dele com Camilla. Ainda machuca, não tanto, mas machuca.
Deixo o celular na cômoda ao lado da cama
e me deito, apago o abajur e fecho os olhos tentando relaxar.
Quando estou quase adormecendo escuto meu
celular apitar indicando mais uma mensagem.
Maldição.
Minha curiosidade é maior que meu sono,
então estendo o braço e agarro o aparelho.
Harry: Ainda pensando em você...
Logo em seguida vem outra mensagem.
Harry: Demi, por favor, me responda. Vamos
conversar.
Olho a mensagem e por um momento me sinto
tentada a responde-lo. Deixo o celular descansando em meu peito enquanto encaro
o teto fixamente.
Alguns minutos se passam e outra mensagem
chega.
Harry: Quando penso em você me sinto
flutuar,
me sinto alcançar as nuvens,
tocar as estrelas, morar no céu...
Tento apenas superar
a imensa saudade que me arrasa o coração,
mas, que vem junto com as doces
lembranças do teu ser.
É através desse tal sentimento, a saudade
que sobrevivo quando estou longe de você.
Ela é o alimento do amor que encontra-se
distante...
Tudo isso acontece porque amo e penso em
você...
Leio sua mensagem e sinto um calor se
espalhar por meu peito e um frio na barriga. Isso não é justo.
Várias imagens dos momentos felizes que
eu passei com Harry invadem minha mente. Eu amei tanto ele, tanto.
Se ele não tivesse me traído, se ele não
tivesse matado meu amor por ele...Ah Harry!
Sinto uma lágrima solitária escorrendo
por meu rosto. Seguro meu celular e clico em responder.
Fico encarando a tela por alguns minutos,
para então finalmente digitar uma resposta.
Demi: Citando Shakespeare? Nunca achei
que esse dia chegaria!
Aberto em enviar antes que eu possa mudar
de ideia. Menos de um minuto depois recebo uma resposta.
Harry: Para você ver o que você faz
comigo, Demi. Pelo menos fez com que você me respondesse ;)
Demi: Só respondi pq fiquei surpresa.
Achei que alguém poderia ter pegado o seu celular e estar mandando msgs
românticas!
Harry: Tão difícil assim de acreditar que
era eu? Eu sempre fui romântico com você, Demi!
Demi: Não me faça rir...
Harry: Ai, assim você machuca meu pobre
coração, e olha que ela já está bem judiado. Como assim? E aquela vez que eu
paguei para o vigia do planetário deixar a gente entrar depois do horário? Eu
te mostrei todo o universo naquela noite, isso pra mim é super romântico.
Sinto minhas bochechas pegarem fogo e um
pequeno sorriso se formar em meus lábios. Eu lembro muito bem daquela noite. Harry
me levou até o planetário, estendeu uma coberta no chão e nós dois ficamos
horas deitados olhando para cima vendo as projeções dos planetas. Depois
fizemos amor lenta e apaixonadamente enquanto a imagem de várias estrelas
giravam em nossas cabeças.
Demi: Ok, admito, aquilo foi muito
romântico.
Harry: Eu nunca vou me esquecer daquele
dia, de nenhum dia em que passamos juntos. Como eu queria voltar no tempo,
garantiria que eu não seria um idiota e não te perderia.
Demi: Infelizmente o que está feito está
feito, não tem como voltar atrás.
Harry: Você está em Dallas?
Demi: Wills Point.
Harry: Que pena, queria tanto te ver,
estou com tanta saudades :(
Demi: É melhor continuarmos mantendo
distância, assim as coisas ficam mais fáceis.
Harry: Não tenho certeza sobre isso, as
coisas estão bem difíceis para mim, Demi.
Não fique com dó dele, Demetria, não
fique. Foi ele quem provocou isso, foi ele quem causou esse sofrimento todo,
não você.
Harry: A gente poderia pelo menos voltar
a se falar, a se ver...Você está me matando me afastando da sua vida assim, Demi.
Demi: Você me magoou muito...
Harry: Eu sei, e você não tem ideia do
quanto eu me odeio por isso!
Demi: O que está feito está feito. Vou
dormir agora, boa noite!
Harry: Espera!
Harry Deixa eu te pergunta uma coisa...
Demi: O que?
Harry: Se eu fosse romântico, tipo, muito
romântico mesmo, eu teria alguma chance de voltar com você?
Demi: Não.
Harry: Não? Assim, sem dó nem piedade? Um
talvez teria machucado menos.
Demi: Mas teria sido uma mentira.
Harry: O quão romântico é um cara
aparecer na janela do quarto da garota que ele ama a noite, com toda a sua
família dormindo, e recitar Shakespeare?
Demi: Muito romântico, pq?
Harry: Vá até a sua Janela, Demi!
“O que, como assim?”
Jogo meu celular e saio correndo da cama,
me embolando na coberta. Chego até a Janela do meu quarto, que fica no lado da
casa, e a abro.
— Ah meu Deus! — Exclamo surpresa
quando eu vejo alguém lá embaixo. Está muito escuro, mas o cara iluminado pela
luz da lua e que segura um buquê de flores é, sem sombra de duvidas, Harry.
— Deus do céu, o que você está fazendo
aqui? — Sussurro rezando para que meus pais não acordem.
— O meu amor eu guardo para os mais
especiais. Não sigo todas as regras da sociedade e às vezes ajo por impulso... — Ele começa a dizer.
— Shhh, você vai acordar meus pais.
—...Erro, admito. Aprendo, ensino.
Todos erram um dia: por descuido, inocência ou maldade...
— Se meu pai ver você aqui ele vai te
matar, cala essa boca.
—...Conservar algo que faça eu recordar
de ti seria o mesmo que admitir que eu pudesse esquecer-te. — Ele fica em silêncio
por um momento e se aproxima mais da casa.
— Eu nunca vou te esquecer Demetria. Eu te
amo.
Ah meu Deus. Ah meu Deus!
Esse filho da mãe traidor sabe como fazer
uma garota ficar balançada. Mas que droga.
— Harry, isso foi lindo. Mas você tem que
ir, se meu pai te pegar aqui ele...
— Você me chamou de Harry. — Ele diz com um
sorriso e só então percebo que o chamei pelo apelido carinhoso e não por seu
nome, Henrique.
— Chamei. — Admito.
— Venha aqui embaixo ou eu subirei até aí. — Ele diz.
— O que? Não, você tem que ir embora. Como
você entrou aqui, aliás?
— Nada é impossível para um homem
apaixonado.
Maldito bastardo romântico! Mas que
droga, não caia nessa, Demetria.
— Então, devo subir até aí?
Desvio meu olhar dele e olho para além,
para o horizonte distante e penso por alguns minutos.
— Eu estou descendo. — Digo e fecho a Janela
antes de poder ouvir sua resposta.
“Não acredito que estou fazendo isso! Vou
descer apenas para dizer que ele vá embora, nada mais.”
Calço minha bota ugg e desço as
escadas o mais silenciosamente possível. Acendo a luz da varanda e destranco a
porta.
Quando abro a porta vejo Harry parado no
final da escada, eu fecho a porta atrás de mim e ele sobe os degraus e para na
minha frente. Seus olhos viajam pelo meu corpo, olho para baixo e percebo que
estou apenas de pijama, um short curto e uma regata de algodão.
Ele lambe o lábio e me olha com desejo,
cruzo os braços da frente do meu peito e me sinto desconfortável.
— Você não deveria estar aqui. — Digo-lhe.
— Talvez, mas eu precisava te dar isso. — Ele estica o braço e
me entrega o buquê de rosas vermelhas.
— Sinto muito que você não tenha recebido o
anterior. — Ele diz com aquele sorriso que ele sabe que faz meus joelhos
fraquejarem.
— Você poderia me entregar segunda na
faculdade. — Digo cheirando as rosas.
— E perder a chance de agir como os
mocinhos dos livros românticos que você lê? — Ele diz e eu não consigo evitar que um
sorriso tímido se espalhe por meu rosto.
— Elas são lindas, obrigada.
— De nada. — Ele diz e acaricia
meu rosto.
— Não, por favor. — Peço e ele afasta a
mão com um olhar triste nos olhos.
— Sinto muito. — Ele sussurra e olha
para baixo. — Por tudo. Espero que algum dia você não me odeie mais.
— Harry, eu não te odeio. — Digo sentindo pena
dele.
— Não? — Ele levanta o olhar e me encara. Sinto
meu coração amolecendo cada vez mais.
— Não. Eu te odiei quando eu abri aquela
porta e vi você na cama com ela, eu te odiei naquela festa quando eu vi você
com ela de novo, mas agora, eu não te odeio mais. O que eu sinto agora é
tristeza...Tristeza pelo que poderia ter sido, mas nunca será.
— Ainda pode ser, Demi, ainda pode ser.
— Não, Harry. Não pode.
— Por favor, me dê mais uma chance.
— Eu não posso...Não consigo. — Digo e sinto meus
olhos se enchendo de lágrimas, forço-as a não se derrabarem.
— Eu te amo. — Respiro fundo,
lutando para não quebrar na frente dele.
— É melhor você ir agora.
— Por favor, Demi.
— Harry...
Ele coloca as mãos no bolso da jaqueta e
assente tristemente algumas vezes.
— Entendi, você não vai mesmo me dar uma
segunda chance, não é?
— Sinto muito.
— Será que podemos voltar a ser amigos? Ou
pelo menos conversar de vez em quando?
— Talvez, não posso prometer nada.
— Acho que já é um começo, algo para eu ter
esperança. — Ele diz com um sorriso fraco.
Ele se aproxima e me dá um beijo rápido
na bochecha e então se afasta, indo embora.
— Harry? — Chamo-o e ele se
vira.
— Sim?
— A gente se fala segunda, na faculdade,
pode ser? — Pergunto e vejo um brilho em seu olhar que rapidamente
identifico como esperança.
— Só como amigos, quero dizer. — Rapidamente
acrescento, mas o brilho no seu olhar ainda está lá e lentamente um sorriso
alegre se espalha pelo seu rosto.
— Claro. Até segunda então.
— Obrigada pelas flores, de novo.
— O prazer é meu, Demi. — Ele diz e então se
vira e começa a caminhar para longe, provavelmente para seu carro que deve ter
ficado na estrada, já que a porteira sempre fica fechada a noite.
Observo-o até ele ser tragado pela
escuridão da noite.
Entro em casa e tranco a porta, me encosto
nela e solto um suspiro.
Mas que droga. O que acabou de acontecer
aqui? Eu perdoei Harry? Estou disposta a voltar a ser sua amiga? Porcaria.
Fecho os olhos e os esfrego com os dedos.
Quando olho para cima vejo Sunny me olhando com um sorriso reconfortante.
— Você estava aí o tempo todo, hein? — Pergunto.
— Quase. Mas ouvi uma boa parte da
conversa, sinto muito.
— Tudo bem, antes você do que papai ou
mamãe.
— Porque você não me contou que o motivo de
você e o Harry terminarem foi porque ele te traiu?
— Não queria que ninguém soubesse, acho que
fiquei com vergonha, com medo que vocês me dissessem “eu te avisei”.
— Ah sis, ninguém diria isso. — Ela diz e vem me
abraçar.
— Sinto muito mesmo que ele tenha feito
isso com você. Mas me parecesse que ele está mesmo arrependido.
— Você acha?
— Foi o que pareceu.
— Eu não sei o que fazer, Sunny.
— Acho que retomar a amizade com ele aos
poucos pode ser um bom começo, desde que isso não vá machucar você, é claro.
Agora se você não conseguir ser amiga dele novamente, então é só me falar que
eu o faço ficar longe de você. Ninguém mexe com a minha irmã. — Ela diz toda
protetora e eu rio.
— Eu te amo, Sunny.
— Eu também te amo, sis. Faça o que
você acha que é o certo, não importa o que seja, eu sempre vou te apoiar.
Sempre.
Escuto suas palavras e meu coração se
enche de amor por ela, mais do que eu já sentia antes. Eu amo tanto minha irmã,
Ian e meus pais. Preferiria morrer a machuca-los.
Eles são as únicas pessoas que eu tenho
certeza que nunca vão me trair.
Tá aí o primeiro de hoje,
gente essa maratona só vai ser até quinta- feira pois vou viajar no carnaval, ou seja, vai ser praticamente 1 semana sem postar então comentem muito para compensar esses dias.
Ai que ódio desse Harry.... só serve pra confundi-la...... ela vai voltar com ele? Posta logo por favor......
ResponderExcluirDemi é muito BURRA, isso sim!!
ResponderExcluirFala sério, pensar na possibilidade de voltarem a ser a amigos é o cúmulo! Derrepente ela esquece que pegou ele traindo ela DUAS vezes??
Só quero ver quando ela quebrar a cara pela terceira vez! Aí ela vai merecer ouvir "Eu te avisei".
Só quero ver o que o Joe vai achar disso.
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Aaaaiii ela não vai volta com ele não neh?!?! Posta mais
ResponderExcluirPosta mais
ResponderExcluirPosta logoooo
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