Demetria
Saio do
elevador correndo, procuro por Sunny
desesperadamente, mas não a vejo. Droga, ela já deve ter saído do prédio.
Não consigo
acreditar que isso está acontecendo, Deus, se ela contar para nossa família o
que ela descobriu...Não consigo nem imaginar as consequências disso tudo.
Tenho que
impedi-la. Tenho que convence-la a não contar nada.
Saio do
prédio e procuro por ela freneticamente, quando a vejo grito seu nome:
— Sunny, espere!
Ela me
escuta e para, vira para trás e me observa com uma cara muito zangada enquanto
corro até ela.
— Espera,
por favor. Temos que conversar sobre isso.
— Demetria, essa loucura tem que parar.
Você sabe muito bem como o Joseph é.
A gente cresceu ouvindo as fofocas sobre ele, como você pode ficar com ele sabendo
que você é só uma brincadeira, um meio de ele conseguir prazer? Se você queria
um pouco de diversão depois do que aconteceu com Harry, procurasse em outro lugar, tem tantos caras loucos por você,
mas você definitivamente não deveria ter buscado distração na cama dele, alguém
que supostamente deveria ser de nossa família, nosso amigo, praticamente nosso
irmão...
— Eu sei, eu
sei. Fique calma, ok? Podemos conversar sobre isso antes que você vá correndo
contar para nossa família?
Ela cruza os
braços e me olha com severidade.
— Por favor?
— Tudo bem.
— Ela diz de má vontade.
— Será que
podemos conversar no seu dormitório? A Azul está lá?
— Não, ela
ia almoçar com alguns amigos e depois sair com eles.
— Ótimo,
então vamos para lá. Não quero correr o risco de irmos para o meu apartamento e
de Camila atrapalhar nossa conversa.
— Que seja.
— Ela diz emburrada, e então seguimos para seu dormitório. Caminho ao seu lado,
ambas em silêncio, porém respiro mais aliviada. Tenho a chance de evitar uma
tragédia, tenho que conseguir convence-la a não falar nada sobre Joseph e eu, ou então tanto ele como eu
estamos ferrados.
Chegamos ao
seu dormitório e felizmente ela tinha razão, sua colega de quarto, Azul, não
está em casa. Sento-me no sofá enquanto Sunny,
ainda muito inquieta, fica andando de lá para cá.
— Muito bem,
pode começar a me explicar essa loucura toda. Como tudo isso começou?
Respiro
fundo, e então começo a lhe contar tudo. Desde daquele dia em que flagrei Harry e Camila na cama e como eu sofri e fique transtornada com a traição
dele. Como comecei a me comportar diferente por causa do meu sofrimento, como
comecei a sair à noite e a beber, e como teve uma noite em que eu bebi tanto
que nem eu mesma me lembro de tudo o que aconteceu. E que na manhã seguinte a
essa noite eu acordei no apartamento
de Joseph e ele me deu uma bronca,
fui contando todo o resto. Contei tudo que aconteceu desde aquela manhã e como
eu me senti, tanto com Joseph como
com Harry.
Quando
termino de lhe contar tudo, Sunny
está sentada ao meu lado no sofá me olhando atônita.
— Por favor,
diga alguma coisa. — Peço.
— Se isso
começou logo depois que você terminou com Harry,
então você e Joseph estão...Nisso há...
— Um pouco
mais de dois meses, sim. — Digo.
— Meu Deus, Demetria. — Ela coloca a mão na testa e
apoia o braço no joelho.
— A conversa
que eu ouvi...Vocês estavam brigando, não é? Pelo que ele fez sexta no Eros.
— Sim, pelo
ataque de ciúmes que ele teve.
— Por isso
que aquela noite você voltou do banheiro parecendo tão nervosa...Então pelo que
entendi, ele não quer admitir que sentiu ciúmes, é isso?
— Sim, ele
tem algum problema em admitir o que sentiu naquela noite, como se fosse grande
coisa.
— E porque
você quer tanto que ele admita ter sentido ciúmes? Por que é tão importante
para você? — Ela pergunta.
— Por
que...Bem, porque ele disse coisas naquela noite no Eros que me magoaram.
Eu só quero que ele pare de mentir para mim e para si mesmo e admita o que
sentiu.
— Mas não é
só isso, não é? Tem algo mais. — Ela diz me olhando nos olhos, com uma
expressão desconfiada.
Desvio o
olhar com medo que ela possa ler em meus olhos a verdade. Ou pelo menos o que
eu acho que é a verdade, nem eu sei direito o que está acontecendo comigo,
estou tão confusa. Passei o final de semana inteiro pensando e pensando sobre
meus sentimentos e a conclusão que cheguei é assustadora demais, não quero
admitir para mim mesma, quem dirá para outra pessoa.
— Não, é só
isso. Ele feriu meu orgulho e eu sei que ele estava com ciúmes, você precisava
ter visto o jeito que ele agiu. Só quero que ele admita a verdade.
Sunny me lança seu olhar
analisador e eu me encolho um pouco. Odeio quando ela faz isso, ficar me
analisando para ver se estou mentindo ou não. Não sei se é porque somos gêmeas
ou porque somos muito amigas, mas uma sempre, ou pelo menos quase sempre, sabe
quando a outra está mentindo e quando está falando a verdade.
— Não, não é
só isso, eu posso ver em seus olhos. Tem algo que você não está me contando.
Droga. Essa
não podia ser uma daquelas vezes que ela não consegue me decifrar?
— Não, é só
isso mesmo, o que mais seria? — Pergunto dando uma risada nervosa e soando
falsa até para mim mesma.
— E eu é que
sei? Me diga você. Porque esse desespero para que ele assuma que teve ciúmes de
você?
— Sunny, eu não estou desesperada, e
eu já falei, só quero que ele assuma a verdade.
Ela cruza os
braços e levanta uma sobrancelha.
— Fala logo.
— Não é
nada, é sério. — Digo me levantando e ficando de costas para ela, na esperança
que isso dificulte para ela descobrir meus sentimentos. Envolvo meus braços em
volta do meu corpo e me aperto, esfregando as mãos em meus braços.
Não quero
dizer em voz alta, não quero porque ao dizer em voz alta vai parecer mais real,
mais assustador. E além do mais, estou confusa sobre isso, talvez não seja
nada, talvez eu esteja apenas confundindo meus sentimentos.
Fecho os
olhos e aperto meu nariz.
— Demetria?
Respiro
fundo e me viro para ela, e o que eu vejo em seus olhos me faz ter vontade de
vomitar. Eu vejo compreensão e pena em seus olhos castanhos tão parecidos com
os meus.
— Por favor,
me diga que eu estou errada. — Ela sussurra. Não consigo mais olha-la nos
olhos, então desvio o olhar e encaro o chão com um olhar triste.
— Ah não! É
isso, não é? Você...Você está apaixonada por ele, não está?
Fecho os
olhos e os aperto com força, abro a boca, mas não consigo emitir nenhum som, a
não ser o gemido que me escapa, seguido pelas lágrimas que eu jurei não
derramar.
— Ah meu
amor. — Sunny se levanta rapidamente
e me abraça, eu retribuo o abraço e envolvo seu corpo com meus braços,
apertando-a forte. Não consigo mais segurar e as lágrimas deslizam livremente
por meu rosto.
— Sinto
muito. — Eu digo.
— Pelo que?
Você não tem que se desculpar por estar apaixonada, a gente não controla essas
coisas, sis.
— Eu sei. —
Sua mão acaricia minhas costas e a outra meus cabelos.
— Você gosta
mesmo dele? — Ela pergunta e eu posso sentir o medo em sua voz. Ela está com
medo por mim, está com medo que eu me machuque mais uma vez. E eu também.
— Acho que
sim, eu não sei.
— Como assim
você não sabe, ou você gosta ou não.
— Então acho
que eu gosto. Eu não consigo parar de pensar nele, não consigo parar de querer
ficar com ele. Eu queria tanto que ele sentisse alguma coisa também, queria
tanto que ele me dissesse que ele também não cumpriu o nosso trato e se
apaixonou por mim.
— Meu amor,
minha querida, não é fácil isso que eu tenho para te dizer, mas...Você sabe que
isso não vai acontecer, não é? Você sabe como ele é.
— Eu sei, eu
sei muito bem. Ele nunca namorou, nunca se amarrou a ninguém, nunca amou
nenhuma mulher. Talvez ele não tenha mesmo sentido ciúmes de mim, talvez seja
algo da minha cabeça, talvez seja eu me iludindo porque eu sei que se ele
admitir ter ficado com ciúmes, na minha cabeça maluca eu vou ter esperança que
ele possa sentir alguma coisa a mais por mim
— Não diga
isso, você não é maluca, sis. Você é inteligente, simpática, uma boa
pessoa e muito linda. — Sorrio ao ouvir sua tentativa de me fazer sentir
melhor.
— Muito
linda? Você só diz isso porque você é igualzinha a mim. — Ela ri e me aperta
mais forte em seus braços.
— Não
importa, é a verdade. Nós somos super lindas. Eu já tenho o Wilmer, e sei que
logo você vai ter alguém especial também, alguém que vai saber te dar o devido
valor. Mas infelizmente esse alguém não é o Joseph,
sei que isso pode te machucar agora, mas o quanto mais cedo você acabar com
essa maluquice e se afastar dele, melhor.
— Eu não
quero me afastar dele. — Digo num sussurro.
— Mas não
era isso que você estava prestes a fazer hoje? Eu ouvi muito bem você dizendo
que ou ele admitia o que sentiu com relação ao Zac ou vocês não dormiriam mais
juntos.
— Eu sei o
que eu disse. Mas eu falei aquilo com esperança que ele cederia. Eu sei que ele
não tem sentimentos por mim como eu tenho por ele, mas eu tinha esperança que
pelo menos ele gostasse o suficiente de dormir comigo para não querer que isso
acabasse por enquanto.
— Eca. Por
favor, não diga mais nada. Só de pensar na minha irmã fazendo sexo com o cara
que eu sempre considerei parte da família...Simplesmente eca.
— Eu te amo,
sabia? — Pergunto.
— É claro
que eu sei, e eu também te amo, sis. Muito. E é por isso que eu me
preocupo tanto com você, eu não quero que ninguém te faça sofrer. Por favor, se
afaste dele, não deixe que ele quebre o seu coração, estou te implorando, por
favor se afaste dele. — Ela separa nossos corpos e me diz seriamente enquanto
olha no fundo dos meus olhos.
— Eu não
posso fazer isso.
— Você tem.
— Não sei se
eu consigo. Ele é como uma droga para mim, não consigo ficar sem. — E lá vai
aquele olhar de pena de novo, não gosto que sintam pena de mim. Sunny acaricia minha bochecha e me dá um
sorriso triste.
— Então pelo
menos tente.
— Acho que
eu posso fazer isso.
— Bom, então
tente. Eu sei que você vai conseguir. É só você lembrar que ele não é assim,
que ele não é o tipo de cara que você quer. Ele não é capaz de sossegar com uma
mulher só, mesmo que você conseguisse começar algum tipo de relacionamento mais
sério, ele acabaria te traindo. Você não quer aquela história do Harry tudo de volta, não é?
— Não, não
quero. — Digo dando um suspiro derrotado, sei que ela tem razão, por mais que
doa, ela tem razão.
— Ótimo. E
sempre que você precisar de alguém para conversar sobre isso, pode contar
comigo. Apesar que eu acho que você só pode contar comigo, a não ser que mais
alguém saiba sobre vocês dois.
— Não, você
é a única que sabe. Quer dizer, tirando o Harry
que acha que eu e Joseph somos
namorados, mas ele não sabe que Joseph
é o melhor amigo de Ian.
— Certo.
— Você não
vai falar nada, não é? Por favor, não conte para ninguém o que você descobriu.
— Tudo bem,
não vou contar. Só tenha cuidado, por favor.
— Eu terei,
prometo.
Sentindo-me
ao mesmo tempo triste e feliz por ter confessado meus sentimentos por Joseph para Sunny, volto para meu apartamento. Toda essa comoção me fez perder
o apetite, vou comer qualquer coisa em casa mesmo.
Enquanto
subo as escadas digito uma mensagem para Joseph.
Demetria: Problema resolvido, conversei com S. e ela guardará nosso
segredo.
Quase
imediatamente recebo uma resposta.
Joseph: Bom. Agora temos que resolver o nosso outro problema. Temos
que conversar.
Assim que
leio a mensagem desligo o celular, sei que assim que ele perceber que eu não
irei respondê-lo ele ficará me ligando igual a um louco.
Sei muito
bem qual é o problema que ele quer resolver. Ele quer continuar com esse lance
de amigos com Beneficios, a verdade é que eu também quero. Claro que eu
gostaria de ter muito mais dele do que apenas sexo sem compromisso, mas eu não
posso ter mais, e mesmo que ele me ofereça pouco, é tudo o que eu tenho. Não
sei se consigo abrir mão disso.
Jogo-me no
sofá desanimada.
“Como Demetria,
como você se deixou se apaixonar por Joseph?”
É uma
excelente pergunta, para a qual eu não tenho uma boa resposta. Simplesmente
aconteceu. Quando eu me dei conta, Joseph
já tinha se apossado do meu coração. E tudo foi acontecendo tão sorrateiramente
que eu não percebi até ser tarde demais.
Joseph é um homem muito
lindo, provavelmente o mais lindo que eu já vi em toda a minha vida. Fico me
perguntando como eu não o notei antes. Claro que antes de tudo isso eu já havia
notado o quão lindo ele é, afinal, ele não teria centenas de mulheres aos seus
pés se não fosse, eu já tinha até chegado a achar ele muito atraente, mas nunca
imaginei algo acontecendo entre nós. Nunca tive fantasias ou algo do gênero com
ele.
Mas
agora...Agora que eu sei como ele realmente é, e eu não digo apenas fisicamente
– apesar que a visão dele nu é impactante o suficiente para fazer uma garota
começar a ter fantasias – mas eu conheci ele por dentro também. E apesar dele
ter muitos defeitos, ele é uma boa pessoa. É tão lindo por dentro como é por
fora, arrisco-me a dizer até que ele é mais lindo por dentro.
O seu maior
defeito, e o que mais me incomoda, é o fato dele não parar com uma mulher só.
Mas mesmo levando uma vida promiscua, ele continua sendo uma pessoa honesta,
porque pelo que eu sei, ele nunca iludiu uma garota prometendo algo que ele
sabia que não poderia dar. Ele fez isso comigo também, antes de começarmos a
nos envolver, ele deixou muito claro o que tudo aquilo seria.
“Você não
pode se apaixonar por mim, Demetria” foi o que ele
disse. Eu achei que aquilo não seria problema algum, nunca imaginei que...Mas
agora é tarde demais.
Eu descumpri
a minha parte no acordo. Eu me apaixonei por Joseph Jonas e agora, de
uma forma ou de outra, estou ferrada.
5 PARA O PRÓXIMO
Posta maaaaaais...por favor
ResponderExcluirPosta mais
ResponderExcluirEu sabia que ela tava apaixonada!!!!
ResponderExcluirQuero ver ele assumindo os sentimentos dele...... principalmente contando para a família e para o Ian kkkkkkkk posta
ResponderExcluirContinua!!
ResponderExcluirMeu Deus eu pensava q quem ia perceber q estava apaixonado primeiro era joe, e agora?posta mais
ResponderExcluirEitaaaaa Giovana que bafoo posta mais please
ResponderExcluirPosta logoo
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