Joseph
Oito anos atrás...
— Você tem certeza que quer fazer isso? — Pergunto. Quando ele
não me responde viro-me e o vejo encarando fixamente a porta do ginásio.
— Ian, cara, você está me ouvindo?
— O que? — Ele pergunta
parecendo sair de algum tipo de transe e seu olhar encontra com o meu.
— Você tem certeza quer ficar? Quer dizer,
são 9 horas ainda, eles só vão sair lá pela meia noite, ou mais tarde.
— Tenho certeza. Não vou sair daqui até que
eles saiam também. — Ele diz voltando a observar através do vidro do carro quem
entra e quem sai do ginásio.
— Tudo bem, você quer ficar aqui e bancar o
perseguidor, tudo bem para mim, mas eu estou dando o fora. — Antes que eu possa
sair, sua mão pesada repousa sobre meu ombro.
— Nem pense em ir embora, você causou isso
então você vai me ajudar a concertar.
— Cara, o que a gente pode fazer se ela
quiser fazer alguma coisa com ele? — Ian vira a cabeça lentamente e eu juro
que nunca vi um olhar tão assassino em seu rosto como agora.
— Ela.Não.Vai.Fazer.Nada.Com.Ele. — Ele diz com os
dentes cerrados e as mãos fechadas em punho.
— Tudo bem, então o que estamos fazendo
aqui? Você acha que ele vai tentar algo com ela e você espera ir lá, salva-la e
se tornar o seu herói?
— Mais ou menos isso.
— E se ele não tentar nada? — Pergunto e Ian dá
uma risada seca.
— Ele vai tentar. Ela é linda, ele é um
moleque que só tem uma coisa na cabeça e hoje é a noite da formatura deles.
Todos os garotos lá dentro estão esperando transar depois do baile e você sabe
muito bem disso.
— Tudo bem, então você vai garantir que ele
a leve direto para casa depois do baile. — Ele apenas assente. — E vai ser só isso,
não é? Você não vai se meter em nenhuma confusão, vai?
— Meu Deus, Joseph, quando foi que você
virou uma garota? Achei que você corresse em direção de problema, e não
corresse dele.
— Isso é ferrado, cara, só digo isso. — Digo soltando um
suspiro de derrota e me reclinando mais no banco do carro.
Ficamos alguns minutos em silêncio,
imersos no completo e absoluto tédio, até que Ian começa a resmungar.
— Ele deve estar nesse momento dançando com
ela, segurando na sua cintura e sussurrando em seu ouvido. Bastardo. Eu que
deveria estar com ela lá dentro...Maldito Ryan Johnson.
— Aposto que ele está imaginando como vai
se dar bem hoje a noite, idiota, a única coisa que ele vai ganhar hoje se
tentar algo com ela é um olho roxo.
— Não acredito que estou perdendo esse
momento da vida dela, eu queria estar com ela lá dentro, dançando juntos uma
musica romântica, pegando ponche quando ela estivesse com sede, emprestando meu
paletó quando saíssemos e ela estivesse com frio. Levar ela para algum lugar e
faze-la se sentir amada.
— Eu que deveria estar lá dentro com ela. — Ele diz mais uma vez
e eu reviro os olhos com impaciência. Deus do céu, não aguento mais ouvi-lo
reclamando e não fazendo nada.
— Então entre lá. — Digo de saco cheio.
— Como assim? — Ele me olha curioso.
— O que você quer dizer?
— Isso que você ouviu. Entre lá e dê um
chega para lá naquele garoto e dance com a sua garota.
— Ela não quer me ver nem pintado de ouro, Joseph.
Ela nunca vai largar ele para dançar comigo, ela foge toda vez que me vê.
— Você não parou para pensar o motivo dela
fugir e não querer ficar perto de você? — Ele me olha confuso e eu continuo. — Ela sabe que se
ficar tempo suficiente perto de você, ela vai ceder. Ela te ama e quem ama é
fraco.
— Ela não me quer por perto porque ela não
me suporta, ela está magoada.
— Cara, entre lá dentro e a faça te escutar
por pelo menos cinco minutos. Ela nunca te deu chance de explicar o que
realmente aconteceu. Já passaram meses desde a festa, ela está de cabeça fria
agora. Se você insistir, ela vai ceder.
— Mas na festa de formatura dela? Você está
dizendo para eu simplesmente entrar lá e arranca-la dos braços daquele moleque
e obriga-la a me escutar?
— Exatamente isso que eu estou dizendo.
— Muito cavalheiro. Não vai funcionar, não
tem como eu ir lá, afastar o idiota e faze-la me escutar.
— Bem, nisso você tem razão. Você tem que
conversar com ela longe do idiota.
— Só se você me ajudar com isso. — Ele diz me olhando
com um sorriso lento e diabólico surgindo em seus lábios e iluminando seu
rosto.
— Como assim te ajudar? Ajudar como?
— Vamos entrar lá, localizar os dois e
esperar o melhor momento. Então quando chegar a hora, você arranca o moleque de
lá e leva para algum lugar, o banheiro, os fundos do ginásio, amara ele e joga
na caçamba de lixo...Sei lá, qualquer coisa que vá mante-lo afastado dela tempo
suficiente para que eu a convença a me escutar.
— Cara, isso vai dar merda. — Digo tendo uma
sensação ruim sobre isso.
— Você me deve essa, Joseph. — Ele joga na minha
cara e a culpa por ter dado aquela maldita festa onde tudo aconteceu me atinge
como um soco no estômago.
— Tudo bem, vamos nessa. — Digo saindo do
carro.
— Se eu soubesse que iriamos invadir a
festa tinha me vestido melhor. — Ian diz arrumando a camisa de flanela verde e passando as
mãos na calça jeans.
“Depois eu que sou menina.”
Passamos pela porta e andamos pelo
corredor, mas paramos quando vemos uma mesa com duas garotas bem ao lado da
porta fechada que leva para a festa.
— Merda, sujou. Só entra quem tem ingresso.
— Ian diz virando para mim e passando a mão pelos cabelos.
— E agora? — Pergunto.
Ele vira a cabeça discretamente e observa
as duas garotas que estão conversando.
— Você tem que ir lá e persuadi-las a
nos deixar entrar.
— Com persuadi-las você quer dizer...
— Quero dizer dar em cima delas. Mas isso
não vai ser um problema, não é? Você vive para isso.
— É, mas em cima de garotas gostosas, essas
daí... — Olha para as duas garotas com seus vestidos estranhos. Ian
sabe que quem fica encarregado de recolher os ingressos na entrada são as
pessoas que não receberam nenhum convite para ir ao baile. Ou seja, normalmente
garotas estranhas que nenhum cara quer ser visto com.
— Ou você faz isso ou não vamos conseguir
entrar.
— Vamos tentar a porta dos fundos. — Digo com esperança.
— Você sabe que a porta dos fundos do
ginásio só abre por dentro. Você já estudou nesse colégio, cabeção. — Ele diz me dando um
tapa na parte de trás da cabeça.
— Tudo bem então, e se oferecermos
dinheiro? — Sugiro outra opção.
— Elas tem cara de quem vão gostar mais de
um cara bonitão como você dando em cima delas do que de algumas notas, meu
amigo. — Ele diz com uma cara divertida.
Ele está se divertindo as minhas custas.
Filho da mãe.
— Porque não vai você falar com elas, você
também é bonitão, amigo. —
Digo com raiva contida.
— Eu sou um homem comprometido. Não vou dar
em cima de outra mulher enquanto a mulher que eu amo está do outro lado da
porta.
— Você é um fodido mesmo, sabia? — Pergunto e começo a
caminhar em direção à mesa com as duas meninas, posso ouvir a risada de Ian e
tenho que me lembrar de que só estamos nessa situação por culpa minha, e que eu
devo isso para ele.
Paro em frente da mesa com o meu melhor
sorriso “arranca calcinha”, as duas param de conversar quando percebem minha
presença e se viram em minha direção. As duas abrem a boca e me olham como se
quisessem me devorar.
Sinto um arrepio e o meu sorriso vacilar,
mas disfarço e continuo sorrindo para elas. Apoio ambas as mãos na mesa e me
inclino para frente.
— O que moças tão lindas estão fazendo aqui
que não estão lá dentro se divertindo?
Elas se olham com sorrisos tímidos no
rosto, as bochechas da loirinha se transformam com tons de vermelho e sua
amiga, a morena, abre a boca e gagueja:
— Esta-tamos recolhendo-do os ingressos.
— É, porque nenhum garoto nos convidou para
o baile. — A loira diz olhando para baixo e com um tom de voz que faz me
sentir mal.
Sua amiga morena rapidamente tenta a
cutucar disfarçadamente repreendendo-a por ter contato o fato vergonhoso.
— Pois eu acho que é eles que saíram
perdendo. — Digo com a voz baixa e sedutora e pisco para elas.
Elas soltam risinhos e não conseguem me
olhar direto nos olhos.
— Acho que vocês deviam largar o posto, ir
lá dentro e mostrar para aqueles idiotas o que eles estão perdendo. — Digo e acaricio a
bochecha da morena e depois da loira. Quando as toco dão a impressão que estão
prestes a entrar em combustão ali mesmo, bem em frente aos meus olhos.
— Todos os garotos já possuem um par, não
teríamos ninguém com quem dançar. — A loira diz e me dá um sorriso triste.
— Qual é o nome de vocês, lindas? — Pergunto.
— Sandy. — A morena responde.
— Amber. — A loira responde em
seguida.
— Muito bem, eu vou dizer o seguinte Sandy
e Amber, eu dançarei com vocês, o que acham?
— É sério isso? Você vai dançar com nós
duas? — Sandy pergunta com um sorriso animado.
— Você não estuda aqui, não é? Você é mais
velho. — Amber diz me olhando curiosa.
— Não, linda, não estudo. Eu estudo na UTD.
— Você está na faculdade! — As duas exclamam
juntas e eu tenho que rir. Garotas de ensino médio sempre terão esse fetiche
com caras da faculdade.
— Isso mesmo, lindas.
— E o que você esta fazendo no nosso baile?
— Amber pergunta.
— E se oferecendo para dançar conosco? — Sandy complementa.
— Estão vendo aquele cara ali? — Viro-me parcialmente
e aponto para Ian, que está com as mãos no bolso da calça e olha em nossa
direção, quando ele vê as meninas o observando sorri para elas.
Quando me viro para elas de novo, vejo
que estão praticamente babando enquanto olham para Ian.
— Podem tirar o cavalinho da chuva, lindas,
aquele ali tem namorada. E é por isso que eu estou aqui. Aquele ali é o meu
melhor amigo, ele se chama Ian e namora uma garota que estuda aqui. Resumindo a
ópera, os dois brigaram e ele quer fazer uma surpresa para ela hoje a noite,
acontece que ela está lá dentro. — Aponto para a porta fechada de onde uma
musica abafada ecoa. — E eu precisava muito mesmo que vocês deixassem nós dois
entrarmos, mesmo sem um convite.
As suas se olham com um misto de
desconfiança e medo.
— Não sei não. — Sandy diz parecendo
indecisa.
— Nós não temos permissão de deixar ninguém
entrar sem convite ou que não estude aqui. — Amber complementa.
— Ah, por favor, lindas. Vocês tem a chance
de ajudar o meu amigo de coração quebrado e vocês realmente não vão fazer isso?
Não custa nada. Olhe, nós entramos lá, ele e a Nina se reconciliam e depois nós
três dançamos até não aguentarmos mais, o que vocês me dizem?
— Espera um momento, você disse Nina?
— Nina Dobrev? — Amber pergunta.
— Essa mesma, vocês a conhecem?
— Conhecemos. — Elas respondem juntas.
— As meninas daqui sempre são umas vadias
com a gente, menos a Nina, a Nina sempre é legal.
— Então, deixem Ian e eu entrarmos. A Nina
vai ficar muito feliz.
Elas ficam em silêncio um momento
enquanto decidem, depois de alguns segundos sorriem e assentem com a cabeça.
— Tudo bem, mas não vão fazer nada que vá
nos colocar em confusão, ok?
— Ok. — “Não posso prometer nada”. Penso.
Viro-me para Ian e faço sinal para que
ele se aproxime, ele caminha em minha direção com um olhar determinado.
— Essas lindas liberaram para entrarmos. — Digo para Ian e ele
lhes dá um sorriso de agradecimento.
— Muito obrigado.
Elas ficam tímidas e apenas sorriem como
resposta para ele.
— Obrigado, lindas. — Digo e dou um beijo
na bochecha de cada uma, seguindo Ian para dentro do ginásio sem ficar para ver
a reação delas.
Deixo a porta se fechar atrás de mim e
observo o ambiente. O local está lotado de adolescentes dançando ao ritmo da
musica tocada por uma banda também de adolescentes, que se encontra no palco do
outro lado do ginásio.
A decoração me lembra Mardi Gras, acho
que esse deve ser o tema. Há balões por todo lugar, muitas cores e a maioria
das pessoas estão usando máscaras.
— Fique de olho, se você ver ela me avise. — Ian grita no meu
ouvido e eu apenas concordo com a cabeça.
Depois de alguns minutos passando os
olhos pelo local e sem obter sucesso, finalmente localizo Nina e...Merda! Ela
está dançando com o idiota.
Os dois estão de máscaras, mas eu sei que
são eles. Tenho que avisar Ian que os localizei, mas ele não ficará nem um
pouco feliz quando ver os dois dançando juntos, mas que droga, a musica é
animada então porque esse idiota está espremendo Nina contra seu corpo?
Bato no ombro de Ian e aponto para a
pista de dança, na direção dos dois. Assim que Ian os vê sinto-o ficar tenso.
— Calma. — Digo em seu ouvido.
Ele observa os dois dançando com um olhar muito zangado e fico com medo que ele
decida encher o cara de porrada na frente de todo mundo.
— Eu vou tirar o cara daqui e você pega o
lugar dele. Dança com ela e vê se pelo amor de Deus fazem as pazes logo, ok? — Ele apenas assente,
então nos encaminhamos para onde os dois estão dançando.
Vou na frente e Ian vem logo atrás de
mim, tomamos o cuidado para que Nina não nos veja antes da hora. Chego por trás
dela e a seguro pelos braços, sem dar tempo dela ou do idiota reagirem, puxo-a rapidamente
dos braços dele e a giro, jogando-a nos braços de Ian que está atrás de mim.
Não fico para ver o que acontece, com um
aperto firme agarro Ryan e o empurro para fora daquele amontoado de
adolescentes.
CONTINUA....
5 para o próximo...
5 para o próximo...
Postaaaaaaaaa
ResponderExcluirPosta maaais
ResponderExcluirPosta logo...please
ResponderExcluirAaaaah já pode postar mais
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirTa muito perfeito.
ResponderExcluirNem acreditei qndo eu abri e vi q tinha dois capitulos..
Posta mais.
-liia aquii
Poeta maiis
ResponderExcluirPostaaa *-*
ResponderExcluirPostaaaaaaaaaaaa
ResponderExcluir