Ele começa a se debater e a tentar se
soltar e começa a me xingar, mas não o escuto claramente por causa da musica,
algumas pessoas nos encaram rapidamente com curiosidade mas logo voltam sua
atenção para seu par.
O arrasto sem maiores dificuldades até a
porta dos fundos, abro-a e o jogo para fora do ginásio, ele cambaleia e quase
cai no chão. Saio para o ar fresco e ameno da noite e deixo a porta se fechar
atrás de mim.
— Você está louco, cara? Quem diabos é você?
— Ele pergunta bravo e retira a máscara preta que cobria apenas
metade do seu rosto.
— Joseph Jonas, amigo do Ian, muito prazer.
— Digo me divertindo com a situação.
— Posso saber por que você me arrastou aqui
para fora, idiota?
— Para o Ian poder dançar com a Nina em paz
e para que eles façam as pazes sem ter a sua presença apaixonada para
incomoda-los. — Digo com um sorriso falso.
— Seu idiota, a Nina está comigo agora. — Ele diz e pelo bem
estar do coração de Ian e pelo bem da cara desse moleque, espero que ele não
esteja se referindo a ela estar com ele como namorada.
— Ele a traiu e agora vem querer ela de
volta? Bom, é tarde demais. Ela merece alguém melhor.
— E esse alguém melhor seria você? — Pergunto rindo.
— Seria sim. A Nina estava começando a se
curar e eu estava a ajudando, não vou permitir que ele a machuque de novo. — Ele diz todo
corajoso e começa a caminhar para a frente do ginásio.
— Epa, onde você pensa que vai? — Digo dando um passo
grande e o segurando pelo braço.
— Me solta, otário Eu vou voltar para a
minha garota. — Ele diz tentando se livrar do meu aperto de aço. Jogo minha
cabeça para trás e solto uma gargalhada, sinto algumas lágrimas escorrerem dos
meus olhos de tanto rir. Quando me recupero olho-o seriamente.
— Olha aqui babaca, primeiramente, ela não
é a sua garota. Ela é do Ian e sempre será, porque aqueles dois nasceram para
ficarem juntos, ok? E olha que eu estar dizendo essa palhaçada toda é um grande
negocio, porque eu não acredito muito nisso, mas enfim...Segunda coisa, ele não
traiu ela, não que eu tenha que dar alguma satisfação para você, mas ele nunca
faria isso. E terceiro, acho melhor, para o seu próprio bem, você ficar longe
dela. O Ian é um cara ciumento e se você continuar dando em cima da garota
dele, não vai ser nada bonito.
— Você está me ameaçando?
— Eu não, estou apenas te avisando, dando
um conselho se preferir. O Ian e a Nina se amam, muito mesmo. De um jeito tão
forte que eu nunca vou ser capaz de compreender, e apesar de eu ser muito
cético com relação a essas baboseiras de amor e achar que isso é sinônimo de
problema, o meu amigo não acha. Ele acredita no amor e se entregou de corpo e
alma nessa relação com a Nina. Demorou um pouco para eu entender e até mesmo
aceitar essa relação deles, e mesmo ainda não compreendendo muito bem, eu
respeito. Ela faz o meu amigo feliz então o que me importa se eu acredito no
amor ou não? Ian está feliz, então eu estou feliz, e qualquer um que quiser
atrapalhar essa felicidade, vai ter que se ver com o Ian e comigo. Você
está entendendo o que eu estou dizendo, bro? — Acabo falando mais
do que deveria, mas pelo menos acho que atingi o resultado esperado. Vejo o
idiota engolindo em seco e parecendo amedrontado. Sorrio internamente.
Ninguém vai atrapalhar a felicidade do
meu melhor amigo. Ian não é meu irmão de sangue, mas é de coração, e depois de
ver ele se transformar em um lixo ambulante com o termino do namoro, meio que
caiu a minha fixa. Prometi para mim mesmo que apesar de achar que o amor o
transformou em uma menininha chorona e que ele deveria estar pegando o maior
número possível de mulheres ao invés de uma só, eu não faria mais piadas sobre
isso, ou diria como ele esta cometendo um grande erro ou ainda brincar com ele
e dizer que se ele quisesse eu poderia arrumar um rabo gostoso para ele para
dar uma variada. Não farei mais isso. Vou respeitar a escolha do meu melhor
amigo, se ele quer se amarrar a só uma garota apenas com 21 anos, então vou dar
apoio total. E se alguém ameaçar esse relacionamento, eu brigarei como se a
causa fosse minha. Porque afinal, é isso que irmãos fazem um pelo outro.
— E se ela não quiser se afastar de mim? — Ele pergunta.
— Não me interessa, é melhor você se
afastar dela, porque se você continuar essa amizade com segundas intenções, eu
acabo com você. E sim, isso sim foi uma ameaça.
— Será que você pode me soltar?
— Se você tentar ir lá dentro e atrapalhar
o dois você vai se arrepender. — Digo e solto o idiota.
Alguns minutos se passam e eu continuo do
lado de fora do ginásio vigiando o Ryan “babaca” Johnson. Ele não tentou fugir
nenhuma vez, mas mesmo assim por precaução, fico perto dele e de olhos bem
abertos e atentos.
— Não acredito que estou perdendo meu baile
de formatura. Qual é, cara, me deixe voltar lá para dentro.
— Para que? Para você ir lá dentro e
atrapalhar os dois? Nem sonhando. Se o Ian ou a Nina não deram sinal de vida
ainda significa que ele conseguiu pelo menos conversar com ela. Nós vamos
esperar aqui até que Ian apareça, se tivermos que esperar a noite toda,
esperaremos.
Ele solta um grunhido de frustração
misturado com raiva e chuta a parede.
— Será que eu vou ter que gritar pedindo
ajuda? — Ele me lança um olhar raivoso e eu sorrio maliciosamente.
— Igual a uma donzela em perigo? — Provoco-o e ele fica
vermelho de raiva. — Além do mais, pode gritar, ninguém vai te ouvir com o barulho
da musica lá dentro.
Mais alguns poucos minutos passam até que
a porta pela qual saímos abre e uma Nina sem máscara aparece. Ela sai e anda em
nossa direção, vejo Ian vindo logo atrás dela. Pela sua cara posso começar a
cantar vitória, Ian parece mais relaxado, mais feliz e aquele antigo brilho
está de volta em seus olhos.
O velho e bom Ian está de volta. Graças a
Deus.
— Olá, Joseph.
— Oi, Nina. — Cumprimento-a
sorrindo. Ela olha para Ryan e lhe dá um sorriso tímido, como se
desculpando-se.
Não me passa despercebido que Ian passa
seu braço em volta dos ombros de Nina possessivamente quando ela se dirige a
Ryan. Ele está deixando claro para o idiota a quem ela pertence e eu acho isso
engraçado, obviamente não rio, mas por dentro me divirto e começo a me
questionar como será isso. Como deve ser sentir ciúmes de alguém, como será
agir possessivamente? Esse sentimento é um campo totalmente desconhecido para
mim e sinceramente eu acho tão engraçado quando eu presencio alguma cena de
ciúmes de um cara com a sua garota. Quer dizer, tem tantas mulheres por aí,
porque ter medo de ficar sem aquela se é só procurar outra caso ela vá embora?
— Ryan, sinto muito ter deixado você só com
o Joseph, aqui fora. — Ela me lança um olhar mas logo se vira para o idiota de novo.
— Nina, o que está acontecendo, você voltou
com esse cara? — Ele pergunta olhando para Ian com uma expressão de nojo, que
não é muito diferente de como Ian está encarando ele.
— Sim, Ian e eu voltamos. — Ela confirma.
— Isso. — Dou um grito vitorioso e um soco no ar,
animado. Eu já tinha percebido, mas ouvi-la confirmando é muito melhor.
Os três me olham. O idiota com raiva, Nina
com estranheza e Ian com diversão.
— Foi mal. — Digo dando um
sorriso tímido e eles voltam a conversar.
— Você vai mesmo voltar com esse cara
depois do que ele fez? — O idiota pergunta parecendo indignado e vejo a mão de Ian que
pende ao lado do seu corpo se fechar em punho, mas ele se controla e não diz
anda.
— Ryan, eu e Ian conversamos e eu acredito
nele...
— Não é possível. — Ele a corta. — O cara te trai e
você o perdoa? Você não tem amor próprio, Nina?
— Não ouse falar assim com ela, seu
merdinha. — Ian retira seu braço dos ombros de Nina e avança para cima do
idiota, mas Nina toca nele e lhe olha com olhos suplicantes. Ian recua
imediatamente.
— Olha Ryan, eu vim aqui para me desculpar
por te deixar esperando e por não poder mais ser a sua companhia hoje à noite,
eu vim aqui por que eu te devo isso. Mas eu não te devo explicações de nada
mais. Eu amo Ian e ele me convenceu que é inocente, eu acredito nele e acho que
fiz uma enorme burrada ao duvidar dele. Então sim, eu voltei com ele e você não
tem nada a ver com isso. — Nina diz com a voz controlada e calma e Ian nem tenta
disfarçar o sorriso enorme que domina seu rosto, ele laça a cintura dela e lhe
dá um beijo no topo da cabeça.
— Não tenho nada a ver com isso? Tudo bem,
talvez você tenha razão. Mas você já se esqueceu qual ombro amigo estava lá
quando você precisou? Quem te ouviu quando você precisava desabafar e quem te
abraçou e te ajudou a ajuntar os cacos quando você estava despedaçada? — O sorriso de Ian
desaparece e uma expressão de raiva e náusea passa por suas feições.
— Não, eu não me esqueci, Ryan. Você sabe
muito bem que eu sou muito grata por você ter estado lá por mim. Eu não quero
que a nossa amizade termine assim, eu me importo com você. — Ao ouvir isso Ian
aperta o maxilar e seu corpo todo fica tenso. — Mas eu amo Ian e é
com ele que eu quero ficar para sempre. Gostaria muito que você pudesse aceitar
isso e que nós continuássemos sendo amigos.
O idiota solta uma risada debochada e
passa a mão pelos cabelos. Ele balança a cabeça dBlandagar enquanto encara o
chão e fica em silêncio alguns segundos.
— Se você prefere acreditar nesse cara, que
assim seja. Mas na próxima vez que ele te machucar, não venha correndo para
mim.
Ian solta um grunhido e Nina rapidamente
lhe lança um olhar, pedindo silenciosamente que ele não se exalte.
O idiota se vira e sai caminhando, Nina
encara suas costas com tristeza, certamente lamentando a perda de um amigo.
Começo a respirar mais aliviado,
finalmente as coisas estão bem de novo, e nenhum sangue foi derramado.
— Só mais uma coisa. — O idiota para e diz,
se vira e caminha de volta até nós, mas dessa vez parando mais longe de nós
três do que ele estava antes.
“Merda, cedo demais para falar.”
— O que foi, Ryan? — Nina pergunta.
O idiota coloca as mãos no bolso da calça
social preta e encara Ian com um sorriso diabólico no rosto.
“Merda,
isso não vai prestar.”
— Você pretende contar para o seu
namoradinho tudo o que aconteceu entre nós? — O super, mega, idiota sem noção pergunta.
— Do que você está falando? O que aconteceu
entre vocês? — Ian pergunta se virando para Nina. Ela o olha assustada e
segura em seus braços.
— Calma, Ian. Não aconteceu nada. — Ela diz.
— Como não? Nina, está se esquecendo
daquela noite em que...
— Cala a boca, Ryan. — Ela diz irritada.
— Não, cala a boca por quê? Deixe ele
falar. Que noite? O que aconteceu? — Ian diz tremendo de raiva.
— Não é nada, não significou nada. — Nina diz se
desculpando.
— Ah então aconteceu alguma coisa? — Ele pergunta e meu
corpo todo fica em alerta. Se o Ian se exaltar eu vou ter que apartar a briga
ou se não esse idiota vai acabar indo para o hospital, não que eu pessoalmente
queira evitar isso, por mim ele podia ir para o raio que o parta, mas Ian teria
sérios problemas.
— Sim, quer dizer não, quer dizer, mais ou
menos. — Nina se enrola e está claramente nervosa.
Droga. Por favor Deus, que ela não tenha
feito nada com o idiota, ou ele é um homem morto.
— O que aconteceu, Nina? — Ian pergunta sem
paciência, se exaltando um pouco e fazendo Nina recuar um passo.
— Eu e...Bom, foi uma noite que eu estava
muito mal e...A gente acabou meio que... — Ela tenta explicar mas sem conseguir
formar uma frase compreensível, começa a gaguejar e os olhos se enchem de
lágrima e eu tenho vontade de chorar também.
“Estava tudo indo tão bem, se não fosse
esse filho da puta. Eu vou acabar com ele.”
— Não consegue? Tudo bem, eu conto. Eu e Nina
dormimos juntos. — O idiota diz com um sorriso presunçoso no rosto. Antes que eu
posso fazer qualquer coisa, antes que Nina possa abrir a boca para se defender
e sem mesmo perguntar se aquilo era verdade, Ian desfere um soco bem no queixo
do idiota.
Nina solta um grito e cobre a boca com as
mãos, o idiota grita de dor e cambaleia para trás com a mão no queixo e Ian sem
dar tempo para que ele se recomponha, parte para cima com uma fúria
sanguinária.
Ian acerta socos e chutes no idiota, que
tenta revidar, mas não consegue acertar Ian nem uma única vez. O meu amigo é o
melhor lutador não profissional que eu conheço.
Nina grita e pede que Ian pare.
— Ian, por favor, pare com isso...Ian, é
mentira, eu e ele não dormimos juntos, pare por favor. — Nina pede
desesperada e assim que ouve as palavras, Ian para, deixando o idiota muito
machucado caído no chão.
— Como assim? Você não dormiu com ele? — Ele pergunta com
confusão e raiva misturados no olhar, e Nina balança a cabeça.
— Então sobre o que você estava tão
nervosa? O que aconteceu que você não estava conseguindo me contar? — Ele pergunta se
aproximando dela.
— Ian, meu amor...Eu e o Ryan não dormimos
juntos, pelo menos não do jeito que ele deu a entender e que você acha que foi.
— Ela diz enxugando as lágrimas do rosto.
— Como assim? — Ian pergunta frio
como gelo.
— Eu e ele dormimos juntos, mas não desse
jeito, nós literalmente dormimos na mesma cama. — Ela explica e vejo
as expressões duras do meu amigo se transformarem em alivio.
— Não se esqueça de contar o que aconteceu
antes, querida. — O idiota diz quase como um gemido, Ian vira para ele e antes
que a pancadaria recomece eu vou até o idiota caído no chão e o levanto
puxando-o pelo colarinho da camisa e o coloco de pé.
— Cale essa porra dessa boca se você não
quiser que ele te mate, filho da puta. — Digo, eu mesmo querendo dar uma lição
nesse cara para ele deixar de ser tão otário.
— O que aconteceu antes? — Ian pergunta com um
misto de ansiedade e medo na voz.
— Foi numa noite, fazia umas cinco semanas
que a gente tinha terminado e eu estava muito mal. Tinha encontrado uma foto
nossa, daquele feriado que a gente passou na Florida, lembra? Aí eu procurei o
Ryan, precisava conversar com alguém e ele estava me ajudando tanto nas últimas
semanas. A gente foi para o quarto dele e ficamos deitados na cama escutando a
chuva enquanto eu alternava entre chorar e desabafar.
Ian escuta atentamente cada palavra de Nina,
ele não se mexe nem um milímetro, toda sua atenção no que ela está contando.
Provavelmente está decidindo se ele vai matar ou não o idiota, que por sorte
está de boca fechada.
— A gente ficou horas daquele jeito,
conversando ou então em silêncio enquanto eu chorava. Eu estava tão triste, eu
estava morrendo de saudades e queria correr de volta para os seus braços, mas
sempre que eu pensava em fazer isso a imagem de você com aquela mulher seminua
se beijando voltava a minha cabeça. Várias vezes eu pensei se eu teria me
precipitado em não te ouvir, talvez você realmente fosse inocente, pensando
bem, eu sabia que aquele cara não era o Ian de verdade. Mas eu estava machucada
demais somente com a possibilidade de ter me enganado tanto com relação a você
e aquela imagem de vocês dois no seu quarto não saia da minha cabeça. — Nina começa a chorar
e Ian a puxa para seus braços, ele a abraça firme e apoia o queixo no topo da
sua cabeça.
— Shhh, baby, está tudo bem. Eu te amo. — Ele diz para ela e
ela chora mais.
Quando ela se recompõe, se afasta e limpa
as lágrimas, respira fundo e continua.
— Logo nossa conversa foi indo em outras
direções, Ryan foi me distraindo da minha dor e era por isso que eu estava
andando muito com ele nas últimas semanas, ele sempre conseguia me distrair nem
que fosse por um momento. Fomos conversando sobre diversos assuntos até que em
um momento, não sei exatamente como, surgiu um clima. Nós nos aproximamos e ele
me beijou, fiquei surpresa mas não o afastei, e acabei retribuindo. O beijo foi
se tornando cada vez mais intenso e menos inocente, até que quando me dei por
mim, eu estava deitada de costas na cama e o Ryan estava em cima de mim me
beijando. Ian e eu escutamos o relato de Nina sem emitir som nenhum, os dois
muito interessados em saber o que de fato aconteceu entre eles.
— Mesmo pensando que você tinha me traído,
eu estava me sentindo péssima, muito culpada por estar beijando outro. Quando
ele começou a me acariciar eu me senti doente, sabia que não podia continuar
com aquilo, então pedi que ele parasse. Ele parou e eu pedi desculpas por ter
deixado aquilo ir longe demais, ele pediu desculpas e disse que tinha sido um
momento de fraqueza e que não queria se aproveitar do meu estado, mas que não
pode resistir. Eu disse que estava tudo bem, mas o problema era que eu ainda te
amava. E foi isso, depois disso eu deitei em seu braço e nós conversamos até
ambos cairmos no sono.
— Um nos braços do outro? — Ian pergunta com dor
na voz.
— Sim. — Nina diz tão baixo que mal a escuto, ela
olha para o chão envergonhada.
— Sinto muito, Ian. Mas eu te amo, por
favor, me perdoe.
Ian encara o chão e não diz nada.
— Ian...Você vai me deixar? — Nina pergunta
engasgando com as próprias lágrimas.
O silêncio perdura, o ar carregado com
tensão.
— Acho melhor você ir embora, antes que eu
me arrependa por não acabar com você por ter beijado e acariciado a minha
noiva. — Ian diz e eu, o idiota e Nina o olhamos com os olhos
arregalados em surpresa.
— Noiva? — O idiota e Nina
perguntam ao mesmo tempo. Mas eu rapidamente compreendo o que ele quer dizer.
Ian já havia falado diversas vezes sobre
a vontade de pedir Nina em casamento. Ele disse que queria comprar um anel
lindo e fazer algo especial, e que isso seria muito em breve, mas aí todo esse
mal entendido aconteceu. Acho que o meu amigo não quer perder mais tempo.
— Sim, noiva. Quer dizer, se você aceitar
se casar comigo, é claro. — Nina cobre a boca aberta em surpresa com as mãos e começa a
chorar, mas dessa vez de felicidade.
Ela começa a balançar a cabeça
freneticamente e pula nos braços de Ian.
— Sim, sim, sim, sim...Mil vezes sim, meu
amor. Eu aceito me casar com você, Ian. Eu te amo tanto. — Ela diz apertando-o
forte e descendo sua boca na dele. Ian a envolve com seus braços e a beija tão
intensamente e apaixonadamente que eu sinto a necessidade de desviar o olhar.
— Ah meu Deus, estou tão feliz. — Nina diz sem fôlego
quando eles param de se beijar.
— Eu também, meu amor. O que eu mais quero
é que você seja minha mulher para sempre. Eu te amo mais que tudo, Nina Dobrev.
— Eles sorriem um para o outro e se beijam apaixonadamente de
novo.
Por um momento, e eu disse apenas por
um momento, sinto uma dor aguda no peito. Por um momento, por um breve
momento, que assim como rapidamente surgiu rapidamente foi embora, eu senti no
fundo da minha alma o desejo de ter aquilo que Ian e Nina tinham, junto com o
desejo veio à dor, por saber que eu nunca encontraria aquilo.
A verdade é o seguinte; Eu vivo falando
que não acredito no amor, mas na real, eu acredito. Eu digo que não porque eu
tento convencer a mim mesmo que eu sou o único normal e o resto do mundo é que
tem algum problema. Mas isso é uma grande e deslavada mentira. Eu sou o que tem
problemas.
O fato é, eu simplesmente não entendo o
amor, e não consigo senti-lo – o amor que um homem sente por uma mulher, eu
quero dizer – porque é claro que eu amo meus pais, irmãos e amigos. Eu não
consigo querer amar alguém, o que eu quero mesmo é desejar o sentimento de querer
amar alguém. Dá para entender?
Eu sei, é confuso. Eu também muitas vezes
não entendo. E apesar de 99% do tempo eu estar bem com o fato de não conseguir
amar uma mulher e ter um relacionamento sério, de não sentir falta disso e
achar que tudo bem se eu nunca me apaixonar, tem 1% do meu tempo, quando eu
presencio momentos como esse entre meus pais, ou os pais de Ian, ou meus tios,
ou meus primos ou meus amigos, que eu sinto uma dor muito forte em meu peito.
Uma dor que dói não pela falta de amor,
mas por ser uma pessoa incapaz de amar, ou de pelo menos sentir falta de
possuir a capacidade de ter esse sentimento.
Ian se afasta de Nina e se vira,
encarando o idiota. Limpo as lágrimas dos meus olhos antes que elas caiam me
denunciando ou que alguém
perceba meus olhos marejados. Agradeço a
Deus por a dor sempre chegar e ir embora tão rápido, não sei se aguentaria ela
por mais que um breve instante, e morro de medo que um dia ela chegue e não vá
mais embora.
Não sei se tenho mais medo dessa dor, ou
da dor que eu sentiria se eu pudesse amar e tivesse meu coração despedaçado,
como Ian.
Talvez essa incapacidade de amar seja uma
benção disfarçada de desgraça.
— Pelo amor de Deus, Joseph. — Ian diz meu nome me
trazendo de volta à realidade. — Tire esse cara da minha frente antes que eu mude de ideia e
termine o que eu comecei.
— Você ouviu. Se mande, cara. — Digo me abaixando
para pegar a máscara do idiota e lhe entregando.
Acompanho-o até um pedaço do caminho e
depois volto para ficar ao lado de Nina e Ian. Olho para ver se o idiota está
mesmo indo embora e alivio percorre minhas veias quando vejo que ele de fato se
foi.
— Você tem certeza que quer casar? Você não
precisa tomar essa decisão agora e...
Ian a cala com um beijo, quando se afasta
aposto que Nina não se lembra mais o que estava falando.
— Eu quero me casar com você, quero muito.
E eu não decidi isso assim, de uma hora para outra.
— Ah não? — Ela pergunta
enlaçando seu pescoço e sorrindo apaixonadamente.
— Não. Já faz um tempo que eu venho pensando
nisso, eu até cheguei a olhar alguns anéis, e só não comprei um porque não
achei nenhum que fosse perfeito o suficiente para você.
— Oh Ian. Eu não preciso de nada disso,
você pode amarrar um barbante em meu dedo que eu serei a mulher mais feliz do mundo.
— Ela diz e o beija de novo.
“Talvez eu deva ir embora.”
— Nada disso, você terá o anel mais lindo
do mundo, e eu não medirei esforços para encontra-lo. Sinto muito não poder te
dá-lo agora, sinto muito também por esse pedido nada romântico. Eu estava
planejando algo muito mais perfeito, mas eu meio que tive que improvisar. — Ele ri e a beija na
ponta do nariz.
— Ah meu amor, isso foi perfeito, pode
apostar.
— Quer curtir o resto do seu baile, só que
com o acompanhante certo dessa vez? — Ian lhe pergunta.
— Eu gostaria. Você faria isso por mim?
— Minha Nina, você ainda não percebeu que
eu faço tudo por você? — Ele pergunta a olhando com amor enquanto acaricia sua
bochecha.
— Percebi, mas eu ainda pergunto por que às
vezes acho que estou sonhando, e que alguém tão perfeito como você só pode ser
fruto da minha imaginação.
Ian ri e a abraça. Já estava com saudades
da risada do meu amigo, fazia muito tempo que não a escutava.
— Então vamos. Vou rodar você por aquela
pista até você ficar tonta. — Ele repousa o braço nos ombros dela e ela enlaça a cintura
dele com o braço.
— Joseph, você vem ou vai ficar parado aí a
noite toda? — Nina para, se vira e me pergunta.
Ian me olha e o sorriso no rosto dele é
contagiante. Permito deixar pela primeira vez em alguns meses o peso da culpa
escorregar de meus ombros e cair no chão. Sinto-me muito mais leve. Eu não
arruinei a vida do meu melhor amigo para sempre. Ele está feliz de novo, e eu
ajudei isso acontecer. Sorrio largamente para os dois e pisco para Ian quando
digo:
— Eu vou com vocês. Tem duas garotas a quem
estou devendo uma dança.
5 comentários para mais 1!!!
5 comentários para mais 1!!!
Postaaaa mais *-*
ResponderExcluiragente quer o próximo e ninguém comenta :(((((
ResponderExcluiraaaaaah posta mais
ResponderExcluirJá estou aguardando por mais..
ResponderExcluir-liia aqui
Posta mais
ResponderExcluir