Joseph
Dormir a noite inteira nesse sofá acabou
com as minhas costas. Bem, dormir é modo de dizer, afinal se eu consegui fechar
meus olhos e perder a consciência por mais de duas horas é muito.
Demorou para que eu conseguisse desligar
minha mente e finalmente conseguir dormir, e quando isso aconteceu não demorou
muito para que os raios de sol atravessassem a janela e me despertassem.
Eu paguei muito caro nesse sofá, pelo
menos essa porra deveria servir para dormir.
Mas tenho que ser honesto, o sofá não foi
completamente culpado por eu não conseguir dormir na noite passada.
A culpa disso está dormindo nesse exato
momento na minha cama.
Demetria Lovato.
A irmãzinha do meu melhor amigo. Aquela
que eu vi crescer. Aquela que eu segurei em meus braços pela primeira vez
quando tinha pouco mais de um mês de vida.
Foi culpa dela que eu não conseguia
desligar minha mente e ter uma boa noite de sono.
Estou preocupado com ela. Ontem à noite,
aquela Demetria que eu vi, não era ela.
Se embebedar e se atracar com dois
desconhecidos? De jeito nenhum que a Demetria que eu conheço faria isso.
Mas talvez ela não seja mais a menina que
eu conhecia. Depois que me mudei para Dallas e ela foi para a universidade nós
perdemos contato.
A cada dia no trabalho parecia que eu
ganhava mais responsabilidades. A cada dia eu me tornava mais ocupado e para
ver minha própria família demandava de muito esforço da minha parte. Mas eu
nunca deixei de visita-los no final de semana, ou então, pelo menos ligar para
conferir como todos tinham passado a semana.
E é claro que nessas idas até a fazenda
dos meus pais eu ocasionalmente via as gêmeas, mas era sempre breve. Apenas um
“Oi, como tem estado?” “Bem, e você?” “Como está a faculdade?” “Ótima” “Que
bom, tenho que ir, nos falamos qualquer hora.”
Isso quando nos encontrávamos, era
difícil simplesmente encontra-las por lá.
Talvez durante esse tempo distante ela
tenha mudado. Talvez com a influência - muito má - de alguma colega ela tenha
se transformado da água para o vinho.
Mas eu me recuso acreditar nisso. Demetria
nunca foi uma menina influenciável, e das gêmeas, sempre foi a com
personalidade mais forte.
Algo fez com que ela agisse daquela
forma. Ou melhor dizendo, alguém.
Estou cada vez mais convencido que o Harry
que ela comentou ontem durante sua falação bêbada, é o mesmo Harry seu
namorado, é o mais provável.
Ele deve ter feito algo muito sério para
tirar Demetria do prumo dessa forma.
Não quero força-la a nada, mas eu preciso
saber se esse moleque que ela namora fez algo que obrigue eu e Ian a bater a
merda fora dele.
Levando em consideração que ela estava
transtornada o suficiente para se embebedar e deixar dois caras desconhecidos
toca-la daquela forma, eu diria que eu terei que ter uma conversa com esse tal
de Harry. Uma que ele não vai gostar nem um pouco.
A imagem da doce menininha que eu vi
crescer, gemendo enquanto um cara estava com a mão dentro da sua saia, vai
ficar gravada a ferro na minha mente para sempre.
O que não é o maior dos meus problemas se
levado em consideração o que aconteceu depois.
Como eu pude deixar aquilo acontecer?
Como eu pude ter sido tão leviano? Faz
muito tempo que eu aprendi a me controlar quando se trata de mulheres. Admito
que eu ainda tenho uma vida considerada bem promiscua, mas minha vida hoje em
dia comparada com a de quando eu tinha vinte anos é praticamente a de um padre.
Eu me esqueci de tudo quando eu senti os
lábios dela nos meus, suas curvas femininas e delicadas contra mim, seu calor
se misturando com meu calor.
Foi uma sensação boa para caralho. Eu já
troquei calor com muitas mulheres, muitas mesmo. Tantas que eu não posso nem
imaginar, e nenhuma me fez sentir como quando eu tinha Demetria em meus braços.
Eu não tenho noção do que isso quer
dizer, mas não me parece algo bom.
Parece-me que o melhor a fazer é ignorar
aquela sensação, esquece-la por completo e continuar vivendo como se eu nunca
tivesse beijado, tocado e desejado a irmãzinha do meu melhor amigo.
Simples assim? Simples assim. Afinal,
fazer isso não deve ser tão difícil. Não é como se ela fosse viciante.
Levanto-me e não querendo entrar em meu
próprio quarto, vou até a lavanderia e pego uma camisa que estava jogada lá por
cima.
Eu sempre durmo pelado. Roupas na hora de
dormir me deixam desconfortável. Mas visto que eu estaria dormindo no sofá e Demetria
estaria no meu quarto, podendo acordar a qualquer hora - apesar de que eu
duvido que ela levantasse tão cedo - me obriguei a vestir pelo menos uma calça
de moletom.
Colocando a camisa sigo em direção à
cozinha. Aquela menina vai estar com uma baita ressaca quando acordar e
provavelmente não vai querer comer nada, mas eu estou morrendo de fome.
Quem sabe eu posso preparar para ela uma
daquelas bebidas magicas que eu aprendi a fazer e que curam as dores pós-bebedeira,
aposto que ela vai precisar muito.
Pego os ovos e o bacon na geladeira e vou
preparar meu café da manhã. Ovos mexidos, bacon, torradas e suco de laranja.
Coloco duas fatias de pão de forma na
torradeira e enquanto espero ficar pronto quebro e misturo os ovos no pote
arredondado de vidro. Fiz um pouco mais caso Demetria também queira, nunca se
sabe.
A torradeira apita e os pães torrados
saltam para fora, coloco-os em um prato e coloco mais duas fatias para
preparar.
Em uma frigideira frito as tiras de bacon
e em outra remexo os ovos. Pego as coisas no armário para arrumar a mesa,
ocasionalmente verificando a comida para não queimar enquanto distribuo os
pratos e talheres pela mesa.
Viro-me e mexo os ovos e viro as tiras de
bacon. Coço meu queixo e jogo o pano de prato em cima do ombro. Desligo o fogão
e despejo a comida em meu prato, deixando um pouco na frigideira para ela.
— Ahhhh.
Escuto um grito vindo de longe, mas
inconfundivelmente vem de dentro do meu apartamento. Coloco a frigideira no fogão
e vou ver o que diabos fez essa menina gritar desse jeito, mas não é
necessário. Escuto uma porta se abrindo e se chocando contra a parede com força
e passos descalços batendo apressadamente contra o piso de madeira.
Demetria aparece no meu campo de visão.
Ela não está com uma cara nada boa, seu cabelo está todo bagunçado e ela está
vestindo uma camisa minha. Graças a Deus ela cobre o suficiente de suas pernas
e é larga o bastante para caber duas dela ali dentro. Ótimo, isso vai evitar
distrações e pensamentos totalmente inapropriados e que eu não devo ter mais
sobre ela.
Demetria para na porta da cozinha com uma
expressão de puro terror na cara. Seus olhos estão tão arregalados que eu acho
que vão saltar das orbitas a qualquer segundo.
—
Por favor, me diga que nós não transamos! — Ela diz parecendo desesperada.
Ele devia responder, "Não, ainda" kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMuito engraçada a reação dela..... louca pra ver os dois se pegando denovoo pra valer..... kkkkkkkkkk.......
ResponderExcluirContinua logooo........
Kkkkkkkkk postas mais hoje *-*
ResponderExcluirTo amando isso...
Ele devia dar uma zuada básica: tpw, vc não se lembra da nossa noite maravilhosa km
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Ah cara eu amei o capítulo
ResponderExcluirEstou morrendo de rir com essa última parte e eu concordo com a Nessa, ia ser muito engraçado ele dizer isso é ver a cara dela
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