terça-feira, 13 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 8

Joseph
Dormir a noite inteira nesse sofá acabou com as minhas costas. Bem, dormir é modo de dizer, afinal se eu consegui fechar meus olhos e perder a consciência por mais de duas horas é muito.
Demorou para que eu conseguisse desligar minha mente e finalmente conseguir dormir, e quando isso aconteceu não demorou muito para que os raios de sol atravessassem a janela e me despertassem.
Eu paguei muito caro nesse sofá, pelo menos essa porra deveria servir para dormir.
Mas tenho que ser honesto, o sofá não foi completamente culpado por eu não conseguir dormir na noite passada.
A culpa disso está dormindo nesse exato momento na minha cama.
Demetria Lovato.
A irmãzinha do meu melhor amigo. Aquela que eu vi crescer. Aquela que eu segurei em meus braços pela primeira vez quando tinha pouco mais de um mês de vida.
Foi culpa dela que eu não conseguia desligar minha mente e ter uma boa noite de sono.
Estou preocupado com ela. Ontem à noite, aquela Demetria que eu vi, não era ela.
Se embebedar e se atracar com dois desconhecidos? De jeito nenhum que a Demetria que eu conheço faria isso.
Mas talvez ela não seja mais a menina que eu conhecia. Depois que me mudei para Dallas e ela foi para a universidade nós perdemos contato.
A cada dia no trabalho parecia que eu ganhava mais responsabilidades. A cada dia eu me tornava mais ocupado e para ver minha própria família demandava de muito esforço da minha parte. Mas eu nunca deixei de visita-los no final de semana, ou então, pelo menos ligar para conferir como todos tinham passado a semana.
E é claro que nessas idas até a fazenda dos meus pais eu ocasionalmente via as gêmeas, mas era sempre breve. Apenas um “Oi, como tem estado?” “Bem, e você?” “Como está a faculdade?” “Ótima” “Que bom, tenho que ir, nos falamos qualquer hora.”
Isso quando nos encontrávamos, era difícil simplesmente encontra-las por lá.  
Talvez durante esse tempo distante ela tenha mudado. Talvez com a influência - muito má - de alguma colega ela tenha se transformado da água para o vinho.
Mas eu me recuso acreditar nisso. Demetria nunca foi uma menina influenciável, e das gêmeas, sempre foi a com personalidade mais forte.
Algo fez com que ela agisse daquela forma. Ou melhor dizendo, alguém.
Estou cada vez mais convencido que o Harry que ela comentou ontem durante sua falação bêbada, é o mesmo Harry seu namorado, é o mais provável.
Ele deve ter feito algo muito sério para tirar Demetria do prumo dessa forma.
Não quero força-la a nada, mas eu preciso saber se esse moleque que ela namora fez algo que obrigue eu e Ian a bater a merda fora dele.
Levando em consideração que ela estava transtornada o suficiente para se embebedar e deixar dois caras desconhecidos toca-la daquela forma, eu diria que eu terei que ter uma conversa com esse tal de Harry. Uma que ele não vai gostar nem um pouco.
A imagem da doce menininha que eu vi crescer, gemendo enquanto um cara estava com a mão dentro da sua saia, vai ficar gravada a ferro na minha mente para sempre.
O que não é o maior dos meus problemas se levado em consideração o que aconteceu depois.
Como eu pude deixar aquilo acontecer?
Como eu pude ter sido tão leviano? Faz muito tempo que eu aprendi a me controlar quando se trata de mulheres. Admito que eu ainda tenho uma vida considerada bem promiscua, mas minha vida hoje em dia comparada com a de quando eu tinha vinte anos é praticamente a de um padre.
Eu me esqueci de tudo quando eu senti os lábios dela nos meus, suas curvas femininas e delicadas contra mim, seu calor se misturando com meu calor.
Foi uma sensação boa para caralho. Eu já troquei calor com muitas mulheres, muitas mesmo. Tantas que eu não posso nem imaginar, e nenhuma me fez sentir como quando eu tinha Demetria em meus braços.
Eu não tenho noção do que isso quer dizer, mas não me parece algo bom.
Parece-me que o melhor a fazer é ignorar aquela sensação, esquece-la por completo e continuar vivendo como se eu nunca tivesse beijado, tocado e desejado a irmãzinha do meu melhor amigo.
Simples assim? Simples assim. Afinal, fazer isso não deve ser tão difícil. Não é como se ela fosse viciante.
Levanto-me e não querendo entrar em meu próprio quarto, vou até a lavanderia e pego uma camisa que estava jogada lá por cima.
Eu sempre durmo pelado. Roupas na hora de dormir me deixam desconfortável. Mas visto que eu estaria dormindo no sofá e Demetria estaria no meu quarto, podendo acordar a qualquer hora - apesar de que eu duvido que ela levantasse tão cedo - me obriguei a vestir pelo menos uma calça de moletom.
Colocando a camisa sigo em direção à cozinha. Aquela menina vai estar com uma baita ressaca quando acordar e provavelmente não vai querer comer nada, mas eu estou morrendo de fome.
Quem sabe eu posso preparar para ela uma daquelas bebidas magicas que eu aprendi a fazer e que curam as dores pós-bebedeira, aposto que ela vai precisar muito.
Pego os ovos e o bacon na geladeira e vou preparar meu café da manhã. Ovos mexidos, bacon, torradas e suco de laranja.
Coloco duas fatias de pão de forma na torradeira e enquanto espero ficar pronto quebro e misturo os ovos no pote arredondado de vidro. Fiz um pouco mais caso Demetria também queira, nunca se sabe.
A torradeira apita e os pães torrados saltam para fora, coloco-os em um prato e coloco mais duas fatias para preparar.
Em uma frigideira frito as tiras de bacon e em outra remexo os ovos. Pego as coisas no armário para arrumar a mesa, ocasionalmente verificando a comida para não queimar enquanto distribuo os pratos e talheres pela mesa.
Viro-me e mexo os ovos e viro as tiras de bacon. Coço meu queixo e jogo o pano de prato em cima do ombro. Desligo o fogão e despejo a comida em meu prato, deixando um pouco na frigideira para ela.
— Ahhhh.
Escuto um grito vindo de longe, mas inconfundivelmente vem de dentro do meu apartamento. Coloco a frigideira no fogão e vou ver o que diabos fez essa menina gritar desse jeito, mas não é necessário. Escuto uma porta se abrindo e se chocando contra a parede com força e passos descalços batendo apressadamente contra o piso de madeira.
Demetria aparece no meu campo de visão. Ela não está com uma cara nada boa, seu cabelo está todo bagunçado e ela está vestindo uma camisa minha. Graças a Deus ela cobre o suficiente de suas pernas e é larga o bastante para caber duas dela ali dentro. Ótimo, isso vai evitar distrações e pensamentos totalmente inapropriados e que eu não devo ter mais sobre ela.
Demetria para na porta da cozinha com uma expressão de puro terror na cara. Seus olhos estão tão arregalados que eu acho que vão saltar das orbitas a qualquer segundo.
— Por favor, me diga que nós não transamos! — Ela diz parecendo desesperada. 

4 comentários:

  1. Ele devia responder, "Não, ainda" kkkkkkkkkkkkkk

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  2. Muito engraçada a reação dela..... louca pra ver os dois se pegando denovoo pra valer..... kkkkkkkkkk.......
    Continua logooo........

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  3. Kkkkkkkkk postas mais hoje *-*
    To amando isso...
    Ele devia dar uma zuada básica: tpw, vc não se lembra da nossa noite maravilhosa km
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  4. Ah cara eu amei o capítulo
    Estou morrendo de rir com essa última parte e eu concordo com a Nessa, ia ser muito engraçado ele dizer isso é ver a cara dela
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