sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

CAPÍTULO 17 BIG


Joseph
— Demetria, espera eu... — Não consigo terminar minha frase, ela se foi.
Fico encarando a porta por alguns segundos me perguntando se eu deveria ir atrás dela ou dar lhe um tempo. Escolho a segunda opção.
Passo a mão por meu rosto e meus cabelos frustradamente.
“Você é um idiota, Joseph. Um idiota de primeira.”
Não posso acreditar que eu confessei para Demetria que eu já me masturbei pensando nela, que tipo de idiota faz isso? Claro que foi sem querer, eu estava desesperado tentando me justificar e quando eu percebi já estava falando.
Não terminei a frase, mas não precisei, ela entendeu. E a sua cara...Droga, ela deve estar com nojo de mim, me achando um tarado. Ela me vê como um irmão mais velho e eu pensando nela como mulher, mas que fodido.
Você sabia que isso ia acabar em merda, Joseph. Não devia tê-la beijado, mas eu simplesmente não pude evitar.
Desde que nos beijamos pela primeira vez, naquela noite que ela estava bêbada, eu tentei fingir que não havia sido nada demais, tentei fingir para mim mesmo que eu não queria mais.
Mas como eu queria.
Eu deveria ter me afastado, deveria ter negado em ajuda-la.
Eu deveria ter feito tanta coisa, mas não fiz.
Essa vontade de sentir seus lábios, seu gosto, seu calor novamente foi crescendo a cada dia até que hoje eu não aguentei mais. E agora veja o que aconteceu! Ela nunca mais vai querer olhar na minha cara ou falar comigo.
“Você ferrou com tudo, Joseph.”
Sento-me no sofá e começo apensar no que eu devo fazer para remediar essa situação. E obvio que eu não posso mais ficar perto de Demetria.
Eu nunca senti esse tipo de necessidade, tão grande, por nenhuma outra mulher. Porque tinha que ser justo com uma que eu não posso ter?
O jeito é me afastar dela. É isso que eu vou fazer. Isso e pegar tantas mulheres quanto eu conseguir, esse meu desejo tem que ser saciado, se não sinto que vou ficar maluco. Tenho que achar uma mulher com quem eu possa transar sem compromisso e sem sentir culpa nenhuma por isso, e que seja capaz de tirar esse desejo por Demetria do meu sistema. Tenho que achar alguém que eu possa ter e que tenha os lábios tão macios, o corpo tão delicado e o perfume tão inebriante quanto o dela. Só assim vou conseguir ter um pouco de paz. Mas primeiro eu devo me desculpar com Demetria por ser um filho da puta. Amanhã irei falar com ela, e depois manter a maior distância possível.
Demetria
Olho para as várias chamadas perdidas no meu celular. Todas de Joseph. Desde o dia seguinte aquele em seu apartamento ele tem me ligado constantemente e mandado mensagens, e eu tenho ignorado todas. Não sei como lidar com isso. Eu só tenho conseguido pensar em nosso beijo e em como eu gostei dele, e em como é errado eu ter gostado. É errado, não é? Quer dizer, Joseph é totalmente proibido para mim. Primeiramente ele é muito mais velho, quase uma década inteira. Segundo, ele é o melhor amigo do meu irmão, o que leva a terceira coisa, ele é praticamente um segundo irmão para mim. Sempre o achei um homem atraente, mas nunca tinha pensado nele de fato como homem. Até ele ter me beijado e me confessado que me vê como mulher. Toda vez que eu me lembro da sensação dos seus lábios nos meus, da sensação da minha mão em seu peito e da sua em minha coxa, um calor infernal me domina. Mas que droga, o que eu devo fazer com isso? Eu não posso simplesmente me entregar a luxuria, posso? Não, claro que não. Se eu fizesse isso, se eu me deixasse levar por esse desejo recém-descoberto por Joseph e dormisse com ele, o que aconteceria depois? Na outra manhã eu simplesmente iria embora como se nada demais tivesse acontecido, ou talvez ele nem permitisse que eu dormisse em sua cama. Conheço muito bem a fama de Joseph. Ele transa com inúmeras mulheres, mas é só isso. Sem envolvimento emocional nenhum, depois de elas darem o que ele quer, elas devem ir. Seria eu capaz de aceitar isso somente para saciar meu desejo? Estaria disposta a arriscar nossa relação de amigos e criar momentos desconfortáveis, quando nos encontrássemos numa festa na fazenda, por exemplo?
Não. Não vale a pena.
E além de tudo isso, tem Harry. O que ele fez foi horrível, o ver batendo em Joseph daquela maneira me fez pensar sobre algumas coisas, mas mesmo assim, eu tenho sentimentos por ele. Talvez eu não deveria, mas não se pode controlar o coração, exatamente como não se pode controlar nosso desejo. Por conta do que aconteceu depois do jogo, tenho evitado mais ainda de encontrar Harry. Parece-me que logo não poderei mais sair desse quarto, parece que de uma hora para a outra estou tendo de evitar todo mundo.
Joseph, Harry, Camilla.
Eu deveria ser uma pessoa mais corajosa e enfrentar meus problemas de frente, e não simplesmente me esconder em meu quarto como uma garotinha assustada.
Mas de novo, a gente nem sempre faz o que se deve.

— Bom turma, é só isso por hoje. Já estamos no horário então continuamos na próxima aula, mas por favor, não se esqueçam de antes de sair me entregar o trabalho. Não aceitaria outro dia.
Guardo minhas coisas na mochila e levanto-me, indo em direção a mesa da professora.
— Aqui está, Sra. Pecked. — Digo lhe entregando o trabalho que eu tanto me esforcei para fazer.
— Obrigada, Demetria.
Saio da sala com passos rápidos e o olhar baixo. Quero aproveitar que Camilla não deve estar no nosso apartamento ainda, e correr para lá e me trancar em meu quarto.
Eu literalmente fico enjoada toda vez que sou obrigada a olhar para a cara daquela que um dia achei ser minha amiga.
Saio do prédio e desviando de um aluno aqui, outro ali, sigo na direção de meu dormitório.
Passo a tarde inteira lá dentro, saindo ocasionalmente para comer alguma coisa. Por sorte Camilla não voltou para cá depois da aula, provavelmente ela deve estar dando em cima de algum cara comprometido. Nojenta.
Só de pensar como eu fui idiota de confiar nela, achar que ela era minha amiga, fico com tanta raiva. Não sei como farei até me formar, não queria me mudar e dar o gostinho da vitória para ela, mas também não posso mais viver assim. Escondendo-me, sempre com cautela, me privando de andar em meu próprio apartamento. Quando o final do dia chega e não consigo mais olhar para nenhum livro sem que minha cabeça doa, decido ir tomar um banho para relaxar. São 18:30, talvez depois eu possa pedir algo para comer, ou eu mesma fazer alguma coisa, não estou muito afim de sair hoje. Depois talvez escutar um pouco de musica para relaxar e então dormir para amanhã me matar de estudar novamente.
Saio do banho e assim que escuto um barulho na cozinha congelo. A vadia está em casa. Vou direto para meu quarto e me tranco lá. Passo hidratante no meu corpo, penteio meu cabelo e o seco com o secador. Coloco meu pijama confortável de algodão e respiro fundo antes de destrancar a porta e ir para a cozinha pegar algo para comer. Chegando lá estranho ao ver várias sacolas em cima da mesa e Camilla mexendo nelas.
— Veja só quem saiu do seu casulo. Sabe, você não precisa me evitar só porque eu dormi com seu namorado. — Ela diz rindo e sinto a vontade de pular em seu pescoço crescendo.
— Não estou te evitando, mas se tivesse, o motivo teria mais ver com o fato que a sua cara parece com a do Grinch e me faz ter vontade de vomitar.
— Nossa, não diria que você é um pessoa rancorosa, Demetria. Você tem que superar o fato de ter pegado seu namorado transando comigo, sabia? — Ela diz com um sorriso de vadia no rosto.
Abro a geladeira e pego os ingredientes necessários para me fazer um sanduiche, queria comer alguma coisa de verdade, mas não suportarei ficar aqui com ela tempo suficiente para fazer alguma comida mais elaborada.
— Porque você não vai rodar sua bolsa na esquina, que é o seu lugar? — Puta idiota, como eu queria bater nela até toda minha raiva se esvair de mim.
Ela começa a rir escandalosamente.
— Você realmente ainda não esqueceu o Harry, não é? Se não, não estaria com tanta raiva de mim. Mas sinto te informar que eu posso ter o Harry a hora que eu quiser, só preciso estalar os dedos e ele vem correndo, então é melhor você esquece-lo logo, se não seu pequeno e frágil coraçãozinho vai se machucar mais ainda.
Não viro-me para ela ou respondo-a, jogo o conteúdo do sanduiche no pão com pressa e tento me controlar para que minhas lágrimas não escorram e eu me humilhe na frente dela.
Preciso sair daqui. Pego meu prato sem ter colocado nem metade das coisas que eu gostaria e ainda sem olha-la, sigo para meu quarto e me tranco lá.
Assim que a porta se fecha sinto as lágrimas transbordando de meus olhos, chegando até o canto da minha boca, me fazendo sentir o gosto salgado da tristeza e raiva.
Termino de comer meu sanduiche e vou me deitar, pego meu Ipod da gaveta na cômoda de madeira ao lado da cama e coloco os fones de ouvido.
Conforme as musicas vão trocando sinto meus olhos se fechando, e sem me dar conta do momento exato, eu adormeço.
Barulhos de risadas e musica alta me despertam. Sento-me confusa por causa do sono, meu Ipod está no chão, devo ter o derrubando na agitação do meu sono, pego-o e coloco em cima da cômoda, olhando para o relógio ao lado.
São 10 da noite. Mas que merda, quem está fazendo tanto barulho a uma hora dessas? Algumas das meninas devem estar dando uma festa, só pode.
Levanto-me apressadamente e vou até a porta, esfregando meus olhos para que a nuvem nublada do sono me deixe. Destranco a porta e a abro, imediatamente a musica alta chega aos meus ouvidos, as risadas menos abafadas, escuto muitas vozes conversando.
Espera um minuto, isso está vindo do meu apartamento. Não acredito que aquela vaca está dando uma festa sem me consultar.
Ando pelo corredor e vou até a sala, meu queixo cai quando vejo várias pessoas bebendo, dançando e conversando. Todos tão alheios em suas conversas que nem ao menos percebem minha presença.
Eles estão fazendo tanto barulho que não sei como a Sra. Crosby não foi chamada ainda.
— O que você está fazendo aqui? Vai atrapalhar minha festa, volte para o seu quarto. — A voz de Camilla me surpreende e eu olho para o lado, apenas para vê-la com um vestido curto e segurando duas garrafas de bebidas na mão.
— Camilla, você tem que mandar essas pessoas embora agora. — Exijo e ela apenas ri e revira os olhos.
— Até parece que eu vou fazer isso.
— Esse apartamento também é meu, você não pode dar uma festa sem falar comigo. Na verdade, você não pode dar uma festa e ponto. É proibido.
— Saia da minha frente e não me incomode com essas suas baboseiras, ok? — Ela possa por mim mas seguro seu braço.
— Eu quero dormir, tenho que estudar amanhã. Acabe com essa festa agora, ou então leve-a para outro lugar. — Digo tentando controlar minha raiva.
— Não. Você nunca ouviu o ditado “os incomodados que se mudem”? Então, ou vá embora ou fique no seu quarto quietinha. Mas não venha querer foder com a minha festa, ok? — Ela puxa o braço e vai rebolando até o grupo de pessoas que estão sentados no sofá.
“Deus, dai-me forças para não acabar com essa vaca que chamam de mulher.”
Pisando duro e desviando das pessoas e de um casal se pegando no corredor, entro em meu quarto novamente, bato a porta com força e a tranco. Vou para debaixo das cobertas e pego meu Ipod novamente. Coloco um som ambiente de chuva com uma flauta suave no fundo para ver se consigo dormir. Reviro-me na cama, aumento o volume, reviro-me de novo, fecho os olhos e tendo me desligar do barulho insuportável que vem do lado de fora do meu quarto. Fico assim pela próxima meia hora, mas não consigo dormir. Os amigos parasitas de Camilla são barulhentos demais. Desisto de tentar dormir e me levanto, vou até a Janela e abro a cortina, observo a rua e as arvores iluminadas pelas fracas e amareladas luzes dos postes. A essa hora é difícil encontrar pessoas caminhando por aí, é tudo calmo e silencioso. Talvez eu pudesse sair e dar uma caminhada pelo campus. Decido que é isso que vou fazer. Visto uma calça legging e uma blusa regata, colo meus tênis de corrida e pego um moletom com as letras “UTD” bordadas na frente e visto, faço uma rapo de cavalo e pego minha chave, colocando no bolso do moletom, abro a porta e tento fazer o mais rapidamente possível o trajeto do meu quarto até a porta de saída. Felizmente, mas uma vez, ninguém parece perceber minha presença. Todos estão bebendo, dançando, e muitos casais estão praticamente fazendo sexo na minha sala. Ótimo, agora nunca mais vou poder sentar naquele sofá, ou encostar nas paredes, ou em qualquer outro móvel. Ainda bem que me lembrei de trancar meu quarto, só de imaginar um casal de namorados indo até lá e transando na minha cama como animais no cio me dá náuseas. Desço as escadas, digito o código da porta, que realmente é uma medida de segurança inútil porque todos sabem os códigos de cada dormitório, justamente para ocasiões como essas, quando precisam ir a alguma festa. Assim que coloco meus pés no lado de fora sinto o ar fresco e gelado da noite. Escondo minhas mãos no bolso e vou para a esquerda. Não tenho pressa, não tenho destino, então simplesmente ando calmamente pela calçada. Quando estou passando na frente do bloco do dormitório ao lado do meu, uma Trailblazer preta chama minha atenção, me fazendo parar. Ela está estacionada do outro lado da rua,
por causa dos vidros escuros não consigo dizer quem está lá dentro. Vejo a placa e franzo a testa, um arrepio percorre meu corpo de repente. Será que é ele? Ando até o carro e dou duas batidinhas na Janela do lado do passageiro, imediatamente o vidro se abaixa, revelando o homem que eu imagina que veria ali dentro.
— Joseph? O que você está fazendo aqui? — Pergunto confusa.
— Você não tem atendido minhas ligações. — Ele diz com a voz fraca. Olho para baixo e solto um suspiro.
Sim, eu tenho o evitado descaradamente de propósito, esperava que ele pegasse a dica e não me procurasse. Como vou enfrenta-lo depois do que aconteceu entre nós? Como vou olha-lo nos olhos depois de ter sonhado com ele me tocando de um modo nada fraternal?
— Sinto muito. — Digo quase num sussurro. Forço-me a levantar os olhos e olhar para ele, Joseph está me encarando intensamente com aqueles olhos verdes impressionantes.
— Você está me devendo uma conversa, lembra? — Ele diz com um leve sorriso nos lábios.
Um pouco hesitante levo minha mão até a porta e a abro, entrando timidamente no carro. Joseph passa o olhar por minhas pernas e solta um suspiro, olha para a frente e resmunga algo. Não sei o que dizer então permaneço em silêncio, esperando que ele diga algo, mas ele também não o faz. Entrelaço meus dedos no colo e fico encarando minhas mãos.
— Acho que precisamos conversar sobre o que aconteceu no outro dia. — Ele diz, eu balanço a cabeça ainda encarando minhas mãos.
— Eu pensei que o melhor seria te deixar em paz, mas eu queria te pedir desculpas por te deixar desconfortável aquele dia, mas você claramente não queria falar comigo, sempre ignorando minhas ligações e mensagens. Olho para ele com um olhar de desculpas e volto minha atenção para minhas mãos em meu colo.
— Demetria, eu sinto muito...O modo como agi, as coisas que eu falei...Entendo que possam ter te assustado, te pegado desprevenida. Acredite, eu fui pego desprevenido por...Isso. — Olho-o com o canto do olho e vejo que ele está indicando nós dois.
— Por favor, diga alguma coisa. — Ele pede.
O que eu posso dizer? Que eu fiquei sim surpresa com sua confissão, e que até aquele momento nunca havia pensado nele como homem, mas que depois do nosso beijo um desejo e um calor infernal tomaram posse de mim?
Não posso confessar isso para ele, é difícil até mesmo de admitir isso para mim mesma.
— Por que você está aqui? Quer dizer, é tarde e...Se eu não atendi suas ligações claramente não queria falar com você, então porque você veio mesmo assim? — Digo tomando coragem e encarando-o nos olhos.
— Eu...Eu vim porque...Porque... — Ele desvia o olhar e parece nervoso, sinto sua tenção daqui. — Bem, eu vim te pedir desculpas, como eu falei.
— Só por isso? — Pergunto.
— Não. — Ele responde tão baixo, sua boca quase não faz movimento nenhum, que penso que posso ter imagino sua resposta.
— Então o que mais você quer? — Pergunto e escuto um gemido, quase como um uivo torturado, saindo de sua garganta.
Vejo suas mãos que seguram a base do volante, aperta-lo até os nós dos dedos ficarem brancos. Ele se vira para mim e sua expressão é machucada, como se ele estivesse sentindo algum tipo de dor física.
Ele me encara com a testa franzida e a respiração irregular.
— Você, eu quero você. — Ele diz quase que com um tom de desculpas, com a voz não passando de um sussurro.
Meu corpo reage involuntariamente a suas palavras e a rouquidão de sua voz, se arrepiando todo.
— Joseph, nós não podemos... — Começo a dizer.
— Eu sei. Eu sei muito bem que nós não podemos. Você é a irmãzinha do meu melhor amigo, é mais nova e me considera como um segundo irmão, eu sei de tudo isso. Mas...
— Mas?
— Eu nunca desejei outra mulher como eu desejo você. No começo achei que não era nada demais, achei que era algo que eu pudesse controlar, aguentar. Mas está ficando insuportavelmente doloroso a cada minuto que passa. Tentei fazer de tudo para acabar com isso, tentei me satisfazer de várias formas possíveis, mas quando acabava esse desejo ainda estava lá, crescendo mais forte e mais forte e mais forte e Demetria... — Ele aproxima seu corpo e me olha como se estivesse sendo torturado e quisesse minha ajuda para livra-lo da agonia do sofrimento. — Estou ficando louco, sinto que posso ficar literalmente louco se não tê-la. Esse meu lado que me diz que tocar em você é errado, e que me impede de agarra-la e possui-la vorazmente, está cada vez mais fraco. Achei que esses dias em que você vem me ignorando ajudariam, que a distância ajudaria, mas eu estava errado. E agora, aqui, tão perto de você...Sinto que não sou mais capaz de me controlar.
Sua mão agarra meu pescoço e ele me puxa para mais perto de si, nossos narizes se encostando.
— Seus lábios são de longe a coisa mais gostosa que já provei. — Ele sussurra para mim, sinto seu hálito quente em meu rosto.
Meu coração bate fortemente em meu peito, sinto minha respiração ficando mais difícil a cada inspiração. Cubro a sua mão em meu pescoço com a minha, tentando tira-la de lá para me afastar, mas ele não me deixa. Ele leva sua outra mão até minha bochecha e a deixa lá, nesse momento sua boca vem faminta para a minha.
Abro-a para ele e sua língua vem ansiosamente brincar com a minha, no primeiro contato escuto Joseph gemer. Um fogo se acende em meu útero e parece queimar meu corpo de dentro para fora. Joseph ataca minha boca com ferocidade, sua língua passeia pela minha boca deixando em cada canto seu gosto delicioso.
“Oh Deus, isso é bom demais!”
Joseph beija, mordisca e chupa meu lábio, me fazendo choramingar. Desisto da ideia de tentar afasta-lo, não sou forte o suficiente para isso. Deslizo minha mão por suas costas, abraçando-o apenas com um braço. Joseph faz o mesmo, desliza sua mão em direção as minhas costas e me abraça forte, me puxando mais ainda para perto de si, desconfortavelmente por causa do câmbio me deixo ser puxada para mais perto do calor do seu corpo. Passo minhas mãos freneticamente pelas costas de Joseph, desejando que ao invés do tecido de sua camisa, eu pudesse sentir sua pele. Com minhas unhas arranho levemente sua pele por cima da camisa, ele geme mais e seu beijo fica mais desesperado. Sua mão desliza mais, saindo de minhas costas e fazendo seu caminho para minha coxa, quando ele chega lá, ele a aperta e passa sua mão por toda a extensão. Como estou um pouco de lado, não estou totalmente sentada no banco, Joseph se aproveita e sua mão logo desliza para minha bunda, ele dá um tapa de leve e depois a aperta, me fazendo gemer alto. Meu gemido é acompanhado pelo seu, escutar Joseph gemendo é muito mais excitante do que eu poderia imaginar. Quando eu escutava Harry gemendo não me provocava tanto calor assim, eu achava que o fato de saber que Harry me desejava me provocava um calor que eu nunca poderia sentir com outra pessoa, mas agora, com Joseph...O jeito que ele me beija, quase me devorando, o jeito que suas mãos viajam por meu corpo, quase me reverenciando, isso tudo está me fazendo sentir mais quente do que jamais estive. Meu corpo todo está em estado de alerta, só o simples roçar da minha calcinha contra minha carne encharcada está me deixando louca. Meus mamilos estão tão duros que até doem, estou tão quente que sinto que posso entrar me combustão instantânea. Nunca senti isso antes, nem mesmo com Harry, esse calor e desejo arrebatadores são experiências novas para mim, e apesar de estar com medo e saber que o que estou fazendo é errado, não consigo querer parar. Nem mesmo a consciência que se Ian me visse assim com seu melhor amigo, na verdade, se todos me vissem assim com Joseph, ficariam decepcionados e muito tristes, consegue me impelir para longe dos braços do moreno lindo de olhos verdes. Joseph segura meu rabo de cavalo e puxa meu cabelo, sua boca dá uma trégua para a minha, me possibilitando de tentar recuperar o fôlego. Seus lábios macios beijam toda a linha do meu maxilar, depois vão descendo pelo meu pescoço, ele dá leves mordidas em toda a extensão de pele exposta. Eu gemo e aperto os olhos com força. Ele alterna entre mordiscar, beijar e lamber meu pescoço. Mas não importa o que ele faça, tudo me arranca gemidos necessitados. Sinto sua respiração em minha orelha, logo sinto seus lábios se fechando em meu lóbulo, ele o chupa e depois o puxa com os dentes. Sinto que estou me transformando para um estado liquido, que estou me desfazendo. Sinto o meio das minhas pernas ficar mais molhado e quente.
— Vamos para meu apartamento. — A voz falhada de Joseph sussurra diretamente em minha orelha. — Por favor, venha comigo, eu preciso de você.
— Joseph. — Só consigo gemer seu nome.
— Meu corpo precisa mais de você agora do que do ar para respirar. Venha comigo. — Ele pede e continua beijando meu pescoço, fazendo com que formar qualquer pensamento racional seja muito, muito difícil.
— Joseph, eu...Ann...Nós não podemos ir tão...Tão longe. — Digo em meio aos suspiros que suas caricias arrancam de mim.
— Eu tentei, Demetria. Eu tentei ser bom, mas estou cansado de resistir. Quero você, não importa as consequências.
— Não podemos, Joseph.
— Sim, nós podemos. Nós precisamos. Você também me deseja, não é? — Ele pergunta ainda me atacando com suas caricias enlouquecedoras.
— Sim. — Suspiro.
— E você está com medo desse desejo, não é?
— Sim.
— Eu entendo, sei que tudo isso é fodido demais. Estamos sentindo desejo por uma pessoa que não deveríamos, mas por favor Demetria, tudo o que eu te peço é uma noite...Só uma noite.
— E depois o que? Não podemos fazer isso sem prejudicar a sua relação com meu irmão, com minha família, comigo. — Digo me afastando um pouco para olha-lo nos olhos.
Seu olhar me surpreende, escorre luxúria. Joseph me olha tão fixamente, como só pudesse enxergar a mim.
Ele não diz nada com relação a minhas palavras. Afasto-me mais, voltando a me sentar normalmente no banco, minha respiração ainda irregular e meu corpo ainda sofrendo com o desejo.
Escuto a respiração pesada e barulhenta dele ao meu lado.
— Você também sente desejo por mim, porque não podemos ficar juntos apenas por uma noite? Apenas para acabar com essa tortura? Ninguém precisa ficar sabendo, nem Ian nem nossas famílias. E a nossa relação só vai ficar estranha se a gente permitir, se a gente souber separar as coisas podemos continuar sendo amigos e...
— Não. Pare agora, Joseph. — Como ele pode falar isso? Como ele pode “negociar” uma noite comigo, tratar algo assim com tanta indiferença? Mesmo sendo apenas uma noite.
Eu sei que ele é assim, sempre tratando todas as mulheres e todas as transas como sem importância, apenas interessado no prazer que elas vão lhe proporcionar. Não sou idiota, já escutei Ian, meus pais, Nick e até mesmo Selena comentando sobre a vida de libertino de Joseph, já cheguei até mesmo há comentar um pouco sobre isso com Sunny.
Mas ver esse lado dele em ação, ser tratada como apenas uma transa, apenas uma noite de diversão...Não sei se consigo lidar com isso.
O único homem com quem eu já estive foi Harry, e eu só entreguei minha virgindade para ele depois que eu tinha certeza que o amava. Como eu me sentiria em fazer sexo com Joseph sabendo que seria só isso, apenas sexo? Sem compromisso, sem sentimentos, sem nenhuma ligação emocional...
Não sei se eu consigo tratar essa intimidade tão grande entre duas pessoas com tanta indiferença quanto ele.
Será que eu deveria tentar? Eu desejo Joseph, isso é um fato. Se eu fosse transar somente com a pessoa que eu amo, então eu nunca mataria meu desejo por Joseph, porque me apaixonar por ele é totalmente impossível.
O que devo fazer? Não sei, estou confusa. Mas eu sei que não gostaria nada de transar com Joseph e depois ser tratada com tamanha indiferença com que ele trata suas transas. Não quero ser só mais um rosto, só mais uma noite, só mais um orgasmo.
— Não quero ser só mais uma. — Digo encarando a noite através da Janela a minha frente.
— Demetria, eu te desejo como nunca havia desejado ninguém antes, é algo muito forte. Mas eu não posso te oferecer mais que isso, mais que a satisfação dos nossos desejos. Você é alguém com quem eu me importo muito, então é claro que você não seria só mais uma, mas se você está querendo algo como flores e balões então...Sinto muito, mas isso eu nunca poderei dar para ninguém.
Não sei por que meus olhos se enchem de lágrimas. Luto para não derrama-las, evito olha-lo nos olhos.
— Não sei se sou capaz de fazer isso, transar com você mesmo amando Harry. Nunca tive sexo sem compromisso, não sei como me sentiria com relação a isso. — Confesso.
— Você não quer descobrir?
— E se eu me deixar levar pelo meu desejo e me sentir um lixo depois? Não terá volta. — Ele não diz nada, ainda não consigo encara-lo nos olhos.
— Harry não merece toda essa consideração e com certeza não merece o espaço que ocupa em seu coração. — Ele diz com a voz seria.
— Eu e ele vamos resolver nossos problemas, acho que com a sua ajuda já fiz ele sofrer o suficiente.
— Você não pode estar falando sério, Demetria. Você não pode voltar com aquele cara, ele não te merece. Sei que conJonasei em te ajudar no começo, até mesmo te dei essa ideia de fazer ciúmes, mas eu nunca achei que você e ele deveriam voltar.
— Eu o amo, e quem ama perdoa, não é?
— Eu sempre achei que você parecia ser uma pessoa forte, alguém que nunca perdoaria ser enganada de uma forma tão baixa como a que Harry te enganou.
Olho para o outro lado, tentando esconder meu rosto para que Joseph não veja a lágrima que escorre em meu rosto.
Ele tem razão, perdoar Harry e voltar com ele como se nada tivesse acontecido vai me custar muito. Mas o que eu posso fazer? Eu o amo, quero ficar com ele.
Mesmo sabendo que a sombra da sua traição sempre pairará sobre nós.
— Eu o amo, é isso que importa. — Digo para ele mas mais como um modo de convencer a mim mesma.
— Não quero mais que você me ajude, e não quero mais que você me procure. Acho que isso é o melhor para nós dois, já que esse desejo que sentimos é tão forte.
— Você tem certeza? — Ele pergunta com a voz baixa.
— Sim.
— Tudo bem, não te incomodarei mais, mesmo que isso me custe muito.
Ainda sem olha-lo nos olhos, abro a porta e saio. Ando de volta para meu dormitório sem olhar para trás.

Só quero minha cama, mesmo com aquela festa maldita acontecendo lá, minha cama me parece o melhor lugar para estar agora.

Tá aí um bem grande para que eu não fique em divida com vocês.
segunda tem surpresa... então comentem bastante!!! 

CAPÍTULO 16

Demetria
— Harry, pare com isso! — Grito desesperada quando Harry acerta um segundo soco na cara de Joseph. Mas ele não me escuta.
Ele acerta um soco no estômago e Joseph se inclina com falta de ar. Meu coração está acelerado e sinto lágrimas escorrerem por minhas bochechas. Preciso fazer algo para ajudar Joseph.
— Harry, por favor pare com isso. — Digo me jogando em cima dele para tentar impedi-lo.
— Não se meta, Demetria. — Harry grita e me empurra para o lado.
— Não encoste nela. — Joseph grita e recebe mais um soco, ele tenta se estabilizar o suficiente para revidar os golpes mas ele está tonto e Harry não lhe dá brecha.
Eu não vou conseguir para-lo, preciso de ajuda.
Saio correndo procurando por ajuda mas não encontro ninguém. Vejo um carro manobrando e reconheço o motorista, é Guga, um amigo de Harry.
Corro até o carro e bato no vidro ao seu lado.
— Pelo amor de Deus, Demetria, que susto. — Ele diz abrindo o vidro.
— Guga, por favor, você tem que me ajudar. — Digo sem fôlego pela corrida.
— O que aconteceu? — Ele pergunta com a expressão preocupada.
— O Harry, ele está brigando, você tem que impedi-lo.
— Caralho. — Ele xinga saindo do carro.
— Marc, venha comigo. — Ele diz e só agora reparo que tem outro cara com ele no carro.
Nós três então saímos correndo em direção a Harry e Joseph.
— Harry, cara, pare com isso. — Guga grita assim que chegamos perto dos dois.
Guga e Marc pulam em cima de Harry e o seguram, vou correndo até Joseph para ampara-lo.
— Harry, pare com isso cara.
— Me solta, eu vou acabar com ele. — Harry grita tentando violentamente se soltar do aperto de Guga e Marc.
— Cara, você está louco? Você deveria estar comemorando. — Marc diz para ele.
— Eu vou, depois que eu ensinar uma lição para esse filho da puta. — Ele grita.
— Joseph, você está bem? — Pergunto servindo-lhe de apoio.
— Estou.
Mas é claro que ele está mentindo. Que pergunta mais idiota a minha, é claro que ele não está bem, sua cara está toda machucada.
— Demetria, é melhor você tirar seu amigo daqui. — Guga diz mal conseguindo segurar Harry.
Balanço a cabeça e olho para Joseph.
— Consegue chegar ao seu carro? — Pergunto e ele assente.
— Isso é por mexer com a minha garota, filho da puta. Se você chegar perto dela de novo eu acabo com você, entendeu? Acabo com você. — Escuto Harry gritando conforme nos afastamos.
Chegamos ao carro de Joseph, ele me entrega a chave e eu o coloco no banco no passageiro, escuto ele soltando alguns gemidos de dor, mesmo ele tentando disfarça-los.
Corro até o lado do motorista e entro.
— Você quer ir para casa ou para um hospital? — Pergunto ligando o carro.
— Para casa, hospital não.
— Tudo bem. Aguente firme, ok? Já vamos cuidar de você.
Piso fundo no acelerador e guio com pressa até seu apartamento. Depois de ter feito o caminho na metade do tempo e com certeza depois
de levar uma ou duas multas por excesso de velocidade, chegamos ao endereço de Joseph.
Ajudo-o a sair do carro e a entrar no prédio. Assim que o porteiro nós vê seus olhos se arregalam e ele corre para nos ajudar. Assume meu lugar e escora Joseph até o elevador, ele não faz nenhuma pergunta, talvez ele esteja acostumado a ajudar os moradores nas mais diversas situações.
— Ela cuida de mim a partir de agora, obrigado Carlos. — Joseph diz quando entramos no elevador.
— Sim, senhor. — Carlos me dá espaço e eu pego Joseph, colocando seu braço no meu ombro e meu próprio braço em sua cintura.
Quando chegamos em seu apartamento, levo-o direto para o sofá e o mais delicadamente possível o sento.
— Você tem um kit de primeiros socorros?
— No banheiro do meu quarto. Última gaveta da esquerda. — Ele diz parecendo estar com muita dor.
Droga, isso tudo é culpa minha, tenho que ajuda-lo.
Vou rapidamente até o banheiro e procuro pelo kit, assim que acho-o volto correndo para a sala.
— Não se preocupe, vou limpar seus machucados. — Digo me sentando ao seu lado no sofá.
Abro o kit e seleciono os objetos necessários para limpar seus machucados e tirar o sangue da sua cara.
Enquanto preparo as coisas, observo Joseph com a cabeça encostada e os olhos fechados. Ele está com um corte nos lábios e outro na sobrancelha e o canto do seu olha está ficando roxo.
— Vai doer. — Digo e ele abre os olhos e se endireita.
— Tudo bem.
Aproximo-me mais dele e encosto o algodão com o remédio no corte de sua boca.
— Porra. — Ele xinga e eu retiro o algodão no mesmo instante.
— Desculpa. — Peço.
— Tudo bem. — Ele diz e eu hesitante volto a colocar o algodão em seu machucado. Ele faz uma careta de dor mas não reclama dessa vez.
Limpo seus cortes e retiro todo o sangue da sua cara, que estava dando-lhe um ar assustador e a impressão que seus ferimentos era muito piores do que realmente são. Ele permanece em silêncio o tempo todo, ocasionalmente fazendo caretas enquanto o limpo.
— Foi sorte. — Ele diz.
— O que? — Pergunto confusa.
— Foi sorte. Ele me pegou desprevenido.
Ah sim, claro que ele não vai querer admitir que apanhou de Harry. Tem a ver com aquele orgulho masculino. É melhor eu concordar.
— Sim, claro, eu sei.
— É sério, ele me pegou desprevenido, se não eu teria acabado com ele.
— Tudo bem, Joseph, agora fique quietinho para eu cuidar de você, ok?
— Ok...Mas ele me pegou desprevenido.
— Eu já entendi isso. — Digo com um sorriso no canto nos lábios.
— Quão mal é?
— Acho que não está tão mal quanto parecia. — Digo analisando seu rosto depois que já cuidei de seus ferimentos.
— Você tem remédio para dor?
— Tenho, está ai. — Procuro pelo remédio dentro da bolsa e lhe entrego assim que acho.
— Vou buscar água.
— Não precisa. — Ele diz e engole o remédio sem o auxilio da água.
— Sinto muito, Joseph. Eu não achei que ele fosse...
— Está tudo bem. — Ele diz e se mexe, soltando um gemido.
— Está tudo bem mesmo? — Pergunto preocupada — Joseph, me diga onde você está com dor.
— Minhas costelas, mas...Ei, o que você está fazendo? — Ele pergunta parecendo assustado quando levo minhas mãos para a barra da sua camisa.
— Preciso ver se ele te machucou muito. Posso?
Ele me olha por um breve momento e depois assente. Levanto sua camisa revelando seu abdômen sarado.
— Acha que consegue tira-la? — Pergunto.
— Se você me ajudar, acho que sim.
Ajudo-o a retirar a camisa, expondo seu torso musculoso. Joseph é muito forte, já dava para perceber só de olhar seu braço, mas agora vendo-o sem camisa...Ele é realmente muito forte.
Começo a me perguntar se Harry realmente teve sorte.
Os peitos de Joseph são grandes e parecem ser duros como pedra, seu abdômen possui aqueles gominhos de barriga tanquinho e uma linha de pêlos segue tentadoramente logo abaixo do seu umbigo para dentro das suas calças.
Forço-me a parar de encara-lo com tanta admiração. Deixo sua camisa de lado e pergunto:
— Qual lado está doendo?
— Esse. — Ele aponta para seu lado direito.
— Não está roxo, acho que já é um bom começo. Posso? — Pergunto fazendo menção de encostar em suas costelas, ele me olha de um jeito estranho mas assente.
Encosto meus dedos levemente na área das costelas e ele estremece.
— Desculpe. — Peço e tento ir com mais cuidado. — Acho que não está quebrado, mas eu não sou a melhor pessoa para esse tipo de coisa, acho que você deveria ir ao hospital.
— Não está doendo tanto assim. — Ele diz e eu não sei dizer se é verdade ou se ele está se fazendo de forte.
— Joseph...Sinto muito, é tudo culpa minha, como eu fui egoísta. — Digo abaixando minha cabeça com vergonha.
— Não é culpa sua, Demetria.
— E sim. Harry havia me dito que se ele me visse com você de novo ele iria acabar com você, mesmo assim eu quis te levar nesse jogo idiota para fazer ciúmes para ele. Não achei que ele seria capaz de...Mas eu estava errada, e agora você está assim e a culpa é toda minha. — Sinto uma lágrima escorrendo por meu rosto.
— Me perdoa. — Peço e outra lágrima escorre.
— Ei, linda. Não chore. — Ele diz pegando meu queixo e me fazendo olha-lo nos olhos. — Não tenho nada para te perdoar, ok? Você não tem culpa.
— Mas ele me disse que ia...
— Não interessa se ele disse ou não, eu não te culpo. Eu aceite te ajudar, eu aceitei a ir a esse jogo. Você não me obrigou a nada.
— Mas...
— Mas nada. — Ele me corta colocando seu dedo em meus lábios. — Não quero mais ouvir você se culpando pelo que aconteceu hoje, ok?
— Ok. — Digo quase num sussurro, ele retira seu dedo dos meus lábios e leva sua mão até minha bochecha, limpando minhas lágrimas.
— E não quero que você chore. — Ele diz com a voz rouca.
— Estou chorando porque eu não queria que isso acontecesse, não queria que Harry fizesse isso com você.
— Esse cara, Demetria...Ele não te merece, você é tão melhor que isso. Você merece alguém melhor, um homem. — Ele diz acariciando meu rosto.
— E onde eu vou achar um homem? Na faculdade todos os caras são iguais a Harry.
— Talvez você só tenha que procurar melhor, talvez esse homem esteja mais próximo do que você imagine. — Ele diz se aproximando, seus lindos olhos verdes encarando fixamente os meus.
Seu polegar acaricia minha bochecha carinhosamente enquanto eu vejo confusa, seu rosto se aproximar do meu.
Ele está tão perto agora, sua boca a centímetros da minha.
— Joseph. — Sussurro seu nome mas não sei mais o que dizer.
— Demetria. — Ele sussurra meu nome e o modo como ele o diz, com a voz rouca e baixa, me provoca arrepios.
Antes que eu possa assimilar seu último movimento, a boca de Joseph encontra com a minha. Seus lábios macios permanecem parados, apenas sustentando o contato com os meus.
Eu não sei o que fazer, estou tão surpresa com seu gesto que estou sem ação.
Ele se afasta e me olha intensamente nos olhos, vejo algo em seu olhar que eu não reconheço, mas faz meu corpo esquentar.
— Ah Demetria. — Ele diz meu nome novamente, sua mão desliza até minha nuca e ele me puxa, fazendo nossos lábios entrarem em contato novamente. Mas dessa vez eles os movimenta, acariciando meus lábios com os seus.
Levo minha mão até seu pescoço e antes que eu possa ter consciência do que estou fazendo, abro minha boca e deixo que sua língua brinque com a minha.
Meu coração começa a palpitar, meu corpo se arrepia e minha cabeça parece girar.
O que está acontecendo comigo? Meu Deus, estou beijando Joseph? Isso é...Isso é tão errado e tão...Bom.
Seu gosto é tão delicioso e a sensação da sua língua na minha é tão maravilhosa que tenho vontade de gemer.
Desço minha mão do seu pescoço para seu peito. Sim, ele é duro como pedra como eu havia imaginado.
Sinto a mão de Joseph na minha coxa, ele começa a subi-la lentamente, e sinto minha perna em chamas, como se sua mão fosse ferro quente e ele estivesse me marcando.
Isso é tão errado, eu amo Harry não deveria estar beijando outro. Ainda mais Joseph, ele é...Ele é como um irmão, eu não deveria estar gostando de beija-lo, isso tem que acabar.
Colocando ambas as mãos em seu peito, empurro-o.
— Joseph, não. — Digo. Ele e se afasta e me olha quase que assustado, como se a consciência do que nós fizéssemos finalmente o atingisse.
— Demetria eu...Eu sinto muito, eu não deveria ter...
— Me beijado? Não, com certeza não devia. — Mas foi tão gostoso.
— Sinto muito, por favor me perdoe. É que...Mas que droga, eu não sei o que deu em mim nesses últimos dias, eu estou sentindo algo com relação a você e que com certeza eu não deveria sentir pela irmã do meu melhor amigo.
— O que? — Pergunto.
— Tesão, desejo...Muito desejo. — Suas palavras me atingem e ao invés de me causar surpresa, repulsa ou qualquer outro sentimento, eu sinto um calor insuportável percorrer meu corpo.
Joseph sente tesão por mim? Mas como? Isso é tão estranho.
— Mas nós somos praticamente irmãos. — Digo e ele solta um gemido quase de dor.
— Não diga isso, por favor. Só vai me fazer sentir pior com relação ao que eu estou sentindo nesse momento. — Desvio meu olhar para seu jeans, e ofego quando vejo uma saliência enorme.
Ah Deus, ele está excitado...Comigo?
— Eu sei que isso é estranho, mas eu não posso controlar por quem meu corpo se excita ou não. Desculpe se eu passei dos limites ao te beijar mas...Eu não pude resistir, você é maravilhosa, Demetria. Você se transformou numa bela mulher e seria difícil para qualquer homem resistir a você, quem dirá eu.
— Joseph eu não sei o que dizer. Você é melhor amigo do Ian, você é praticamente meu outro irmão mais velho e, e eu amo Harry, apesar de tudo. Isso que aconteceu aqui é errado de tantas maneiras...
— Eu sei, eu sei.
— O que você sente é errado.
— Eu sei, eu tenho me sentindo um tarado filho da puta por estar pensando em você desse jeito. Eu me senti horrível depois que eu me mastu... — Ele começa a dizer mas quando percebe o que vai dizer seus olhos se arregalam e ele para.
Oh.Meu.Deus. Não posso acreditar que ele ia dizer o que eu acho que ele ia dizer.
Levanto-me do sofá rapidamente e me afasto dele.
— Você se... — Não consigo terminar a frase, é muito vergonhoso. — Pensando em mim? — Pergunto olhando-o espantada.
Ele abaixa a cabeça com vergonha e não responde, mas não precisa, eu sei muito bem que a resposta é sim.
Joseph já se masturbou pensando em mim.
Uma mistura de surpresa e choque me domina e de novo aquele calor maldito. Mas que diabos é isso? Porque esse calor infernal não me deixa?
— Eu não queria, mas eu não aguentei. Por favor, não me odeie, Demetria.
— Eu não te odeio. — Respondo.
Claro que eu não o odeio, porque odiaria? No momento eu estou é assustada. Assustada por estar imaginando Joseph se tocando, e mais assustada ainda por sentir um líquido escorrendo pelo meio das minhas pernas ao imaginar isso.
— Joseph, eu preciso ir. — Digo saindo correndo em direção a porta.
Não sei o que está acontecendo comigo e não acho que seja seguro ficar perto dele com seu torso sarado a mostra enquanto estou sentindo esse desconforto na minha intimidade.
— Não, Demetria, por favor espere.
Paro em frente a porta e me viro para ele. Com um pouco de dificuldade ele se levanta, o que só piora as coisas porque novamente eu vejo seu ereção e me sinto pulsar lá embaixo.
“Merda, tenho que sair daqui.”
— Por favor, não fique com nojo de mim. — Ele pede parecendo torturado.
— Eu não estou com nojo de você, Joseph. — Muito pelo contrário, estou sentindo um desejo enorme e que cresce cada vez mais, e isso está me assustando pra caramba.
— Então porque você está indo embora correndo?
— Porque...Eu acho que é melhor a gente conversar outra hora. Agora não dá.
Abro a porta e saio.
— Demetria, espera eu... — Não escuto o que ele diz, bato a porta e saio correndo.
Entro no elevador e aperto o botão do térreo.
Encosto-me na parede e respiro fundo tentando assimilar tudo o que aconteceu.
Joseph me beijar, me desejar, se tocar pensando em mim...Isso tudo é errado. Ele não devia me desejar e com certeza eu não deveria gostar do seu beijo e nem de saber que ele me deseja e muito menos de saber que ele se tocou pensando em mim.

Eu não deveria, mas a gente nem sempre faz o que se deve, não é?

Tá aí mais um, se comentarem  e se der tempo posto mais um, pra vocês não ficarem na mão durante o fim de semana que não postarei novamente.