segunda-feira, 15 de julho de 2013

CAPÍTULO 9

Demi preparou o almoço para Kelly antes de subirem para o quarto, imaginando que depois de ver as coisas maravilhosas que o pai preparou perderia a fome. Depois, disse à menina que o quarto dela era em frente ao seu, do outro lado do corredor, e que poderia ir até lá quando quisesse, de dia ou à noite. Enquanto desfazia as malas, Kelly examinava os brinquedos, o enorme urso de pelúcia, quase do tamanho dela. Ao subir na cama, apertou urso contra o peito.
— Está com medo? É muito alta? Kelly a olhou diretamente.
— Não. — Ela parecia deslumbrada, e bocejou. — É tão lindo.
— É mesmo. Eu gostaria de ter tido um quarto assim, quando era da sua idade.
— E que tipo de quarto você tinha?
— Era pequeno e escuro — respondeu Demi, continuando a arrumar as coisas.
— E eu o dividia com minhas irmãs. — Ela não disse que o telhado era de zinco, e que gotejava forte quando chovia, muitas vezes sobre a cama.
— Irmãs?
— Tenho duas, mas são casadas — explicou. Eram mais novas do que ela, pensou, sentindo uma pontada de inveja. Ela quase se casou com o homem errado. Um homem que a desejava apenas pelo rosto bonito, pelos títulos de beleza, como o ouviu dizer ao padrinho. Queria mostrá-la como um troféu, e continuar com a amante.
Demi fechou os olhos, afastando o sentimento de humilhação. Wilmer foi o ponto alto de uma vida em que todos viam apenas sua aparência. Sabia que também era responsável por isso, já que participou de muitos concursos, desejando usar os prêmios para conseguir uma vaga na faculdade, e construir uma carreira. Ainda assim, acreditou que ele a amava, e quando o sonho se desmanchou, tinha perdido muito mais do que o noivo. Perdeu a auto-estima, já que Wilmer lhe deu tudo o que podia desejar, como se desejasse comprá-la. Tudo, menos amor.
— Talvez possa conhecê-las — disse, por fim. — Minha irmã, Miley, tem uma filha pouco mais velha do que você. — Quando não teve resposta, Demi virou-se e viu Kelly adormecida, agarrada ao enorme urso. Sorrindo, ajeitou um travesseiro sob a cabeça da menina, tirou-lhe os sapatos, e a cobriu com um edredom. Kelly suspirou, mostrando que o dia foi longo demais para uma menina tão pequena.
Beijando-a na testa, desligou as luzes e saiu, fechando a porta. Imediatamente sentiu a presença dele e virou-se para a escadaria, no fundo do corredor. Na semi-escuridão podia ver as pernas, dos joelhos para baixo, e a mão, apoiada no corrimão.
— Ela está bem?
— Sim, mas está exausta, e adormeceu.
— Obrigado, Demi.
— Por nada. Ela quer vê-lo.
— Sabe que não posso fazer isso.
— Ela precisa do pai.
— Demi… Por favor.
A dor, por negar a si mesmo o contato com a filha, expressava-se na voz dele. Naquele instante, Demi percebeu o quanto aquele homem era solitário, e como devia ser difícil ter duas mulheres naquela casa, depois de ter andado por ali, quando e como desejasse, por quatro anos.
— Ela está se sentindo sozinha e com medo. Tudo é novo para ela, e embora esteja adorando as novidades, ainda quer vê-lo.
— Mas não pode. Não quero amedrontá-la ainda mais. E não sei nada sobre garotinhas, ou como cuidar delas. Mas você sabe.
Ela não queria discutir, não com Kelly tão perto.
— Não vou ficar aqui para sempre — retrucou, entrando no próprio quarto e fechando a porta.
Joseph suspirou. Ela continuaria ali por quanto tempo ele desejasse, e só de pensar que poderia partir, ficava nervoso. Ele observou as pequenas luzes junto ao chão, que iluminavam o corredor, e a porta do quarto da filha. Não queria que nenhuma das duas o visse, mas a vontade de ver a filha foi mais forte. Descendo os últimos degraus, atravessou o corredor e abriu a porta do quarto de Kelly, entrando silenciosamente. Bem devagar, aproximou-se da cama, olhando a criança adormecida. Parecia tão inocente, tão indefesa. E era tão pequena.
Estendendo a mão, tocou uma mecha de cabelos, e então, incapaz de resistir, acariciou o rosto macio com as costas da mão. A pele era macia, fresca. Ela era linda, e o coração de Joseph apertou-se. Queria tomá-la nos braços, beijá-la.
— Papai?
A palavra quase o fez chorar.
— Sim, princesa, estou aqui. Volte a dormir.
Kelly se mexeu na cama e Joseph cobriu os ombros delicados, carinhosamente.
— Papai ama você — sussurrou.
Meio adormecida, Kelly segurou a mão dele. Por um instante, Joseph ficou imóvel, temendo que ela percebesse as fundas cicatrizes no pulso, mas já voltava a dormir.
Não querendo arriscar encontrar Demi, pensou em usar a passagem secreta, mas a raiva foi mais forte. Afinal, aquela era a casa dele. Saindo do quarto, subiu a escada, e já estava quase chegando em cima, quando Demi abriu a porta e saiu depressa. Apressando o passo, ele penetrou na escuridão, sabendo que os olhos dela levariam alguns segundos para ajustar-se à falta de luz.
— Sr. Jonas — chamou, suavemente. Imediatamente sentiu seu  perfume e estremeceu.
— Sr. Jonas. Ele parou.
— Estou ignorando você. Indo embora. Será que não entendeu?
— Psiu. — Ela aproximou-se. — É claro que percebi.
— Não dê nem mais um passo.
— O que vai fazer? Me despedir? — perguntou, sabendo que ele não poderia fazê-lo.
— Há outros modos de fazê-la ficar longe — disse, ao vê-la desobedecer, aproximando-se ainda mais.
— Por exemplo?
— Deixá-la ver meu rosto.
— Não tem uma boa impressão a meu respeito, não é? — sussurrou ela, olhando fixamente para a sombra, onde ele se escondia.
Havia compaixão na voz dela, talvez piedade.
— Pelo contrário. Tenho uma impressão boa demais. Joseph deu um único passo, aproximando-se perigosamente, e o calor do corpo alto penetrou instantaneamente as roupas dela. O desejo de apoiar-se nele era muito forte, e o modo como seu corpo respondia ao dele fazia imaginar que já o conheceu em outra vida, outros tempos. Era como uma fome, um desejo incontrolável. Mas não podia. Já foi usada antes por sua beleza, e ali estava um homem que desejava usá-la, novamente, só que desta vez como uma barreira entre ele e a filha.
— E tem raiva por precisar de mim. Desejaria que fosse outra pessoa, não é?
— Sim — sibilou ele, como uma serpente pronta para o ataque. — Vejo seu rosto, perfeito, e sinto cada cicatriz, como se tivesse acontecido ontem. — A voz dele tornou-se ainda mais baixa. — E então sinto como sua respiração acelera quando me aproximo, sinto seu corpo pulsar, como agora e…
As palavras saíram antes que pudesse controlá-las.
— você me faz sentir como um homem, não um heremita. Ele gelou, como se cada músculo do corpo estivesse paralisado. O desejo de tocá-lo era tão forte, que mal podia resistir.
— Joseph…
A palavra pareceu despertá-lo. Virando-se depressa, subiu a escada, de volta ao santuário.
A porta batendo foi como um tiro no escuro, fazendo-a recuar contra a parede, cobrindo o rosto.
Agora ele não viria mais para a luz. Estragou tudo.             -----------------------------------------------------------------------------
Tá aí acabei de chegar em casa, como estou na casa da minha mãe fica mais longe do meu trabalho e o transito nesse horário mata um, mas postei como prometido espero que gostem e comentem bastante, até amanhã.    



11 comentários:

  1. Muiiiiiiiito bom, lindo, ahh slá, tudo... só esperando o hot...

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  2. Lindooooo, perfeitooo, sua historia e maravilhosa

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  3. noooossa mais perfeito que isso impossivel *---*
    poosta logo (y'

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  4. TUDO O QUE VOCÊ FAZ È DEMAIS! POSTAAA LOGO POR FAVOR...
    Poderia divulgar?http://fireagainstfire.blogspot.com.br/
    Sou uma grande fã sua. Beijos...

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  5. Ahhhh, nova leitoraa....
    To Amando sua fic, ela eh perfeitaaaaa
    Ainda bem que o Joe foi lah ver a filha no quarto, jah tava quase batendo nele por nao chegar perto dela kkkkkk
    A Demi tem que fazer alguma coisa logo para mudar essa situação entre os dois!!!!!
    Bjoooos e posta mais, pq sua fic eh perfeita

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  6. Eu adoro esse livro! A Amy é um talento puro... A adaptação para nossos personagens ficou otima! Parabens

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  7. nsakjdfhlisdp caramba o JOe quase tocou nelaaa S.O.S ms,dnbfjkdsnbjkfdsb quero mmaaaaaais a posta posta posta <333333

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  8. Awnnnnn q lindo o Joseph com a filha. pelo jeito vou chorar com esses dois...

    Foi quaaaseee. Que aproximação foi essa. nossaaa. Esses dois vão me matar...

    Amooooo d+ essa fic

    Postaaa maissss

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  9. Leitora nova aqui o/.... flor, como é que tu faz para escrever assim, fez algum curso de letras coisa do tipo? posta mais.....

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