CAPÍTULO 4 E DIVULGAÇÃO.

O doce aroma de algo assando espalhava-se pela casa, mesclando-se ao som de risadas. Aquilo o atraiu, embora descesse pela antiga escada de serviço, para não ser visto. Passagens escondidas atrás das paredes formavam um labirinto, através do qual podia se mover sem ser visto, apesar de os corredores serem bem estreitos. Fazia muito tempo que não passava por lá, depois de tê-los descoberto. Não gostava da sensação de passar por eles, mas havia pessoas na casa, depois de anos em que ele e Dewey haviam sido os únicos moradores. Mas agora ela estava ali, assando algo na cozinha. A vontade de vê-la o atraía tanto quanto o aroma do que assava no forno. Mas, acima de tudo, era a risada límpida e espontânea que o atraíra. Podia distingui-la facilmente no meio das outras vozes. Havia algo em Demetria Lovato que lhe despertava sensações que julgava adormecidas. Ela o desafiava, provocava, mas Joseph sabia que, se cedesse à tentação de ver o rosto dela, teria muito a perder. A filha precisava de Demi, uma vez que ele não podia ficar com ela.

Parando no fim do corredor escuro, afastou um pouco o painel disfarçado que cobria a parede. Ela estava tirando uma assadeira do forno e colocando biscoitos num prato. Era uma cena tão doméstica, comum, algo que Taylor nunca se incomodou em fazer, que o pegou de surpresa. Havia três pessoas sentadas nos bancos altos. Demi ofereceu os biscoitos aos convidados. Convidados, ali, na casa dele. Pela primeira vez. Queria ficar zangado. Queria que fossem embora, pela simples razão de que não podia unir-se a eles. E ao vê-la conversando, tão animada, seu isolamento parecia ainda mais difícil e amargo.

Mas ela era tão linda, os homens pareciam fascinados pelo que dizia. E então, quando Demi inclinou-se para colocar outra assadeira no forno, Joseph percebeu que todos olhavam as formas do corpo bem feito. Será que os homens estavam ali movidos pela curiosidade em relação a casa, ou apenas por causa dela?

— É uma casa muito grande — disse o adolescente, que ele reconheceu como o entregador que trazia as compras.

— Sim, é enorme — respondeu ela, colocando colheradas de massa na forma.

— Apavorante — disse um dos homens, olhando ao redor.

— Adoro a casa — afirmou Demi. — É linda, charmosa. A arquitetura, as pedras, tudo lembra a história de muitas partes do mundo.

Era exatamente o que sentiu ao ver a casa, pensou Joseph, inclinando-se para ouvir melhor.

— Você já o viu?

— É claro.

— É muito horrível?

Joseph esperou pela resposta, prendendo a respiração.

— Não tem nada de mais.

Nada de mentiras, nem de informações, e ele imaginou por que Demi estaria agindo assim.

— Então por que se esconde?

— Ele é um homem reservado, e talvez por não ter sido bem recebido… — Demi parou de arrumar os biscoitos e virou-se, fitando-os por cima do ombro. Joseph percebeu a determinação na voz dela. — E se alguém ousar fazer qualquer comentário na frente da filha dele, terei que mostrar como meu avô me ensinou a atirar muito bem. E também como tirar a pele dos animais que caçávamos.

Joseph disfarçou uma risada, e quando olhou novamente, os convidados riam, sem jeito, não muito certos se ela falava a sério ou não. Logo se despediam, agradecendo pelo café.

Demi os acompanhou, fechando a porta assim que saíram. Voltando para o balcão, pegou a forma que acabou de encher e a colocou no forno, no lugar da que já estava pronta. Não conhecia nenhuma criança que não gostasse de biscoitos de chocolate, e esperava que Kelly não fosse uma exceção. Queria que a menina se sentisse bem-vinda naquela casa escura e silenciosa. De repente, percebeu que não estava sozinha e ergueu o olhar. Então o viu, uma sombra escura entre a parede do canto e a porta entreaberta da despensa. Uma sombra grande, larga, da qual só podia ver o jeans surrado que cobria as pernas fortes. Como chegou até ali sem que o visse?

— Gostaria de pensar que a receita de biscoitos da minha avó o atraiu até aqui, mas não tenho ilusões.

— Linda e esperta.

Demi enrijeceu de imediato. Será que todos tinham que falar de sua beleza, nos primeiros dez minutos de conversa?

— Quer um biscoito?

— Não, obrigado.

— Não diga que é uma dessas pessoas que não gosta de biscoitos de chocolate…

— Não.

— Já sei. Não quer vir até a luz para pegá-lo, não é? Ele não respondeu.

— O que mais nega a si mesmo, ao escolher viver no escuro? — Ao falar, ela atirou um biscoito na direção dele.

A mão surgiu na luz, apanhando o biscoito no ar, e ela pôde ver o anel de sinete faiscar.

— E o que vai negar a Kelly?

— Pesadelos, srta. Lovato.

— Pode me chamar de Demi. E acho que está enganando a si mesmo.

— Não sabe nada a meu respeito, bela — zombou ele. Ela largou a espátula sobre o balcão, num gesto brusco.

— Tem razão, não sei. Assim como não sabe nada a meu respeito… fera. — Virando-se para o fogão, tirou a assadeira com os biscoitos prontos, colocando outra no lugar. Fechando os olhos, tentou, em vão, afastar as lembranças dolorosas. Bela… Rainha de beleza. De que lhe adiantava isso, se não tinha sequer conseguido manter o noivo, pensou, cerrando os punhos.

Joseph endireitou-se, imaginando por que estaria tão perturbada.

— Demi…

O nome foi pronunciado num tom rouco, sensual, oferecendo uma simpatia que ela não desejava. Os homens, as pessoas, em geral, notavam primeiro o rosto. Era natural. E Joseph era um homem. O que mais poderia esperar?

— Desculpe-me — disse Demi. — Fui muito cruel. Joseph já ouviu coisas piores.

— Deixei você furiosa. Diga por que.

— Não é nada. — Ela continuava arrumando os biscoitos, embalando-os em sacos plásticos.

— Mentirosa.

— Vamos começar de novo? — perguntou, baixinho. Abriu a geladeira e pegou um pedaço de carne e alguns legumes, que colocou sobre o balcão. Não se conheciam o bastante para falar sobre o passado dela, nem pretendia começar a lamentar-se. Tinha muito o que fazer, e não desperdiçaria energia com lembranças tristes. Depois de temperar a carne, voltou a colocá-la na geladeira. Cortou os legumes cuidadosamente, tentando ignorar a presença máscula. Mas era impossível. O calor que emanava dele era tão forte, que parecia estar perto de uma fogueira.

— Está me observando.

— Como sabe?

— Posso sentir.

Será que sabia que ele também podia senti-la?

— E o que sente?

Demi parou. As palavras, murmuradas num tom suave, convidavam à intimidade, trazendo um desejo inesperado. O coração dela disparou.

— É como uma invasão. — Ela arrumou os legumes numa travessa, cobrindo-os com água. — E não gosto disso — completou, colocando-os na geladeira.

— É uma mulher muito linda, Demi. Que homem não a olharia? Você sabe disso.

— Sim, sei como as pessoas valorizam a aparência — murmurou, desligando o forno.

— Eu também — declarou Joseph, num tom amargo.

— Então temos algo em comum. — Ela tirou a última assadeira do forno, colocando-a sobre o fogão, antes de virar.

Ele tinha desaparecido. Como se um vento frio a atingisse, soube que não estava mais ali.

— Também não gosto disso, sr. Jonas — gritou, para a casa vazia.

Não houve resposta, e nem ela esperava isso.

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DIVULGAÇÃO:

Imagine Lovatic Hot

DEEM UMA OLHADA GENTE! 

PS: QUERIDA Rocky Lovato DESCULPE A DEMORA PELA DIVULGAÇÃO MAIS TÁ AÍ.

Tá aí mais um capítulo, gente só tenho 15 capítulos prontos, não teno ideia de quantos capítulos vão ter até o final, mas posso adiantar que vai ser bem QUENTE . 

Quanto aos 3 capítulos de amanhã vou postar um pela manhã, outro no começo da tarde e outro no final da tarde ok, mas... só se tiver comentários suficientes não vou dizer quantos exatamente mas o tanto que eu achar bom, então COMENTEM!!!