sábado, 13 de julho de 2013

CAPÍTULO 5

Joseph desceu pela escada de serviço trazendo os pratos do jantar. Depois de colocá-los na lavadora, pegou um biscoito na assadeira sobre o fogão. Mastigando, atravessou a sala de jantar e chegou à biblioteca, estranhando o ar frio que penetrava na casa. Ao entrar na sala de estar, parou de repente. Cada fibra do corpo dele reagiu ao vê-la. Demi estava na varanda, atrás da sala, e as portas francesas estavam completamente abertas. As mãos dela apoiavam-se na grade, e o roupão leve, verde-claro, flutuava ao sabor da brisa da noite sem lua. A frente dela, o mar batia no cais, iluminado apenas pelas luzes suaves que cercavam a casa.
Joseph poderia jurar que estava vendo um anjo. O vento erguia os cabelos loiros, fazendo-os flutuar.
— Não é fantástico? — perguntou ela.
Ele enrijeceu, sentindo-se encurralado na própria casa.
— Não é? — insistiu, virando-se levemente na direção dele. Joseph sabia que não podia vê-lo claramente, com a luz atrás dela.
— Gosta deste tempo?
Demi voltou a olhar o mar. Ao longe se viam relâmpagos.
— É meu favorito. Tempestades, trovões, chuva… Joseph percebeu que ela lhe deu as costas de propósito,
dando-lhe a chance de se aproximar. O gesto o comoveu, mas ao mesmo tempo o deixou inquieto. Será que ela viraria de repente e começaria a gritar? Ainda assim, reconheceu que não podia resistir ao desejo de se aproximar mais um pouco. Saindo para a varanda, encostou-se nas cortinas que voavam pelas portas abertas e que podiam lhe dar alguma proteção.
— Obrigado pelo jantar.
Ela deixou a bandeja do lado de fora da porta do quarto dele, numa mesinha que carregara para cima.
— Por nada. Não precisa comer lá em cima, sozinho, sr. Jonas.
— O que pretende? Que jantemos como duas pessoas civilizadas?
— Por que não?
— Acho que já sabe a resposta.
— E o que devo dizer a Kelly? Sinto muito por ter perdido sua mãe, e olhe, na verdade não tem um pai. Apenas um benfeitor.
— Diga a ela o que achar melhor.
— Sei que se importa, sr. Jonas. Vi o quarto dela.
— Só porque não quero vê-la, não significa que não quero que fique confortável aqui. Não percebe? Ela é uma criança. Um simples olhar para o que sobrou do meu rosto, e terá pesadelos por uma semana. — Ele sacudiu a cabeça. — Acho que devo poupar a nós dois dessa situação.
Demi chegou mais perto, e viu que ele cruzava os braços à frente do peito, numa atitude defensiva. O gesto era claro. Não poderia alcançá-lo. Não agora.
— Acha mesmo que uma criança vai se satisfazer com isso?
— Terá que ser assim.
— Mas sou uma estranha.
— Eu também.
Demi suspirou, frustrada, cerrando os punhos.
— É um homem muito difícil.
Houve um instante de silêncio, antes de ele responder:
— Só quero protegê-la.
— Impedi-la de conhecê-lo não é proteção.
— Por acaso é uma autoridade em crianças? — A voz dele revelava descrença.
— Tenho alguma experiência.
— É mesmo?
Pouco importava o tom crítico na voz dele, pensou Demi.
— Não gosta que outras pessoas vejam o que lhe aconteceu, e então se esconde. Só vê aquilo que quer. Não tive filhos, mas gostaria de ter. Fui professora na escola da embaixada por vários anos, e cursei psicologia infantil na universidade. Além disso, sou a mais velha de cinco irmãos. Não acha suficiente?
Com raiva, afastou-se da grade e já ia entrar, quando Joseph a segurou pelo braço. Os dois foram envolvidos pelas dobras das cortinas que flutuavam ao vento.
— Sim. É suficiente.
Demi mal conseguia respirar, e seu coração batia acelerado. Ele era um homem grande, forte, e os dedos circundavam-lhe o braço, impedindo-a de mover-se. Estava consciente da proximidade dele, do perfume masculino, do corpo que quase tocava o dela, fazendo-a estremecer.
Ele era misterioso, intenso.
O que a atraía não era a solidão dele, nem a amargura. Era o homem que sofreu muito, mas sobreviveu. Que não deixou ninguém se aproximar. Demi viu a sombra da cabeça dele aproximar-se e soube que desejava beijá-la. E quase desejou que o fizesse.
— Você tem perfume de… liberdade — sussurrou ele, cada célula do corpo gritando que era um homem, e que ela era uma linda mulher.
Mesmo sabendo que devia fazer anos que ele não estava com uma mulher, que devia afastar-se depressa, Demi foi incapaz de resistir ao desejo de tocá-lo. Erguendo a mão, colocou-a no peito forte.
A respiração dele ficou ofegante, e num gesto brusco afastou-se, subitamente consciente do que acontecia.
— Não quero sua piedade, e isto é errado.
Ele afastou-a e Demi perdeu o equilíbrio, enquanto Joseph entrava depressa, desaparecendo na casa, de volta à sua caverna escura.
Queria dizer-lhe que a última coisa que sentia em seus braços era piedade. Mas ele já tinha ido.                                         --------------------------------------------------------------------------------------------------
Devido a grande pressão psicológica imposta a mim pela minha querida Vick Devonne posto  mais esse hoje, e não quero ser a responsável pelo trabalho não bem feito dos outros, e durma tranquila Vick kkkk, amanhã tem mais.  


6 comentários:

  1. Perfeito.
    Essa fic é perfeita.
    Na boa, você é uma diwa *o*
    Posta logo.
    Beijos.

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  2. Obrigada mesmo por posta mais um hoje, vc é MTO diva!!!!!

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  3. Essa fic e d+++! tô fascinada.
    EU PRECISO DE MUITOOOSSS CAPS
    Pleaseee Postaaa logooo maissss

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  4. ANNNWWW, LIINDOO <33
    Poosta logo, pleeease, beeijos

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  5. "piedade" NA BOA JOSEPH VAI ALI MORRER RAPIDÃO.

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