domingo, 15 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 22

Ele a levou para o hospital. Os dois ficaram surpresos quando o resultado do teste de gravidez deu positivo. Antes que Demi pudesse lidar com a ideia de que estava grávida de dois meses, percebeu que estava perdendo o bebê. Pálido, Joe ouviu arrasado, a explicação do ginecologista. O médico disse que a total falta de sintomas que inicialmente deveria ter alertado Demi de sua condição, também indicava uma gravidez instável. Depois daquilo, não havia nada que pudesse ser feito a não ser deixar a natureza agir.
Quando tudo estava terminado, ela deitou-se com os olhos fixos na parede. Deve ter engravidado na primeira vez que dormiu com Joe. Seu maior sonho se tornou realidade com o homem que amava, mas Demi não teve a chance de usufruir nem por um momento.
- Eu gostaria que nós tivéssemos sabido - Joe respirou fundo, segurando a mão dela. - É tão triste ter descoberto quando já era tarde demais.
- É... - ela concordou, entorpecida.
Ela se deu conta do quanto estaria radiante se ainda estivesse grávida. Mas agora tinha fracassado e toda aquela conversa só servia para lembrá-la da perda e do desapontamento.
Joe segurou a mão dela com as duas mãos e suspirou.
- Eu sinto tanto. Provavelmente nunca entenderá o quanto.
Ele ficou com ela o tempo todo. Joe foi forte, deu apoio a ela, tudo o que um marido deveria ser.  Mas, há alguns dias, ele havia admitido que realmente não queria um bebê com ela. É claro que, se soubesse que ela estava grávida, nunca teria admitido aquilo. Mas admitiu, e ela não poderia esquecer a honestidade dele.
- Deixei meu orgulho se intrometer entre nós... - Joe declarou em um tom baixo.
Aquela era uma declaração tão impressionante que fez Demi virar a cabeça no travesseiro para olhar diretamente para ele.
- Como?
Joe a olhou com tristeza e pesar.
- Eu queria que você tivesse meu filho. Mas eu não admitiria isso enquanto o sentimento não fosse recíproco.
Ela sentiu um nó na garganta e virou a cabeça outra vez, apertando os olhos para que as lágrimas pudessem escorrer. Ele estava tentando confortá-la demonstrando sua compaixão e compreensão. Joe realmente era bom nisso, sempre sabia o que dizer. Mas ela não queria que ele mentisse por piedade ou culpa. Por que deveria se sentir culpado por ter dito que não queria um bebê?
- Quero dormir - ela murmurou diretamente.
- Pode dormir, não vou incomodá-la.
Houve um silêncio prolongado.
- Vá para casa - ela pediu com firmeza. - Você não tem que trabalhar?
Mais um momento de silêncio. A porta se fechou, ela se moveu e ficou olhando à poltrona vazia onde ele estava sentado. Demi queria que ele fosse embora, mas imediatamente depois queria que ele voltasse. O nó que sentia na garganta transformou-se em soluço. Ela virou e caiu em prantos.
Três dias depois, Joe a pegou e levou-a para Oakmere. Ela sempre mudava de assunto toda vez que ele tentava falar sobre o aborto.
Já haviam se passado seis semanas desde que Demi retornara do hospital. Ela ouviu o telefone tocar na ampla sala de estar.
- É Demetria Jonas? Neta de Theo Lovato?
- Sim, por quê?
Era o advogado de seu avô, Gregoly Lelas. Ele estava ligando para informar que Theo tinha morrido naquela manhã de um infarto fulminante. Demi sentiu náuseas com o choque provocado pela informação.
Sempre cultivou a esperança secreta de que um dia o avô viria se desculpar pela forma como a tratou e recebê-la como um membro da família. Mas agora era tarde.
Joe entrou no quarto e a viu pálida.
- O que aconteceu?

- Meu avô morreu.
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