Demi estava ansiosa para explorar a propriedade e ver como andavam
as reformas, mas estava ficando tarde. Ainda suja de lama e desgrenhada com a
rotina de cuidar dos animais no final da tarde, ela subiu correndo para tomar
um banho e trocar de roupa antes do jantar. Sentia-se incrivelmente cansada e lembrou
que talvez fosse hora de procurar um médico. Afinal seu ciclo menstrual estava
descontrolado e aquilo não era normal.
Vinte minutos depois, Demi saiu do banheiro enrolada em uma
toalha. Joe estava parado perto da janela do quarto. Quando ele se virou, ela
percebeu a irritação em seus olhos e a postura ameaçadora daquele corpo
fenomenal.
- O que houve? - perguntou.
Como resposta, Joe jogou a cartela de pílulas a seus pés.
Demi engoliu a seco e franziu a boca, seu medo e consternação eram
visíveis.
- Oh, querido...
- É tudo o que tem para me dizer?
- Estava na minha bagagem, como conseguiu?
- Sua bolsa virou no carro e a cartela caiu.
Ela ficou vermelha e desistiu de evitar o confronto.
- Eu já tinha decidido parar de tomar.
- E quando foi que tomou essa decisão importante?
Demi ficou mais vermelha ainda, sabia que sua resposta não o
convenceria.
-Ontem.
Ele continuava atordoado.
- Quando foi que você começou a tomar anticoncepcionais?
Ela contou tudo para ele.
- Então você vem mentindo para mim desde o momento em que
começamos a viver como marido e mulher.
Demi tentou se defender.
- É uma maneira muito emotiva de encarar o fato.
- E como você sugeriria que eu o encarasse?
- Como as coisas eram, não mais do que como são agora.
- Isso não é relevante.
- É sim. Tomei esta decisão no passado.
- O que está em jogo aqui, é confiança - Joe salientou.
- Sim, mas as circunstâncias...
- Não contam - o belo rosto bronzeado estava inflexível - Deveria
ter me contado que estava tomando pílulas. Este é um problema para nós dois
discutirmos. Mas isso não importa certo? Você preferiu me enganar.
Demi podia sentir o sofrimento dele na postura rígida do poderoso
corpo, nas faíscas que saíam dos olhos e na contração muscular de seu maxilar.
Ela queria gritar de frustração e arrependimento. Tudo estava tão perfeito, tão
maravilhoso e o futuro era tão promissor.
No meio de toda aquela confusão, um outro pensamento dissimulado
passou por sua cabeça. Será que ela sempre acreditou em honestidade total? O
que teria acontecido? Joe voltou para sua vida e agora era mais importante que
tudo para ela. Foi por isso que ela caiu naquela armadilha tão facilmente. Ela
quis preservar a relação deles, não rompê-la:
- Mesmo em todo esse tempo que estivemos juntos na Itália, você
nunca mencionou que estava tomando pílulas.
- Eu não pensei sobre isso - Demi se defendeu. - Estava tão
ocupada sendo feliz com você.
- Sério... feliz? - O tom da voz mansa de Joe era extremamente
cínico. - Você queria um bebê, mas a maldita chance desse bebê ser meu era
nula!
- Isso não é verdade e eu não estava agindo...
-Há alguns meses, queria ir a um banco de espermas para escolher
um estranho para ser o pai de seu filho, mas eu não sou bom o suficiente.
- Isso é ridículo - ela arfou. - Eu simplesmente não estava pronta
para falar sobre isso com você.
- Você não me contaria nunca. Pensa que não percebi?
Demi estava tão tensa que sua coluna doía.
- Não está sendo justo, Joe.
- Justo como você foi? - Joe reagiu indignado, sua aparente indiferença
se desmoronou revelando a frieza e a raiva que estavam por trás - Você foi
justa quando me deixou acreditar que estávamos tentando formar uma família? Eu
queria esse bebê por você. Eu poderia esperar. Eu não queria um filho até que percebi
que este era seu maior sonho. É assim que me retribui por tentar dar-lhe o que
achei que desejava? Com mentiras e decepções?
Foi nesse preciso momento que Demi se deu conta do estrago que
tinha provocado no casamento deles e estava horrorizada. O controle que tinha
sobre suas emoções se desfez diante daquela pressão.
- Que chances você me deu no começo? Eu não tinha ideia do que
esperar de você - ela protestou. - Você me forçou a tornar nosso casamento
verdadeiro, tive que me proteger da melhor maneira possível. Eu tinha que
pensar adiante... .
- Tudo o que dividimos foi uma farsa? - Joe indagou. - Também
estávamos fingindo a felicidade?
Ela ficou mais em pânico ainda, sentia-se encurralada.
- Claro que não. Mas eu não sabia como as coisas ficariam entre
nós antes de irmos para a Itália. Foi por isso que comecei a tomar pílulas. Não
podia correr o risco de engravidar. Se eu tivesse um bebê com você, lhe daria
mais poder ainda para me prender.
- Você deveria ter sido honesta.
- Não pensei sobre isso no começo e, naquela época, isso parecia
controverso e estranho.
- Talvez isso lhe desse poder para colocar outro em meu lugar.
Demi estava muito agitada para escolher as palavras.
- Sim, talvez uma ou duas vezes...
Joe empalideceu diante daquela confissão inesperada. Ele lançou um
olhar furioso sobre ela, a agressividade transbordava de cada centímetro do seu
fabuloso corpo.
- Você não é a mulher que eu pensei que fosse. Demi sentiu seu
estômago se contorcer.
- Talvez eu devesse ter admitido isso e com certeza não estou
orgulhosa, mas também tenho sentimentos.
Estava com muita raiva de você no início, assim como assustada.
- Assustada? - Joe interrompeu rudemente. - Nunca teve motivos
para ficar assustada comigo.
- Que tal quando você me disse que meus animais poderiam ir parar
na rua se eu não desse uma chance a nosso casamento?
- Era só uma ameaça vazia, parte das negociações. Eu sabia que
você aceitaria. Acredite em mim, eu não deixaria que nada de mal acontecesse
aos animais.
- Eu gostaria de poder dizer que acreditava em você, mas não
posso. Você não é a pessoa mais misericordiosa no mundo, Joe. Antigamente, eu
aceitaria esse seu lado. Por ser tola, eu o idealizava - Demi confessou com
tristeza. - Afinal de contas, sua reputação sempre disse que você era um
canalha... e quando você cruzou meu caminho, descobri que era muito mais duro
do que eu jamais poderia imaginar.
Diante daquela acusação sobre seu caráter, Joe ficou perplexo. Ele
estava chocado, gostava da visão romântica dela de que ele era quase perfeito. Joe
ficou ligeiramente corado e, logo depois, empalideceu.
- Eu não sou assim.
- Esta é sua única maneira de ser. Você é agressivo e
incrivelmente dominador, Joe.
- Não foi assim que agi na Itália. Não é assim que eu a trato.
Demi ficou apavorada com a hostilidade que pairava no ar e com o
próprio medo, mas mesmo assim não recuou.
- Eu concordo, mas isso não muda a forma como nosso casamento começou
no mês passado. Por que está tentando ignorar os fatos? Você me coagiu a fazer
o que eu não desejava, assim como meu avô fez um dia. Eu não aceitaria isso
outra vez.
- Isso não é desculpa para você tomar pílulas para não ter um
filho meu - Joe condenou grosseiramente.
- Desde que tornei aquela decisão, tudo mudou.
- Mas meus pecados voltaram para me assombrar. Muitos diriam que
isso é muito apropriado e merecido - Joe disse com pesar.
- Eu não diria...
Joe não estava mais olhando para ela. Ele parecia estar olhando para
si próprio, mas a expressão sombria estampada em seu rosto faria uma criança
tremer de medo.
- Não seja assim...
Joe olhou para ela pensativo.
- O que mais espera que eu seja?
Demi foi até ele e fez um pequeno gesto apaziguador com uma das
mãos, mas em seguida fechou os dedos e abaixou a mão. Naquele estado de humor,
ele a rejeitaria e ela desistiu de qualquer ato de bravura diante dessa
possibilidade.
- Eu não condeno o jeito agressivo que teve que usar para
sobreviver - ela disse sem graça. – Toda sua família, depende de você e sei que
você tinha que bater de frente com meu avô para se libertar dele e continuar
nos negócios.
Joe deu uma gargalhada cruel, pois ela não tinha a menor ideia de
que novamente ele estava lutando para manter-se firme diante da força da Lovato
International. Mas, na opinião dele, era assim que tinha que ser. Ele tinha a
obrigação de mantê-la longe dessas preocupações. Ele lembrou-se com carinho da
felicidade dela na Toscana.
- Minha mulher está se desculpando por eu ser um canalha? Não perca
tempo. Não tenho vergonha do que sou.
Demi podia sentir a hostilidade à distância e foi então que ela percebeu
o quanto tinha feito mal ao casamento deles. Ele era um grego muito orgulhoso.
No fim das contas, a família significava tudo. Ela sabia que deveria desfazer
a crença de que não queria um filho dele.
- Eu não queria falar sobre as pílulas por saber que isso poderia
criar um mal-entendido.
- O que poderia ser um mal-entendido? Como já disse, eu não queria
uma criança até cometer o erro de supor que você estava desesperada por um
filho. Continue tomando as pílulas com minha bênção - Joe encorajou. - Preciso
ir para o escritório.
Demi foi assolada por pavor e desapontamento. Justo quando resolveu
contar-lhe a verdade, logo agora que estava disposta a admitir para ele o
quanto desejava um filho dele, Joe retrocedeu e bateu com a porta na cara dela.
Pior ainda, o uso da palavra "desesperada" para definir seu desejo de
ter um filho fez com que ela não protestasse. Ela não queria parecer tão
desesperada aos olhos de Joe, não quando ele deixou claro que só considerou ter
um filho para beneficiá-la.
- É realmente assim que se sente? - Demi perguntou com lágrimas
nos olhos.
Joe abriu a porta.
- De que outra maneira deveria me sentir? - Do outro lado da
porta, Joe quis esmurrar a parede. Aquela explosão violenta o deixou chocado com
a própria imagem, mas Demi o enganou e ele caiu como um pato. Estes pensamentos
destrutivos o enfureciam.
Mais uma vez, tudo indicava que ele tinha subestimado sua mulher.
Ela observou as aparências e percebeu que ele era um canalha insensível. Joe
passou com força os dedos pelo cabelo e, ao examiná-los, percebeu um ligeiro
tremor. Qual era o problema? Na época em que estava lutando para sobreviver nos
negócios precisou de muita inteligência e força. Nunca ficou inconstante diante
de um desafio. Na melhor das hipóteses, ele esteve em julgamento durante a
lua-de-mel. E, na pior, Demi estava planejando abandoná-lo para ficar com outro
homem. Por que razão uma mulher que estava tão entusiasmada para ter um filho
agora controlava tanto essa possibilidade?
Quando finalmente Demi se vestiu e saiu atrás de Joe, ele já tinha
saído. O pânico tomou conta dela. Ela pegou o telefone para ligar para ele, mas
logo desistiu: Não seria mais inteligente esperar que ele voltasse? Eles
poderiam conversar. No momento, ela admitiu que não se sentia calma. Na
realidade ela se sentia agitada, chorosa; furiosa, ferida e assustada. Joe foi
honesto, não queria um bebê. -Ela pensou que seria maravilhoso se ele pudesse
admitir isso, em vez de censurá-la por ter tomado as pílulas. Mas a reflexão não
ajudou muito. O que realmente a preocupava era que tinha ferido o orgulho dele
e o desapontado, e culpava-se por não ter sido mais honesta com ele na Itália.
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Só posto mais se tiver comentários!!!
Ahhhhhhhhh
ResponderExcluirEu NECESSITO de mais
Posta maaaiss
NECESSITO DO PROXIMO!!!!!!!!! POSTA LOGO TA MUITO PERFEITO!!!
ResponderExcluirposta logo
ResponderExcluirTadinha da Demi
ResponderExcluirPosta logo!!!!
postaaaaaaaa
ResponderExcluirPosta maaaiss!!!!
ResponderExcluirpreciso de +++++++++++
ResponderExcluirpostaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa !!!!
ResponderExcluirposta logo....
ResponderExcluirplease postaaaaaa!!!!!!
ResponderExcluirPosta mais por favor, tava perfeito, quero saber logo oq vai acontecer
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