quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

CAPÍTULO 1


Demetria Lovato ou apenas Demi como ela prefere soprou no canudo de plástico e dese­jou que as bolhas que saíam pela outra ponta fossem mágicas e fizessem desaparecer suas preocupações. Os garotinhos que brincavam a seus pés no gramado cor de esmeralda gritaram e gorgolejaram daquele jei­to contagiante que apenas os bebês têm, e ela sorriu apesar do desastre iminente. Tinha que conseguir aquele emprego.
Percebeu um movimento e afastou o olhar dos bebês para a mulher que a entrevistara antes e que se aproxi­mava. A tensão cresceu.
— Joseph a receberá agora no escritório, Demi. Entre pela porta do lado direito do pátio. — Fez um gesto em direção à bela casa, em Greenwich, Connecticut.
Demi molhou os lábios secos e baixou o canudo.
— Os meninos...
— Cuidarei deles. A palavra final é do chefe. Mas, pelo que vale, você tem meu voto. — A sra. Findley estendeu a mão para a garrafa de líquido para bolhas e o canudo.
Demi os entregou e se preparou. A entrevista seria uma situação do tipo nadar ou afundar. Se não conse­guisse o emprego, não conseguiria pagar o aluguel e as contas, não teria escolha a não ser engolir o orgulho, voltar para casa e pedir ajuda, embora a mãe tivesse deixado muito claro que Demi e Cody não seriam bem-vindos no condomínio de aposentados no qual morava. Esperava que não chegasse àquele ponto.
— Obrigada, sra. Findley.
— Chame-me de Sarah. E, Demi, não deixe Joseph intimidá-la. É um patrão justo e um bom homem, apesar da armadura de aço que esconde sua real per­sonalidade.
Armadura de aço? O medo fechou a garganta de Demi. Apenas acenou e se encaminhou para a casa. Quando chegou à escada de pedra do pórtico da casa colonial de dois andares, a respiração estava acelerada, como se ti­vesse corrido dois quilômetros, e não caminhado algu­mas centenas de metros.
Demi viu seu empregador em potencial atrás das portas de vidro, sentado atrás de uma enorme escriva­ninha de madeira. O ar parou em seus pulmões. Por favor, que tudo corra bem. Bateu no vidro, e ele ergueu a cabeça de uma pilha de papéis, a testa franzida, então fez um gesto brusco de cabeça, mandando-a entrar.
Joseph Jonas, com as feições cinzeladas de um supermodelo e um espesso cabelo escuro cortado na últi­ma moda, parecia pertencer a um anúncio de uma re­vista de luxo. Embora se vestisse de modo casual, com uma camisa polo preta aberta na base do pescoço bron­zeado, parecia emanar poder e prestígio. Mas um ho­mem bonito, encantador e rico tinha sido a causa do atual problema financeiro de Demi. Não podia baixar a guarda para aquele.
— Oi... oi, sr. Jonas. Sou Demetria Lovato.
Os olhos cor de avelã sem o menor traço amistoso a inspecionaram da cabeça aos pés. Ela esperou que seu simples vestido de verão e sandálias não fossem inadequados.
— Por que foi demitida de seu último emprego?
Abalada pela pergunta direta até mesmo antes de ter fechado a porta, ela ganhou tempo observando os qua­dros originais nas paredes em torno dele e fechando a porta. Então não haveria um educado aperto de mãos.
— Porque recusei um convite para um encontro amo­roso com o pai de um de meus alunos.
— Ele a convidou?
— Sim.
— Por que não fez uma queixa ao diretor?
— Eu fiz. Mas o pai em questão é um dos maiores doadores da escola, e a mulher dele tem muito sucesso em levantar fundos. Minha queixa foi ignorada.
— Por quanto tempo trabalhou na escola?
— As datas estão no meu currículo.
— Estou lhe perguntando.
Duvidava de suas credenciais?
— Assim que me formei, a escola me contratou como tutora de meio expediente para alguns de seus alunos com problemas de aprendizagem. Seis meses depois, uma professora se demitiu inesperadamente, então me ofereceram uma posição em tempo integral. Somando tudo, trabalhei na escola por três anos e meio.
— E, apesar de seu histórico como funcionária, a es­cola a demitiu por causa das acusações de um pai. Es­colheram acreditar na palavra dele, não na sua.
— O diretor pensou que era mais difícil conseguir doadores generosos para a escola do que professoras do ensino fundamental.
— Ou talvez estivessem esperando por uma justifica­tiva para se livrarem de você porque não era boa.
A injustiça a fez perder o fôlego.
— Fui considerada excelente em todas as avaliações e recebi os aumentos de salários decorrentes.
— E se eu ligar para a escola para chegar sua história?
As esperanças de Demi morreram. Ele não acredita­va nela. E não era o primeiro nem o único. E, até que alguém acreditasse, jamais arranjaria um emprego que cobrisse o custo de uma creche decente para Cody enquanto trabalhava. Combateu o impulso de se enco­lher sob o olhar condenador.
— Se ligar para a escola, dirão que o pai em questão reclamou que eu persegui o filho dele depois que o pai... recusou meus avanços.
— Você fez avanços?
Ergueu a cabeça, surpreendida. Ninguém jamais fi­zera aquela pergunta antes.
— É claro que não. Ele é casado.
— Homens casados têm casos.
— Não comigo.
— Seu currículo diz que se formou com louvor na Vanderbilt. Minha assistente me disse que é uma das melhores faculdades de educação do país. Então por que não consegue encontrar um emprego de professora?
Era um interrogatório, não uma entrevista.
— Dizer “não” a pessoas poderosas e bem conecta­das tem repercussões bem além do mercado de trabalho local.
— Você não tem experiência como babá.
— Não, senhor, mas cuidei de vinte crianças e traba­lhei no programa do acampamento de verão da escola. Sou mãe, acostumada com horários de cama, banho e alimentação.
Ele se recostou na cadeira de couro, cruzou as mãos sob o queixo e a avaliou com o olhar duro, sem piscar. Demi segurou-lhe o olhar, rezando... para que ele visse nos olhos dela a verdade e sua disposição de trabalhar duro.
O escrutínio silencioso se estendeu interminavelmente. Ela sentiu-se tão desconfortável, como no dia em que fora chamada ao gabinete do diretor da escola e acusada injustamente.
— Não acredito na sua história.
As palavras a atingiram como um soco. Frustrada por não poder provar sua inocência, Demi conseguiu apenas olhar de volta para aquele rosto inflexível. Até aquele episódio, sua integridade jamais tinha sido posta em dúvida. Sempre fora a esperta, a garota de cabeça fria e confiável que sempre fazia o trabalho. E agora ninguém acreditava nela. Se quisesse ensinar de novo, teria que descobrir um meio de limpar seu nome. Mas, até então, teria que alimentar e abrigar o filho.
— Eu queria uma mulher mais madura para cuidar do menino — continuou Jonas. — E você vem com a desvantagem de um bebê.
— Cody tem 17 meses, portanto, seis meses mais ve­lho que seu filho. Farão companhia um ao outro e terão um pouco de interação social.
A expressão de Jonas se tomou ainda mais formi­dável, e ela desejou ter ficado de boca fechada.
— Uma criança barulhenta na casa já é muito para mim, duas serão um desastre. Devia lhe mostrar a porta da rua, mas Sarah acredita que é a candidata mais qualificada, e eu preciso de uma babá hoje. Você é a única disponível.
A esperança de Demi despertou de novo quando ele se levantou, colocou os punhos fechados sobre a escri­vaninha, debruçou-se e a encarou.
— Mas estarei de olho em você, Demetria Lovato. Um só movimento em falso e, não importa o quanto a situa­ção seja desesperadora, terei você e seu bebê com cabe­lo cor de milho jogados na rua. Entendeu?
O alívio lhe tirou o fôlego, e lágrimas lhe arderam no fundo dos olhos, porque, apesar de não confiar nela ou gostar dela, Jonas lhe dera o emprego.

— Sim, Sr. Jonas.
                                                                                                     _________________________________
E aí como foi o feriado? o meu foi bom, então ta aí o primeiro capítulo amanhã posto mais se tiver comentários.   

22 comentários:

  1. Posta mais hoje por favor??

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  2. Awwn foi pftoo posta mais

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  3. Amei!!! Posta mais hj por favor

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  4. Ai krl ficou muito fooooooda! Posta mais um hj pfvr

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  5. Ja to gostando dessa fic
    Posta maisss eu quero maissss
    Beijos!!!

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  6. Posta maiiiis, ta perfeitooo, posta posta posta

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  7. POSTAAAAAAAAAAAAAAA TO MUITO CURIOSA ESSA FIC VAI SER UMA DAQUELAS FIC'S JAKS DKJDANKhey amor, eu tava sumida né? sorry mas é só preguiça de comentar mesmo pq entro aqui todo dia pra vê se vc postou <3 amo suas fic's <333

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  8. AHHHH TO ANSIOSA PRA ESSA FIC MDS
    Joe vc e bem mal ne.clg?
    To ansiosa ja coloquei isso mds kkkkk
    To prevendo q vai ser perfeita *-*
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    Xoxo

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  9. To prevendo q vai ser perfeita !!!

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