CAPÍTULO 11

       Sábado chegou. Demi levantou-se da cama, tomou uma ducha rápida e pegou um vestido. Era branco com detalhes em amarelo. Olhou-se no espelho, seus cabelos estavam soltos até o ombro, resolveu passar um batom vermelho suave, e uma sombra marrom que realçava os olhos castanhos.

    Arrumou Kevin, com uma camisetinha branca e jeans. Ela o observou e viu que ele era uma miniatura do pai, pensado nisso seu coração se apertou.

    Não havia comunicado Joseph que ia sair com Nick, pretendia fazê-lo agora.

    Dirigiu-se a sala com Jonas no colo. A casa estava silenciosa, olhou seu relógio de pulso e viu que eram oito horas. Devia ser muito cedo.

   Foi com o filho até a cozinha, enquanto ele brincava com algumas colheres que ela havia dado, fez a mamadeira dele.

   Demi estava sentada com Kevin no colo, tomando seu café enquanto ele batia com a colher na mesa. Quando Joseph apareceu na entrada da cozinha, seus olhos se encontraram.  Nessa hora Ana passou por Joseph e entrou na cozinha.

    Ela foi logo dizendo.

   — Comprei uns pães fresquinhos. Vão vocês dois para a sala de jantar que eu sirvo o café.

  Demi logo respondeu.

  — Eu estou sem fome. Já tomei um cafezinho.

   Joseph a olhava estranhamente e ela desviou o olhar.

  — Ana eu vou tomar café na sala de jantar.

    E movimentando a cadeira, saiu.

  Kevin logo quis sair do seu colo. E correu até ele dizendo.

  — Papai.

   Ao ouvir a espontaneidade do seu filho com o pai Demi se emocionou. Seu coração se apertou no peito. E ela não conseguiu evitar as lágrimas.

“A cada dia ela se via mais presa naquela situação e Kevin estava cada dia mais ligado ao pai.”

   Com essa constatação tomou uma decisão, se casaria com ele por causa de seu filho. Tentaria viver com ele como um casal feliz. Ela o amava. Ela não se importava mais que ele não a amasse.

   Seguiu Joseph até a sala e o viu num canto brincando com Kevin no colo. Ana estava colocando a mesa do café. Demi se aproximou de Joseph para pegar Kevin.

   Ele a olhou friamente.

    — Deixe-o.

     E com ele no colo manobrou a cadeira e há encaixou um pouco distante da mesa por causa do filho. Então ele a olhou curioso.

    Os olhos dele percorreram-na de cima a baixo. Como se só agora tivesse reparado que ela estava muito arrumada.

    —Você vai sair?

     Ela o olhou o desafiando com os olhos.

    —Vou.

    Ele a olhou fixamente, os olhos dele expressaram uma fúria, que ela nunca havia visto antes e ela o temeu.

    — Com quem você vai sair?

   Ela não conseguiu lhe dar uma resposta. As palavras não saiam.

   — Estou esperando por uma explicação – disse ele.

   —O que quer que eu diga? — Demi perguntou quase sem voz.

    Ela já olhara o suficiente para Joseph, aquela face masculina, as sobrancelhas negras, o arrogante nariz, para a boca sensual. Ela percebeu-lhe a palidez, mas não disse nada. Ele estava mais magro, mais abatido. Será que ele estava doente? Mesmo vendo-o a certa distância seu coração palpitou mais forte.

    Então ele colocou Kevin no chão que logo se distraiu com um carrinho que estava no chão da sala.

    — Vem até a biblioteca. — Ela o viu movendo a cadeira de rodas até a biblioteca. Ela percebeu que ele não tocou no café que Ana havia posto para ele. Hesitou um pouco para segui-lo, mas não tinha jeito tinha que enfrentá-lo e foi.  

   Ele estava num canto com a cabeça baixa sobre as mãos com olhar de derrota. Demi se aproximou hesitante dele. E não resistindo sentou-se próximo a ele. Ele a olhou com agonia.

     —Não faça isso— Joseph protestou com energia. — Não me force a ficar tão louco a ponto de lhe dizer coisas que a farão sofrer.

    Encarando Joe, Demi ficou hipnotizada, imóvel. Foi como se ele tivesse o poder de fazê-la esquecer de toda a raiva. Ele parecia sofrer e ela impulsionada pelo amor que tinha a ele. Sentou-se no seu colo e o abraçou como uma criança infeliz.

   Na hora vieram-lhe as lembranças de como eles ficavam assim unidos. Ele na cadeira de rodas e ela no colo dele tremendo de amor.

— Joe— ela gemeu.

      Inclinando-se para ela, ele pôs o braço à sua volta e abraçou-a, os braços fracos. Encostou a face contra o cabelo dela enquanto ela escondia o rosto no peito dele, com o corpo a estremecer enquanto chorava. Passou-se bastante tempo até Demi limpar a face e afastar-se um pouco dele. Olharam um para o outro, os olhos de Joseph faziam um apelo mudo.

    Ele procurou seus lábios com urgência e a beijou longamente.  Seus lábios desceram para o pescoço perfumado dela, e ele a apertou nos braços.

    — Demi — Disse-lhe com voz abafada.

   Ela o afastou por um momento para olhá-lo e viu que ele estava com os olhos úmidos.

   —Joe será que nossas vidas ainda têm jeito?

   Ele a olhou sem entender, tentando assimilar as palavras dela. Mas uma dúvida ainda não o deixava raciocinar e ele perguntou.

   — Você vai sair com quem?

   — Vou sair com um amigo. 

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Ainda bem que essa história já está acabando... prometo que a próxima vai ser de um outro nível e tão chata quanto essa.