CAPÍTULO 6 E DESCUPAS + VÁRIOS CAPÍTULOS AMANHÃ

Demi estava atrasada. Ela não dormira direito, ficara pensando, recordando e relembrando os momentos que havia passado com Joseph, conforme tentava analisar sua situação. Mas analisar emoções dificilmente levava a algum resultado... Especialmente na calada da noite, refletiu ela, irritada, enquanto arrumava a cama. A única coisa que ela havia conseguido fora uma sensa­ção de letargia.

A gaveta do criado-mudo estava aberta, bem como a embalagem de preservativos dentro dela. Joseph sempre fora precavido. Ele fora categórico ao afirmar, desde o início, que não queria que ela engravidasse.

O que Demi nunca havia conseguido dizer a ele era que não precisava se preocupar, porque ela sabia que não podia ter filhos. Quisera muito ter um bebê quando era casada, mas ela e o marido haviam tentado durante um longo tempo, sem sucesso. Eles descobriram que o problema era dela, e Demi sentia uma agonia dolorosa só de pensar nisso. Tinha consciência de que fora isso que levara ao fim do casamento.

Demi empurrou a gaveta com força para fechá-la. Ela conseguia entender a preocupação de Joseph, e apreciava o fato de ele ser responsável quando se relacionavam. Mas a incomodava muito que o único item pessoal que ele deixava em sua casa fosse uma embalagem de preservativos.

Quando eles começaram a dormir juntos, Demi havia su­gerido que Joseph deixasse algumas coisas em seu apartamento, como o aparelho de barbear e algumas roupas... Ela fizera a su­gestão pensando no aspecto prático, mas também com a espe­rança de que isso fizesse com que Joseph passasse mais tempo com ela. Mas ele descartara a ideia sem vacilar.

— Não há necessidade, Demi. Eu moro a 15 minutos de você, é fácil ir em casa buscar qualquer coisa que eu precise.

E ela ainda perdia o sono tentando decidir se terminava com ele ou não! Sem a mínima vontade, Demi pegou sua pasta e se olhou no espelho. Ela estava usando um conjunto de saia e jaquetinha risca de giz e uma blusa branca com um laço na gola. Seus ca­belos castanho-claros caíam sobre os ombros como uma cortina sedosa, emoldurando o rosto em formato de coração, e ela apli­cara uma maquiagem discreta, que não aparecia, mas realçava seus traços. Pelo menos sua aparência era de uma mulher de negócios eficiente e concentrada.

Demi tinha um dia cheio pela frente. Precisava terminar sua apresentação na sala de reuniões e parecer contente e confiante.

Miley já estava em sua mesa quando Demi entrou no escritório.

— Bom dia, Demetria. Tem uma pilha de correspondência espe­rando por você — anunciou ela, alegremente.

— Obrigada, Miley.

Demi foi para sua sala, ligou o computador e digitou a senha para olhar os e-mails. Um deles era de Joseph e, pelo jeito, ele  enviara de madrugada.

Por que você não cancela seu compromisso de hoje à noite e nos encontramos em minha casa? Podemos tomar um vinho e continuar de onde paramos...

Mas como era petulante! Pensou Demi, irritada. Joseph achava que bastava estalar os dedos para ela ir correndo para os braços dele?

Demi deletou o e-mail sem responder. Em seguida começou a abrir a correspondência. Tinha acabado de ler a última carta quando chegou outro e-mail de Joseph.

Bom dia, Demetria. Quer vir tomar um café comigo antes da reunião?

Demi ficou tentada a ignorá-lo outra vez, mas agora já não podia fazer isso. Afinal, ele era seu chefe. Então, após um mo­mento de hesitação, ela respondeu:

Bom dia, Joseph. Obrigada, mas não posso. Tenho de rever algumas coisas antes da reunião. Até daqui a pouco.

Alguns segundos se passaram e outro e-mail surgiu na caixa de entrada.

Largue o que estiver fazendo.

Demi franziu a testa. Aquilo seria uma ordem? Ela tambo­rilou os dedos sobre a mesa por um instante, pensando. Bem, se ela ia terminar com Joseph, aquela seria uma boa oportunidade. Era melhor resolver o assunto e ficar livre de uma vez.

Ela organizou a papelada necessária para a reunião em sua pasta e foi para o andar de cima.

A secretária de Joseph a recebeu com um sorriso quando ela entrou na antessala.

— Ele está esperando por você, Demetria.

Com uma atitude determinada, Demi atravessou a antessala, abriu a porta e entrou no escritório de Joseph. Aquilo não ia ser fácil, mas ela precisava ser firme. Terminar o relacionamento com Joseph era a coisa mais sensata a fazer, a única maneira de ela retomar o controle sobre a própria vida.

Joseph estava sentado atrás da escrivaninha, falando ao telefone. Ele ergueu os olhos para Demi e sorriu, sem interromper a conversa.

No mesmo instante, ela sentiu sua resolução esmorecer.

— Não, Thomas, não é suficiente — disse ele com firmeza enquanto fazia um sinal para que Demi se sentasse. — Só um mo­mento — sussurrou para ela, cobrindo o bocal do telefone com a mão.

Demi assentiu e tentou concentrar sua atenção na sala em vez de em Joseph. Ela sempre achara que o escritório de Joseph parecia mais uma suíte de hotel do que um local de trabalho. Ele tinha tudo naquele espaço, desde um bar até um closet com ternos e camisas, e um banheiro privativo com hidromassagem. Eles haviam feito amor ali, uma vez. Demi se lembrava de como ele a despira, devagar...

Joseph desligou o telefone, e Demi se forçou a afastar os pensamentos que tomavam um rumo indesejável, ainda mais porque ela estava ali com a intenção de pôr um fim ao rela­cionamento.

— Desculpe. — Joseph sorriu.

— Tudo bem. — Demi retribuiu o sorriso e tentou com todas as forças não pensar em como ele era lindo.

—Desculpe também, por ter tido de ir embora tão cedo ontem.

Uma parte de Demi queria responder: "Você sempre vai embora cedo." Mas ela se conteve. Sabia que soaria revelador demais, e tinha amor-próprio. Então ela apenas deu de ombros.

—Eu sei que o trabalho sempre vem em primeiro lugar, para nós dois. — Ela ficou orgulhosa de si mesma, de seu autocontro­le. — Você conseguiu checar tudo com Ashley?

— Sim... Mas tivemos de vir ao escritório. Saímos daqui de­pois de meia-noite.

Como é que é? Por pouco Demi não exclamou as palavras em voz alta.

A imagem de Ashley surgiu em sua mente. A chefe da contabilidade era uma mulher muito atraente, alta e magra, com cabelos pretos e impressionantes olhos azuis. E não dis­farçava seu interesse em Joseph!

Demi imaginou se os dois tinham ficado apenas trabalhan­do até depois de meia-noite... Mas, mesmo que não, o que ela tinha a ver com isso? Ela não ia mesmo terminar tudo com Joseph?

Ele se levantou e contornou a escrivaninha para ficar mais perto de Demi.

—E então, já que nós não tivemos tempo de jantar ontem, que tal irmos hoje ao La Luna?

— Eu não posso Joseph. Já disse a você que tenho um compromisso.

— Que pena.

Era mesmo uma pena. Demi queria aceitar o convite, queria esquecer aquela ideia de terminar com ele. Se saíssem para jan­tar, ele a levaria para casa depois, ela o convidaria para entrar e... Rapidamente, Demi interrompeu aquela linha de pensamento. A cada vez que ela dormia com Joseph, ficava mais enfeitiçada por ele, e isso estava lhe fazendo mal. Aquele relacionamento não levaria a nada. Ela precisava ser forte.

— Na verdade, tem uma coisa que eu preciso falar com você, Joseph — disse com voz trêmula.

— O que é?

O tom de voz jovial e amigável dele fez o estômago de Demi contrair. Seu olhar desceu do rosto de Joseph para o paletó de casimira que vestia tão bem sobre os ombros largos; a camisa azul-clara parecia enfatizar o negro intenso de seus cabelos.

— Demetria?

Aquela era uma das coisas mais difíceis que ela já tivera de fazer.

— É que... Não dá mais, Joseph.

— O que não dá mais? — Ele dividia a atenção entre Demi e o computador, onde um novo e-mail acabava de chegar.

— Nós.

— Nós? — Joseph se virou para ela e franziu a testa.

— Sim, Joseph, nós. O nosso... Relacionamento. Não dá mais para continuar. Não está... Dando certo.

— Do que você está falando? — Ele sorriu como se achasse que ela estava brincando. — É claro que está dando certo! O nos­so relacionamento é perfeito...

— Sim, foi perfeito — admitiu Demi. — Mas está na hora de terminar.

— Por que terminar uma relação que é perfeita e que faz bem a nós dois? — Joseph parecia genuinamente perplexo. — Nós não nos divertimos juntos?

— Sim... — Demi passou a mão pelos cabelos. Aquilo era tudo o que ela significava para Joseph: divertimento. — Mas já deu o que tinha que dar Joseph.

— Eu não concordo. — Ele balançou a cabeça. — O sexo entre nós é fabuloso. Ontem você estava tão ansiosa quanto eu para sair logo da reunião e irmos para a cama juntos.

— Sim... — Demi não queria que seu pensamento seguisse aquele rumo. — Mas eu acho que chegou a hora de acabar — falou com firmeza.

Joseph a fitou com uma sobrancelha arqueada, e Demi percebeu que ele ainda não a estava levando a sério.

— Você está dizendo isso porque eu tive de ir embora mais cedo ontem?

— Não, claro que não. — Ela cruzou os braços, esforçando-se para manter o foco.

— É sim. — Joseph sorriu. — Ora, Demi, eu também não que­ria ir embora, mas precisava. Eu disse que iria compensá-la depois...

— Não tem nada a ver com ontem à noite! — Ela interrompeu, irritada por ele pensar que ela podia ser tão infantil. — Joseph, eu não quero que nossa relação chegue a um ponto em que... Se desgaste, entende? Que arruíne a nossa amizade. Eu quero que continuemos amigos...

—Ótimo, é o que eu quero também. Quero que tudo continue exatamente do jeito que está.

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Oi, vergonha, isso que estou sentindo agora, tô cozinhando vocês, mas não é porque eu quero, tô na maior correria, não vou parar de postar tava só brincando, bom amanhã vou postar pelo menos uns 4 capítulos pra compensar a minha falta, hoje não deu pra postar mais cedo porque passei o dia na casa dos sogros e nem mexi em computador hoje então não teve como, espero que gostem me desculpem e  comentem!!!