CAPÍTULO 14
Eles estavam a 12 mil metros de altura, e era como se estivessem à mesma
distância um do outro, pensou Joseph, irritado, quando tentou pela terceira vez
puxar assunto com Demi e ela respondeu com um monossílabo.
Olhou para ela, não podia ver seu rosto
direito, estava coberto pelos cabelos que caíam soltos sobre os ombros, conforme
Demi lia um relatório após o outro. Ela estava assim, na mesma posição, e com a
mesma disposição, desde que o avião decolara. Em nenhum momento se virara para
ele para fazer um comentário, nem mesmo sobre o trabalho, como normalmente
costumava fazer. Demi tinha um senso de humor extraordinário, e conseguia
fazê-lo rir mesmo quando o assunto era difícil e complicado. E ele sentia falta
disso.
Joseph tamborilou os dedos sobre a
mesinha. Ele próprio tinha milhões de coisas para verificar e repassar antes da
reunião com Ron, mas não conseguia se concentrar. A cada poucos segundos, seu
olhar se voltava na direção de Demi.
Ela havia tirado a jaqueta e estava
usando uma blusa branca que se ajustava com perfeição ao corpo, enfiada dentro
da cintura fina da elegante saia-lápis, que chegava acima dos joelhos. Demi
descruzou as pernas e tornou a cruzá-las, e os olhos de Joseph acompanharam os
movimentos. Então ele notou que a caneta dela tinha caído no chão. Antes que
pudesse pegá-la para ela, Demi se curvou para recuperar a caneta, e ele teve um
vislumbre da borda do sutiã de renda branca que ela usava.
Joseph queria muito fazer amor com ela,
mas sabia que teria de ser cuidadoso na abordagem. Um passo em falso, e as
coisas poderiam ficar ainda mais complicadas.
Ao longo da última semana, Joseph se
forçara a ter paciência e a não se deixar afetar pelos modos distantes e
formais de Demi. O que parecia estranho, porque paciência não era uma de suas
virtudes, mas de alguma forma ele sentia que valia a pena esperar por Demi.
Independentemente do que ela havia dito, sobre não existir mais atração, e que
estava na hora de o relacionamento acabar, ele não acreditava. Tudo bem, ela
podia estar sendo arrogante e confiante demais... E era possível que ela
estivesse saindo com outra pessoa. Joseph não descartara de todo essa
possibilidade. Mas ele detectara o desejo nos lábios dela, na última vez em que
a beijara. Tinha quase certeza de que ela havia se forçado a demonstrar
indiferença. E agora que eles iriam passar algum tempo juntos e sozinhos, era a
ocasião perfeita para descobrir o que estava acontecendo, sondar o que se
passava na cabeça dela, e, quem sabe, esperançosamente, voltarem às boas.
Só havia um pequeno problema. Demi o
estava ignorando.
Joseph passou a mão pelos cabelos,
irritado consigo mesmo por estar se amofinando com aqueles pensamentos ali no
avião. Devia deixar aquelas dúvidas para outra hora, depois da reunião com
Johnson. Era nisso que tinha que focar toda a sua atenção agora.
Ele se levantou e foi até o frigobar, do
outro lado do avião.
— Quer comer alguma coisa? — perguntou
por sobre o ombro.
— Não, obrigada — respondeu Demi sem
erguer a cabeça. Ele pegou um sanduíche e se serviu de mais café.
— Quer beber?
— Não, obrigada.
Joseph respirou fundo. Que droga, ela
estava fazendo aquilo de propósito para irritá-lo?!
Ele voltou para o assento e remexeu nos
papéis.
— Você bebe café demais — disse ela,
repentinamente. — Essa é a quarta xícara que toma. Eu me admiro que você
consiga dormir de noite.
Ah... Então ela estava reparando no que
ele fazia, mesmo sem olhar...
— Eu nunca tive problema para dormir.
Joseph olhou para ela e sorriu. Demi deu
um leve sorriso e voltou a ler o relatório.
— Você deveria comer alguma coisa —
insistiu Joseph.
— Não estou com fome. — Demi afastou os
cabelos para trás da orelha.
— Você está bem? — perguntou ele,
subitamente preocupado. Ele já há achara um pouco pálida de manhã, e agora
percebia que ela estava bem abatida.
— Você já me perguntou isso de manhã. E
eu disse que estou bem.
— Mas você não parecia bem de manhã, e
não parece bem agora. Parece uma morta.
—Ah, que simpático... Obrigada. —Joseph
sorriu.
— Só estou demonstrando minha
preocupação.
— Se essa é a sua preocupação, acho que
prefiro a sua atitude indiferente e dominadora.
—Bem, se é assim, não me importo de ser
um tanto dominador... — Joseph olhou para ela com expressão de provocação.
Demi tentou ignorar o calor que percorreu
seu corpo. Tinha raiva de si mesma por ser tão suscetível a Joseph.
— Acho que estamos nos desviando do que é
importante Joseph. Deveríamos estar programando nossa reunião com Ron. Não...
— Sabe Demetria, só porque o nosso
relacionamento terminou, não significa que não possamos ser amigos —
interrompeu Joseph, com voz firme.
O coração de Demi acelerou. Claro que
tinha grande apreço por Joseph, mas naquele momento não conseguia se ver sendo
"amiga" dele. Bem que ela gostaria, mas seria possível ser amiga de
alguém a quem se amou com tanta paixão? Perguntou-se.
— Sim, é claro que somos amigos —
obrigou-se a falar com naturalidade.
Então por que estou detectando certa
frieza em sua voz?
— Não há frieza nenhuma. — Demi levantou
o rosto, mas quando seu olhar encontrou o de Joseph, ela se arrependeu. Eu só
estou lidando com a situação da melhor maneira que consigo — admitiu, com a
voz um pouco trêmula. — Claro que é um pouco... Esquisito viajar a trabalho com
alguém com quem você foi... Tão íntimo.
— Não vejo por que — retrucou Joseph,
encolhendo os ombros.
— Deve ser porque você está habituado a
pular de um relacionamento para outro. Eu não.
— Mas foi você quem
quis terminar, Demetria — lembrou ele. Pronto, lá estavam eles de volta àquele
assunto, pensou Demi, tentando não entrar em pânico. Como isso fora acontecer?
— Sim, eu sei. E ambos sobrevivemos e
trabalhamos bem juntos a semana inteira. No que diz respeito a mim, não vejo
problema nenhum. Foi você quem trouxe o assunto, não eu.
— Porque eu acho que para haver um bom
relacionamento no trabalho, é importante nos sentirmos à vontade um com o
outro. Acho que não devemos permitir que questões pessoais interfiram no nosso
trabalho.
Aquilo era tudo que importava para
Joseph: trabalho.
— Eu concordo plenamente. — Demi voltou a
olhar para os papéis à sua frente. — Quero que tudo corra bem, com o trabalho e
conosco, cada qual com sua vida daqui para frente.
— Demetria, nós não vamos convencer Ron
Johnson de que somos noivos, se você agir deste jeito comigo na frente dele!
Demi ergueu a cabeça abruptamente.
— Ah, então é este o problema! A questão
não é que continuemos amigos, mas enganar Ron Johnson!
— Não estou enganando ninguém — disse
Joseph, com firmeza.
— Está sim. Você mentiu, e eu não aprovo
isso!
— Você concordou em colaborar com a
mentira, então também não é nenhuma inocente!
— E que escolha eu tinha, senão
concordar?! Eu não concordei,
mas fui obrigada a aceitar.
— Bem, pelo que me lembro você não
ficou tão indignada na ocasião. Ao contrário, nós selamos o acordo com um
beijo.
Demi fechou os olhos e respirou fundo,
furiosa. Como ele se atrevia a acusá-la do que havia sido um momento romântico
entre eles?
— Vamos mudar de assunto, sim? — sugeriu
ela, tentando não tremer. — E exatamente por isso que não podemos ser amigos.
— Por quê? Por que estou lhe mostrando a
verdade?
— Porque você me irrita profundamente,
por isso! — Ela quase gritou.
Joseph sorriu.
— Ah, está melhor.
— O que está melhor? — Demi franziu a
testa.
— Você. Voltou a ser você mesma. Aquelas
respostas monossilábicas... "sim", "não"... Educadas e
formais estavam realmente começando a me cansar. Eu tenho isso de todo mundo à
minha volta. Espero mais que isso de você.
— É mesmo? — A voz de Demi soou fria e
sarcástica. — E eu também espero mais de você do que jogar na minha cara lembretes
de momentos íntimos.
— Você sabe ser desmancha-prazeres, Demi
— murmurou Joseph, rindo.
— E você sabe ser um pé no... Uma pedra
no sapato!
— Vamos fazer o seguinte, vamos esquecer
minha sugestão de "sermos amigos", certo? — disse ele, ainda com ar
de riso.
— Ah, não precisa se preocupar. Vou fazer
a minha parte e representar o papel de noiva apaixonada, perto de Ron — resmungou
ela. — Mas isso não significa que eu concorde com essa farsa.
— Eu nunca teria imaginado.
O calmo sarcasmo de Joseph não a fazia se
sentir melhor.
— Talvez você devesse ter usado outra
mulher como sua falsa cara-metade.
— Talvez — concordou Joseph, com um
encolher de ombros. —Mas agora está um pouco tarde para isso. E como acompanhou
desde o início as negociações para a aquisição da R.J., terá de ser com você
mesmo.
A atmosfera não estava apenas gelada
agora, estava glacial, ártica. Demi desviou o olhar, e o silêncio se interpôs
novamente entre eles.
Como Joseph era insuportável! Que
petulância era aquela de dizer que "teria de ser com ela mesmo"?
Meia hora depois, o sinal para apertar os
cintos se iluminou, e o piloto anunciou que iriam pousar. Demi olhou para o
relógio, e Joseph começou a juntar a papelada. Ele se inclinou para olhar pela
janela.
— Parece que o tempo está bom, lá —
observou.
Demi espiou também e viu o mar turquesa
do Caribe, e em seguida a faixa verde de uma ilha rodeada por palmeiras e
praias douradas.
— Lindo, não? — comentou Joseph.
Demi ficou imaginando como ele conseguia
agir com tanta calma e apreciar a paisagem com tanta serenidade quando eles
tinham acabado de se indispor um com o outro. Era irritante como Joseph tinha a
capacidade de desligar o lado emocional; ele fazia isso sempre, mesmo quando
estavam juntos... Fazia amor com ela com um ardor explosivo e dez minutos
depois se transformava de amante em homem de negócios.
Isso a irritava sobremaneira.
— E, sim — murmurou séria. — Para que
horas a reunião está marcada? — indagou ela, sem desviar o olhar da janela do
avião.
— Ron nos convidou para jantar as sete e
meia. — Joseph olhou para o relógio. — Teremos tempo suficiente para ir até
minha casa, tomar um banho e trocar de roupa.
— Jantar? — Demi se virou para Joseph,
com as sobrancelhas arqueadas, e em seguida voltou a olhar para fora. —
Considerando-se que o homem é quase um eremita, isso é encorajador... Não é
ele que só quer ter contato com os advogados e o gerente da empresa?
— É Ron é excêntrico. Mas eu comentei com
ele que somos praticamente vizinhos em Barbados... Acho
que esse fato contou a meu favor.
— Que bom. Bem, espero que as coisas se
resolvam depressa. Talvez possamos voltar ainda esta noite.
— Talvez... Mas eu não contaria com isso,
se fosse você.
CAPÍTULO 15
Uma limusine esperava por eles do
lado de fora do terminal.
Joseph e Demi se
sentaram lado a lado, em silêncio, conforme o veículo percorria as estradas
estreitas margeadas por canaviais.
O clima entre
eles só estava um pouco mais leve porque Joseph tinha aberto a divisória de
vidro para conversar com o motorista, um nativo da ilha extremamente simpático
e amigável chamado George. Era um rapaz alegre e brincalhão, e Demi começou a
se sentir um pouco mais relaxada e a apreciar a paisagem verde.
Eles só pararam
quando chegaram à entrada da casa de Joseph, para esperar o imenso portão
elétrico levantar.
— Estão anunciando um temporal para esta
noite — avisou George, enquanto percorriam a alameda de entrada.
Demi olhou para o
céu azul por entre as folhas das palmeiras.
— Mas não tem uma nuvem no céu.
É, mas elas já
estão vindo. Deve começar a chover de madrugada.
— Espero que não seja um tornado —
comentou Demi. — Passei por um em Miami, no ano passado, e foi assustador.
— Bem, acho que tivemos sorte. Era um
tornado, mas está perdendo a força. George sorriu por sobre o ombro. — Mas
essas tempestades tropicais são tão imprevisíveis quanto às mulheres, por
isso, nunca se sabe.
O carro parou, e Demi olhou ao redor, mal
podendo acreditar no que via. No centro de um jardim paradisíaco, erguia-se uma
casa linda, parte de pedra, parte pintada de branco, com uma varanda que dava
toda a volta.
Ramagens de plantas e flores tropicais
pendiam das sacadas, e pelas portas de vidro ela pôde ver do outro lado à
mobília de vime com estofados coloridos, de frente para um jardim que descia
suavemente até a faixa de areia da praia. Ao fundo, o mar azul cintilava
resplandecente.
Ela prendeu a respiração.
— Uau — foi tudo que ela conseguiu dizer,
quando soltou o ar. Joseph lhe lançou um olhar divertido.
— Gostou?
— Se eu gostei?! Está brincando... Isto
aqui é o paraíso, só pode ser!
George abriu a
porta, e eles desceram do ar refrigerado do carro para o dia quente e
ensolarado. Havia uma tranquilidade naquele lugar, um silêncio que apaziguava a
alma. Os únicos ruídos eram o rebentar suave das ondas na praia e o zumbido de
uma ou outra abelha revoando entre as flores.
Quando eles subiram para a sombra da
varanda, a porta da frente se abriu e uma mulher de seus cinquenta e poucos
anos os recepcionou. O corpanzil da mulher estava comprimido dentro de um
vestido de estampa colorida, e ela mostrava um rosto redondo e sorridente. Demi
simpatizou imediatamente com ela.
— Seja bem-vindo, Sr. Jonas —
cumprimentou ela. — Já está tudo pronto e arrumado para a sua chegada.
— Obrigado, Dolores. — Joseph apertou a
mão dela. — Quero lhe apresentar minha assistente, Demetria Lovato — disse ele.
—Dolores é minha caseira, Demi. Ela toma conta maravilhosamente de tudo por
aqui. Não sei o que eu faria sem ela.
A mulher ficou visivelmente encantada com
o elogio. Qualquer coisa que precisar Srta. Lovato é só dizer.
Eles seguiram Dolores para dentro da casa
e atravessaram o hall de piso de madeira polida. Demi vislumbrou uma elegante
sala de estar à esquerda, antes de começar a subir a escada.
— Eu preparei a suíte de hóspedes para a
senhorita, Srta. Lovato — avisou Dolores, atravessando o amplo hall do segundo
andar e abrindo uma porta com um floreio.
Demi passou por Joseph e entrou num
quarto amplo, com uma cama de casal. Uma porta dupla de vidro se abria para uma
varanda, com vista para o mar.
— Que maravilha... Muito obrigada.
— Que bom que você gosta. — Dolores se
virou para seu patrão, que estava em pé na soleira da porta. — Houve alguns
telefonemas para o senhor, Sr. Jonas.
Enquanto Dolores recitava uma lista de
nomes e recados que parecia não ter fim, Demi se sentou na beirada da cama. Ela
estava um pouco cansada... Na verdade, sua vontade era deitar-se e dormir um
pouco. Devia ser o calor; não parecia haver ar-condicionado na casa, somente
ventiladores de teto.
Dolores terminou a lista de telefonemas e
perguntou a Joseph o que ele queria que ela preparasse para o jantar.
— Nós vamos jantar fora, obrigado, Dolores
— disse ele. — O Sr. Johnson vai mandar um barco nos buscar.
— Um barco? — perguntou Demi, surpresa,
depois que a caseira saiu.
— Sim. Parece que é mais rápido chegar a
casa dele de barco. O caminho de carro é bem mais longo.
— Bem, se vamos de barco, acho melhor usar
sapatos sem salto. — Demi tirou os sapatos de salto alto e esfregou os pés,
distraída. Com o movimento, a saia subiu um pouco, e Joseph percorreu os olhos
pelo corpo dela.
— Demetria?
— Hum? — Ela levantou o rosto e afastou
os cabelos para trás, enquanto o fitava com aqueles olhos verdes grandes e
indagadores.
Joseph hesitou. O que ia dizer para ela?
"Não esfregue o pé desse jeito, porque está me deixando excitado"?
Parecia loucura... Até para os próprios ouvidos.
— Não... — Ele vacilou. — É que... Não
temos muito tempo, então é bom começarmos a nos mexer.
Em seguida ele saiu e fechou a porta.
Naquela noite, depois que tudo estivesse resolvido no campo dos negócios, ele
daria um jeito de seduzi-la e levá-la para a cama, prometeu para si mesmo. E
sua vida voltaria à normalidade.
Quando Demi desceu, vinte minutos depois,
ela seguiu o som da voz de Joseph e o encontrou em um escritório com portas de
vidro que se abriam para o jardim. Ele estava sentado à escrivaninha, com o
notebook aberto à sua frente.
— Espere só um momento — pediu, cobrindo
o bocal com a mão quando Demi entrou. — Demi, você se lembra da senha para
acessar os arquivos da R.J.? — Ele percorreu os olhos pela silhueta dela,
avaliando a calça branca de stretch e a blusa com uma discreta estampa em preto
e branco. Ela conseguia ser simples, elegante e sexy, tudo ao mesmo tempo...
Joseph apertou várias teclas, tentando
acessar os arquivos.
— Espere.
Demi se aproximou, e Joseph sentiu o
perfume suave quando ela se inclinou sobre o notebook. Ela digitou a senha, e
no mesmo instante a pasta que ele queria se abriu.
— Obrigado.
Joseph pegou novamente o telefone e
retomou a conversa. Entretanto, pelo canto dos olhos, ele observava Demi enquanto
ela andava pelo aposento. Ela pegou uma fotografia do pai dele, que estava
perto da estante de livros, e depois admirou o quadro acima da lareira.
— Esta casa é bem diferente do que eu
imaginava — disse ela, depois que Joseph desligou.
— E como você imaginava? — quis saber
ele, recostando-se na cadeira giratória.
Demi estava observando uma peça de
porcelana sobre uma mesinha de canto.
— Bem, a decoração do seu apartamento em
Miami é... Como posso dizer... É mais clinica, não sei se posso descrever assim... E de
extremo bom gosto e cheia de estilo, mas é diferente daqui.
— Clínica?
— Sim... Impessoal, sabe... E como se
alguém tivesse decorado o apartamento para você, e você tivesse entrado
depois.
— É porque foi isso mesmo. O apartamento
foi decorado para mim. — disse Joseph, sorrindo. — Eu contratei uma designer de
interiores. Não tenho tempo para ficar escolhendo móveis e peças de decoração.
— É eu sei... Mas esta casa é mais
aconchegante... É mais como... Um lar.
— Ela foi o meu lar durante algum tempo —
explicou Joseph. — Meus pais se mudaram de Portugal para cá quando eu tinha
nove anos.
— Oh... Eu não sabia! — Demi olhou ao
redor outra vez, com interesse renovado. — Deve ter sido uma delícia crescer
num lugar lindo como este.
— Foi bom. — Joseph olhou para o relógio.
— E onde estão seus pais agora? — indagou
ela.
— Meu pai faleceu, e minha mãe mora na
França. — Joseph se levantou. — Vamos rever os últimos detalhes para a reunião?
Daqui a pouco o barco deve chegar.
Demi notou como Joseph se esquivava de
responder a perguntas pessoais. Ele sempre fora assim. Joseph nunca falava sobre
sua infância, não lhe contava coisas do seu passado. Isso a entristecia. Eles
tinham uma intimidade física incrível, e, no entanto, ela pouco sabia sobre ele.
Joseph nunca se abrira com ela, nunca expusera seus sentimentos, suas emoções.
Demi ficou
olhando enquanto ele abria a porta de um armário e tirava de lá uma caixa de
madeira.
— O que você está fazendo?
— Você precisa de um anel de noivado.
Enquanto falava, ele esvaziava o conteúdo da caixa em cima da escrivaninha.
Algumas joias se espalharam sobre o tampo da mesa.
— De onde veio isso? — perguntou Demi,
curiosa.
— Eram da minha mãe. — Joseph abriu umas
gavetinhas dentro da caixa e procurou antes de pegar uma caixinha de veludo
verde-escuro. — Ah, aqui está!
Ele ergueu a tampa e Demi viu um anel com
um brilhante quadrado que brilhava ao sol do fim de tarde. Joseph pegou o anel e o
entregou a ela.
— Veja se serve.
Ela examinou o anel antes de colocá-lo no
dedo.
— Que lindo! — exclamou.
— Bem, eu imagino que Ron esteja
esperando ver um belo anel no seu dedo. — Joseph acenou com a cabeça na direção
da joia. — Experimente, para ver se serve.
Com uma sensação um pouco estranha, Demi
enfiou o anel no dedo da mão direita.
— Está só um pouquinho largo. — Ela já ia
tirar o anel quando Joseph se aproximou e segurou sua mão para olhar.
— Parece bom. Acho que não está largo a
ponto de cair, não é?
— Não, não. — Demi ajustou o anel melhor
e esticou o braço para admirar o efeito.
— Esta encenação é realmente necessária,
Joseph? — perguntou ela, afastando-se dele.
— Talvez sim... Talvez não. Mas por via
das dúvidas, vamos mantê-la, porque não vou deixar esse negócio escapar por
causa de um capricho de um homem cheio de esquisitices. — Joseph fitou Demi nos
olhos, com expressão séria. — Não custa nada, não é?
— Isso é uma questão de opinião, Joseph.
Se Ron vier a descobrir que você mentiu para ele, pode custar sim, e muito. E
como você é notoriamente um solteiro convicto, não é impossível que ele logo
descubra. Ou desconfie, pelo menos.
— Bem, se isso acontecer, eu vou
convencê-lo de que mudei de ideia. — Joseph encolheu os ombros. — Acontece, não
é? Solteiros convictos podem se apaixonar e mudar de ideia com relação ao
casamento.
— Seria mais convincente se você dissesse
a ele que fez um transplante de cérebro, e que por isso decidiu se casar — retrucou
Demi, com indiferença.
Joseph riu.
— Bem, nem você nem eu somos do tipo que
quer compromissos, não é mesmo? Mas Ron não precisa saber disso.
Demi não disse nada.
— Ora, vamos lá, Demdem... Se essa
negociação der certo, nós estamos feitos! Ninguém está roubando ninguém, nós
vamos pagar pela aquisição da empresa, e um preço muito bom para ele!
Demdem... Joseph só a chamava assim quando eles
namoravam. Ela disfarçou o arrepio que a percorreu de cima a baixo.
— Está bem, eu já disse que tudo bem! Mas
terá de ser você quem vai contar as mentiras, porque isso eu não vou fazer.
— Sem problema.
Joseph sorriu aquele sorriso meio torto
que ela conhecia tão bem e tanto amava. Demi faria qualquer coisa por Joseph
quando ele sorria para ela daquele jeito... E isso era preocupante.
— Obrigado, Demi — murmurou ele.
— Não me agradeça, vamos logo começar o show.
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Oi, não estava nem de longe nos meus planos postar hoje, mas por motivos maiores hoje não teve aula e ainda saí mais cedo do trabalho, motivo? blecaute no nordeste brasileiro, tirando o constrangimento pra chegar em casa por conta dos semáforos estarem todos apagados e todo mundo doido pra chegar em casa e formar uma confusão nas avenidas, amei ficar em casa e namorar um pouco, pois é o tempo é pouco até pra isso, e como gosto muito de vocês resolvi postar 2 capítulos pra vocês antes de ir pro cinema assistir cine holliúdy não é um programa romantico, mais tô louca pra assistir então vai ser esse mesmo, só isso por hoje pois já estou de saída. Só mais uma coisinha COMENTEM!!!!
Adorei :))
ResponderExcluiramei o capitulo amodoro sua estoria.. posta o mais rapido possivel, no momento do blackout eu estava na minha cama dormindo e incomodada por ter faltado luz e o ventilador desligado mas enfim não sabia que vc também era do nordeste que legal kkkk
ResponderExcluirposta logo!!!!!
ResponderExcluirPerfeito posta mais..... Ta cada dia melhor as tuas fics e cada vez mais viciante tbm
ResponderExcluirfaz dias que eu entro e saio toda hora do seu blog só para ver se vc posto
ResponderExcluirposta logooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluiresperando ansiosa pelo proximo
ResponderExcluirtem caps hj???? surtando AQUI KKKKKKK!!!!
ResponderExcluiroiêeee!!!!! posta 2 hj +2 amanhã??!!!!!
ResponderExcluirsentindo falta dos seus caps .....posta logo pleaseeeeeeeeeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirhj vc vai postar né??????? diz q sim !!!!!!
ResponderExcluirnossaaaa 3 dias sem postagem parece 1 mês socorroooooo!!!!!!!!!!!!postaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirsua fic é D+ aguardando aqui!!!!!!
ResponderExcluirameiiii,posta logo!
ResponderExcluirlouca p ler o proximo cap ,posta please
ResponderExcluirlindo demais ,acho q vou ter um treco se vc ñ postar hj, cara sua fic vicia! já estou em abstinência kkkkkkk
ResponderExcluircadê vc ??????????????????? posta pleaseeeeee!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirtd bem c vc?????? vc nunca ficou tantos dias assim sem dar noticias ou postar,espero q esteja td bem c vc guria ,posta o mais rqapido possivel estarei esperando ansiosa
ResponderExcluirestou morrendo aqui faz dias que espero vc postar vc está bem
ResponderExcluiraaaainnnn perfeito posta maiiiixxxxx :DD
ResponderExcluir