domingo, 29 de setembro de 2013

CAPÍTULO 34 MARATONA FINAL

Lágrimas escorriam pelo rosto dela enquanto percebia que ele estava sofrendo tanto quanto ela.
— Não chore Demi! — Ele passou o braço em volta dela e no momento seguinte ela foi puxada para perto de seu peito. — Vamos permanecer positivos em relação ao nosso bebê, sim? Não vamos atravessar essa ponte antes que tivermos.
A voz dele estava rouca e profunda e infinitamente tranquili­zadora. Ela se inclinou em direção a ele, agradecida pelo apoio, adorando a sensação de proximidade, o cheiro familiar de sua colônia... O calor do seu corpo. Ela fechou os olhos e tentou extrair sua força.
— Joseph, sinto muito.
— Pelo quê? Você não fez nada de errado.
— Disse coisas horríveis para você no almoço! —Acho que eu merecia.
— Não, não merecia! — Ela se afastou e o olhou com olhos cheios de sentimentos. — Você me disse que queria nosso bebê e eu... Eu não percebi o quanto falava a sério!
— Sim, falei sério. Mas entendo porque você desconfiava de meus motivos. Já que eu sempre aproveitei a vida intensamente, sem compromissos. — Ele balançou a cabeça lamentosamente. — Você está certa sobre mim. Sempre fui um deserto emocional.
— Não deveria ter dito isso.
— Sim, deveria. Porque é verdade. — Ele pegou as mãos dela. — E eu tentei me manter daquela maneira de propósito... Parecia mais seguro.
— Conheço essa sensação. — Ela mordeu o lábio inferior. —Senti a mesma coisa depois que meu casamento acabou. Disse a mim mesma que nunca mais me envolveria emocionalmente.
— Sim, mas você é uma pessoa muito melhor que eu. Porque não conseguiu manter essa forma de vida. Você é carinhosa e amorosa e queria mais... E é por isso que terminou comigo. E não a culpo, Demi. Fui tão cego... Não vi a verdade... Ou talvez não quisesse ver a verdade até que me atingisse.
Demi engoliu em seco.
— E agora você percebeu o quanto quer ser pai... Que está preparado para esse compromisso...
— Não apenas isso... Ela o olhou com dúvida.
— Demi, a partir do momento em que entrou em meu escritório, você mudou minha vida.
— Mudei?
Ele concordou e tirou a lágrima que escorria no rosto dela com carinho.
— Achei que tinha minha vida em ordem até o dia em que você entrou em meu escritório e em minha vida, com seus olhos verdes fabulosos e seu espírito selvagem. Estava totalmente... Totalmente cativado. E desde aquele dia, tudo que pensei que soubesse sobre mim virou um caos.
— Virou? — Demi o olhava espantada. Ele concordou.
— Eu tentei fingir que não... Na verdade, era muito cabeça dura para escutar meu próprio coração! Quando você terminou, eu fiquei devastado. Mas disse a mim mesmo que era apenas um caso e que eu superaria... E depois percebi que não conseguia su­perar. — Ele riu impiedoso. — E quando você me disse que queria um relacionamento mais profundo e que significasse algo, eu fiquei desorientado.
Ela sorriu trêmula.
— Eu a acusei de querer fugir para Londres. Mas era eu quem sempre fugi Demi... — A voz dele tinha uma sinceridade crua que tocava o coração dela. — Eu fugia de meus sentimentos, de mim mesmo... E quando você pediu demissão, eu percebi. Fi­quei devastado com o sentimento de perdê-la. Porque sem você não sou nada. Você me faz uma pessoa melhor... Você faz minha vida completa...
O coração dela cambaleava e ela não conseguia encontrar sua voz para dizer qualquer coisa.
— E depois eu descobri que você estava grávida. Fiquei em estado de choque... Não só porque descobri que não poderia perdê-la... Mas, de repente, eu descobri que queria tudo. Queria você e o bebê... E eu queria tanto que machucava.
Ela engoliu as lágrimas.
— Era isso que eu queria lhe dizer no almoço. Mas claro que os velhos hábitos morrem tarde e eu me vi me escondendo atrás de todo o tipo de desculpa para mantê-la aqui... — Ele balançou a cabeça. — E agora olhe para mim... Dizendo isto tudo na hora errada. Eu estraguei tudo.
Não é a hora errada. — A voz dela estava embargada pelas lágrimas.
— É. Mas vou dizer de qualquer maneira... Eu amo você, Demi, e acho que amei desde o momento em que a vi pela primeira vez. Só fui muito estúpido ou muito cabeça dura para não ver. E agora não consigo imaginar a vida sem você. Se perder nosso bebê... — A voz dele tremeu e ele sorriu. — Descul­pe... É que preciso muito de você, Demi, e estou implorando para que me dê uma chance. Quero que nós enfrentemos esta situação como um casal...
Demi colocou seus braços em volta dele e o segurou.
— Eu também quero — palavras sussurradas. — Mais do que você jamais imaginou.
— Sério? — Ele a afastou. — Porque sei que antes de descobrir que estava grávida você queria terminar nosso relacionamento e procurar outra pessoa... Alguém que quisesse um compromis­so...
— Eu quero você, Joseph. — O coração dela batia apertado con­tra o peito. — E por isso que terminei tudo. Porque eu o amo e achava que você jamais corresponderia a esse amor. Ela viu a expressão de esperança no rosto dele.
— Então... Não importa o resultado do exame... Nós o enfrentaremos juntos?
Ela concordou.
— Demetria, quer se casar comigo? Demi estava tão chocada que não conseguia dizer nada.
— Joseph, eu...
Não diga não! Ele colocou um dedo nos lábios dela. — Sei que esta é a hora errada, mas tenho que dizer isto agora. Eu a amo muito. Apenas me dê uma chance de provar que meus sen­timentos são verdadeiros. — Ele via uma lágrima escorrer pelo rosto dela. — Não chore meu amor, por favor.
— Não deveria dizer isso.
— Eu sei. Mas se nosso bebê estiver bem e eu a pedir em casamento depois, vai parecer que o fiz porque teremos um filho. E se a notícia for ruim... Deus proíba... — A voz dele ficou austera. — Bem, pelo menos uma coisa boa terá saído desta situação.
— Joseph, você não sabe o que está dizendo. — A voz dela estava rouca de emoção. — Se perdermos este bebê, você estará se comprometendo com alguém que nunca poderá dar uma família a você. Não pude engravidar de Wilmer... Esta criança pode ser minha última chance.
Um dia de cada vez, Demi... Passo a passo. Ela balançou a cabeça.
— Não posso me casar com você, Joseph. Sinto muito, mas não posso passar por isso novamente. Não quero enfrentar a dor de não poder dar a você o que quer. Já passei por isso uma vez com Wilmer e foi... Insuportável... Acho que essa foi à razão pela qual mantive meus sentimentos desligados quando começamos nosso caso. Estava com medo de me apaixonar novamente, de passar pela mesma coisa...
— A mesma coisa não vai acontecer, porque não sou o Wilmer — disse ele, gentilmente. — E eu amo você. — Ele segurou o ombro dela e a olhou. — Amo muito... Preciso de você... E contanto que eu tenha você, posso enfrentar qualquer coisa.
— E você ainda me quer mesmo... Se eu perder este bebê... Talvez eu não possa lhe dar outro?
— Quero você do fundo do meu coração, Demi. E se perde­mos esta criança, nós encararemos juntos... Confortaremos um ao outro... Sofreremos juntos... E então tentaremos de novo, tal­vez adoção. Há outras possibilidades.
— Não posso pensar nisto agora, Joseph.
Ele hesitou. Queria pressioná-la, mas ela parecia pertur­bada.
— Certo... Deixaremos para depois. — Ele passou seus braços em volta dela e por um momento se abraçaram. — Apenas saiba que es­tou aqui por você. E sempre estarei. Não importa o que aconteça.
As palavras dele a confortaram.
A porta se abriu e a enfermeira entrou.
— Está na hora de levá-la para o ultrassom, Demetria.
O medo voltou instantaneamente, mas Joseph segurou sua mão. Ela podia sentir sua força e seu amor naquele toque e isso ajudou.
Demi nunca esqueceria aqueles momentos seguintes, quan­do eles a levavam para o outro quarto e uma médica diferente aparecia e se apresentava.
Houve silêncio quando a doutora começou o procedimento. Demi olhava a expressão da doutora enquanto esta olhava as imagens que mostrariam seu bebê na tela.
— Está tudo bem, doutora? — foi Joseph quem fez a pergunta e sua voz estava tensa.
A doutora não respondeu de imediato; ela estava muito ocupada olhando o monitor. Então ela sorriu.
— Posso ver o bebê... E, sim, tudo parece bem.
Demi não tinha percebido o quão duramente havia reprimi­do suas emoções até aquele momento; ela se sentiu fraca com o alívio e escondeu seu rosto nas mãos.
Joseph a pegou em seus braços.
— Está tudo bem, amor... Tudo vai ficar bem agora.
A doutora sorriu para Joseph enquanto se levantava e os deixava a sós.


___________________________________________
Ué cadê os comentários só posto o epílogo se tiver bastante comentarios.

12 comentários: