CAPÍTULO 18

— Por que não aproveitamos toda a adrenalina desta noite e damos prosseguimento?

— Pare Joseph! Estamos numa viagem de negócios e temos que ser profissionais...

Para o inferno com o profissionalismo — falou Joseph baixi­nho e a puxou para seus braços.

No segundo seguinte, seus lábios cobriam os dela. O beijo foi voraz e intenso, e foi humanamente impossível para Demi resistir. Ela até tentou, mas acabou se entregando de corpo e alma ao beijo. E foi tão bom, tão esplendoroso que ela sentiu os joelhos fraquejarem, e teria escorregado para o chão se não estivesse abraçada a Joseph.

— Assim está melhor... O que aconteceu que ficamos tão dis­tantes nesta última semana, Demi?

Ela balançou a cabeça. — Eu não sei... Só sei que não deveríamos estar fazendo isso. — A voz dela era um sussurro rouco, no silêncio da noite.

— Por que não? — Joseph a fitou dentro dos olhos. — Nós dois somos livres e desimpedidos. Não estamos prejudicando nin­guém. E gostamos de ficar juntos, não é verdade? Como isso pode estar errado? — Demi não sabia o que responder. Como poderia dizer que o amava? Ele provavelmente iria dar risada e fazer piada, e isso ela não suportaria. Joseph a beijou novamente, e por mais que Demi repetisse para si mesma que ele estava somente querendo satisfazer o próprio ego, seu corpo e seu co­ração a traíam. Estar nos braços de Joseph era o paraíso.

O súbito ribombar de um trovão cortou o silêncio da noite, e eles se separaram sobressaltados.

— Joseph. — Demi engoliu em seco. — Nada mudou.

— Como não? E claro que tudo mudou. Fechamos a compra da R.J., a pressão e a tensão acabaram... Podemos relaxar agora.

Não, não podiam, pensou Demi. Se ela baixasse a guarda, tudo voltaria à estaca zero. E ela preferiria passar mais mil vezes pela pressão e tensão dos últimos meses do que amar Joseph e não ser correspondida.

Joseph deslizou um dedo pelo rosto dela e sobre os lábios trê­mulos, mas ela se recusou a encará-lo. — Eu senti sua falta, Dem — murmurou ele, inclinando-se para beijar-lhe o pescoço. — Senti falta do seu corpo sensual, da sua risada... Do brilho nos seus olhos quando nos olhamos por sobre a mesa da sala de reuniões...

— Joseph... Antes que ela pudesse formar uma frase coerente, ele já es­tava lhe beijando a boca. O beijo de Joseph era doce, envolvente, sedutor. Demi o desejara tanto, sentira tanta falta dele nos últi­mos dias, que a tentação agora era irresistível.

Que poder era aquele que Joseph tinha sobre ela? Demi respirou fundo, tentando se controlar, e ao mesmo tempo deixou que ele a levasse pela mão para o andar de cima, até o quarto de hóspedes.

— Não sei por que nós sempre acabamos na cama — murmu­rou ela, com os olhos fechados. — Se não significa nada...

  —Você analisa demais as coisas, Demi. Relaxe...

O ar dentro de casa estava quente e abafado, apesar da chuva torrencial que começara a cair lá fora. Os relâmpagos ilumina­vam o quarto, e os trovões ribombavam, ensurdecedores.

No dia seguinte eles voltariam para Miami, e ela esqueceria sua fraqueza, esqueceria aquela loucura toda, pensou Demi. Esqueceria que passara mais uma incrível noite de amor nos braços de Joseph.

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