sábado, 28 de setembro de 2013

CAPÍTULO 29 MARATONA

Ela tentou se concentrar no trabalho, mas era difícil agora. Aquela frase ficava atravessando sua cabeça. Talvez ele fosse dar o nome de alguma clínica de aborto? Bem, o que quer que ele fosse dizer, ela teria que encontrá-lo.
Por volta de meio-dia e meia, Demi estava se sentindo completamente inquieta, checou sua aparência no espelho e reforçou o batom. Então, ao pegar sua bolsa, foi em direção ao elevador. Seria bom que Joseph esperasse, pensou. Ela queria que ele sou­besse que ela estava no controle da situação.
Embora Demi tivesse dito a si mesma o quanto não se importava com o que Joseph pensava e o quanto ela queria se afastar dele, suas emoções pareciam dar reviravoltas de prazer quando ela o viu no saguão esperando por ela.
Joseph era muito bonito para que uma mulher ficasse em paz com sua consciência, ela pensou quando colocou os olhos no terno claro que ele usava. Ele não apenas se vestia bem, como também tinha um corpo fantástico.
— Estava começando a achar que você não apareceria. — Ele se virou e sorriu para ela.
Ele também tinha o olhar mais sexy dentre todos os homens que conhecera, ela pensou.
— Bem, tenho que comer. Então também pensei em escutar o que você tem a dizer.
— Boa decisão. — Havia um brilho zombeteiro nos olhos dele que a faziam pensar que se ela não tivesse descido, ele teria ido até seu escritório e a pegado, fisicamente.
Tentando ignorar aquela imagem perturbadora da cabeça, ela se virou para caminhar junto a ele.
O Porsche prateado de Joseph estava estacionado do lado de fora, com o capo abaixado.
— Achei que poderíamos tomar um pouco de sol enquanto estamos no carro. — Ele abriu a porta de passageiro para ela e a assistiu sentar-se confortavelmente no banco de couro.
Depois do ar-condicionado gelado do escritório, era prazeroso se sentar sob o sol com uma leve brisa enquanto se dirigiam para o South Beach.
— Você está adorável, a propósito. — Ele a olhou quando esta­vam parados no sinal.
— Obrigada. Ela tentava não ser dragada pelo olhar sombrio e sedutor dele. Joseph achava muito fácil ser charmoso e ela não queria se permitir cair em uma falsa sensação de segurança.
— Dormiu bem a noite passada? — perguntou ele.
— Joseph, pode parar com este falso interesse a respeito de meu bem-estar? Está me aborrecendo agora — disse ela, desviando o olhar dele.
— Pergunto por que estou preocupado com sua saúde... E a saúde do bebê — acrescentou ele. Ela o olhou com a testa franzida.
— Não me olhe com esta suspeita. — Seus lábios se curvaram em deboche. — Não sou um ogro, sabe.
— Nunca disse que era. — O coração dela se apertara doloro­samente. — Mas sei que você não está preocupado com o bebê.
— Isso é um pouco duro, Demetria. Admito que poderia ter lida­do melhor com a notícia de que você está grávida. Mas estava em choque.
Sua suspeita crescia. Joseph parecia conciliador e isso não era habitual.
— Também fiquei chocada.
— Eu sei — concordou ele. — Não deveria tê-la acusado de en­gravidar propositalmente... Foi errado da minha parte.
Algo na forma como ele disse aquelas palavras, como ele a olhou, a fizeram se sentir incrivelmente vulnerável. Mas ela sabia que ele só estava, provavelmente, querendo amaciá-la para que então ela concordasse com o que ele queria. Ela o tinha visto em ação várias vezes para saber que era muito esperto em conseguir o que queria e que não deveria subestimá-lo!
Nem deveria subestimar o poder que ele ainda parecia possuir sobre os sentidos dela. Porque, ao mesmo tempo em que esta­va se dizendo essas coisas, ela se derretia por aquela nota de gentileza.
— Bem, vamos esquecer isso, podemos? Sei que você não confia em mulheres.
Ele franziu a testa e pareceu pensar sobre aquilo por um momento.
— Acho que está certa. Tenho problema para confiar. E pelo que me disse ontem, você também.
— Não sei do que está falando — disse firme.
— Qual é Demetria? Você me falou sobre seu ex-marido, se lembra?
— Isso é passado...
— Sim, e é o passado que nos molda, não é? — Ele a olhou com uma sobrancelha erguida. — Sabe às vezes eu costumava olhar para você e ver esta luz vulnerável em seus olhos. Costumava me perguntar sobre isso... Costumava me perguntar se era minha imaginação. Mas agora eu sei que não era.
Ela se mexeu desconfortável no assento.
— Joseph, isso não tem nada a ver com nossa situação agora...
— Sim, tem a ver. Você foi muito machucada e eu certamente não quero contribuir com isso.
— Não irá... Porque não permitirei!
Ele sorriu quando ela encontrou seu olhar. — Talvez seja a hora de ambos baixarmos as barreiras. Não temos apenas nós mesmos para pensar agora. Há uma criança envolvida.
Joseph podia ver a cautela nos olhos dela. — Vamos arrumar algo para comermos — sugeriu ele. — Pode­mos conversar honestamente, tente relaxar... Certo?

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Então aí está o primeiro capítulo da maratona estou postando mais cedo porque lembrei que mudei meu curso para o sábado então saio 13:30 hs e só volto por volta das 19:00hs se quiserem continuo quando chegar ou deixo tudo pra amanhã, faltam apenas 5 capítulos e o epílogo. Comentem e digam o  que acham. 

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