domingo, 19 de janeiro de 2014

CAPÍTULO 23 MARATONA

Demi se sentou na doca com os pés balançando sobre a água, uma caneca de café em uma das mãos e seu segundo cookie de aveia na outra. Observou o nascer do sol e os barcos se agitando nas outras docas e tentou planejar uma estratégia para passar o dia sem se meter de novo em problemas.
Assar cookies na noite anterior não a acalmara, ape­nas a deixara tão tensa e ansiosa que mal dormira, virando-se e revirando-se na cama. Quase beijou o patrão. E ele quase a beijou. A intenção dele ficou evidente. Perdeu o fôlego quando Jonas olhou para ela como se quisesse engoli-la. Principalmente porque, o que era ainda mais chocante, por um breve momento, quisera-o também. Quisera experimentar aquela fome ardente que vira nos olhos dele. Péssima ideia, Demetria.

Como aquilo podia ter acontecido quando nem mesmo gostavam um do outro? E por que se sentia tão atraída por ele? Nada daquilo fazia sentido. Se não fosse pelo timer... Balançou a cabeça. Jonas não confiava nela, e beijá-lo reforçaria todas as suas dúvidas. A única forma de provar que ele estava enganado era manter os lábios longe dos dele. E então o quê, gênio?
E então Ash voltaria para casa. Demi teria uma boa referência e encontraria outro emprego. Duas más refe­rências ou demissões matariam sua oportunidade de encontrar um emprego que não fosse de garçonete. Não poderia sustentar Cody ou pagar cuidados de boa qualidade para ele com um salário mínimo.
Se conseguisse provar que Dan mentira e que fora demitida injustamente.... Mas, para fazer isto, teria que encontrar a professora que se demitira e cujo lugar ocu­para. De acordo com os rumores, ela também tivera problemas com Dan. Mas ela desapareceu, e Demi não conseguiu encontrar nenhum traço dela pela internet.
Os finos fios de cabelo da nuca de Demi se arrepiaram como em um aviso. Virou-se e viu Jonas se aproxi­mando pelo gramado. Seu estômago revirou. Pensou em tomar o caminho covarde, entrar na água e se esconder sob a doca até ele voltar para a casa. Mas aquilo apenas o faria pensar que, além de não ser confiável, ela era louca.
Ele estava com roupa de correr em branco e preto... e, céus, parecia maravilhoso. Pelos escuros lhe cobriam as pernas longas, bronzeadas e musculosas, os braços e os ombros largos. Aqueles braços seriam capazes de puxar uma mulher para junto do corpo dele e fazê-la se sentir feliz por estar presa neles. Droga. Controle os hormô­nios, Demi, e aja como se nada tivesse acontecido.
— Bom dia, sr. Jonas.
— Onde estão os cookies?
Ela apertou o saco de papel no peito. Estava decidida a fazer o que pudesse para levá-lo a passar algum tem­po com Graham. Ele percebeu o gesto, e seus olhos se entrecerraram.
— Entregue-os, Demi.
— Espere e coma com os meninos. Por favor. Eles lancham às nove.
— Esperar? Como você esperou?
Ela pensou em negar, mas mentia muito mal.
— Humm. Bem...
— Não tente mentir. A prova a denuncia. — Agachou- se ao lado dela, o corpo forte ao seu redor.
Ela estava cercada por pura masculinidade, os olhos no nível dos dele. Estava perto... perto demais... e, antes que ela pudesse se mover, Joseph estendeu uma das mãos, ela pensou que ele queria os cookies e apertou-os. Mas ele passou a ponta do dedo no canto de sua boca. Uma migalha rolou pela pele dela, mas Demi mal percebeu, abalada com o toque e o calor que emanava dele. Prendeu a respiração. Segurou-lhe o pulso para empurrar a mão. Sob seus dedos, o pulso dele disparou, como o dela.
— Não deve... — Não havia a menor convicção no sussurro desesperado.
Ele ficou imóvel, e o olhar, uma quente mistura de verde, ouro e castanho, segurou o dela. A tensão os envolveu e, dentro dela, cresceu a consciência dele e de sua proximidade. Um nó se formou na garganta de Demi, e sua boca secou. Pense, Demi. Pense. Mas tudo o que havia em sua mente era a noção de que ninguém jamais a fizera se sentir assim, sem fôlego, quente, ansiosa, com medo. E tentada. Ah, tão tentada a jogar a cautela ao vento. Mas, para o bem de Cody, para seu próprio bem, não podia fazer isto.
— É... é sempre tão impaciente quando quer alguma coisa? — A voz dela era apenas um sopro.
— Não. Nunca. Mas você... — Balançou a cabeça. — Não vim aqui para isso.
A voz áspera e rouca a fez estremecer. Não se referia aos cookies, certo? Era ela. Ela, a nerd inteligente com poucos amigos na escola que só tivera o primeiro en­contro na faculdade. Inalou, trêmula e inquieta. O olhar dele caiu para os lábios dela, e suas pupilas se dilata­ram. Então Joseph se debruçou sobre ela.
Corra. Mas seu corpo se recusou a obedecer. A boca de Joseph cobriu a dela, primeiro com força, então, persuasiva, suave. As sensações a percorreram enquanto os lábios quentes violavam os dela. Ele ergueu a mão para a nuca de Demi, os dedos mergulharam em seu cabelo e a puxaram com gentileza, angulando lhe a boca para melhor acesso. Ela conseguiu libertar a boca para respirar, então ele estava lá de novo, a língua aproveitando a abertura para entrar, acariciar, atrair a dela, para fazê-la retribuir o toque de carne na carne, para se misturar e provar. E, ah, ele tinha um gosto tão bom. Como menta, homem e café. O desejo a queimou.
Então ele ergueu a cabeça apenas alguns milímetros. O desejo ardente nos olhos dele a excitou e eletrificou. E atemorizou. Pressionou dois dedos sobre os lábios que ainda formigavam, sentindo o que restara de calor e umidade. Nunca fora tão afetada por um beijo.
— Você... você não devia ter feito isto.
— Não, definitivamente não devia.
Mas não se afastou, e o olhar permaneceu fixo em sua boca como se estivesse tentado a repetir o erro. O calor do corpo dele a envolvia, impedindo sua resistência. Ela lutou para se segurar à realidade. Ao que era certo. E ao que não era.
— Isto... eu... você... não podemos deixar que aconteça. Você ainda acredita que tentei atrair aquele pai de aluno.
Uma expressão sombria lentamente substituiu a pai­xão e, pior, confirmou o que ela dissera. Arrastou-se para o lado, para fora do alcance dele antes que ele pudesse responder ou, que Deus proibisse, a beijasse de novo, e se levantou.
— Preciso ver os meninos.
— Você está com o monitor. — Ele levantou-se também.
— Sim, bem... — Precisava sair dali antes de ceder ao impulso de se debruçar sobre ele e beijá-lo. É melhor eu voltar para dentro, e nós... nós nunca mais devemos fazer isto. Junte-se a nós se quiser um cookie.

Então ela correu. Como uma covarde. Como uma mulher que sabia que acabara de cometer um erro que poderia lhe custar o emprego e a referência de que precisava tão desesperadamente. Não importava o quanto o beijo a fizera se sentir viva. Não podia se envolver com o patrão. Não se esperasse ter um contracheque depositado todos os meses. Não se esperasse evitar se apaixonar por um homem tão viciado em trabalho quanto o pai dela, um homem que tinha problemas em se ligar ao próprio filho.
Porque Joseph Jonas tinha tudo o que uma mulher pudesse querer. Um filho adorável. Uma casa linda. Um corpo pelo qual valia a pena morrer. E um beijo que incendiava. E tudo aquilo era tabu, porque queria mais para si mesma e para Cody do que um homem que lhe daria todas as coisas materiais, mas não ele mesmo.

tá aí o segundo se continuarem comentando assim finalizo ela hoje ... sqñ estamos um pouco longe pra isso mas tenho vários capítulos acumulados da semana toda então só depende de vocês.

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