Quanto mais cedo
escolhesse o candidato certo para a bolsa de estudos, mais depressa voltaria ao
objetivo de dobrar o valor líquido da Jonas Ltd. antes do aniversário de 50
anos da empresa no ano seguinte. E, para isto, precisava de dedicação total e
nenhuma distração.
Mas, primeiro, a
bolsa de estudos. Estendeu a mão para a cesta de correspondência cheia de
pedidos que ainda não lera, pegou um e girou a cadeira. Havia três caixas ao
lado. A de “não” era bem mais alta do que a de “talvez”, e a de “sim” estava
vazia. Levaria apenas alguns momentos para verificar em que categoria a que lia
entraria.
A cada ano, mais pessoas
pareciam precisar de ajuda. Não podia atender todo o mundo, assim procurava um
candidato com mais potencial e ambição. O que lutara com mais bravura contra os
piores obstáculos para alcançar o máximo. Lera apenas o nome do candidato
quando Sarah entrou.
— Ah... Minha
primeira noite de sono ininterrupto em uma semana. Estou humana de novo e
pronta para escrever as cartas de rejeição. Senti-me culpada por não ter ficado
na noite passada para ajudar na transição, mas minha úlcera estava me matando e
precisava de paz e tranquilidade.
—
Sem problemas.
—
Como Demi e os meninos passaram a noite?
—
Não sei!
—
Não perguntou durante o desjejum? — Pegou um grande número de aplicações da
pilha dos rejeitados.
Ele fez um gesto
em direção ao sanduíche.
—
Estou comendo aqui.
Sarah franziu o
cenho.
—
Nunca falei mal do seu pai, mas...
—
Não comece agora.
—
...não se podem arrastar crianças para perto apenas quando é conveniente.
— Assim diz sua
grande experiência.
A expressão de
Sarah mostrou sua dor. Joseph sentiu uma forte fisgada de remorso. Parecia que
tirara a manhã para ferir sentimentos.
—
Desculpe, isto foi imperdoável.
—
Mas verdadeiro. Meu marido e eu não tivemos filhos... o que lamento mais a cada
dia. E, agora que estou perto de fazer 50 anos, invejo quem tem netos. Graham
precisa de você, Joseph.
Ela já passara dos
50, mas ele não mencionou.
—
Ele tem a mãe e uma babá que você escolheu.
—
Não repita os erros do seu pai. Passe tempo com seu filho. Se deixar, Graham
enriquecerá sua vida de uma forma que nem pode imaginar.
— Ele é filho de Ashley.
—
Seu e de Ashley. Não importa que ela tenha engravidado sem você saber. Graham é
sua carne e sangue, como provam a atual situação e a pensão exorbitante que
paga para o sustento dele.
— Passarei tempo
com ele quando tiver idade para fazer estágio na empresa. Como Hank fez comigo.
— Comecei a
trabalhar para Hank quando a empresa ainda era muito pequena. Quando ele
organizou a papelada para adotar você, esperei que uma criança suavizasse seu
temperamento duro, mas ele nunca mudou, nem mesmo depois de você chegar.
Trabalhava demais e nunca tirou férias. Tentei lhe dizer que crianças... especialmente
um menino de 8 anos que havia perdido a família... precisava de amor e atenção.
E o que o maldito idiota fez? Casou-se com uma mulher trinta anos mais jovem,
embora soubesse que não amaria mais ninguém além daquela idiota que o trocou
pelo irmão enquanto Hank servia no Exército.
Joseph franziu a
testa. Quando fizera 13 anos, voltara do internato para as férias de verão e
fora apresentado à nova “mãe”. Tivera a esperança de se transformarem em uma
verdadeira família e que pudesse ficar em casa e frequentar uma escola local,
como um garoto comum, mas isto não acontecera. A mulher, de cujo nome nem se
lembrava, estava interessada apenas em gastar o dinheiro de Hank, e no outono,
Joseph voltara para o internato. A nova “mãe” já havia desaparecido quando
voltara para os feriados de Natal.
—
Pelo menos, o acordo pré-nupcial impediu que ela o roubasse demais.
—
Você está deliberadamente se afastando do ponto. Mais de uma vez, perguntei a
Hank por que ter um filho se não queria passar tempo com ele.
—
Ele precisava de um herdeiro para impedir que seu irmão preguiçoso e ladrão de
namorada herdasse a empresa. — Joseph quase podia ouvir a voz áspera de Hank
mastigando as palavras.
—
Este não é um bom motivo para se levar uma criança para casa. — Sarah se
sentou e empilhou os papéis. — Hank precisava de alguém que lhe aquecesse o
coração gelado. E você vai se tomar um velho rabugento e frio como ele se não
deixar alguém atravessar esta sua armadura. Compreendo que não confie em Ashley,
ela o enganou. Mas, Joseph, não é culpa de Graham. E dar dinheiro não lhe
encherá o coração como dar e receber amor. Não importa quantas bolsas de
estudos conceda, não poderá trazer seu irmão de volta.
Maldição, ela
sabia como atingi-lo direto na jugular. Mas Sarah não sabia sobre o bebê na
casa adotiva de Joseph... o bebê que morrera. E Joseph tinha sido o último a
vê-lo vivo. Afastou a lembrança.
—
Posso impedir que mais uma criança do sistema enfrente o mesmo destino que Kevin.
É por isto que estamos aqui estudando mais de mil pedidos... com um prazo cada
vez mais curto antes do anúncio e do banquete.
—
Kevin fez péssimas escolhas depois da morte de seus pais porque não teve uma
ligação emocional com alguém que se importasse com ele e o guiasse. Pense bem
antes de colocar seu filho na mesma posição.
Foi a vez dele se
encolher. Sarah pedia demais. Deixar Graham, ou qualquer pessoa, entrar em sua
vida significava tomá-lo vulnerável. Todos que amara morreram. Seus pais. Seu
irmão. Hank.
Ashley voltaria e
levaria Graham para Atlanta. Um dia ela encontraria alguém que lhe desse a
aliança que queria. Quando tivesse alguma coisa a oferecer ao filho de Ashley,
como um emprego na Jonas Ltda., ensinaria a Graham tudo sobre o negócio, se ele
quisesse. Mas, até lá, não se interessaria por um hóspede temporário.
CAPÍTULO 13
Quatro dias no
trabalho... e em dois deles Demi não vira o patrão. A boa notícia: ele não
estava tentando conquistá-la. A má: ignorava o filho completamente.
A raiva pela
negligência ao adorável bebê reavivou o ressentimento contra o pai do filho
dela e seu próprio pai. Eram todos os homens idiotas egocêntricos que
procriavam sem pensar na nova vida que jogavam no mundo? Jamais pensavam nas
necessidades emocionais de uma criança antes de abrir o zíper da calça?
Pelo menos, Jonas
não mimara o filho com bens materiais para compensar a negligência, como o pai
dela fizera. Claro, cada pedido de Demi havia sido imediatamente atendido, como
sua lista de alimentos, a instalação dos portões na escadaria, dos alarmes na
piscina e na banheira de água quente. Mas Jonas não morreria se parasse no
berçário e dedicasse alguns minutos do seu precioso tempo ao filho. Os melhores
presentes, como amor e atenção, eram gratuitos.
Verificou os bebês
de novo, estavam dormindo. Pensou em suas opções. Podia ficar onde estava e
atualizar seu currículo, mas já fizera aquilo. O sol estava brilhante, e ela
adoraria se sentar no pátio com um livro. Mas, na pressa de fazer a mala, não
pegara nenhum dos livros que comprara em um sebo. Talvez o patrão tivesse alguma
coisa para ela ler. Só havia uma forma de descobrir.
O
medo quase a impediu. Sabia que ele estava sozinho. E, embora não tivesse a
menor vontade de enfrentar o leão, era preferível a passar duas horas olhando
para o teto. Colocou o monitor no cinto, desceu a escada, foi até o escritório
e bateu.
—
Entre.
Demi abriu a
porta. Jonas estava sentado atrás da escrivaninha, com uma pilha de papéis
diante dele. A camisa polo branca enfatizava o rosto bronzeado, os ombros
largos e os músculos do peito. A testa franzida a intimidou, mas chegara até
lá.
—
Oi. Desculpe incomodá-lo, mas tem algum livro para me emprestar? Os meninos
estão dormindo, e eu...
Ele apontou para
uma estante atrás da escrivaninha menor, do outro lado do aposento.
—
Não demore.
—
Obrigada.
Ela entrou, e o
cheiro dele, limpo e agradável, lhe encheu as narinas. Sentiu o olhar dele
enquanto estudava os títulos, e todas as suas células formigaram. Os livros
pareciam ser apenas sobre negócios, e Demi estava prestes a abandonar a busca
quando encontrou um de suspense de um de seus autores prediletos. Pegou-o,
ansiosa para ler, então parou.
—
Já leu este?
—
Não.
—
Ah. — Começou a colocá-lo de volta na prateleira.
—
Leve-o.
—
Tem certeza?
—
Não tenho tempo de ler.
—
Está bem. Obrigada. — Estava com pressa de sair, mas tinha uma coisa a dizer,
se encontrasse a coragem. Então se esforçou. — Estou gostando muito de cuidar
de Graham. É um garotinho adorável. Você e a mãe dele devem ter muito
orgulho...
—
Falar comigo é a maneira errada de me convencer de que não convidou as atenções
daquele pai em seu último emprego.
Ela enrijeceu a
coluna, indignada.
—
Queria apenas sugerir que passe um tempo com seu filho.
—
É meu filho apenas biologicamente.
—
Não compreendo.
—
Não precisa, sra. Lovato. Se dá valor ao emprego, saia do meu escritório.
Agora.
—
Sim, senhor.
Demi virou-se e,
na pressa de se afastar daquele ogro, seu cotovelo se prendeu em uma caixa de
papéis, que virou e espalhou folhas sobre a escrivaninha e no chão. Ela se
encolheu. Grande saída, Demi.
—
Desculpe, vou apanhar tudo.
Ajoelhou-se e
começou a pegar as folhas. Algumas estavam bem digitadas, outras eram escritas
à mão. Mas foi a primeira linha em todas elas que lhe chamou a atenção. Kevin
Rivers Memorial Scholarship.
Então Demi viu um
par de mocassins diante de si. Mocassins ligados a longas pernas vestidas em
jeans, um cinto de couro e uma camisa branca. Seu coração subiu à garganta. Jonas
a surpreendeu ao se agachar e ajudar a apanhar os papéis. Seus dedos se encostaram,
e o calor do toque dele a abalou até a alma.
Puxou a mão
depressa. O que era aquilo? Não podia ser atração. De jeito nenhum. Não por um
viciado em trabalho. Alarme? Sim, era tudo. Não queria ser acusada de novo de
fazer convites ilícitos. Ergueu o olhar para o dele. Apenas alguns centímetros
os separavam.
—
Qualquer um acreditaria que 15 anos de lições de balé me dariam um pouco mais
de graça.
Ele praticamente
arrancou os papéis da mão dela, levantou-se e se avultou sobre ela.
—
Quinze anos e não seguiu uma carreira?
—
Entusiasmo e determinação não puderam superar uma total falta de ritmo. Meu
instrutor de dança me encorajou repetidamente a encontrar outro hobby, mas tive
motivos para continuar com aquele.
Ele nem mesmo
sorriu à avaliação autodepreciativa.
Ela
se esticou para pegar uma folha sob a escrivaninha. E então a curiosidade levou
a melhor enquanto se levantava e parava ao lado dele.
—
Quem é Kevin Rivers?
A expressão dele
se tomou mais severa.
—
Meu irmão.
—
Aqui diz “Memorial Scholarship”. Isto significa que ele está...
—
Morto. — Não havia emoção na voz dele.
Demi se apiedou.
—
Lamento sua perda. Por mais que minha irmã me irrite, odiaria perdê-la. E...
tudo isto? — Mostrou as caixas.
—
Não que seja da sua conta, mas todo ano a Jonas Ltda. dá uma bolsa de estudos
universitários a um estudante do sistema de adoção do governo.
O sistema de
adoção. E ele tinha sido adotado. Ele e o irmão teriam passado pelo sistema?
Ela olhou as caixas e as pilhas.
—
Você escolhe pessoalmente o vencedor?
—
Sim.
—
É nisto que está trabalhando?
—
Entre outras coisas, tenho uma empresa para administrar. Os meninos não precisam
de sua atenção, srta. Lovato?
—
Estão dormindo, e os ouvirei quando acordarem. — Mostrou o monitor. — Mas vou
deixá-lo voltar ao trabalho. Obrigada por me emprestar o livro. E, por favor,
vá ao berçário quando puder, Graham gostará muito de receber a visita do pai.
A expressão de Joseph
ficou ainda mais sombria. Ela fugiu, mas agora sabia que ele tinha, pelo menos,
uma característica redentora sob aquela armadura. Era generoso com os outros,
apenas não com o próprio filho. O que era imperdoável.
Oi desculpem pelo sumiço estava sem internet então não deu pra postar, mas aí tá um duplo pra vocês e mais tarde posto outro duplo pra vocês e a partir do próximo capítulo os meus personagens preferidos vão aparecer diretamente na história a dupla dinâmica Graham e Cody e vocês vão ver o quão fofos são, se estiverem com duvidas com relação a Ashley e Joe logo vocês vão entender ou não o que eu posso dizer é que o Joe nunca quis ter um filho e agora tem um.
PERFEITO!!!!! PRECISO DO PROXIMO!!!! DEMI É ISSO MESMO MOSTRE AO JOE QUE ELE TEM Q PASSAR MAIS TEMPO COM O FILHO!!! JOE DEIXE DR SER CABEÇA DURA!!!! POSTA LOGO!!
ResponderExcluirOwn!!! Outro hj e duplo....amei
ResponderExcluirPosta logo
ResponderExcluirPostaaaaaaaa!!!!!
ResponderExcluirPlease posta logo!!!!!!!!!!
ResponderExcluirTa pfto posta mais!!!
ResponderExcluirVc n vai postar?????
ResponderExcluirposta maiiiiis jabsdkbasjkdbakjs baaaaah to amando essa história <333
ResponderExcluirAmando posta logooooooo
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