CAPÍTULO 46
—
Obrigado por vir nos buscar.
Mesmo sem a
entonação vazia na voz de Joseph, Demi podia perceber a exaustão em seus ombros
e nas linhas fundas do rosto. Sentira-a emanando dele na volta do hospital.
—
Por que não toma um banho e dorme um pouco? Ficarei com Graham. — Ela estendeu
os braços para o bebê, mas Joseph se virou um pouco, os braços em torno da
criança adormecida, a apertando.
—
Estou bem.
Demi apaixonou-se
mais um pouco por ele. No dia anterior, Joseph sofrera um susto enorme, e agora
não queria deixar Graham longe. Embora detestasse ver Joseph sofrendo, o laço
que havia entre ele e o filho mostrava que poderia ser o pai amoroso que ela
esperava que fosse. E, se podia amar Graham, talvez encontrasse um lugar em
seu coração para ela e Cody.
—
Mamãe! — gritou Cody enquanto corria ao encontro de Demi no vestíbulo, com
Sarah bem atrás.
Demi o ergueu nos
braços, apertou-o e agradeceu, em silêncio, pela saúde do filho.
A assistente de Joseph
voltara ao trabalho aquela manhã, embora fosse um domingo, e então, quando Joseph
ligara, Sarah se oferecera para cuidar de Cody enquanto Demi pegava pai e
filho no hospital. O olhar cansado de Joseph se voltou para a assistente.
—
Que bom que está se sentindo melhor.
—
Eu também agradeço. Lamento que meu vírus tenha feito seu filho adoecer. Mas
você está com uma aparência horrível. Siga o conselho de Demi, tome uma boa
chuveirada e descanse. Demi e eu temos tudo sob controle.
—
As inscrições...
—
Demi descobriu a vencedora enquanto você estava no hospital. Deve ter ficado
acordada metade da noite. Li o pedido, e, sem dúvida, é a ideal. Depois que descansar,
eu lhe mostrarei, mas não antes.
Demi mordeu o
lábio para não sorrir ao tom autoritário de Sarah, e esperou a reação de Joseph.
—
Está bancando minha mãe de novo.
—
Alguém precisa fazer isto. Vá, deite Graham no berço quando subir. Eu sei que
dormir é a melhor maneira de combater o vírus e vencê-lo.
Joseph hesitou
alguns momentos, então subiu a escada. Demi ansiava ir com ele. Depois que ele
desapareceu no alto da escada, Demi viu Sarah a observando.
—
Alguma coisa errada?
—
Não sei o que fez com ele, mas gostei. Apenas espero que não lhe parta o
coração.
—
Meu coração?
—
Você o ama, já percebi. E aviso, não será fácil, mas minha mãe sempre disse que
aqueles a quem era mais difícil amar eram os que mereciam mais. Este certamente
é o caso de Joseph.
Demi queria negar,
mas não podia. E Joseph estava diferente demais daquele homem distante,
isolado, frio e viciado em trabalho que conhecera. Talvez aquilo pudesse
funcionar.
—
Demi, por que não sobe e vê se ele precisa de alguma coisa? Estou vendo que
quer fazer isto.
—
Cody...
—
Está muito bem comigo. É um garoto encantador.
—
Sim, é. Tem certeza?
—
Estou bem de novo. Vamos comer alguma coisa, Cody.
—
Odie fome. — Mexeu-se nos braços de Demi, e ela o desceu.
Então ele estendeu
a mão confiante para Sarah, e os dois se dirigiram para a cozinha. Demi reuniu
coragem e subiu a escada.
CAPÍTULO 47
Joseph segurou as
grades do berço de Graham e tentou recuperar o controle. Sua vida virara de
cabeça para baixo desde a chegada do garotinho. Mas estava determinado a
consertá-la e voltar ao plano original. O trabalho sempre estaria lá, as
pessoas não davam a mesma garantia.
Sentiu a
aproximação silenciosa de Demi. Ela parou ao lado dele, oferecendo-lhe o apoio
sem palavras. Seu cheiro de madressilva o envolveu e lhe acalmou os nervos
abalados.
—
Como sabia o que fazer quando Graham teve a convulsão?
—
Tive alunos com epilepsia e aprendi a cuidar deles durante um episódio.
—
Eu não tinha a menor ideia.
—
A maioria das pessoas não tem. Mas convulsões por causa de febre geralmente só
ocorrem no começo de uma doença. Graham não deve ter outra por causa deste
vírus.
—
Onde aprendeu?
—
Internet. — Sorriu, e alguma coisa se iluminou dentro dele.
Devia afastá-la e
começar a separação inevitável, mas não tinha força para isto.
Ela lhe tocou as
costas.
—
Estou ouvindo um chuveiro quente chamar seu nome.
Uma imagem do
corpo dela quente e molhado contra o dele fez o coração de Joseph bater com
mais força.
—
Venha comigo.
—
Para o chuveiro?
O choque nos olhos
dela o fez perceber que não era uma boa ideia.
—
Para dormir.
—
Eu... nós... Sarah... — Mordeu o lábio, então acenou. — Está bem, por alguns
momentos, depois preciso liberar Sarah.
Ele sorriu. Ela
ficava tão facilmente perturbada. Segurou-lhe a mão e a levou ao banheiro,
sentou-a na banqueta diante da bancada e tirou a roupa. Gostava da forma como
os olhos dela seguiam cada movimento, devorando cada pedacinho de pele
revelado. Suas pupilas cresceram, o rosto ficou ruborizado, os lábios se
abriram, excitando-o até mesmo antes de tirar as meias.
Os olhos dela se
arregalaram quando viu a reação dele a ela, e a língua umedeceu os lábios.
Queria tanto a língua dela nele que quase desistiu do banho. Mas precisava
lavar o cheiro do hospital. E então tê-la. Cada centímetro sardento dela.
Entrou no boxe,
lavou-se e enxaguou-se depressa, o tempo todo completamente consciente da
observação de Demi, dos dedos dela se dobrando, como se quisesse lavar a pele
fervendo.
A necessidade de
preencher o vazio que se abrira quando entendeu que precisava deixá-la partir
se tornou urgente demais. Fechou a torneira, enxugou-se rapidamente com a
toalha que ela lhe entregou. Não se deu ao trabalho de se pentear, apenas
passou os dedos pelo cabelo e estendeu a mão para ela. Demi se ergueu na ponta
dos pés e encontrou a boca de Joseph com lábios suaves. Por melhor que fosse,
não era o bastante. Precisava dela nua junto a si. Então despiu-a depressa,
jogando as peças no chão, afastou-a alguns centímetros para admirar lhe os
seios pálidos e os mamilos rosados. Olhar também não era suficiente. Provou um,
depois o outro, a fome lhe apertando as entranhas.
E então mapeou,
faminto, cada curva de pele macia, com as palmas, os dedos, acariciando,
pegando, apertando. Quando viu o reflexo das costas dela nos espelhos, pensou
em tomá-la ali, na bancada, onde poderia observar cada estocada do corpo dele
no dela. Mas não. A última vez não podia ser apressada. Queria fazer tudo
devagar, saborear cada segundo, cada sensação, cada toque, cada cheiro, cada
respiração.
Carregou-a para a
cama e deitou-a, desejando ter tempo para contar todas as suas sardas. Mas isto
levaria o dia todo e não tinha tempo nem paciência.
Ela ergueu os
braços para ele, mas primeiro precisava provar seu doce néctar uma última vez.
Ele beijou-lhe a boca, e as línguas duelaram, abriu-lhe os grandes lábios com
dedos impacientes e a encontrou molhada, excitada e pronta para ele. Moveu-se
para baixo, provou cada um dos mamilos, sentiu a fragrância inebriante da pele
antes de se aproximar do umbigo e do triângulo de pelos ruivos. Encontrou o
botão inchado e o lambeu. Ela arquejou, e seu corpo arqueou.
Ele segurou-lhe as
nádegas e a manteve cativa. Determinado a fazer da última vez a melhor,
devorou-a. Lambeu e sugou, provocado pela música de seus gemidos e suspiros e,
quando o corpo dela ficou tenso, mostrando-lhe que estava à beira do clímax,
penetrou-a com os dedos e sentiu o aperto íntimo e a antecipação de tomá-lo.
Ela estremecia e se contorcia, então os músculos se contraíram em tomo de seus
dedos. Mas um orgasmo não era o suficiente. Joseph queria que ela se lembrasse
daquilo, se lembrasse dele. Levou-a à margem de novo e de novo até ela amolecer
em seus braços.
—
Por favor, Joseph, preciso de você.
À voz trêmula o
fez perder o controle. Deitou-se sobre ela naquele espaço entre as pernas com o
qual sonhara tantas vezes e quase se esqueceu do preservativo. O que mostrava o
quanto a deixara se aproximar. Abriu bruscamente a gaveta da mesinha de
cabeceira e cuidou, impaciente, do assunto. Segurou-lhe o olhar enquanto mergulhava,
centímetro por centímetro, no abraço quente, úmido e apertado. O desejo lhe
queimava a base da espinha, o corpo lhe ordenava que se aprofundasse nas chamas
e afundasse no inferno, mas ele se segurou, tentando chegar lentamente,
saborear cada carícia daquela caverna, cada toque dos dedos. O suor lhe cobriu
a pele com o esforço.
Demi cruzou os
calcanhares em suas costas e se ergueu para encontrar cada estocada. As unhas
curtas lhe arranhavam a carne, não o ferindo, mas abalando-lhe o controle,
então roçaram-lhe os mamilos e a represa explodiu. Não podia adiar nem mais um
segundo o alívio, que o tomou totalmente, abalando-lhe o corpo e a alma com as
ondas de prazer alucinante, os espasmos se sucedendo infinitamente.
Quando tudo
terminou, estava mais consumido do que nunca. Caiu como um castelo de cartas.
As mãos de Demi o afagaram nas costas, acalmando-o, relaxando-o com o abraço.
Quando encontrou forças, ele ergueu-se nos cotovelos, inalou profundamente o ar
perfumado de sexo e madressilva e silenciosamente disse adeus. Hora de
reconstruir as barreiras.
CAPÍTULO 48
Déjà vu. Demi apertou o telefone e bateu à porta do quarto
de Joseph. Bateu de novo e, quando ele não respondeu, ela entrou. Estava ainda
na cama, nu, deitado de bruços, com o lençol lhe cobrindo apenas a parte
inferior do corpo. Viu os arranhões que apenas ela poderia ter feito e
ruborizou.
Ele piscou, rolou
de lado e passou a mão no rosto.
—
Você está vestida.
—
Sim. Há um telefonema para você. Sarah disse que é urgente.
Ele se sentou, o
lençol caiu e revelou a linda carne masculina. Estendeu a mão, e ela teve que
se aproximar para entregar-lhe o aparelho. O ar cheirava a ele, a eles, e ao
que haviam feito. O coração dela disparou, e o desejo surgiu de novo,
surpreendendo-a com sua violência.
—
Jonas. — E então suas costas enrijeceram. — Quando? — Ouviu, fechou os olhos,
suspirou, o alívio palpável. — Ela está bem?
E então Demi soube.
O telefonema só poderia significar uma coisa. E embora ficasse feliz por
Graham, não sabia o que aconteceria entre ela e Joseph. Quando Ash voltasse, Demi
perderia o emprego.
—
Ótimo, ponha-a no avião. Estarei esperando. — Desligou e soltou o aparelho na cama.
Virou-se para ela. — Ash está vindo para casa.
—
Quando chegará?
—
Amanhã de manhã. Está embarcando agora. Descerei em dez minutos.
As últimas
palavras eram claramente uma rejeição, e o rosto dele... o rosto dele tinha a
mesma expressão fechada e severa do dia em que o conhecera. Por que aquilo
parecia o começo do fim?
Desculpem a demora mas é que eu estou doente mais precisamente pneumonia passei a semana em casa mas não deu pra mim postar espero que entendam pode ser que mais tarde se der posto mais um e detalhe já está na reta final da história.