Não sei por
que não estou conseguindo falar com Demetria.
A última vez que eu falei com ela foi antes de ontem.
Ontem de dia
eu tentei entrar em contato, mas seu telefone estava desligado, imaginei que
pudesse estar estudando então não liguei mais, então de noite eu estava em Wills
Point jantando com minha família depois de ter uma longa e esclarecedora
conversa com meu pai, lhe enviei uma mensagem dizendo que passaria a noite na
fazenda e só voltaria para Dallas pela manhã, mas ela não me respondeu.
E agora
isso, estou o dia todo ligando para ela e seu celular continua desligado, não
sei o número do seu apartamento e nem se ela tem telefone fixo, nunca
perguntei.
Por isso,
assim que sai do trabalho fui direto para UTD. Preciso saber se aconteceu alguma
coisa, porque nós estávamos bem e ela não tem motivos para estar me ignorando.
E também estou louco para finalmente lhe confessar que eu estou apaixonado por
ela, e estou ansiosa para ver qual será sua reação. Acho que se ela me dissesse
que também gosta de mim eu explodiria de felicidade.
Bato na
porta do seu apartamento e infelizmente sua desagradável colega abre a porta.
— Olá,
bonitão. Você de novo por aqui? — Ela abre um sorriso lento e predatório quando
me vê parado a sua frente, e eu juro que sinto um frio na espinha.
— Olá, Demetria está?
— Está, mas
não sei se ela vai querer falar com você. — Ela diz colocando a mão na cintura.
— É que
aquela lá não sai do quarto a dois dias. Nem para ir ao banheiro ou tomar
banho. — Ela diz fazendo uma careta de nojo.
— Como assim
não sai do quarto? Ela não foi as aulas, não comeu?
— Não que eu
saiba, eu não a vi sair do quarto nem uma única vez.
— Mas o que
aconteceu, ela está bem? — Pergunto e sinto a preocupação e o medo de que algo
a tenha acontecido me deixando desesperado.
— E como é
que eu vou saber? — Ela pergunta com descaso.
— Você não
foi verifica-la? E se ela está desmaiada lá dentro ou algo assim? — Pergunto
indignado com a falta de sensibilidade e querendo estrangular essa mulher. Se
algo aconteceu com Demetria eu vou
mata-la por não ter a ajudado.
— Vou vê-la.
— Passo por ela e entro no apartamento mesmo sem ser convidado. Ela dá um passo
desiquilibrado para trás e então fecha a porta.
— Não sei o
que alguém como você está fazendo com ela. — Ela diz, me fazendo parar no meio
do caminho.
— O que? —
Pergunto me virando para ela.
— Você é
gostoso demais, merece alguém melhor do que ela. Você sabe que eu poderia te
oferecer muito mais diversão, não é? — Ela diz ronronando, numa tentativa patética
de ser sensual, e se aproxima de mim. Se fosse em outros tempos, eu
provavelmente teria aceitado sua proposta. Mas agora ela só me enoja, e eu me
pergunto se foi assim que ela seduziu Harry
e fez com que ele traísse Demetria,
ou talvez ela nem precisou ter trabalho com ele, aquele cara é um filho da puta
e é nojento igual a essa mulher. Eles se merecem.
— Não existe
nada, absolutamente nada que você possa me oferecer. E você está errada,
ela é quem merece alguém melhor do que eu. E merece uma colega de quarto melhor
também, uma que não seja uma vadia louca e nojenta que fica se oferecendo para
o primeiro cara que encontra. — Digo e me afasto, mas não sem antes ver sua
expressão de choque pelas minhas palavras.
Vou até o
quarto de Demetria e bato na porta.
— Demetria, você está me ouvindo? Sou eu Joseph.
Alguns
segundo se passam e eu bato de novo.
— Vá embora.
— Um sopro de voz vem de dentro do quarto.
— Demetria, você está bem? Abra a porta,
você precisa comer.
Nenhuma
resposta.
— Demetria, se for verdade o que aquela
mulher disse, você não sai daí de dentro há dois dias. Você precisa abrir a
porta e me dizer o que está acontecendo, baby.
— Só vá
embora, por favor. — Ela responde.
— Não, Demetria. Você precisa me dizer o que
está acontecendo, estou tentando falar com você desde antes de ontem, mas seu
celular só dá desligado. Converse comigo, me conte o que aconteceu. Por favor.
Dessa vez
ela não responde.
— Por favor,
estou ficando preocupado.
Escuto um
barulho vindo de dentro do quarto, depois a chave na porta e então silêncio de
novo.
Giro a
maçaneta e entro no quarto escuro, procuro pelo interruptor e acendo a luz.
Meus olhos viajam pelo quarto e encontram Demetria
encolhida na cama.
Fecho a
porta e vou correndo até ela, sento-me da beirada da cama e a olho.
Seus cabelos
estão desgrenhados e seus olhos vermelhos, como se ela tivesse passado esse
dois dias chorando. Sua aparência está abatida e suspeito que seja pela falta
de alimento.
— O que
aconteceu, baby? — Pergunto com a voz calma e baixa, já que ela parece tão
frágil, como se fosse se quebrar a qualquer momento.
— Não quero
falar sobre isso, só me deixe sozinha. — Ela diz com fiapo dolorido de voz e
isso corta meu coração. Sou capaz de fazer qualquer coisa para tira-lhe a dor e
faze-la voltar a ser aquela Demetria
sorridente e alegre.
— Isso está
fora de questão. Conte-me o que aconteceu e quem sabe eu possa ajuda-la, hum? —
Digo e acaricio seus cabelos.
— Você não
pode, ninguém pode. — Ela sussurra.
— Diga, o
que aconteceu? Você está me preocupando, baby. — Digo agora acariciando sua
bochecha.
Só quero
puxa-la para meu colo e ficar segurando-a e protegendo-a de tudo que possa
machuca-la.
— Foi ele. —
Ela diz e eu mal consigo ouvi-la.
— Hã? Ele
quem?
— Harry. — Ao ouvir esse nome congelo.
Retiro minha mão de seu rosto e trago-a novamente para junto do meu corpo.
Vários
sentimentos me dominam. Raiva, ciúmes e medo são os mais dominantes.
— Ele te fez
alguma coisa? — Pergunto com ódio.
— Ele me
confessou que Camila não foi a única
mulher com quem ele transou quando estava comigo. Ele confessou que ficou com
uma garota na mesma festa em que tínhamos ido juntos, ele me deixou sozinha e
foi transar com outra, e a idiota aqui achando que ele tinha ido conversar com
os amigos. — Ela começa a chorar.
— Filho da
puta. — Sinto meu ódio por esse cara crescendo cada vez mais. Fecho os punhos e
os aperto com raiva, mas aí um sentimento muito mais desagradável me domina
quando percebo uma coisa.
Eu estava
certo. Demetria ainda gosta de Harry, não estaria desse jeito se não
gostasse.
Ciúmes e um
enjoo horrível tomam conta de mim, tão forte que conseguem até sobrepor a raiva
que estou sentindo daquele pedaço de merda.
— Por que
ele foi te dizer isso justo agora? — Pergunto tentando com todas as minhas
forças não demostrar a tristeza que estou sentindo.
— Ele disse
que queria ser honesto comigo para que possamos ser amigos.
— E dá onde
ele tirou essa ideia que vocês seriam amigos? Que idiota. — Digo debochando
dele. Esse cara é um fodido mesmo, que ódio.
— É porque
nós meio que já éramos amigos de novo. — Ela diz e parece um pouco envergonhada
ao dizer isso.
Suas
palavras me pegam de surpresa, e parece que eu acabei de levar um soco no
estômago. Mais raiva, ciúmes e tristeza vêm como uma onda.
— Como
assim? — Pergunto com medo.
— Ele me
procurou um tempo atrás e disse que queria que voltássemos a ser amigos. E eu
aceitei.
“Ela tinha
voltado a ser amiga dele esse tempo todo? Conversando e saindo com ele de
novo?”
Ah meu Deus,
isso dói. É claro que ela ainda ama ele, eu fui tão idiota de achar que não.
Mesmo ele sendo um filho da puta e magoando-a, ela o ama. Ela só está me usando
para tentar esquece-lo, é claro. Como eu sou idiota. Ela ama ele, não eu, ela
nunca vai sentir nada por mim.
Luto para
que as lágrimas que eu quero tanto derramar não caiam, não posso chorar na
frente dela. Não posso mostrar que me importo e que saber dessa amizade me
machuca tanto assim.
— Ah. — É a
única coisa que eu consigo dizer sem quebrar e começar a chorar.
— Desculpa,
eu sei que isso pode te incomodar, por causa daquela vez que ele te bateu.
— Tudo bem.
— Digo desviando o olhar dela, sabendo que se eu mentisse olhando em seus olhos
eu não aguentaria.
Ela acha que
o único motivo para eu me importar é por causa daquela noite que o canalha me
atacou - noite, aliás, que terá volta – mas nem passou por sua cabeça que eu
não gostaria de vê-la com ele porque eu sentiria ciúmes, por que eu gosto dela.
Ela não entendeu nenhum dos meus sinais.
— Não vamos
falar dele, vamos falar de você. Você tem que voltar para as aulas, tem que
sair desse quarto e tem que comer, Demetria.
— Digo depois que consigo me controlar o suficiente para não correr o risco de
chorar na sua frente.
— Eu não
estou com fome. — Ela diz desanimada.
— Demetria... — Me deixa tão triste vê-la
sofrendo, ainda mais sabendo que é por causa dele.
— Eu só
quero ficar sozinha agora. Prometo que amanhã eu volto a ir para a aula.
— Tudo bem,
mas você tem que comer alguma coisa agora. Eu vou preparar algo para você.
— Não, não
quero nada...
— Sem
discussão. Você vai comer alguma coisa, vai sair desse quarto e amanhã vai
voltar a assistir as aulas e a sua vida normal, entendido?
— Entendido.
— Ótimo, eu
vou preparar algo para você comer e enquanto isso você vai tomar um banho.
— Mas...
— Sem mas,
vá logo. Você não pode ficar trancada nesse quarto para sempre.
— Seu chato.
— Ela diz se levantando da cama.
— Sou chato
por que me preocupo com você.
— Você podia
se preocupar menos. — Ela diz indo para o banheiro e fechando a porta.
“Eu poderia
‘menos’ muitas coisas com relação a você, Demetria. Poderia te amar menos, por
exemplo. Deveria te amar menos. Assim não seria tão doloroso.”
Vou até a
cozinha e graças a Deus não encontro com Camila,
a cobra deve estar de volta ao seu ninho, também conhecido como quarto.
Vasculho a
geladeira e os armários e decido que como ela não come há dois dias, é melhor
preparar algo leve e sem gordura. Então faço um sanduiche natural.
Quando Demetria sai do banho sua expressão está
um pouco melhor e seus olhos não mais tão inchados. Faço-a comer na cozinha e
me prometer que mais tarde, quando eu já tiver ido embora, ela vai comer mais
alguma coisa.
Sirvo um
copo cheio de suco de laranja e a observo comer e beber tudo.
— Você não
precisa ficar me observando para ver se eu vou comer tudo, como uma criança.
— Eu sei,
mas eu gosto de te ver comer. — Digo sem querer e ela me olha estranhamente por
um segundo.
Se ela
soubesse que eu gosto de observa-la fazendo qualquer coisa. Principalmente
comendo, rindo, dormindo e o melhor de todos, gozando.
— Prontinho,
comi tudo, viu? — Ela diz de forma petulante mostrando o prato e o copo vazios.
— Essa é a
minha garota. Agora tenho que ir. Mas não se esqueça, você me prometeu comer
algo mais tarde e a voltar a ir as aulas amanhã. Mas como eu sou muito chato,
vou te ligar para garantir que você faça as duas coisas. — Ela revira os olhos
e me acompanha até a porta.
— Tenha uma
boa noite, a gente se vê amanhã. E se precisar de alguma coisa, me ligue,
qualquer horário, ok? Não deixe aquele filho da mãe fazer isso com você. —
Dou-lhe um beijo na testa e vou embora, com o coração pesado como uma âncora.
A manhã toda
passou muito devagar. Assim que acordei liguei para Demetria para garantir que ela tinha comprido sua promessa e tinha
ido para a aula. Fiquei feliz ao ouvir vozes no telefone e uma Demetria mal humorada dizendo que estava
no meio da aula. Fiquei mais tranquilo por ela não estar mais trancada, mas
ainda assim, triste pelo motivo de tê-la deixado naquele estado de ontem.
Constatar
que a mulher que você ama, ama outro, não é algo muito agradável e me tirou o
sono ontem à noite. Fique abraçado com o travesseiro que tem o seu cheiro, mas
nem isso acalmou a tempestade que estava minha mente e meu coração.
Agora já é
quase hora do almoço e tenho que ir me encontrar com Carlson Thompson. Espero
que ele finalmente marque um dia para assinar esse maldito contrato.
Mesmo não
sendo hoje o dia de assinarmos os papeis, ele pediu para que eu levasse algum
advogado da empresa, que ele levaria o seu. Assim poderíamos discutir o que
quer que seja que o está segurando com relação a essa parceria.
Então entro
em meu carro e sigo na direção do caro restaurante onde temos uma mesa
reservada. O advogado que eu escolhi foi Mike, além de ser meu amigo é o melhor
advogado que a Townsend possui, mas essa manhã ele está resolvendo alguns
assuntos fora do escritório e deve nos encontrar no restaurante.
Por causa do
transito chego apenas alguns minutos antes do horário marcado, e torço para que
o Sr. Thompson não esteja adiantado alguns minutos. Deixa-lo esperando não é
algo nada bom.
— Olá, estou
aqui para encontrar uma pessoa. — Digo para a recepcionista do luxuoso
restaurante.
— Possui
reserva, senhor?
— Sim, está
no nome de Carlson Thompson.
Ela confere
o nome no seu aparelho eletrônico, levanta seu olhar novamente para mim com um
sorriso de desculpas.
— Sinto
muito, mas a mesa ainda não está pronta. Gostaria de esperar no bar, temos as
melhores bebidas.
— É claro.
— Quando sua
mesa estiver pronta, mando chama-lo, senhor.
— Tudo bem,
obrigado. — Digo e sigo em direção ao bar.
O bar está
praticamente vazio, também, é hora do almoço. Sento-me no banco de madeira
envernizada e com acento de couro, e como estou aqui a trabalho e sei que
provavelmente terei que tomar vinho no almoço, peço apenas uma dose de Martini.
Rapidamente
o garçom entrega minha bebida e eu a bebo calmamente, olhando o relógio de vez
em quando, e procurando o Sr. Thompson e Mike, mas nenhum dois chegou ainda.
Deposito o
copo vazio em cima do balcão e como a azeitona que veio junto com o drink.
Escuto
alguns barulhos de salto alto no mármore do chão, que são mais evidentes porque
como havia dito, o bar está quase deserto e está muito silencioso.
— Quanto
tempo, docinho. — Escuto uma voz feminina atrás de mim.
Congelo na
hora ao reconhecer aquela voz doce e sensual e tão, tão familiar.
Viro-me e
dou de cara com ela. A louca perseguidora que eu não via há anos, e que está
sorrindo maliciosamente para mim.
Blanda
Eggenschwiler.
Hummm é Joe teu passado te condena....
nao gostei, Joe nao conseguiu se declarar e ainda acha que a Demi gosta do outro..ela so ta magoada pq foi enganada por mto tempo....é o q acho
ResponderExcluirPOSTA MAIS
Concordó con a Lala, mas acho que isso dele achar que ela nao bosta dele pode ser um motivo a mais para ele tomar a iniciativa de conquísta-la. Acho que seria legal ele fase do um milhao de cosas e ela súper ja dele... Sei la, iría ser um sufrimiento bom
ResponderExcluirMds, o teclado tava em espanhol.
ResponderExcluirkkkk , demais!!!!
Excluirrachei de rir.
Eu so acho que Blenda poderia ser atropelada no proximo capitulo e que Demetria poderia ser um POUCO mais esperta.
ResponderExcluirPooooosta looogo
N acredito qu joe n se declarou pra demi, e ainda por cima que ele acha que ela ainda gosta de harry, e ainda que banda apareceu, posta logo quero ver o que vai acontecer
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