domingo, 20 de outubro de 2013

CAPÍTULO 2

Já faziam cinco longos anos de separação. Ele na época tinha vinte dois anos e ela dezoito.
Conheceram-se no elevador. Ela era sua vizinha, vira e mexe se encontravam. Seus horários de saída de casa se coincidiam. Ela ia para o trabalho e ele ia para a faculdade, onde estudava medicina. O motorista do seu pai fazia essa tarefa de levá-lo e buscá-lo. Ele sempre o aguardava lá fora.
Demetria logo lhe atraiu, tinha cabelos pretos, pele clara e olhos castanhos. Eles sempre se cumprimentavam cordialmente, até que um dia ela o convidou para ir a uma festa no apartamento dela, explicou que o pai dela iria estar fora e havia concordado em ceder o apartamento já que ela ia ficar sozinha.
Ele não se mostrou muito animado. Então ela foi logo dizendo.
— Será uma festa para amigos íntimos, não será nada muito moderno. Gostaria muito que você fosse. Nós poderíamos nos conhecer melhor.
Ela observou-o a mexer-se na cadeira. Era óbvio que ele se sentia pouco à vontade - embora ele não soubesse ao certo o porquê - e ficou a se perguntar sobre o assunto. Ele se viu no dever de explicar, então lhe disse seco e mal humorado.
— Vocês que andam não se atentam para isso, pois não faz parte do seu cotidiano. Você acha que minha cadeira passa na sua porta? No meu apartamento tivemos que reformar as portas. E eu não gostaria de entrar carregado.
Ela olhou-o constrangida. E depois de um tempo como se pensasse na resposta. O olhou com ternura e disse.
— Vem em casa hoje á noite para fazermos um teste.
    Joseph olhou para ela emudecido, tentava compreender as suas próprias emoções. Embora uma parte dele se sentisse entusiasmado com o convite, a outra parte achava que havia algo de errado naquilo tudo.
Sabia que havia uma razão para se sentir assim, e essa razão era a sua deficiência, tinha medo de gostar dela. 
E com esses pensamentos fez com que ele hesitasse, mas ela lhe sorria tão docemente, e o olhava tão ansiosamente que acabou concordando.
—Tudo bem, Eu vou ver se dá para eu ir. — Disse-lhe com voz relutante.
 A noite antes de dar a hora combinada se arrependeu. Relutou até o ultimo instante para ir até a casa dela. Lembrava-se que havia chego bem depois do horário marcado. Ele tocou a campainha. E ela o recebeu com um sorriso.
Ambos por um momento se calaram.
Ele sabia que ela esperava que ele tentasse testar a largura da porta com sua cadeira e ela passou a olhá-lo preocupada e ansiosa.
 Isso mexeu com seus nervos. Ele acabou torcendo para que a cadeira passasse.
Então com um sorriso nervoso manobrou a cadeira e com um pouco de dificuldade a cadeira passou, bem rente à porta.
— Que bom! Eu estava com medo de que não passasse. —Ela lhe sorriu aliviada.

Ele ficou feliz com as palavras dela, mas seu coração ainda relutava.
— Você ficaria chateada se eu te dissesse que eu não virei?
O sorriso dela morreu nos lábios. E ele logo lhe explicou.
— Na verdade eu vim aqui lhe dizer isso. — Joseph disse-lhe enquanto massageava as pernas.
Ela lhe sorriu com ternura.
— Não tem importância. Eu entendo. Por que não conversamos agora? Eu gostaria muito de te conhecer melhor.
Joseph ficou surpreso, e ao mesmo tempo hesitante. Ele tinha muitos medos: Medo do desconhecido, de se decepcionar, de se ferir, de se apaixonar. Ele não estava acostumado a se abrir com ninguém. Mas agradou-lhe a ideia de ela querer conhecê-lo. Isso o fez desejar conhecê-la também.
E acabou cedendo ao impulso de conhecê-la.
O apartamento dela era muito simples, seus móveis eram todos de segunda linha, muito diferente do apartamento que ele morava.
Ela sentou-se no sofá e ele se aproximou com a cadeira e passaram a conversar. Ela era uma pessoa simples e isso fez com que ele se sentisse a vontade com ela e ele se viu falando de si mesmo.
Joseph lhe contou um pouco de sua vida, falou de sua deficiência, da dificuldade de se ser deficiente. Contou-lhe que estudava medicina e queria se formar como Clínico Geral.
Ela então passou a falar de si, os olhos dela encontravam os dele quando falava, e Joseph sorria delicadamente. Não sabia que outra coisa poderia lhe dizer – Nunca havia se encontrado numa situação daquelas. Sentia-se como um adolescente inseguro. Ela lhe contou que trabalhava em uma Construtora e que era secretária, morava com seu pai e que sua mãe havia morrido há um ano. Na hora Joseph a olhou com pesar, fazendo-a sorrir timidamente.
Ele constrangido olhou o relógio.
— Desculpe-me Demi, mas preciso ir.
Ele se despediu com um sentimento de perda. Mas ela lhe sorriu docemente.
— Vem amanhã aqui em casa depois da faculdade. Para conversarmos mais um pouco.
Ele se surpreendeu pelo novo convite e com uma ânsia de querer vê-la concordou.
    Ele lembrava-se que havia caprichado na roupa. Tinha vestido uma calça preta, camisa preta, e sapatos igualmente pretos. E como um adolescente se sentiu nervoso ao tocar a campainha dela.
   Ela recebeu o igualmente linda. Usava um vestido branco e seus cabelos soltos lhe emolduravam o rosto.
Ela havia feito um bolo de chocolate e chá. E o convidou para sentarem-se a mesa.
Ele tentou encaixar a cadeira de rodas embaixo da mesa onde ela havia afastado uma cadeira, mas a mesa era muito baixa. Ela ficou perdida, então ele a orientou a colocar de novo a cadeira e ela assim o fez e ele após travar a cadeira de rodas ele se transferiu para a cadeira.
Ela o tempo todo o observava atenta a sua dificuldade e isso o incomodou muito. Era tão fácil para as pessoas normais se sentarem, faziam sem pensar.
No caso dele tudo tinha que ser arquitetado. Ele sabia que isso passava despercebido por muitos, até o dia que eles passavam a conviver com a pessoa que tinha uma deficiência. E acabavam se dando conta de que os obstáculos para um deficiente eram muitos.
O café foi descontraído, ela era muito espirituosa, e o fazia rir, como ha muito tempo ele não ria. Falaram sobre diversos assuntos e Joseph se sentiu muito á vontade.
Uma hora seus olhares se cruzaram e ambos ficaram paralisados durante um momento.  Como se tivessem fazendo planos de um futuro onde pudessem estar juntos. Joseph constrangido logo desviou o olhar.
A tensão que sentira ao ir à casa dela tinha agora quase desaparecido. E ele já conseguia olhá-la com um grande interesse.
 Demi em seguida lhe mostrou um filme que tinha alugado para eles assistirem.
—Tenho certeza que você vai gostar.
Ele deu de ombros e concordou, enquanto ela colocava o dvd ele se transferiu para a cadeira de rodas e com prática se transferiu para o sofá.
Ela logo se sentou ao seu lado. Ela o perturbou de tal forma que ele não conseguia prestar atenção no filme sentindo o perfume dela e o calor que emanava do seu corpo. Então ela o surpreendeu se achegando se a ele. Seus olhos se encontraram. Ao olhá-la fixamente, ele soube nesse exato momento o que estivera tentando negar-se a si mesmo, o tempo todo. Ele a amava. Então ela o beijou.
Ele a tomou nos braços e beijou-lhe numa paixão incontrolável que o deixava quase louco. Depois de se afastar ligeiramente para olhá-la, beijou-a de novo suavemente. E mordiscando-lhe os lábios macios, sentiu as mãos dela, segurar- lhe os cabelos.
 Então a afastando de si para observá-la atentamente se alegrou de ver o desejo nos olhos dela, que pareciam refletir o desejo que os olhos dele expressavam também.
Ele sabia que a noitinha ela iria dar a festa. Então logo que pode se despediu.
Combinaram então de passar outro dia juntos.

Demi e Joe não se desgrudavam mais, ela passou a fazer parte de seu dia-dia.
 Todo dia quando ele chegava da faculdade ela já o esperava.
No começo ele se alegrou, ela era tudo para ele e ela passou a ser o seu fôlego de vida, a luz da sua vida, a sua felicidade, a sua outra metade. 
Mas logo ele sentiu medo da rotina. Não que ele se incomodasse, mas ele se preocupava com ela. Ele sentia que a limitava a viver no seu mundinho pacato. E a sua deficiência passou a pesar novamente. Ela parecia não se importar, mas ele se preocupava com isso. Seus pensamentos o atormentavam. Vivia se dizendo “Ela é muito jovem para se prender a uma pessoa como você.”
Mas logo se contradizia,
 “Por que, Santo Deus, ele tinha que se preocupar com isso?”
Mas não tinha jeito, ele se preocupava.
Seus pais gostaram muito dela, ela era uma criatura incrível, eles ficaram muito felizes com o namoro.
Um dia seu pai o questionou o porquê eles não saíam juntos, por que ele não a levava  para algum lugar?
Joseph era muito caseiro. Não estava acostumado a sair sozinho, sempre saiu com seus pais que o ajudavam nos obstáculos que encontrava.
Ele argumentou ao pai que não tinha segurança o suficiente para isso, tinha medo de levá-la algum lugar e se deparar com as dificuldades: rampas mal feitas, banheiros não adaptados...
Seu pai entendeu sua dificuldade e o ajudou indo conhecer os lugares que eles pudessem sair e orientou o  motorista a levá-lo nos roteiros por ele programado.
Eles passaram então a sair algumas vezes.
Ele a levou algumas vezes á restaurantes, parques e cinemas que estavam preparados para receber uma pessoa com deficiência.
Mas pesava-lhe o fato de depender financeiramente do seu pai.
Joseph amava Demi. Por amá-la tanto lhe doía não poder firmar com ela um compromisso mais sério.
Ele ainda precisava se formar, queria poder trabalhar.
Outra coisa que o incomodava era o fato dele nunca ter conhecido o pai dela. Segundo ela, ele era taxista e estava sempre trabalhando.
Um dia Demi o havia surpreendido com sua visita.
 A empregada já a conhecia, e a deixou entrar. Ele a viu quando saía do quarto indo para a sala.
Demi lhe deu um sorriso lindo que o aqueceu e quando os olhos delas desceram para as suas pernas que estavam nuas, cobertas apenas por um short curto ele gelou.
Sentiu-se extremamente incomodado a ponto de ficar constrangido. Isso transpareceu no seu rosto, e ele involuntariamente passou a massagear as pernas nervosamente.
Ela o olhou com carinho e se agachou a ele se colocando no seu ponto de visão. Seus olhos se encontraram, ela emocionada lhe declarou.
— Joseph eu te amo. Você não tem que se envergonhar de nada. Eu te amo do jeito que você é. Ele ficou completamente sem ação, era difícil ele acreditar em seus ouvidos.
Ela então o abraçou, sentou-se em seguida em seu colo e tudo passou deixar de existir.  Ele tinha total consciência dela naquele momento e eles se beijaram longamente.
Joseph se segurava para não desabar em lágrimas.
Como uma mulher tão linda poderia amá-lo?”
Ele se perguntava.
O que ele lhe tinha a oferecer?
Ele queria tanto tê-la conhecido quando já tivesse se formado, quando já estivesse trabalhando. Dava raiva ser tão dependente.
Ela saiu de seu colo e o conduziu até o quarto e o posicionou ao lado da cama dele. Ele entendendo que ela queria ficar com ele, fez a transferência e ela deitou-se ao seu lado.
Muitas vezes, com eles era assim, não precisava de palavras para um entender o que o outro queria.
 Ali na cama ele se sentia um homem normal e a envolveu num beijo apaixonado, ela lhe correspondeu com paixão, e o fogo da paixão os envolveu. Ele só tinha consciência dela naquele momento, se esqueceu de sua deficiência, de seus temores, dos obstáculos. Os lábios dele beijavam-na sofregamente, descendo para o pescoço dela. Como a amava! Chegava-lhe a doer de tanto amor! Ela era como uma droga, quanto mais ele estava com ela, mais ele queria estar. Ela o despiu e com sensualidade tirou a roupa e se apertou a ele. Ele a surpreendeu mostrando uma mobilidade na cama, ficando de joelhos e indo por cima dela. Ele a envolveu em carícias que a transportaram para um mundo novo e envolvente.
Ele sabia que ela era virgem e gentilmente a penetrou movendo-se com ela e chegaram juntos ao prazer desejado.
Ele a amava, ela povoava sua mente, com sonhos que nunca havia se permitido um dia. Sonhos de formar uma família.
Ele não via a hora de se formar e ser independente, montar seu consultório. Queria casar-se com ela, ter filhos, amá-la completamente, sabendo que ela era totalmente dele. A aliança de casamento significava isso: um elo eterno de amor.

Então Joseph estremeceu com as lembranças.                                  _________________________________
Tá aí o segundo se tiver comentários posto mais quantos vocês quiserem. 

11 comentários:

  1. espero que o Joe encontre logo a demi, estou curiosa e ansiosa para saber o que vai acontecer.
    Posta logo
    beijos

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  2. Posta posta posta posta posta posta posta, super ancisa, to amando

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  3. Posta posta posta, ta lindo demaiiiis, posta logo

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  4. q bom q voltou estava c saudades !!!!! posta ++++++++

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  5. qtos quisermos !???? obaaaa!!!!!! então a maratona começou rsrsrsr

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  6. posta mais cap hj estamos esperando kkkk

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  7. grata surpresa vc de volta ......e c td kkkkk.... tb quero maratona !!!! urgente!!!!! pois é vc disse qtos quisermos então queremos muitossssss!!!!! ainda hj kkkk quem mandou prometer kkkkkk agora posta kkkkkkk.....okey !!!!! a flor da pele co sempre bj

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  8. POSTA POSTA POSTA AKSLDNHKLÇAS, nossa mais vc tava sumida hen...... já vi que vou chorar com essa fic. sjkdbnljkasnldks
    POSTAAA LOGO, brigada de nada

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