sábado, 19 de outubro de 2013

CAPÍTULO 1 E OI

CAPÍTULO I

 Joseph Jonas olhava de sua janela crianças brincando em um playground, mães com seus filhos no colo, outras sentadas conversando, crianças correndo, outras balançando.
Mais adiante podia se ver um campo verde onde meninos jogavam futebol.
 Ele observava tudo com o olhar distante, pois tudo isso o fazia lembrar-se de sua infância, uma infância onde passou muitas vezes observando outras crianças a brincarem e se divertirem.
 Joseph nasceu deficiente, suas pernas eram atrofiadas, ele tinha sensibilidade nelas, conseguia movimentar as pernas, ficar de joelhos, mas ele não conseguia ficar em pé.  Elas não o sustentavam.
Na infância a deficiência é só um detalhe. A criança se diverte com muito pouco.
Ele percebia que era diferente de seus colegas, no íntimo até se questionava. Por que suas pernas não prestavam para correr ou brincar como as deles?
 Mas mesmo sendo um mero expectador acabava se divertindo, a alegria de seus colegas o contagiava. E ele acabava por se contentar  em vê-los felizes gritando ou correndo.
Já na adolescência as limitações começaram a pesar, Joseph começou a se sentir excluído. Seus colegas passaram a sair e não o chamavam.
As desculpas eram sempre as mesmas. Ou por causa do transporte ou porque os lugares eram de difícil acesso para um cadeirante.
 Na verdade, ele sabia que eles nem se preocupavam em incluí-lo nos passeios, nem todos os lugares eram apropriados para o deficiente. Afinal era um mundo de andantes, ele era o diferente.
Isso passou a incomodá-lo fazendo com que fosse mais seletivo em suas amizades. Mas mesmo com esses ditos “amigos”, muitas vezes se esqueciam dele.
A aparência de suas pernas não o agradava, ele vivia de calça.  Ele as achava muito finas totalmente desproporcional ao seu corpo grande.
Tentou usar aparelhos ortopédicos, mas era muito doloroso e complicado e acabou desistindo.
Na idade adulta enfrentou outro tipo de dificuldade, seus amigos íntimos começaram a namorar, e Joseph passou a viver reclusamente, não por que queria, mas sua condição o obrigava a isso.
Isso fez com que ele valorizasse mais a família, o pai e a mãe, que o carregavam para cima e para baixo fazendo programas onde ele pudesse participar.
Muitos viam a cadeira de rodas como uma maldição, mas ele a enxergava como liberdade. Era nela que ele podia se movimentar. Dando-lhe o direito de ir e vir.
Dava graças a Deus por ter nascido numa família que soube lidar bem com a sua deficiência. Seus pais não eram ricos, mas sempre que podiam proporcionava a ele ambientes bons, com toda uma infraestrutura. Teve também uma academia particular, onde fortaleceu muito seus braços.
Na vida de cadeirante isso era preciso, seus braços o ajudavam na transferência do corpo para todos os tipos de assentos e lugares.
    Lembrava-se que na infância brincava muito se arrastando. Já na adolescência passou a se envergonhar, e nunca mais tentou isso.
    Nessa vida de deficiência percebeu vários tipos de olhares nos lugares que ia, nunca ele passou despercebido. O pior dos olhares era para ele, a piedade.
     As crianças quando o olhavam eram mais sinceras, umas encaravam mesmo e outras perguntavam na lata “por que você está nessa cadeira?”, sempre tinha alguém que as repreendia, ele achava isso um absurdo. Por que repreendê-las? Elas questionavam aquilo que elas não estavam entendendo!
O que o constrangia muito era ir a um lugar e a cadeira não passar na porta, depender de alguém para carregá-lo. Isso era de matar. Ele era um homem grande, então geralmente dependia de duas pessoas para essa tarefa. Por isso seus pais sempre verificavam os lugares antes para evitar que ele passasse por esse constrangimento.
Seus olhos se detiveram para um casal de namorados que passavam perto do playground. Seu coração então se apertou lembrou-se de Demetria, a imagem dela ainda era-lhe muito nítida. Seu sorriso, seu jeito meigo, seu perfume, seu calor, seus beijos.          ____________________________________
Oi enfim postei o primeiro capítulo essa vai ser rápida, desculpem ter passado esse tempão sem postar, mas eu não podia, estava com conjuntivite e meus olhos estavam muito sensíveis a luz e estar de frente pra tela de computador era uma tortura, mas já tô novinha em folha e amanhã vou postar muitão.     

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