CAPÍTULO I
Joseph Jonas olhava de sua janela crianças brincando em um
playground, mães com seus filhos no colo, outras sentadas conversando, crianças correndo, outras
balançando.
Mais adiante podia
se ver um campo verde onde meninos jogavam futebol.
Ele observava tudo com o olhar distante, pois
tudo isso o fazia lembrar-se de sua infância, uma infância onde passou muitas vezes observando
outras crianças a brincarem e se divertirem.
Joseph nasceu deficiente, suas pernas eram
atrofiadas, ele tinha sensibilidade nelas, conseguia movimentar as pernas,
ficar de joelhos, mas ele não conseguia ficar em pé. Elas
não o sustentavam.
Na infância a deficiência é
só um detalhe. A criança se diverte com muito pouco.
Ele percebia que era
diferente de seus colegas, no íntimo até se questionava. Por que suas pernas não prestavam para correr ou brincar como as deles?
Mas mesmo sendo um mero expectador acabava se
divertindo, a alegria de seus colegas o contagiava. E ele acabava por se
contentar em vê-los felizes gritando ou
correndo.
Já na adolescência
as limitações começaram a pesar, Joseph começou a se sentir excluído. Seus colegas
passaram a sair e não o chamavam.
As desculpas eram
sempre as mesmas. Ou por causa do transporte ou porque os lugares eram de
difícil acesso para um cadeirante.
Na verdade, ele sabia que eles nem se
preocupavam em incluí-lo nos passeios, nem todos os lugares eram apropriados
para o deficiente. Afinal era um mundo de andantes, ele era o diferente.
Isso passou a
incomodá-lo fazendo com que fosse mais seletivo em suas amizades. Mas mesmo com
esses ditos “amigos”, muitas vezes se esqueciam dele.
A aparência de suas
pernas não o agradava, ele vivia de calça. Ele
as achava muito finas totalmente desproporcional ao seu corpo grande.
Tentou usar
aparelhos ortopédicos, mas era muito doloroso e complicado e acabou desistindo.
Na idade adulta
enfrentou outro tipo de dificuldade, seus amigos íntimos começaram a namorar, e Joseph
passou a viver reclusamente, não por que queria, mas sua condição o obrigava a isso.
Isso fez com que ele
valorizasse mais a família, o pai e a mãe, que o carregavam para cima e para baixo
fazendo programas onde ele pudesse participar.
Muitos viam a
cadeira de rodas como uma maldição, mas ele a enxergava como liberdade. Era nela que ele podia se
movimentar. Dando-lhe o direito de ir e vir.
Dava graças a Deus por ter
nascido numa família que soube lidar bem com a sua deficiência. Seus pais não eram ricos, mas
sempre que podiam proporcionava a ele ambientes bons, com toda uma
infraestrutura. Teve também uma academia particular, onde fortaleceu muito seus
braços.
Na vida de
cadeirante isso era preciso, seus braços o ajudavam na transferência do corpo para
todos os tipos de assentos e lugares.
Lembrava-se que na infância brincava muito se arrastando. Já na adolescência passou a se
envergonhar, e nunca mais tentou isso.
Nessa vida de deficiência percebeu vários tipos de olhares nos lugares
que ia, nunca ele passou despercebido. O pior dos olhares era para ele, a
piedade.
As
crianças quando o olhavam
eram mais sinceras, umas encaravam mesmo e outras perguntavam na lata “por que você está nessa cadeira?”,
sempre tinha alguém que as repreendia, ele achava isso um absurdo. Por que
repreendê-las? Elas questionavam aquilo que elas não estavam
entendendo!
O que o constrangia
muito era ir a um lugar e a cadeira não passar na porta, depender de alguém para
carregá-lo. Isso era de matar. Ele era um homem grande, então geralmente
dependia de duas pessoas para essa tarefa. Por isso seus pais sempre
verificavam os lugares antes para evitar que ele passasse por esse
constrangimento.
Seus olhos se
detiveram para um casal de namorados que passavam perto do playground. Seu coração então se apertou
lembrou-se de Demetria, a imagem dela ainda era-lhe muito nítida. Seu sorriso,
seu jeito meigo, seu perfume, seu calor, seus beijos. ____________________________________
Oi enfim postei o primeiro capítulo essa vai ser rápida, desculpem ter passado esse tempão sem postar, mas eu não podia, estava com conjuntivite e meus olhos estavam muito sensíveis a luz e estar de frente pra tela de computador era uma tortura, mas já tô novinha em folha e amanhã vou postar muitão.
adorei posta plesssssss
ResponderExcluirweee posta logo
ResponderExcluirvocê está melhor certo? já tive conjutivite era uma merda ainda mais porque estava de ferias e qqueria curtir
ResponderExcluirAmei
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