O salão é
grande, e quando eu digo grande não estou brincando, é enorme. As paredes são
cor de gelo com detalhes em dourado, há diversas colunas de pedra branca
perfeitamente lisa e do teto abobadado pende um lustre de cristal enorme, com
mais três lustres menores ao redor.
Bem ao fundo
no salão vejo um palco que obviamente não pertence à decoração original, deve
ter sido montado especialmente para os leilões de hoje à noite. Além do palco,
no fundo encontram-se as grandes mesas redondas, cobertas com toalha de seda
branca, porcelana e cristais.
No meio de
tudo isso estão inúmeros homens e mulheres, todos vestidos com esmero. E se
movimentando habilidosamente por entre esses homens e mulheres de negócio,
estão os garçons. Os sapatos de todos estalando sobre o chão de mármore.
— Venha,
vamos conhecer os abutres. — Joseph
diz.
— Abutres? Joseph, eles estão aqui para a caridade.
— Não, eles
estão aqui para se auto promover. Ter a imagem de sua empresa ligada a caridade
é tudo o que eles querem, eles não ligam realmente se estão ou não ajudando
alguém.
— Que
horror, mas pelo menos nessa tentativa de se auto promover, eles de fato
arrecadam dinheiro e ajudam instituições beneficentes, não é?
— Sim, pelo
menos isso. — Andamos pelo salão lado a lado, Joseph cumprimenta com um aceno de cabeça e um sorriso simpático
aqueles que se dignam a olhar em nossa direção.
— Joseph. — Uma voz grave soa atrás de
nós. Quando nos viramos vejo um homem baixo e corpulento, sem boa parte dos
cabelos, mas com uma expressão amigável no rosto.
— Sr.
Marcos, como está? — Joseph o
cumprimenta com um aperto de mão.
— Estou
ótimo, obrigado. E você?
— Melhor
impossível. — Joseph responde com um
sorriso largo. — Permita-me apresentar minha bela namorada, Demetria Lovato.
Um pouco
tímida e me sentindo completamente um peixe fora d’água, cumprimento o homem a
minha frente.
— Muito
prazer, Sr. Marcos.
— Oh, mas o
prazer é todo meu. Uma bela mulher de fato, meu amigo. Você deve ser um homem
de muita sorte.
— Sou mesmo.
— Joseph diz passando a mão em volta
de minha cintura.
— Maravilha.
E como vão as coisas na Townsend? Ouvi dizer que você perdeu aquele
contrato com a Thompson Reuters Company, uma pena, de fato. — Sr. Marcos
diz e eu o olho confusa, imediatamente lanço meu olhar confuso para Joseph, mas ele finge não notar, porém
percebo que fica desconfortável.
Eu não sabia
que Joseph tinha perdido o contrato,
ele não me disse nada. Que estranho. Ele estava tão animado e com tanta certeza
que a sua proposta tinha impressionado, o que será que saiu errado? E porque
ele não comentou nada comigo?
Essas
perguntas me deixam curiosa, mas agora não é o momento para tentar obter uma
resposta.
— Ah sim, é
uma pena realmente, mas somos uma empresa muito capaz e tenho certeza que
outras ótimas oportunidades surgirão. — Joseph
diz claramente tentado se esquivar do assunto.
— Tenho
certeza que sim. Agora, se vocês me dão licença...Acho que acabei de ver Frederic
Salazar e gostaria de lhe dar um olá. — Ele diz se despedindo com um sorriso e
deixando Joseph e eu a sós.
— Porque
você não me disse que havia perdido o contrato? — Pergunto encarando seus olhos
azuis, que agora estão sérios.
— É
complicado, não é assunto para discutirmos agora, tudo bem? — Ele acaricia meu
braço e eu aceno condescendente.
— Venha,
quero te apresentar para algumas pessoas. — Deixo que ele me conduza para o
amontoado de pessoas completamente estranhas.
Passo a
próxima hora sendo apresentada e conversando com várias pessoas, algumas
interessantes e outras nem tanto, na maior parte do tempo deixo que Joseph os distraia e só falo quando
falam comigo, ou ocasionalmente quando tenho segurança o suficiente para não
achar que vou falar alguma besteira.
Assim que o
chatíssimo Sr. Pecked nos deixa a sós, pego uma taça de champanhe do garçom e
bebo metade do conteúdo em um único gole.
— Sinto
muito por fazer você ter que aturar essas pessoas.
— Tenho
certeza que você vai saber como me recompensar depois. — Digo e pisco, Joseph abre um sorriso lento e safado,
daqueles que faz coisas engraçadas com o meu corpo e me deixam inquieta.
— É uma pena
que eu prometi me comportar. Mas tenho certeza que a espera vai valer a pena. —
Sinto meu desejo despertando e tenho que morder o lábio para não gemer.
— Joseph, que bom que você pode vir. — De
repente uma voz de mulher me tira dos meus pensamentos pecaminosos com relação
ao meu namorado delicioso. Joseph se
vira e vejo-o ficar pálido na hora, como se tivesse visto um fantasma. Seu
corpo fica tenso e ele assume uma postura defensiva.
Olho com
curiosidade para a mulher que provocou essa reação. Ela é alta, cabelos negros
e olhos azuis, tão claros que parecem irreais, lábios cheios assim como seus
seios, que praticamente estão saltando para fora do seu vestido vermelho
sangue. Aparenta estar na casa dos 30, não mais que 35 anos.
Ela alterna
seu olhar entre Joseph e eu, talvez
seja impressão minha, mas ela parece estar se divertindo com a reação estranha
dele. Joseph continua olhando-a,
branco como papel.
— Não vai
nos apresentar? — Ela pergunta para ele erguendo uma sobrancelha. Joseph continua sem reação, parecendo
uma estátua.
— Muito bem,
então. Blanda Eggenschwiler Thompson. — Ela diz estendendo a mão com unhas tão
compridas que parecem garras.
— Demetria Lovato, muito prazer.
— Demetria, nome interessante. — Ela diz,
o sorriso nunca deixando seus lábios. — Você e Joseph estão juntos?
— Sim. — Joseph responde antes de mim, seu braço
me envolvendo protetoramente. — Estamos juntos. — Ele diz seriamente, de um
jeito que me faz pensar que há algo a mais por detrás de sua declaração.
— Nunca
achei que veria esse dia. Joseph Jonas
amarrado a uma só mulher. — Ela diz e sinto um frio na espinha na hora. Ela
conhece Joseph, não só na vida
profissional, mas na pessoal também. Agora eu percebo, o modo como ela o olha,
seu comentário, sua postura superior. Ela está querendo me intimidar, ela foi
uma das muitas mulheres com quem Joseph
dormiu.
Droga, essa
que é provavelmente uma das mulheres mais bonitas que eu já vi, já dormiu com
meu namorado. Isso não é legal, nem um pouco. Porque ela tinha que ser tão
gostosa e perfeita?
Agora a
reação de Joseph faz todo o sentido
do mundo.
— Vocês se
conhecem há muito tempo? — Não consigo refrear minha curiosidade.
— Ah sim,
uns 8 anos, não é Joseph?
— Mais ou
menos. Se você nos der licença... — Joseph
diz ríspido e sai puxando o meu braço. Ele nos leva até um canto afastado.
— Demetria, tem algo que eu preciso te
contar, mas é complicado demais para dizer agora e...
— Eu sei, já
entendi. Você e aquela mulher já...Já dormiram juntos, não é? — Pergunto com a
voz baixa. Joseph solta um suspiro e
demora um instante para responder.
— Sim, é
isso. Blanda e eu já nos envolvemos. Sinto muito, não achei que ela estaria
aqui essa noite, deveria ter imaginado.
— Você tem
mantido contato com ela todos esses anos?
— Não, até a
alguns meses atrás eu não tinha notícias dela fazia seis anos.
— E depois
de seis anos o que fez vocês entrarem em contato de novo?
— Você não
vai acreditar nisso, mas...Ela é casada com Carlson Thompson.
— O mesmo
Carlson Thompson da Thompson Reuters Company?
— Esse
mesmo.
— Isso que é
coincidência.
— Foi por
isso que eu perdi o contrato. Blanda fez o seu marido assinar com a
concorrência para me punir.
— Punir pelo
que?
— Porque eu
me recusei a dormir com ela de novo, porque eu estava apaixonado por você. —
Arregalo os olhos e abro a boca em choque.
— Ela queria
dormir com você mesmo sendo casada? Mas que vadia. — Xingo.
— Eu sei. E
ela é louca também, olha...Blanda foi a única mulher, além de você, com a qual
eu dormi várias vezes. Mas isso foi há muito tempo atrás, na época da
faculdade. Quando eu quis terminar tudo, ela não aceitou muito bem e começou a
me perseguir. Foi difícil mas depois de um tempo eu consegui me livrar dela, eu
fique anos sem saber dela, até que uns meses atrás ela apareceu como a esposa
do dono da empresa com quem eu estava fazendo negócio. Ela quis um “recordar é viver” mas eu nunca tocaria
nela de novo, então ela prometeu se vingar, e fez. Eu perdi o melhor contrato
que eu poderia conseguir em toda a minha carreira, perdemos milhões e milhões
de dólares. Não disse nada sobre a volta dela porque não queria te chatear, mas
sinto muito, sei que eu deveria ter te contado.
— Tudo bem,
se você fosse me contar toda vez que você vê uma mulher com quem dormiu,
teríamos um problema. — Digo mais rudemente do que pretendia, vejo magoa nos
olhos dele e me arrependo do que disse imediatamente.
Joseph enfia as mãos no
bolso da calça e abaixa à cabeça, seu olhar ficou tão triste de repente que eu
sinto vontade de me bater.
— Sinto
muito, não deveria ter dito isso. — Digo querendo voltar cinco minutos no tempo
e começar tudo isso de novo.
— Tudo bem,
não tem problema. — Ele diz me dando um sorriso fraco.
— Olha, eu
não estou brava que você não me contou sobre Eva. Vamos esquecer esse assunto.
Sinto muito que ela tenha prejudicado seu trabalho, mas isso também significa
que você não vai ter nenhuma ligação com ela, o que sinceramente me enche de
alívio.
— Eu não suporto
a ideia de nem ao menos ver ela, ela é maluca e não vale nada. Quero distância
de Blanda assim como eu quero que você fique longe dela, ok? Nada de bom pode
vir dela então se ela tentar se aproximar de novo, vamos apenas ignora-la, pode
ser?
— Será um
prazer.
— Ótimo, não
vamos deixa-la estragar nossa noite. Venha, o jantar logo vai ser servido. —
Ele segura minha mão e nos encaminhamos para nossa mesa.
O jantar
estava ótimo, a comida uma delícia e só os melhores vinhos. Fico me perguntando
se eles percebem que o dinheiro gasto para organizar essa festa, deve ser pelo
menos ¼ do que eles arrecadam a noite inteira.
Enfim,
depois do jantar deu-se início aos leilões. Muitos dos aqui presente cederam
boa parte do que se estava sendo leiloado.
Um vinho Napa
Valley 1941 foi vendido por incríveis 24.675 dólares. Um Cheval Blanc
1947 foi arrematado por 33.781 dólares.
Esse pessoal
vai mesmo beber esses vinhos? Porque se fosse eu a compradora, não teria
coragem de beber tantos mil dólares.
Um final de
semana em uma ilha particular na Tailândia – quem é que compra uma ilha? E na
Tailândia! – foi vendido por, pasmem, 267 mil dólares.
Quem vê tudo
isso, até pode achar que eles estão mesmo preocupados em ajudar as crianças e
os doentes das instituições beneficiadas. O teatro é bem convincente, devo admitir. O leilão seguiu
e muitas coisas foram vendidas por presos absurdos, mas a maioria aqui é
milionária, então acho que gastar 200, 300, 500 mil para eles não é nada. Quando
Joseph levantou a placa e arrematou
um monomotor Cirrus SR20 por 483 mil dólares, me engasguei com meu vinho. Rindo
da minha reação ele sussurrou em meu ouvido que a Townsend sempre lhe dá
dinheiro para comprar o que quiser nesses leilões, e que obviamente as coisas
adquiridas por ele são propriedades da empresa e não de Joseph. Por isso estranhei quando Joseph deu o lance inicial para comprar um final de semana em uma
cabana de luxo nas montanhas de Vermont. O que a Townsend vai fazer com
um final de semana em uma cabana? Talvez presentear o melhor funcionário? Séria
uma boa tática para incentivar seus empregados.
— Sete mil
dólares. — Outro homem dá o lance pela cabana de Vermont.
— Dez mil
dólares. — Joseph rebate.
— Onze mil.
— O mesmo homem diz.
— Doze mil.
— Joseph oferece.
— Treze mil.
— O homem insiste.
— Vinte mil.
— Joseph diz com um tom de voz
autoritário, como se desafiando o homem a superar seu lance.
O homem nada
diz, por sua expressão parece aceitar a derrota. Apenas um final de semana em
uma cabana em um pequeno estado dos Estados Unidos não parece apetecer mais
ninguém, então o leiloeiro diz:
— Dou-lhe
uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... — Ele bate o martelo. — Vendido para o
cavalheiro por vinte mil dólares.
Todos
aplaudem e o próximo item é apresentado.
— O que a Townsend
vai fazer com um final de semana em Vermont? — Pergunto curiosa.
— Eles não
vão fazer nada, porque fui eu que comprei, não a empresa. Já eu, pretendo fazer
muitas coisas em Vermont...Com você. — Ele diz me olhando tão intensamente e
com um sorriso tão safado, que sinto o meio das minhas pernas ficar
completamente molhado.
Engulo em
seco e tenho que me lembrar de onde estamos para não começar a gemer com as
imagens que sua promessa me provocam.
— Volto em
um minuto. — Sussurro para ele e me levanto. Preciso ir ao banheiro, tenho que
fazer xixi e verificar se minha calcinha não está encharcada ao ponto de
manchar o tecido do vestido. Não que minha excitação fosse ficar visível no
tecido escuro, mas não quero andar por aí com uma mancha úmida.
Abro a porta
do banheiro e o encontro vazio, vou até uma das cabines e cuidando com o
vestido, sento-me e faço o que tenho que fazer. Olho para minha calcinha e como
eu já imaginava, ela está com uma mancha enorme. Culpa de Joseph, porque ele tem que me excitar apenas com um olhar, ou com
um sorriso, ou com o seu jeito de falar?
Me limpo e
arrumo o vestido, abro a porta da cabine e vou lavar minhas mãos na pia. Quando
estou terminando de seca-las, a porta do banheiro se abre. Pelo espelho vejo Blanda,
meu corpo fica tenso na hora.
Aeeeeee vc ta de voltaaaa
ResponderExcluirO q essa babaca pretende com a demi? Olha se tocar num fio d cabelo dela, vai haver sangue das tripas da blanda no chao u.u
Uhuuuul
ResponderExcluirQue bom que voltou!
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